terça-feira, 24 de julho de 2012

Os documentos do regime militar V: Comissão da Verdade e documentos sobre o Araguaia

De acordo com o Correio Braziliense, a Comissão da Verdade pedirá que o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, digitalize os documentos que se encontram no Conselho de Direitos Humanos do estado de Minas Gerais (Conedh-MG), que contém depoimentos e informações sobre o regime militar (1964-1985), para que “não se percam”, como teme a Comissão. Nesses documentos encontra-se o relato da presidente da República, Dilma Rousseff, a respeito da tortura que sofreu em Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais, fato que era desconhecido até pouco tempo. Segundo o coordenador da Comissão, Gilson Dipp, o objetivo do trabalho é preservar os documentos, que ainda podem conter informações históricas relevantes e que não estão acomodados de forma adequada. Dipp, ainda ressaltou que tais papéis são propriedade do estado de Minas Gerais, contudo, não se descarta a possibilidade de solicitação para que esses sejam disponibilizados no Arquivo Nacional também. A historiadora e assessora da Comissão, Heloísa Starling, ficará responsável por avaliar o acervo e as condições de armazenamento. Auxiliando a historiadora estará um grupo de 19 estudantes. Os arquivos não serão levados a Brasília, mas analisados pelo grupo, que tirará cópias e os enviará à Comissão  da Verdade. Starling relatou que ainda não viu todo o acervo, mas já notou que existem muitas informações inéditas que poderão ser retiradas de tais arquivos. O Grupo de Trabalho Araguaia (GTA), coordenado pelos ministérios da Defesa e da Justiça, com também pela Secretaria de Direitos Humanos, se reuniu com os membros da Comissão da Verdade no dia 02/07/12. O GTA convidou a Comissão a participar das expedições realizadas na região do Araguaia, além de ter pedido ajuda para aquisição de tecnologia, com o intuito de realizar exames de DNA nas ossadas encontradas na região. Na reunião também criou-se uma subcomissão, de Comunicação Externa, que será responsável por divulgar, periodicamente, a produção do Grupo; os documentos devem ter uma melhor forma de armazenamento, para que sejam acessíveis à sociedade, aos pesquisadores e à Comissão da Verdade. (Correio Braziliense – Política – 03/07/12)

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