Segundo os jornais Folha de S. Paulo e O Estado
de S. Paulo, representantes da Secretaria de Direitos Humanos, da Comissão
Nacional da Verdade (CNV) e peritos da Polícia Federal (PF) averiguaram, no dia
21/08/13, o jazigo onde estão os restos mortais do ex-presidente da República
João Goulart, no Cemitério Jardim da Paz, na cidade de São Borja, no estado do
Rio Grande do Sul. De acordo com O Estado,
o intuito dessa visita era verificar as condições do jazigo e seu entorno para
os estudos de logística para a remoção e o transporte do caixão ao Instituto
Nacional de Criminalística, em Brasília, sejam iniciados. Após essa
averiguação, a PF apresentará um relatório,
na data provável de 17/09/13, em uma reunião em Brasília diante de
representantes do governo e familiares. Os restos mortais de Goulart serão
exumados para apurar se os indícios confirmam
a morte do ex-presidente por envenenamento em 1976, quando estava
exilado na Argentina, durante o regime militar (1964-1985). O procedimento
final aconteceria ainda em 2013, com data a ser definida, e peritos
internacionais da Argentina, Uruguai e Cuba também deverão participar das
análises. A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário,
declarou não restar dúvidas de que Goulart foi monitorado e mantido sob pressão
durante todo o seu exílio. Segundo O
Estado, o atestado de óbito, lavrado
na Argentina, aponta que a causa da morte do ex-presidente foi por
“enfermedad”, porém, à época, seu corpo não foi submetido à autópsia nem no
Brasil, nem na Argentina. De acordo com O
Estado, as suspeitas de morte intencionada vieram à tona quando o ex-agente
militar uruguaio Mario Neira Barreiro, afirmou, em 2002, que Goulart fora
envenenado, além do surgimento de informações sobre a atuação de químicos a
serviço dos regimes militares sul-americanos, a sequência de mortes com
características análogas e o envolvimento de agentes da Agência Central de
Inteligência (em inglês, CIA) e da Agência Federal de Investigação (em inglês,
FBI). Segundo O Estado, a família do
ex-presidente fez, em 2007, um pedido de investigação junto ao Ministério
Público, após as declarações de Barreiro. (Folha de S. Paulo – Poder –
22/08/13; O Estado de S. Paulo – Política – 22/08/13)
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Comissão da Verdade do Rio de Janeiro pede a Celso Amorim liberação do acesso ao prédio do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna do 1º Exército
Conforme publicado no periódico O Estado de S. Paulo, os integrantes da
Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro pediram ao ministro da Defesa,
Celso Amorim, no dia 21/08/13, acesso ao quartel em que funcionava o Destacamento
de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) do 1º Exército,
onde atualmente funciona o 1º Batalhão de Polícia do Exército (BPE), no bairro
da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro. Segundo o jornal, o pedido foi feito
após o chefe do Comando Militar do Leste, general Francisco Carlos Modesto,
afirmar que somente o comandante do Exército, general Enzo Peri, poderia
conceder a permissão de entrada no imóvel, onde ocorreram prisões, torturas,
assassinatos e desaparecimento de presos políticos durante o regime militar
(1964-1985). De acordo com o presidente da comissão, Wadih Damous, os membros
do colegiado recorrerão à Justiça, caso Amorim não atenda ao pedido de acesso
ao prédio. Segundo O Estado, o
general Modesto teria afirmado que Amorim “não cuida de questões internas do
Exército”. A comissão quer ter acesso ao local e pedir o tombamento do prédio,
para transformá-lo em um centro de memória. Outra justificativa dada pelo
Exército foi a de que o fato da Comissão da Verdade do Rio ser estadual
impediria a jurisdição na unidade, que é federal. (O Estado de S. Paulo –
Política – 22/08/13)
Novo coordenador da Comissão Nacional da Verdade adotará posições políticas diferentes de Rosa Maria Cardoso
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo o advogado criminalista e ex- ministro da
Justiça José Carlos Dias, que assumirá o cargo de coordenador da Comissão
Nacional da Verdade no dia 26/08/13,
defende posições políticas distintas das da atual coordenadora, a advogada Rosa
Maria Cardoso. A diferença mais visível se encontra nas opiniões sobre a
revisão da Lei da Anistia (1979). Cardoso defende que a lei deve ser revisada,
enquanto o ex-ministro alega que o assunto “não compete à comissão” e sim ao
Supremo Tribunal Federal. Segundo O
Estado, a coordenação da comissão funciona em um sistema de rodízio que
dura três meses e Dias já havia sido indicado para o cargo anteriormente,
porém, declinara, alegando que ficaria sobrecarregado devido ao seu escritório
de advocacia. A indicação do ex-ministro foi confirmada no dia 19/08/13 e, apesar da escolha ainda não ter
sido oficializada, a eleição de Dias já foi acertada entre os cinco membros do
colegiado. O advogado já anunciou que sua primeira ação como coordenador será
um apelo a presidenta da República, Dilma Rousseff, para que indique os nomes
que substituirão o ministro do Superior Tribunal de Justiça Gilson Dipp e o
ex-procurador Geral da República Cláudio Fonteles, ação que vem sendo adiada há
três meses. A eleição de Dias acontece em meio a uma crise na Comissão, criada
por divergências internas a respeito de assuntos polêmicos como a Lei da
Anistia e contratação de assessores. O ex-ministro foi indicado como o único
capaz de promover o diálogo e alegou não possuir desafetos no colegiado. Cardoso, que também defendeu
presos políticos durante o regime militar (1964-1985), deixará o cargo devido a
desentendimentos com outros membros do grupo e apoiou a indicação de Dias,
mesmo com as diferenças políticas. (O Estado de S. Paulo – Política – 20/08/13)
Comissão Nacional da Verdade confrontará Ustra com testemunhas em novo depoimento
De
acordo com os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, a integrante da
Comissão Nacional da Verdade (CNV) Rosa Maria Cardoso anunciou, no dia
19/08/13, durante uma audiência conjunta com a Comissão Estadual da Verdade de
São Paulo, que a CNV convocará novamente para depor o coronel reformado do
Exército, Carlos Alberto Brilhante Ustra, que comandou o Destacamento de
Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa (DOI-Codi) de 1970 a
1974 durante o regime militar (1964-1985). Em seu depoimento à CNV, em 05/08/13,
Ustra defendeu o regime militar e negou os crimes cometidos durante o período,
alegando que estava apenas cumprindo ordens. Familiares das vítimas e ex-presos
políticos consideraram que o interrogatório foi feito de forma inadequada e
apresentaram, no dia 19/08/13, informações sobre o envolvimento de Ustra em
torturas e mortes, pedirando que o coronel fosse interrogado novamente. Cardoso
culpou a falta de experiência da Comissão pelo resultado insatisfatório dessa
audiência e afirmou que, no próximo depoimento, o coronel será confrontado com
testemunhas e inquirido a respeito de novos documentos que contém informações
sobre torturas e mortes no DOI-Codi durante seu comando, um total de 502 casos
de maus-tratos e 40 mortes. Cardoso afirmou ainda que o foco da Comissão se
mantém em Ustra pelo fato do coronel ser um dos "símbolos da ditadura”, o
que causará “uma repercussão três vezes maior" dos trabalhos do colegiado
. A reconvocação de Ustra será analisada pelo novo coordenador José Carlos
Dias. (Folha de S. Paulo – Poder –
20/08/13; O Estado de S. Paulo – Política – 20/08/13)
Aeronáutica condecorou civis e militares com Medalha Santos Dumont
Segundo o periódico Correio Braziliense, uma cerimônia realizada
na Base Aérea de Brasília, no dia 19/07/13,
comemorou o aniversário de 140 anos do nascimento do marechal-do-ar Alberto
Santos Dumont. Durante a comemoração, o Comando da Aeronáutica condecorou com a
Medalha Santos Dumont, civis e militares que prestaram serviços notáveis à Aeronáutica
brasileira. (Correio Brasiliense – 20/08/13)
Cenipa destaca causas de crescimento do número de acidentes aéreos no Brasil
De
acordo com o jornal O Estado de S. Paulo,
o número de acidentes aéreos cresceu 158% nos últimos dez anos no Brasil. O
Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) apontou
fatores humanos como as principais causas de acidentes. “Julgamento errôneo do
piloto em situações de decisão”, “falta de supervisão da manutenção e das
normas a serem seguidas” e “planejamento do voo ou o descumprimento de regras
antes de uma aeronave decolar” foram as três principais causas apontadas. O
brigadeiro Luís Roberto do Carmo Lourenço, chefe do Cenipa, apontou negligência
e desobediência de leis como determinantes nos acidentes e ressaltou a
necessidade de ações educativas. No Brasil, a aviação comercial segue a
tendência mundial de diminuição de acidentes, porém a aviação geral (aviões
privados, taxis aéreos e aviões agrícolas) apresenta problemas. (O Estado de S.
Paulo – Metrópole – 18/08/13)
A situação da Base de Alcântara e do programa espacial brasileiro
De acordo com o jornal
O Estado de S. Paulo, a explosão da
Base Militar de Alcântara no ano de 2003 foi o pior acidente da história
espacial brasileira, matando 21 engenheiros e técnicos que trabalhavam quando a
ignição de um dos propulsores do foguete acendeu antecipadamente, por causa de
uma pane elétrica. As investigações da Aeronáutica garantem que não houve
sabotagem, mas pouco se sabe sobre a explosão. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, as famílias dos
engenheiros e técnicos mortos no acidente ainda esperam respostas do governo em
relação aos motivos do mesmo. O irmão de uma das vítimas e presidente da Associação das Famílias das
Vítimas de Alcântara, o advogado José Oliveira, afirmou ter pedido a
reabertura do processo criminal do acidente e aguarda a manifestação da
Procuradoria-Geral da República. Cerca de 19 famílias pedem indenização por danos morais e materiais e
aguardam o julgamento do tribunal. De acordo com O Estado, a torre do Veículo Lançador de Satélites (VLS) foi
reconstruída e ficou pronta em 2012. Desde então, apenas um teste foi feito e a
Agência Espacial Brasileira (AEB), que afirma que o país tem tecnologia para
desenvolver o veículo, planeja novo teste ainda em 2013. O ex-ministro da
Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, criticou a torre de Alcântara e
classificou-a como “um monumento a qualquer coisa”. Segundo a Folha, o VLS, que protagonizou o
acidente em 2003, fizera dois voos de qualificação, em 1997 e 1999, que
fracassaramo que seria mostra de que o programa espacial brasileiro já
encontrava dificuldades antes da tragédia. De acordo com O Estado, atualmente, a AEB investe em parcerias com o setor
privado, como o acordo firmado com a Ucrânia, no governo do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. O acordo tinha a finalidade de explorar o mercado
comercial de lançamento de satélites usando um foguete Ucraniano, o Cyclone-4,
e, para tanto, foi criada a empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS).
As obras da ACS estão paradas e mais de 1,5 mil funcionários foram demitidos,
além disso, parte do maquinário foi alugada ou devolvida. O Brasil suspendeu o
investimento alegando que a Ucrânia não repassava recursos. Segundo a Folha, o ministro da Ciência, Tecnologia
e Inovação, Marco Antonio Raupp, declarou, no entanto, que a pasta investirá R$
1 bilhão na ACS. O presidente da agência espacial ucraniana afirmou que o
lançamento do primeiro foguete a partir da Base de Alcântara seria em 2014,
enquanto, para o governo brasileiro,
seria em 2015. De acordo com O Estado, o uso da base tem sido renegociado
atualmente com os Estados Unidos sob a intenção de fazer uma espécie de aluguel
da base, que renderia acordos milionários para o Brasil. (Folha de S. Paulo –
Ciência+Saúde – 22/08/13; O Estado de S. Paulo – Metrópole – 18/08/13)
Parcerias entre governos federal e estadual garantem a preservação de memórias do regime militar
De acordo com o jornal
O Estado de S. Paulo, o pedido de
tombamento do prédio da antiga sede do Destacamento de Operações de Informações
- Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) em São Paulo será votado e,
caso aprovado, será memorial da luta contra o regime militar (1964-1985). Na
cidade de São Paulo existem ainda o Memorial da Resistência e o Memorial da
Luta pela Justiça, localizados na antiga sede do Departamento de Ordem Política
e Social (Dops) e na 2ª Auditoria da Justiça Militar, respectivamente. Os
memoriais, que comporão a “Rota da Ditadura”, fazem parte de uma tendência
nacional, a exemplo do Memorial da Anistia, ainda em construção em Belo
Horizonte, que recebeu investimento do Ministério da Justiça. A pasta, por meio
da Comissão da Anistia, investirá ainda na instalação de dez pequenos memoriais
em homenagem aos mortos e desaparecidos do regime militar, que farão parte da
chamada Trilha da Anistia, que já conta com uma placa com os nomes dos mortos e
desaparecidos da região, em frente à antiga cede do Dops em Belo Horizonte,
Minas Gerais, e um memorial na praça que abrigou o comitê paranaense da luta
pela anistia em Curitiba, no Paraná. Um terceiro memorial, em lembrança aos
militares que se opuseram à tomada de poder em 1964 será fincado na Cinelândia,
no centro do Rio de Janeiro. Fortaleza, São Paulo e Goiânia são as próximas
capitais brasileiras a integrar a trilha, que dará continuidade à serie
“Pessoas Imprescindíveis”, desenvolvida pela Secretaria de Direitos Humanos
durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o jornal,
alguns projetos de iniciativa estadual ganharam apoio do governo federal, como
é o caso do Memorial da Democracia, em Recife, Pernambuco, que integrará a Rota
da Ditadura, a inspiração do projeto paulistano. A rota da capital pernambucana
foi idealizada pela ex-presa política e atual titular da Secretaria Estadual de
Articulação Internacional, Amparo Araújo, que defende a preservação da memória
do período como forma de evitar que a violência se repita. A Rota da Ditadura
em Recife conta com a escultura Tortura Nunca Mais, localizada no centro da
Praça Padre Henrique, homenagem ao padre opositor do regime militar assassinado
em 1969, próxima à antiga sede do Dops. Segundo o presidente da Comissão da
Anistia e titular da secretaria Nacional de Justiça, Paulo Abrão, “a onda de memorialização
no País segue a tendência mundial de preservação de sítios que ajudam novas
gerações a valorizar a democracia”. De acordo com dados apresentados pelo
jornal, o Memorial da Resistência, na cidade de São Paulo, recebe 70 mil
visitantes por ano, dentre estes, um terço é composto por estudantes em visitas
educativas. O projeto de tombamento do DOI-Codi atendeu pedidos do Núcleo de
Preservação da Memória Política e é uma parceria entre os governos federal e
estadual. (O Estado de S. Paulo – Política – 18/08/13)
Jornal destaca atuação de mulheres em forças de segurança
O
jornal Correio Braziliense mostrou o
cotidiano de mulheres que comandam equipes de forças de segurança, dentre elas,
uma major “responsável pela análise de procedimentos de alto custo na área da
saúde em todo o Exército Brasileiro”. O jornal destacou que as mulheres mostram
o potencial feminino ao exercer cargos outrora exercidos por homens e quebram
paradigmas enfrentando dificuldades relacionadas à aceitação da ala masculina.
(Correio Braziliense – 18/08/13)
Comissão da Verdade do Rio de Janeiro enviará depoimento de coronel bombeiro ao Ministério Público
Segundo
o periódico Correio Braziliense, o
presidente da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro, Wadih Damous, encaminhará
ao Ministério Público o depoimento do coronel do Corpo de Bombeiros do Rio de
Janeiro, Walter Jacarandá, que admitiu a participação em sessões de tortura nas
dependências do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações
de Defesa Interna (DOI-Codi). (Correio Braziliense – 17/08/13)
Assuntos estratégicos são alvos de espionagem cibernética
De acordo com o jornal
Correio Brasiliense, em encontro
realizado na capital federal, Brasília, entre o secretário de Estado
estadunidense, John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores brasileiro,
Antonio Patriota, discutiu-se a questão da fragilidade das comunicações e da
espionagem. Informações importantes do Estado brasileiro foram expostas, como,
por exemplo, detalhes do projeto FX-2, que visa modernizar a Força Aérea
Brasileira. O mesmo assunto foi tratado pelo analista de assuntos estratégicos
do Brasil, André Luis Woloszyn, em entrevista ao Correio, o qual afirmou que a compra dos novos caças e os detalhes
referentes ao submarino nuclear brasileiro são assuntos de interesse
estratégico, sendo alvos de espionagem cibernética de Estado. O Correio informou ainda que
no dia 22/08/13 realizou-se, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa
Nacional do Senado Federal, uma audiência pública, na qual os militares
alegaram que o orçamento de R$ 200 milhões disponibilizado para o Sistema de
Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) em 2014, não é suficiente para manter
o projeto. O comandante do Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército e
general da divisão, Antonino dos Santos Guerra Neto, alegou que, com essa
quantia, o projeto levará 60 anos para ser executado. Segundo o general de
divisão e gerente da iniciativa, João Robert de Oliveira, serão necessários R$
553 milhões. (Correio Braziliense –
17/08/13; Correio brasiliense – 23/08/13)
Errata
ERRATA DO INFORME BRASIL 28/2013. No resumo n.1,
intitulado “Superior Tribunal de Justiça reafirmou direito do Ministério
Público de investigar concursos públicos do Exército”, o trecho "Em
recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), os ministros do MP reafirmaram a
competência do órgão de fiscalizar e defender a sociedade brasileira nesse tema.”
deve ser lido como “Em recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) , os
ministros do STJ reafirmaram a competência dos membros do MP de fiscalizar e
defender a sociedade brasileira nesse tema.”.
Link de acesso ao resumo:
http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/08/superior-tribunal-justica-reafirmou.html
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Novos caças devem ser comprados ainda em 2013
De acordo com os jornais Correio
Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, a escolha dos novos
caças que substituirão o Mirage 2000 é discutida desde 1996 e deve ser decidida
ainda neste ano de 2013. Segundo o comandante da Aeronáutica, o brigadeiro
Juniti Saito, a compra ainda não foi realizada por “questões orçamentárias”. De
acordo com os jornais, Saito confirmou, durante audiência na Comissão de
Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal, a possibilidade de
modernizar os caças F-5 para que substituam a frota de Mirage 2000, que será
desativada no dia 31/12/13. Dentre as opções para a compra das 36 novas
aeronaves previstas no programa FX-2 estão o Boeing F-18 (estadunidense), o
Dassault Rafale (francês) e o Gripen NG (sueco). (Correio Braziliense –
14/08/13; Folha de S. Paulo – Poder – 14/08/13; O Estado de S. Paulo – Política
– 14/08/13)
Morre Rui Moreira Lima considerado herói da Segunda Guerra Mundial e opositor do regime militar
De acordo com os jornais Correio
Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, o major-brigadeiro-do-ar
Rui Moreira Lima morreu aos 94 anos após 47 dias internado no Hospital Central
da Aeronáutica, no Rio de Janeiro, em decorrência de um acidente vascular
cerebral. Visto como herói da Segunda Guerra Mundial, tendo cumprido 94 missões
como piloto de combate da esquadrilha verde no 1° Grupo de Aviação de Caça
(GAvCa) e escrito um livro sobre a participação brasileira no conflito, Lima se
destacou também por fundar a Associação Democrática e Nacionalista dos
Militares (Adnam), reunindo militares contrários ao regime militar (1964-1985).
Por se opor a tomada de poder pelos militares, foi afastado de seu cargo, preso
três vezes, passou fome, foi torturado
psicologicamente e, por fim, aposentado compulsoriamente. Seu depoimento à
Comissão Nacional da Verdade motivou a criação de um grupo dedicado à militares
perseguidos durante o regime. O major-brigadeiro-do-ar foi homenageado em nota
de pesar pela Força Aérea Brasileira. Segundo a Folha, o filho de Lima, Pedro
Luiz Moreira, pretende escrever um livro sobre a trajetória de seu pai. Lima
deixou o estado do Maranhão, sua terra natal, para estudar na Escola Militar de
Realengo, na cidade do Rio de Janeiro, e realizar o sonho de ser piloto, mas
nunca se esqueceu das convicções de seu pai, que era contra os regimes
ditatoriais. Lima dizia que “as pessoas deveriam lutar por seus direitos”.
(Correio Braziliense – 14/08/13; Folha de S. Paulo – Poder – 14/08/13; Folha de
S. Paulo – Cotidiano – 15/08/13; O Estado de S. Paulo – Política – 14/08/13)
Lançamentos de foguetes na cidade de Formosa são proibidos
De acordo com o jornal Correio
Braziliense, o treinamento realizado pela 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea na
cidade de Formosa, no estado de Goiás, foi cancelado devido à proibição do
lançamento de foguetes no Campo de Instrução de Formosa. Oficialmente, a medida
vigora há 10 meses devido à dificuldade de interdição do espaço aéreo na
região. Mas, segundo militares ouvidos pelo jornal, a proibição foi anunciada
após o avião presidencial ter sido obrigado a desviar a rota durante um
treinamento previamente programado pelo Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha.
De acordo com a assessoria de comunicação social do Exército, o treinamento foi
transferido para o período de 19 a 27 de outubro no Campo de Provas da
Marambaia, no Rio de Janeiro. De acordo com Correio, o local não é seguro
devido a grande circulação de aeronaves para os aeroportos do Galeão e Santos
Dumont, além de helicópteros para as operações off-shore. O jornal ainda
apontou que o Campo de Instrução de Formosa seria a área mais adequada para
exercícios de tiros de artilharia e foguetes, abrigando o 6° Grupo de
Lançadores Múltiplos de Foguetes, a mais poderosa unidade do Exército e da
América do Sul, equipada com o Sistema Astros II, fabricado pela Avibras
Indústria Aeroespacial. O Projeto Astros 2020 prevê a criação de um complexo de
artilharia e foguetes chamado Forte Santa Bárbara, mas por ora não se sabe
quando os militares voltarão a atuar em Formosa. (Correio Braziliense –
14/08/13)
Empresa francesa é escolhida para a construção de satélite geoestacionário brasileiro
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a
empresa francesa Thales Alenia foi escolhida pelo governo brasileiro para
construir o primeiro satélite geoestacionário do Brasil e o consórcio europeu
Arienespace será o responsável por lançá-lo em órbita. O jornal informou que o
projeto custará cerca de R$ 1,1 bilhão, considerando os gastos com as duas
companhias e um seguro que está em negociação. Ainda foi destacado que o
contrato prevê a transferência de tecnologia à Agência Espacial Brasileira e
que a decisão será referendada pelo comitê executivo da Telecomunicações
Brasileira (Telebrás), formado pelos ministérios das Comunicações, da Defesa e
de Ciência e Tecnologia, sendo que não são esperadas alterações pelo fato de a
concorrência ter sido acompanhada de perto por representantes das três pastas.
A Folha mencionou que o satélite teria seu lançamento previsto para 2014,
porém, o prazo está sendo revisto e o governo brasileiro decidiu que será
adquirido um segundo satélite, uma vez que a nova concorrência pode ser lançada
antes do início do projeto do primeiro. (Folha de S. Paulo – Mercado –
13/08/13)
Delegado da Polícia Federal foi escolhido por Rousseff para cargo de secretário extraordinário de segurança para grandes eventos
De acordo com os periódicos Folha de
S. Paulo e O Estado de S. Paulo, a presidenta da República Dilma Rousseff
nomeou o delegado da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, para o cargo de
secretário extraordinário de segurança para grandes eventos do Ministério da
Justiça. De acordo com a Folha, tal cargo era disputado entre representantes da
PF e militares. O jornal ainda informou que militares pressionavam para que o
cargo fosse transferido do Ministério da Justiça para o da Defesa. Segundo O
Estado, o também delegado da PF que ocupava o cargo antes de Rodrigues,
Valdinho Jacinto Caetano, pediu demissão “após uma crise com o Ministério da
Defesa”. O Estado ainda destacou que uma das razões do atrito entre a PF e os
militares é a suposição de que Rousseff estaria privilegiando os militares na
distribuição de verbas e atribuições para garantir a segurança dos grandes
eventos, sendo que uma das causas da disputa seria o combate ao terrorismo,
responsabilidade da Defesa, que não tem a prerrogativa de investigar crimes.
(Folha de S. Paulo – Poder – 13/08/13; O Estado de S. Paulo – Política –
13/08/13)
Dois pilotos da Força Aérea Brasileira morrem em acidente durante treinamento
De acordo com os periódicos Correio
Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, um acidente com um avião
modelo A-29 Super Tucano do Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA) da Força
Aérea Brasileira (FAB), conhecida como Esquadrilha da Fumaça, ocasionou na
morte do piloto, capitão João Igor Silva Pivovar, e do copiloto, capitão
Fabrício Carvalho. Os jornais informaram que os militares tentaram ejetar os
assentos durante a queda do avião, porém, a ação não foi eficaz. De acordo com
o Correio, o comandante do EDA, Marcelo Gobett Cardoso, afirmou que “houve uma
pequena explosão, mas não houve tempo para socorro”. Segundo O Estado, o chefe
do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno,
informou que a Aeronáutica iniciou as investigações para analisar as possíveis
causas do acidente. (Correio Braziliense – 13/08/13; Folha de S. Paulo –
Cotidiano – 13/08/13; O Estado de S. Paulo – Metrópole – 13/08/13)
Comissão Nacional da Verdade visitará o antigo Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna
De acordo com o jornal O Estado de S.
Paulo, o presidente da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, Wadih
Damous, encaminhou um oficio ao 1ª Batalhão da Polícia do Exército para avisar
que a Comissão Nacional da Verdade (CNV) e organizações de direitos humanos os
visitariam no dia 21/08/13. O local, durante o regime militar (1964-1985),
abrigou o Destacamento de Operações de Informações do Exército e, aualmente, há
o objetivo de transformá-lo em um centro de memória. (O Estado de S. Paulo –
Política – 16/08/13)
Comissão Nacional da Verdade terá novo coordenador
Segundo o jornal Correio Brasiliense,
acabou, no dia 16/08/13, o mandato da coordenadora da Comissão Nacional da
Verdade (CNV), a advogada Rosa Maria Cardoso. Apesar de ter sido escolhida para
ocupar o cargo até o encerramento de seus trabalhos, Cardoso o deixou devido a
uma série de desentendimentos nos quais se envolveu. Seu sucessor será o
advogado José Carlos Dias, que assumirá o cargo no dia 26/08/13, quando for
oficialmente eleito pelo grupo. Assim que confirmado no cargo de coordenador,
Dias se reunirá com a presidenta da República, Dilma Rousseff, para discutir um
novo ciclo de trabalhos, desta vez sem desentendimentos entre o colegiado. De acordo
com o Correio, as discordâncias entre os pesquisadores da CNV se tornaram
evidentes com a saída do
ex-procurador-geral da República, Claudio Fonteles, em junho de 2013,
pois alguns membros descordavam dos artigos publicados por Fonteles sobre os documentos
do Arquivo Nacional, que este considerava de conhecimento geral. Seu maior
crítico era o professor Paulo Sérgio Pinheiro, que entendia que somente com o
término dos trabalhos e a entrega do relatório final os resultados das
investigações deveriam ser divulgados. Entretanto, as divergências se acirraram
quando Cardoso assumiu a Comissão, uma vez que ela enviou uma carta a Rousseff
pedindo a demissão de três integrantes do colegiado e a reintegração de
Fonteles. Apesar da presidenta ter declinado o pedido, Cardoso tentou aplicar
na CNV sua própria ideia de como ela deveria ser, porém “(...) não era o que a
CNV tinha até então”, segundo um integrante do grupo. Devido aos
desentendimentos, foi descartada a possibilidade de eliminar o esquema de
rodízio na coordenação. O sucessor de Cardoso trabalhará com o desafio de
pacificar os conflitos internos e concluir os trabalhos com dois pesquisadores
a menos: Fonteles e o ministro Gilson Dipp, que se afastou por motivos de
saúde. (Correio Brasiliense – 16/08/13)
Comissão da Verdade do Estado de São Paulo realizou audiência pública com Mariana Joffily, pesquisadora da Operação Bandeirantes
De acordo com o Correio Brasiliense, a
Comissão da Verdade do estado de São Paulo realizou uma audiência pública com a
doutora em História pela Universidade de São Paulo (USP), Mariana Joffily, que
pesquisou o funcionamento da Operação Bandeirantes (Oban) no Destacamento de
Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi).
Joffily procurou saber quem participou da operação, os financiadores e os
objetivos do centro de repressão. (Correio Brasiliense – 16/08/13)
Comissão da Verdade do Estado do Rio de Janeiro ouviu ex-presos políticos e militares acusados de matar dirigente de partido comunista
De acordo com o jornal Correio
Braziliense, os ex-tenentes do Exército Luiz Mário Correia Lima, Roberto Duque
Estrada, Dulene Garcez, e também o ex-major do Corpo de Bombeiros, Valter da
Costa Jacarandá, acusados de sequestrar, torturar e matar o dirigente do
Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), Mário Alves, nas
dependências do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações
de Defesa Interna (DOI-Codi) do 1º Exército no Rio de Janeiro, em janeiro de
1970, seriam ouvidos pela Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro.
Entretanto, segundo os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, somente Jacarandá compareceu a sessão, que
ocorreu no prédio da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A ausência de
Lima, Estrada e Garcez foi justificada pelo advogado Rodrigo Roque, que afirmou
que os três já foram ouvidos sobre o desaparecimento de Alves na mesma
Comissão, além de responderem por isso na justiça. Segundo a Folha, Jacarandá
confirmou a ocorrência de atos de tortura durante os interrogatórios e afirmou
que o seu papel no DOI-Codi era, na maioria das vezes, produzir e entregar aos
interrogadores os perfis daqueles que seriam interrogados. De acordo com O
Estado, ao ser indagado sobre uma explicação para o termo “excessos”, que
Jacarandá usou para descrever os atos que se passavam nas dependências do
DOI-Codi, ele esclareceu: “o excesso é a tortura, e a tortura é o excesso”.
Entretanto, afirmou não ter informações sobre o caso de Alves, objetivo da
sessão. Além disso, de acordo com a Folha, houve ainda, dentre outros, os
depoimentos dos ex-presos políticos, o advogado e ex-participante do PCBR, José
Carlos Tórtima, e do professor Paulo Sérgio Paranhos, que afirmou ter sido
torturado por Jacarandá. Em entrevista ao Estado, Tórtima revelou que "nada foi pior" que o período em
que passou preso no DOI-Codi, em 1970: foram 45 dias de tortura. Essa revelação
sucedeu o depoimento de Jacarandá, que confessou ter torturado e visto serem
torturados prisioneiros do DOI–Codi. Tórtima admitiu que Jacarandá não foi um
de seus torturadores e que a confissão do militar constitui um “grande avanço”
pelo fato de um militar envolvido na repressão reconhecer que houve torturas.
Tórtima contou ainda que foi preso durante um almoço na casa de seus pais, após
terminar o quarto ano do curso de Direito; segundo ele, os militares que o
prenderam “estavam armados e foram educados”, o comandante chegou a aconselhar
a mãe de Tórtima a procurar algum amigo com influência nos quartéis.
Questionado a respeito de seus torturadores, Tórtima nomeou quatro: “Boneschi e
Timóteo, da Polícia Civil, o capitão Timóteo, da PM, o capitão Gomes Carneiro”.
Revelou também que Boneschi era o mais
ideológico e que durante as torturas
perguntavam por “nomes e aparelhos”. Por ultimo, revelou que voltar da prisão
foi complicado porque não o deixaram retomar o curso de direito na faculdade,
que atualmente é a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). (Correio
Braziliense – 14/08/13; Folha de S. Paulo – Poder – 15/08/13; O Estado de S.
Paulo – Política – 15/08/13; O Estado de S. Paulo – Política – 16/08/13)
Ex-soldado revela ocorrência de tortura na Base do Galeão durante o regime militar
De acordo com o jornal Folha de S.
Paulo, o ex-soldado da Força Aérea Brasileira (FAB), José Bezerra da Silva,
contou, durante reunião conjunta entre a Comissão Nacional da Verdade (CNV) e a
Comissão da Verdade estadual do Rio de Janeiro, que Stuart Angel, militante de
oposição ao regime militar (1964-1985), foi torturado na Base Aérea do Galeão,
na cidade do Rio de Janeiro. Bezerra da Silva serviu na Base de 1971 a 1979 e
afirmou que Angel foi obrigado a inalar gás do escapamento de um jipe militar
e, quando o ex-soldado se pronunciou contra a agressão, também foi torturado. O
ex-militar ainda afirmou que militares que disconcordavam do regime foram
perseguidos pelos oficiais da Aeronáutica e que na Base havia três pontos de
tortura, sendo o subterrâneo dedicado a pessoas conhecidas. (Folha de S. Paulo
– Poder – 13/08/13)
Documentos secretos II: Informações adicionais sobre a política nuclear brasileira durante o regime militar
De acordo com o periódico O Estado de
S. Paulo, arquivos secretos do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), cujo
acesso foi liberado pelo Arquivo Nacional, na cidade de Brasília (Distrito
Federal), revelam informações importantes sobre a política nuclear brasileira
durante o regime militar (1964-1985). De acordo com o jornal, o desenvolvimento
de armamento nuclear pelo país nunca foi efetivado, porque, mesmo quando foi
posta em prática uma política externa que negava a adesão brasileira à acordos
que limitassem a exploração dessa tecnologia, a condição interna do Brasil,
tanto em termos de econômicos como em termos de projetos, distanciava o país da
meta de construir armas atômicas. Em 1953, em visita ao Brasil, o físico
americano responsável pelo Projeto Manhattan para a obtenção de armamento
nuclear durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), professor Julius
Oppenheimer, afirmou considerar que o país criaria sua bomba atômica em breve.
Isso porque, segundo Oppenheimer, o país era a nação sul-americana com maior
desenvolvimento científico no campo nuclear, portanto, o Brasil estaria “entre
as potências com segredo atômico”. Entretanto, segundo O Estado, foi depois da
tomada de poder pelos militares, em 1964, que a pretensão de desenvolvimento da
política nuclear se intensificou. Isso porque, para os militares, possuir a
bomba atômica era sinônimo de força internacional. A partir de então, na
reunião da Comissão Preparatória para a Desnuclearização da América Latina
(COPREDAL), em abril de 1966, no governo do então presidente da República,
Humberto Castello Branco, o corpo diplomático brasileiro foi orientado a criar
condições para que o Brasil permanecesse como defensor do pacifismo, mas que
não admitisse acordos que impedissem o seu aparelhamento nuclear. Mais adiante,
no governo do então presidente da República Ernesto Beckmann Geisel, em
exposição feita ao Alto Comando das Forças Armadas, no dia 10/06/74, Geisel
exprimiu a intenção de "desenvolver uma tecnologia para a utilização da
explosão nuclear para fins pacíficos, o que nos permitirá, inclusive, se
necessário, dispor de nossa própria arma". De acordo com o discurso,
graças à então explosão de bomba nuclear pela Índia, o presidente temeu que o
Brasil ficasse em desvantagem, inclusive com relação à Argentina, no
desenvolvimento nuclear, tanto para fins econômicos, como militares. Sobre a
Argentina, Geisel afirmara ainda que "dentro da necessidade de
atualização, ressaltada pelo EMFA, o conceito deverá abranger a hipótese de
guerra continental envolvendo a Argentina". (O Estado de S. Paulo –
Internacional – 12/08/13)
Documentos secretos I: Rede de espionagem brasileira durante o regime militar é revelada
De
acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o governo brasileiro criou uma rede
oficial de recolhimento de dados sigilosos a fim de monitorar países vizinhos
durante o regime militar (1964-1985). Segundo arquivos secretos do Estado-Maior
das Forças Armadas (EMFA), foi criado em agosto de 1978 o “Plano de Informações
Estratégicas Militares”, com objetivo de fornecer ao Brasil informações
estratégicas e segredos militares dos países da América Latina. Segundo o
jornal, os arquivos indicam que quatro órgãos de busca eram vinculados às
Forças Armadas e um ao Ministério de Relações Exteriores (MRE): todos eram
responsáveis pela captação de dados. O envio das informações sobre organização
das Forças Armadas vizinhas, dados sobre instalações de defesa, logística
militar e movimentos guerrilheiros era feito anualmente, enquanto informações
consideradas mais relevantes deveriam ser repassadas assim que obtidas. O
jornal destacou que já era sabido que as atividades de adversários do regime
militar eram monitoradas pelo Centro de Informações do Exterior, parte da
estrutura do MRE. Os documentos secretos, porém, comprovam que militares
brasileiros também se organizavam para recolher dados confidenciais que
poderiam favorecer o Brasil em caso de conflito com algum país vizinho. O
estudo de hipóteses de guerra e da preparação do país chamou atenção dos
militares do EMFA, que enxergavam a Argentina como “inimigo mais provável, com
uma possível aliança com outros países do sul do continente, como Uruguai e
Paraguai, na chamada hipótese de Guerra Delta”. O temor ressaltou a fraqueza
das tropas brasileiras e tornou evidente a necessidade de organizar medidas na
área de preparação e logística. Foi solicitado que as Forças organizassem
“planos de aprestamento”, porém, eles foram insatisfatórios, pois cada Força
interpretou a ordem de uma maneira e o resultado não atendeu ao pedido do
governo. Em 15/08/78, o general Tácito de Oliveira defendeu a criação de um
Plano Nacional de Segurança que proporcionasse o reaparelhamento das Forças
Armadas. Um relatório que discorria sobre a precariedade do efetivo poder
militar brasileiro foi enviado ao então presidente da República Ernesto Geisel.
No entanto, ao final de 1978, o reequipamento das Forças Armadas não era
prioridade e o presidente não tinha a intenção de repassar grandes quantias
como precaução contra guerras consideradas improváveis. A dificuldade de obter
recursos provocou debates entre o comandante do Estado-Maior da Armada, que
sugeriu pedir menos recursos, e o comandante do Estado-Maior da Aeronáutica,
que defendia que a Força pedia apenas o indispensável. O Estado ainda informou
que o governo militar monitorou movimentos guerrilheiros na América do Sul,
tendo sido estudadas detalhadamente as atividades de grupos guerrilheiros na
Bolívia, na Colômbia e na Venezuela. O relatório brasileiro listou as Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Exército de Libertação Nacional
(ELN) como forças de subversão na Colômbia e investigou chefes das Farc.
Militares brasileiros concentraram atenção especial ao monitoramento da
insurgência boliviana, considerada perigosa por ter integrantes estrangeiros,
principalmente cubanos. Segundo relato de agosto de 1967, os militares ainda
não acreditavam na atuação de Ernesto Rafael Guevara da La Serna, conhecido por
Che Guevara, em território boliviano; sabiam, entretanto, quais armamentos eram
fornecidos por países estrangeiros para reprimir movimentos rebeldes: segundo
documento, argentinos teriam fornecido pelo menos 100 bombas de napalm; o
Brasil, apesar de não ter fornecido armas para combater a guerrilha boliviana,
ajudou militares do país vizinho treinando pilotos. Segundo registros, a ajuda
não se tratou de uma cooperação oficial entre os governos, mas foi uma ação
informal de caráter estratégico. Outro documento do arquivo secreto do EMFA
revelou a insatisfação de militares brasileiros com a venda de mísseis Exocet
pela França ao país: em 1978; o comandante do Estado-Maior da Armada defendeu
que o Brasil não deveria comprar o míssil, pois estaria acumulando material de
guerra sem ganho nenhum. (O Estado de S. Paulo – Internacional – 11/08/13)
Lançamento do Brasil Nunca Mais Digital suscita declarações sobre a revisão da Lei da Anistia
De acordo com o
jornal O Estado de S. Paulo, na
ocasião do lançamento do site Brasil Nunca Mais Digital, no dia 09/08/13, que
disponibilizou 900 mil páginas de processos contra presos políticos que
tramitaram na Justiça Militar durante o regime militar (1964-1985), foi tratado
o tema da revisão da Lei da Anistia (1979). Aurélio Veiga Rios, titular da
Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, defendeu a reabertura do debate
no Supremo Tribunal Federal (STF), que, em 2010, negou a reinterpretação da
norma. Coordenadora da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Rosa Maria Cardoso
da Cunha, declarou que “o debate sobre a anistia está ganhando corpo em todo o
país”, devido às “recentes mudanças ocorridas na composição do STF e aos
estímulos do Ministério Público Federal e da Ordem dos Advogados do Brasil”. O
procurador regional, Marlon Weichert, um dos responsáveis pela iniciativa,
defendeu a necessidade da revisão, e afirmou que a documentação disponibilizada
pelo site terá influência no debate sobre este tema. O integrante da CNV, advogado
José Carlos Dias, afirmou que considera remota “a revisão da interpretação da
lei pelo STF”. O senador federal Aloysio Nunes Ferreira, defendeu a
continuidade da Lei da Anistia por considerá-la uma negociação que obteve
resultados positivos, como a “volta dos exilados, a abertura das cadeias e a
convocação da Assembleia Nacional constituinte”. Em coluna de opinião do jornal
Folha de S. Paulo do dia 11/08/13, a cientista política e consultora da
CNV, Glenda Mezarobba, afirmou que a digitalização de processos tramitados no
Superior Tribunal Militar durante o regime militar é um convite à reflexão e
relembrou o início do projeto Brasil: Nunca Mais (BNV). De acordo com
Mezarobba, o reverendo Jaime Wright, irmão do ex-deputado Paulo Stuart Wright
desaparecido em 1973, obteve suporte financeiro do World Council of Churches para
tornar público o estudo sobre tortura no Brasil, editado em forma de livro em
conjunto com Dom Paulo Evaristo Arns, cardeal defensor dos direitos humanos que
acolhia familiares de presos e perseguidos políticos. A obra que sintetiza o
projeto BNV foi lançada poucos meses após o fim do regime militar e entrou
rapidamente para a lista das mais vendidas. Mezarobba afirmou que a questão da
tortura e dos desaparecimentos permanece atual, pois, apesar de leis e
convenções de prevenção e combate à tortura terem sido aprovadas, a sociedade
brasileira ainda convive com esse tipo de violência. Segundo a consultora da
CNV, “não é mais possível ignorar o ‘direito inalienável’ que as sociedades têm
de conhecer a verdade sobre crimes do passado e o dever de recordar que os
Estados precisam cumprir”. (Folha de S. Paulo – Opinião – 11/08/13; O Estado de
S. Paulo – Política – 10/08/13)
Superior Tribunal Justiça reafirmou direito do Ministério Público de investigar concursos públicos do Exército
Segundo o periódico
Correio Braziliense, o Tribunal
Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) negara ao Ministério Público (MP) acesso
aos documentos relativos ao concurso da Escola de Administração do Exército
(EsAEx), para que pudesse avaliar os critérios de correção das provas para
oficiais. Em recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), os ministros do MP
reafirmaram a competência do órgão de fiscalizar e defender a sociedade
brasileira nesse tema. De acordo com jornal, os desembargadores do TRF- 5
argumentaram que “o certame era de interesse individual da corporação, e não
coletivo”, já o ministro relator do processo no STJ, Herman Benjamin, afirmou
que o “MP apresentou empenho em resguardar interesses públicos defendidos pela Constituição
do país”, garantindo ao MP o direito de acesso aos documentos do concurso,
assim como de propor todas as ações que julgarem pertinentes. (Correio
Braziliense – 10/08/13)
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
Grupo de Artilharia Antiaérea é atingido por queimada em Brasília
Segundo
o jornal Correio Brasiliense, uma área do 11º Grupo de Artilharia Antiaérea
(GAAE), no Setor Militar Urbano, e vizinha ao Parque Nacional de Brasília foi
atingida, na manhã de 08/08/13, por um incêndio de média proporção. O local
abriga o Campo de Instrução Córrego do Acampamento (Cica), ao fundo da sede
GAAE. O Corpo de Bombeiro recebeu um chamado de combate ao fogo por volta das
11h30 e homens da guarnição e da Unidade de Preservação Ambiental dos bombeiros
atuaram no controle das chamas. De acordo com o Correio, o vento forte e baixa
umidade facilitaram para que as labaredas se espalhassem com rapidez, porém
foram impedidas de cruzar a divisa com o Parque Nacional por causa de um
córrego que divide as duas áreas. O laudo pericial esclarecendo as causas e o
número de hectares queimados sairá em 30 dias. O coordenador da missão, o
capitão do Corpo de Bombeiros Horário Sales, salientou que a dificuldade de
acesso foi um agravante e por isso, se fez necessário o uso de dois aviões e um
helicóptero, além dos 50 bombeiros e 150 homens do Exército, que atuaram com
abafadores e ajudaram a coordenar a distribuição da água do caminhão pipa.
Apesar das dificuldades encontradas pelo Corpo de Bombeiro, a situação foi
controlada por volta das 14h30, os 50 bombeiros permaneceram no local para
evitar um novo incêndio, enquanto que as tropas do GAAE foram recolhidas.
(Correio Braziliense – 09/08/13)
Projeto "Brasil Nunca Mais Digital" disponibiliza acesso online a processos contra réus políticos do regime militar
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, no dia 09/08/13 o Ministério Público
Federal, o Arquivo Público de São Paulo e outras entidades lançaram o projeto
“Brasil Nunca Mais Digital”, o qual disponibiliza online cerca de 900 mil páginas
digitalizadas de processos contra réus políticos do regime militar (1964-1985)
obtidas do Superior Tribunal Militar (STM). O projeto dá sequência ao já
conhecido “Brasil Nunca Mais”, iniciado entre 1979 e 1985 por advogados,
jornalistas e pesquisadores que copiavam clandestinamente os processos do STM,
sob a coordenação de dom Paulo Evaristo Arns e do reverendo James Wright. O
procurador regional da República, Marlon Weichert, elaborou o projeto para
resgatar os microfilmes que haviam sido enviados ao exterior e digitalizar o
acervo em papel armazenado na Universidade de Campinas (Unicamp) que estava
deteriorando-se. Segundo o procurador, o projeto "Brasil Nunca Mais
Digital" é o maior projeto autônomo feito pela sociedade civil brasileira sobre
direitos humanos. (Folha de S. Paulo – Poder – 09/08/13)
Primeiro caso de união homossexual é reconhecido judicialmente no Exército
De
acordo com jornal O Estado de S. Paulo, foi reconhecido judicialmente, em Recife,
estado de Pernambuco, o primeiro caso de união homossexual no Exército. Por
determinação da Justiça Federal, o sargento J.E.S., de 40 anos, que atua no
Centro de Telemática, teve seu companheiro, o universitário A.E.V.S., de 21,
com quem vive uma união estável, reconhecido como seu dependente. Segundo o
Estado, inicialmente o sargento teve o pedido para incluir seu companheiro no
cadastramento previdenciário e no sistema de saúde militar negado. Ao recorrer
à justiça, perdeu em primeira instância; porém entrou com recurso e em segunda
instância a decisão da Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região
(TRF-5) foi unânime. O desembargador Elio Siqueira, relator do caso, considerou
que os artigos 3º e 5º da Constituição Federal de 1988 não permitem “qualquer
forma de discriminação”, porém, a União entrou com um recurso que ainda será
julgado pelo TRF-5. (O Estado de S. Paulo – Metrópole – 09/08/13)
Dilma elogiou trabalho das Forças Armadas na segurança de grandes eventos
Segundo
o periódico Correio Brasiliense durante solenidade de apresentação de
oficiais-generais, no dia 08/08/13, a presidenta da República, Dilma Rousseff,
elogiou o trabalho realizado pelas Forças Armadas na segurança do papa
Francisco, durante a Jornada Mundial da Juventude, e na Copa das Confederações.
De acordo com o Correio, Rousseff declarou que é satisfatório saber que o
Brasil contará com o trabalho das forças militares em parceria com as forças
civis de segurança nos próximos grandes eventos internacionais que sediará, e
ressaltou que o momento em que os novos generais assumem o posto é um momento
de destaque para o Brasil no cenário internacional. A presidenta ressaltou que
a sociedade confia nas Forças Armadas para garantir a soberania do Estado e a
segurança de seus recursos humanos, naturais e da população. (Correio
Brasiliense – 09/08/13)
Senado aprovou a atuação de médicos militares no Sistema Único de Saúde
Segundo os periódicos Correio Braziliense e O Estado de S. Paulo, o
Senado Federal aprovou, no dia 07/08/13, a Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) nº 122, que autoriza médicos militares a trabalharem em hospitais civis
ou consultórios próprios. De acordo com as disposições oficiais, os médicos
militares só podem exercer o ofício nas Forças Armadas. Caso obtenha vínculo
permanente com outras instituições, o médico da ativa é colocado na reserva sem
provimentos e os da reserva ficam sem salário. De acordo com O Estado, a
intenção da proposta, que ainda deve ser aprovada pela Câmara dos Deputados, é
somar “às iniciativas do governo para tentar melhorar o atendimento à saúde”.
Ademais, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti,
declarou que a medida permite um reforço no número de médicos do Sistema Único
de Saúde (SUS), além de ampliar o atendimento em áreas de difícil acesso, nas
quais há uma “dificuldade imensa de colocação de médicos”. Entretanto, de
acordo com o Correio, a autoridade para a remoção dos oficiais médicos para
outras cidades será do Ministério da Defesa. (Correio Braziliense – 08/08/13; O
Estado de S. Paulo – Metrópole –
07/08/13; O Estado de S. Paulo – Metrópole – 08/08/13)
Ministério Público Federal do Distrito Federal ajuizou ação contra concurso de ingresso às Forças Armadas
Segundo
o jornal Correio Braziliense, o Ministério Público Federal do Distrito Federal
(MPF-DF) ajuizou uma ação civil pública pedindo a suspensão do concurso com 1350
vagas para formação de sargento do Exército. De acordo com o periódico, o
motivo do processo é a ausência de vagas para mulheres nas áreas de
“combatente, logística-técnica e Aviação, que englobam 1,2 mil postos”. O
procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes afirmou que tal fato
constitui uma “discriminação de sexo e uma afronta à Constituição Federal e às
principais normas internacionais de direitos humanos”. Segundo Lopes, inexiste
incompatibilidade entre a função de sargento e o sexo feminino, e havendo
dúvidas a esse respeito, essas podem ser sanadas por meio dos testes definidos
no edital. Além disso, o MPF-DF pede que o Ministério da Defesa seja obrigado a
permitir a participação de mulheres em todos os concursos de todas as
instâncias das Forças Armadas, sob pena de multa. (Correio Braziliense –
07/08/13)
Coordenadora da Comissão Nacional da Verdade afirma que debate sobre a Lei da Anistia não está esgotado
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a coordenadora da Comissão
Nacional da Verdade (CNV), Rosa Maria Cardoso da Cunha, afirmou, em entrevista
coletiva no dia 05/08/13 em São Paulo, que o debate sobre a Lei de Anistia
(1979) “não está esgotado”. Para Cunha, há uma forte tendência por parte do
Brasil em cumprir a sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos
(CIDH), que rejeitou a anistia dos agentes estatais acusados de violações de
direitos humanos durante o regime militar (1964-1985). Ao ser indagada sobre a
decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou válida a anistia concedida
aos agentes do Estado que perseguiram os opositores do regime, Cunha respondeu
que o tribunal ainda não se manifestou a respeito dos embargos que questionam
essa decisão. Ela ainda afirmou que “há uma consciência cada vez mais profunda
de que o Brasil deve cumprir os tratados sobre direitos humanos que assinou”.
Além disso, a coordenadora da CNV afirmou que em reunião com a Comissão da
Verdade e Justiça da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a entidade decidiu
que levará o debate sobre a anistia para o maior número de advogados possível.
Ao Estado, o coordenador da comissão, o Henrique Mariano, afirmou que a
entidade está focada no debate sobre os embargos a ser julgados pelo STF. (O
Estado de S. Paulo – Política – 06/08/13)
Antiga sede da 2ª Auditoria Militar em São Paulo se transformará em memorial
De
acordo com o periódico Folha de S. Paulo, o casarão onde funcionou a sede da 2ª
Auditoria Militar em São Paulo durante o regime militar (1964-1985) foi cedido
à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ao Núcleo de Preservação da Memória
Política, os quais transformarão o imóvel em memorial dedicado à atuação dos
advogados de defesa dos presos políticos. No imóvel foram julgados e condenados
diversos réus políticos, dentre os quais a presidenta da República Dilma
Rousseff. (Folha de S. Paulo – Poder – 06/08/13)
Gastos do Brasil com operações de manutenção da paz cresce significativamente
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, houve uma mudança no perfil do
Brasil no cenário internacional no que concerne à cooperação. Até o final da
década de 1990 o país era um tradicional receptor de recursos externos, porém,
a partir dos anos 2000, tornou-se fornecedor destes, com foco nos países em
desenvolvimento. Essa mudança de perfil, segundo o jornal, também aconteceu com
outras economias emergentes como a China, Índia e Turquia. De acordo com O
Estado, o Brasil gastou, entre 2005 e 2010, pelo menos R$ 6,6 bilhões em
cooperação internacional. Desse montante, 55% destinaram-se a organizações
internacionais e 20% foram gastos com operações de manutenção de paz, sendo a
principal delas a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (sigla
em francês, MINUSTAH). O restante teria sido usado em ajuda humanitária,
transferência de tecnologia e bolsas de estudo a estrangeiros. Segundo o
jornal, em 2010, o Brasil gastou R$ 1,6 bilhão (em valores corrigidos pela
inflação, R$ 1,9 bilhão) em cooperação, o que representa um aumento de 91% com
relação a 2009, sendo que o maior aumento ocorreu nas despesas com operações de
manutenção de paz que cresceram 3,6 vezes, totalizando R$ 684 milhões. De
acordo com O Estado, esse aumento foi causado pelo terremoto no Haiti de
janeiro de 2010, elevou o número de militares brasileiros enviados ao país. (O
Estado de S. Paulo – Internacional – 05/08/13)
Frota de caças Mirage será desativada até dezembro de 2013
De
acordo o jornal O Estado de São Paulo, os caças Mirage-2000 C/B serão
desativados até o dia 31/12/13, por terem atingido esgotamento total. O lote de
caças que equipam o 1º Grupo de Defesa Aérea, da Base de Anápolis no estado de
Goiás, e responsável pela defesa aérea da capital federal, Brasília, chegou a ter
sua vida útil prolongada por dois anos e meio, através de um programa logístico
da Dassault Aviation. Entretanto, o prazo máximo dado pela empresa para
utilizá-los terminou em 2011. Segundo o jornal, a degradação dos caças foi
tanta que os impossibilitaram de serem negociados no mercado internacional.
Para não deixar Brasília e mais 1,5 milhão de quilômetros quadrados do
território nacional desprotegido, a solução imediata seria o deslocamento de 6
a 12 caças F-5M, restaurados pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer),
para a Base de Anápolis. Outra possibilidade seria a incorporação de outras
aeronaves usadas, fato que tem desagradado o Alto Comando da FAB, pois os
Mirages já haviam sido comprados da França pelo então presidente da República,
Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005, por US$ 80 milhões, como recurso provisório
até a conclusão do programa de reequipamento da aviação de combate, FX-2, que
já dura 17 anos. De acordo com o jornal, o ministro da Defesa, Celso Amorim,
afirmou que o resultado do programa FX-2 será conhecido até dezembro de 2013.
Ainda de acordo com O Estado, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa
Nacional do Senado Federal realizará, no dia 13/08/13, uma audiência pública
com o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, para discutir as
questões envolvendo a aquisição dos novos caças pelo programa FX-2. No mesmo
dia, será discutida também a questão dos satélites geoestacionários de defesa e
comunicações estratégicas com o presidente da Telecomunicações Brasileira (Telebrás),
Caio Bonilha. De acordo com o jornal, o presidente da Comissão, senador federal
Ricardo Ferraço, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), já
ouviu as exposições das três empresas - a estadunidense Boeing Defence, a
francesa Dassault Aviation, e a sueca Saab – as quais disputam o fornecimento
dos 36 caças, suprimentos e transferência tecnológica do programa FX-2, no
valor estimado entre US$ 4,5 e 6,5 bilhões. (O Estado de S. Paulo – Política –
05/08/13; O Estado de S. Paulo – Política – 06/08/13)
Forças Armadas se destacam em avaliação do Ibope
Segundo
o periódico Correio Braziliense, desde 2009 o Índice de Confiança Social do
Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) avalia as
opiniões dos brasileiros a respeito de suas instituições. Neste ano, entre os
mais bem avaliados estão as Forças Armadas, os bombeiros e a igreja. (Correio
Braziliense – 04/08/13)
Fuzileiro da Marinha é punido por participar de depredação do Ministério das Relações Exteriores
Segundo
o jornal Correio Braziliense, um fuzileiro naval foi punido pela Marinha por
participação nas manifestações do dia 20/06/13 no Palácio do Itamaraty, sede do
Ministério das Relações Exteriores, que terminaram com depredações do prédio.
De acordo com o periódico, o fuzileiro não poderia participar dos protestos por
ser membro das Forças Armadas. Sua ação foi interpretada como infração
disciplinar, de acordo com Estatuto dos Militares, justificando a punição do
fuzileiro. (Correio Braziliense – 03/08/13)
Fuzileiro naval que participou de manifestação é punido
De
acordo com o periódico Folha de S. Paulo, a Marinha decidiu punir o fuzileiro
naval que foi filmado participando de um protesto, em frente ao Palácio do
Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, que acabou em confronto
com policiais militares e depredação do patrimônio público, no mês de junho.
Oficialmente a Marinha informou que o fuzileiro cometeu uma contravenção
disciplinar e que "medidas administrativas" foram tomadas, porém, não
informou a punição aplicada ao militar. A Folha ressaltou que o estatuto
militar proíbe qualquer participação em manifestações e exige apartidarismo
político de seus integrantes. Além disso, apurou que a punição escolhida pelo
comandante direto do fuzileiro foi a prisão. (Folha de S. Paulo – Poder –
02/08/13)
Tropas da Organização das Nações Unidas no Congo podem usar a força para desarmar milícia
Segundo
o jornal O Estado de S. Paulo, a Missão de Estabilização da Organização das
Nações Unidas (ONU) na República Democrática do Congo (MONUSCO), sob o comando
do general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz, emitiu uma ordem, no dia
30/07/13, à milícia M23 para que entregasse as armas até às 17 horas, no
horário de Brasília, do dia 01/08/13. De acordo com O Estado, se a ordem não
fosse cumprida pela milícia, as tropas da ONU tomariam “as medidas necessárias
para desarmá-los”, ou seja, recorreriam ao uso da força. O mandato das tropas
internacionais, aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU, prevê o auxílio ao
Exército congolês na criação de uma zona de segurança na cidade de Goma.
Segundo o general Santos Cruz, "Goma e Sake continuam vulneráveis e precisamos
dar garantias de que elementos negativos não continuem a colocar em risco os
civis nessa área". (O Estado de S. Paulo – Internacional – 01/08/13)
Defesa sofreu corte orçamentário
Segundo
os periódicos Correio Braziliense e Folha de S. Paulo, o Ministério da Defesa
sofreu um corte de R$ 919 milhões em seu orçamento, em decorrência da redução
orçamentária anunciada pela equipe econômica do governo, a qual determinou um
corte de R$ 10 bilhões no Orçamento Geral da União. Segundo o Correio, o
Ministério de Defesa, que possui R$ 71,3 bilhões previstos para 2013, terá a
segunda maior redução de verba dentre todos os órgãos. De acordo com os
jornais, a Marinha inicialmente anunciou que, devido às restrições orçamentárias,
diminuiria sua jornada de trabalho em um dia útil por semana, com exceção dos
funcionários que atuam diretamente na área da saúde, ensino e no programa do
submarino nuclear. Porém, em outra nota, lançada no mesmo dia, a Marinha
declarou que, “após análise subsequente e consonante com as novas tratativas
com o Ministério da Defesa, tal medida não será adotada”. Em coluna opinativa
para o jornal O Estado de S. Paulo, Everardo Maciel, ex-secretário da Receita
Federal, avaliou que “ao mesmo tempo que são liberados R$ 8 bilhões de emendas
pouco virtuosas para "acalmar" os congressistas, as Forças Armadas
são obrigadas a cortar um dia de trabalho por semana para economizar
alimentação”. De acordo com a colunista do jornal Correio Braziliense, Tereza Cruvinel,
os militares estariam “extremamente aborrecidos” com o corte orçamentário.
Segundo Cruvinel, no mês de agosto celebra-se do Dia do Soldado e em 7 de
setembro, o Dia da Independência, datas em que podem ocorrer manifestações.
(Correio Braziliense – 31/07/13; Correio Braziliense – 01/08/13; Correio
Braziliense – 02/08/13; Folha de S. Paulo – Poder – 31/07/13; O Estado de S.
Paulo – Economia – 01/08/13)
Comissão de Ética analisa uso de aeronaves da Força Aérea Brasileira por ministros
Segundo
o periódico Folha de S. Paulo, a Comissão de Ética Pública da Presidência da
República começou a analisar no dia 29/07/13 os casos de uso de aeronaves da
Força Aérea Brasileira (FAB) por ministros para fins particulares. O presidente
da Comissão, Américo Lacombe, informou que o colegiado pedirá informações aos
envolvidos –o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e o ministro da Previdência
Social, Garibaldi Alves– para eventualmente processá-los. Ambos estão sendo
investigados por transportar parentes nas aeronaves da FAB. (Folha de S. Paulo
– Poder – 30/07/13)
Brasil gastou R$ 689 milhões com adicionais salariais a militares que participaram da missão de paz no Haiti
De
acordo com o periódico Folha de S. Paulo, o governo brasileiro gastou, desde
2004 até dezembro de 2012, R$ 689 milhões com adicionais salariais para os
militares que serviram na missão da Organização Nações Unidas (ONU) no Haiti,
valor que até então não integrava os balanços do governo. A indenização é
prevista em lei aprovada pelo Congresso Nacional e consiste em uma remuneração
mensal extra, paga em dólar aos militares que participam da missão no Haiti.
Segundo a Folha, em justificativa enviada em 2004 ao Congresso Nacional para
aprovação da lei, o então ministro da Defesa, José Viegas, ressaltou que os
gastos com a operação de paz estariam relacionados “em linhas gerais” com o
pagamento dos militares no exterior e as viagens de inspeção, apoio e
coordenação, uma vez que os demais custos seriam cobertos pela indenização
prevista na legislação da ONU para esse tipo de operação. Porém, dos R$ 3,04 bilhões
investidos pelo governo brasileiro, apenas R$ 709 milhões foram reembolsados
pela Organização. O Ministério da Defesa informou em nota à Folha que os gastos
cobertos pela ONU seriam relativos ao emprego efetivo das tropas e que os
custos referentes às fases anteriores e posteriores são arcados pelo país
contribuinte. Apesar de não haver previsão oficial para retirada das tropas
brasileiras do Haiti, que hoje são formadas por 1.120 militares, o atual
ministro da Defesa, Celso Amorim, revelou em maio de 2013 que pretende
"progressivamente deixar para o Haiti a responsabilidade por sua segurança
e pela manutenção da lei e da ordem". O Exército ressaltou em nota que a
presença brasileira no Haiti traz prestigio à política externa e às Forças Armadas
brasileiras. (Folha de S. Paulo – Mundo – 30/07/13)
Brasil e Estados Unidos voltam a negociar o uso do Centro de Lançamento de Alcântara
De
acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o governo brasileiro voltou a
negociar com os Estados Unidos o uso do Centro de Lançamento de Alcântara, no
estado do Maranhão. As negociações se iniciaram durante o governo do então
presidente da República Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), que assinou o
Tratado de Salvaguardas (2000). Segundo O Estado, o acordo estabelecia um
excesso de restrições, como a reserva de áreas na base para uso exclusivo dos
estadunidenses, as quais teriam ocasionado a sua reprovação pelo Congresso
Nacional e o abandono das negociações pelo então presidente da República, Luiz
Inácio Lula da Silva (2003-2010). A intenção do atual governo é permitir o uso
da base pelos estadunidenses, mas sem limitar o acesso dos brasileiros e
tampouco impedir que o Brasil firme acordos com outros países. Segundo o
jornal, o governo vislumbra que com o ativo gerado por este tipo de acordo –um
lançamento pode custar entre US$ 25 a 30 milhões– poderá financiar o programa
espacial brasileiro. O Ministério das Relações Exteriores brasileiro espera que
o novo acordo seja assinado durante a visita da presidenta da República, Dilma
Rousseff, à capital estadunidense Washington, em outubro de 2013. O Estado
informou que a localização da base é considerada ideal para o lançamento de
foguetes e satélites, e pode diminuir em até 30% o custo da operação.
Entretanto, nenhum lançamento foi feito de Alcântara, uma vez que o Brasil não
possui tecnologia para usufruir das instalações, e não concretizou nenhum
acordo de utilização da base com qualquer outro país. Em 2003, o Brasil fez um
acordo com a Ucrânia para o desenvolvimento conjunto do foguete Cyclone-4, a
partir da criação da empresa binacional Alcântara Cyclone Space. Porém, até o
momento, o projeto não teve resultados. Em visita do ministro das Relações
Exteriores, Antonio Patriota, à Ucrânia, em 2013, foi reafirmada a promessa de
que o foguete estaria pronto até 2014. (O Estado de S. Paulo – Política –
29/07/13)
Balanço final do esquema de segurança da Jornada Mundial da Juventude
De
acordo com o jornal Correio Braziliense, durante o balanço final da Jornada
Mundial Juventude (JMJ), os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da
Defesa, Celso Amorim classificaram o esquema de segurança do papa Francisco
como um sucesso e minimizaram a falha ocorrida no dia 22/07/13, quando a
comitiva do papa errou o trajeto na Avenida Presidente Vargas, na cidade do Rio
de Janeiro, deixando o pontífice retido em meio a uma multidão de fiéis. Amorim
ressaltou que nenhuma autoridade ficou tanto tempo exposta no mesmo local tal
como o papa e que "o Brasil fez muito bem o seu papel". O Correio
relembrou o desempenho satiafatório do grupo do Exército de combate ao
terrorismo quando foi encontrada uma bomba de fabricação caseira em um banheiro
do Santuário em Aparecida do Norte, cidade do estado de São Paulo visitada pelo
papa durante a JMJ, e um pacote suspeito no Rio de Janeiro. De acordo com O
Estado de S. Paulo, a transferência das atividades que seriam realizadas em
Guaratiba, zona oeste do Rio de Janeiro, para a praia de Copacabana foi
avaliada pela equipe de segurança do evento como positiva. Oficiais da Força
Aérea atribuíram a maior facilidade de vigilância do novo local à existência de
infraestrutura urbana mais adequada. A Aeronáutica atuou com um Centro de
Controle que foi dedicado ao evento, e com dois drones que vigiaram o espaço
aéreo. O Exército foi responsável pela segurança nas ruas onde se realizou a
peregrinação e o altar localizado na praia, enquanto que a Marinha monitorou a
Baía de Guanabara, com especial atenção para a cabeceira dos aeroportos Santos
Dumont e Tom Jobim. O evento contou com
times antiterrorismo a distância, com 22 embarcações, 2 blindados anfíbios, 157
veículos e uma equipe do Grupo de Mergulhadores de Combate da Marinha, além de
uma tropa de 7738 militares do Exército. (Correio Braziliense – 27/07/13;
Correio Braziliense – 30/07/13; O Estado de S. Paulo – Metrópole – 27/07/13; O
Estado de S. Paulo – Metrópole – 29/07/13)
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
Periódico lembra atuação de ex-reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica
Segundo o jornal Folha de S. Paulo,
faleceu, no dia 18/07/13, o ex-reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica
(ITA), Michal Gartenkraut. Segundo a Folha,
Gartenkraut foi reitor do ITA entre os anos de 2001 e 2005 e, em seu último ano
no cargo, permitiu que seis ex-alunos da instituição que foram perseguidos
durante o regime militar (1964-1985) colassem grau. O jornal ressaltou que a
ação de Gartenkraut “desagradou as Forças Armadas”, sendo substituído um mês
depois da entrega dos diplomas. Essa foi a primeira vez que uma instituição pública
de ensino reconheceu a estudantes perseguidos o direito de colar grau. (Folha
de S. Paulo – Cotidiano – 23/07/13)
Comissão Nacional da Verdade quer acesso a documentos do Ministério do Trabalho
De acordo com o jornal Folha de S.
Paulo, um grupo de trabalho da Comissão Nacional da Verdade, que analisa
questões de repressão a sindicalistas durante o regime militar (1964-1985),
reivindica o acesso a documentos do Ministério do Trabalho que podem trazer
informações sobre a perseguição de trabalhadores. De acordo com o secretário
nacional de políticas sociais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Expedito
Solaney, o Ministério “expedia cartas de destituição” dos sindicatos. Segundo a
Folha, os sindicalistas que atuam no
grupo de trabalho participaram, no dia 23/07/13, “de um evento para mobilizar
sindicatos a levantar documentos e informações que auxiliem os trabalhos do
grupo”. (Folha de S. Paulo – Poder – 23/07/13)
Comando brasileiro da MONUSCO nega apoio às Forças Armadas do Congo
Segundo o periódico Folha de S. Paulo, o general brasileiro Carlos Alberto dos Santos
Cruz, que já comandou as tropas da Missão das Nações Unidas para Estabilização
do Haiti (MINUSTAH, sigla em francês) e agora está à frente da Missão das
Nações Unidas para Estabilização da República Democrática do Congo (MONUSCO)
afirmou que, nesse momento, não apoiará as Forças Armadas do país no conflito
contra o grupo rebelde M23. Santos Cruz, que há cerca de um mês assumiu o
comando do maior contingente da Organização das Nações Unidas (ONU), com
aproximadamente 19 mil homens, também é o primeiro comandante de forças de paz
que possui permissão para operações de ataque. No dia 17/07/13, o
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que o apoio “logístico e de
treinamento” dado ao Exército local seria revisto, pois as forças são alvos de
diversas críticas, dentre elas, violações dos direitos humanos, abusos nos
combates contra o M23, maus-tratos contra detidos, profanação de corpos dos
oponentes, além de estupro. Segundo Santos Cruz, para que o Exército do Congo
obtenha apoio da ONU, não podem haver denúncias desse tipo. Outro fator que
impede o apoio da ONU às forças armadas do Congo é um “processo político
aberto”, com o qual a ação militar deve estar coordenada. Para o general
brasileiro, uma vez que o mandato autoriza ofensivas preventivas no que diz
respeito a ações violentas contra a população, estará disposto a “proteger os
civis com força total” desde que haja informação suficiente. (Folha de S. Paulo
– Mundo – 22/07/13)
Base de lançamentos de foguetes de Alcântara volta à agenda de negociações
Em coluna para o jornal Folha de S.
Paulo, o jornalista Elio Gaspari afirmou que o tema da participação estadunidense
na base de lançamento de foguetes na cidade de Alcântara, estado do Maranhão,
voltou à agenda de negociações da presidenta da República Dilma Rousseff. De
acordo com jornalista, “o projeto de Alcântara é de 1983, já consumiu R$ 400
milhões, matou 21 cientistas e não serviu para lançamento relevante. Atualmente,
patina numa parceria com a Ucrânia”. A localização privilegiada da Base de
Alcântara, próxima à linha do Equador, atraiu o interesse dos Estados Unidos no
ano 2000, mas a Força Aérea Brasileira (FAB) não aprovou a criação de áreas
restritas em seu território, e logo depois, o ex-presidente da República, Luiz
Inácio Lula da Silva, se opôs à participação estadunidense. Gaspari afirmou que
a aproximação com os Estados Unidos pode ser uma boa ideia, mas relembrou que,
nos anos 1950, o então presidente da República, Juscelino Kubitschek, permitiu
a instalação de uma base estadunidense de rastreamento de mísseis no
arquipélago de Fernando de Noronha, no estado de Pernambuco, assegurando que a
operação resguardaria a soberania nacional na ilha. No entanto, documentos
sigilosos revelaram que certos equipamentos ficaram inacessíveis aos
brasileiros. Na época, quando um oficial brasileiro foi impedido de entrar em
uma sala, o então ministro da Guerra, Henrique Lott, levou o caso ao
Estado-Maior do Exército. A resposta que obteve do coronel Ernesto Geisel,
encarregado do assunto, foi “tais restrições foram aceitas por Vossa
Excelência”. (Folha de S. Paulo – Poder – 21/07/13)
Segurança na Jornada Mundial da Juventude
De acordo com o jornal Correio Braziliense, no dia 20/07/13, antevéspera da chegada do
papa Francisco ao Brasil, a presidenta da República, Dilma Rousseff, se
encontrou com os ministros da Defesa, Celso Amorim, da Justiça, José Eduardo
Cardoso, da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e
das Relações Exteriores, Antônio Patriota, com o intuito de revisar detalhes da
atuação do governo federal na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), especialmente
no que se referia às ações de segurança e logística, assim como atividades que
envolveriam a presidenta. A Agência Brasileira de Inteligência alertou sobre a
possibilidade de manifestações durante o evento; porém, o governador do estado do
Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, afirmou, em coletiva de imprensa, que as forças
de segurança estavam preparadas para lidar com a situação, recusando a oferta
de Rousseff em disponibilizar homens do Exército para auxiliar na manutenção da
ordem, com atenção à zona sul da cidade. Segundo o Correio, a atmosfera que predominava entre as autoridades
brasileiras durante a visita do papa Francisco ao país era de apreensão,
principalmente por causa das manifestações que vem ocorrendo no Brasil desde o
último mês, e que ocorreram durante a JMJ. Outros problemas foram a decisão do
pontífice de abrir mão de alguns aparatos de segurança, como os carros
blindados, para que pudesse estar mais próximo da população; e algumas mudanças
na agenda do evento. Segundo o general e coordenador da segurança das Forças Armadas, José
Abreu, haveria maior tranquilidade por parte dos responsáveis pela segurança se
o papa tivesse optado por carros blindados. De acordo com os jornais Correio Braziliense e O Estado de S. Paulo, na chegada ao
país, o pontífice foi recebido por autoridades brasileiras no Palácio Guanabara,
realizando o deslocamento em helicóptero do 3º Comando Aéreo Regional. Já no
terceiro dia de estadia, o papa Francisco visitou o Santuário Nacional de Nossa
Senhora de Aparecida, na cidade de Aparecida do Norte, estado de São Paulo, e
contou com uma equipe de segurança de 5 mil homens das Forças Armadas e das
Polícias Civil, Militar e Federal, dentre esses 2,2 mil soldados do Exército. Segundo
os jornais Correio, Folha de S. Paulo
e O Estado, durante as revistas no
Santuário, membros da Força Aérea Brasileira (FAB) encontraram uma bomba
caseira composta por cano plástico “recheado de explosivos” e reforçado com
fita adesiva. Após a descoberta, a FAB acionou o Esquadrão Antibombas do
Grupo de Ações Táticas
Especiais da Polícia Militar, que isolou o lugar e, após análise de risco,
detonou o artefato. Durante a visita do papa ao Santuário de Aparecida, 4.040
militares do Centro de Coordenação de Defesa de Área de São Paulo acompanharam
os procedimentos de segurança aérea, que incluiu quatro helicópteros do Comando
de Aviação do Exército, os quais permaneceram no ar com equipes de intervenção
rápida antiterrorismo e de resgate, sendo uma das aeronaves equipada com
sistema ótico digital de grande distância em alta resolução. Atiradores de
precisão (snipers) do esquadrão da Guarda Suíça, capazes de atingir alvos a 800
metros, estavam posicionados na cobertura da praça do Santuário. No dia 26/07/13,
O Estado informou que militares da
Marinha e agentes da Policia Federal revistaram oito casas que poderiam ser
visitadas pelo papa em sua visita à favela da Varginha, na zona norte do Rio de
Janeiro. Segundo O Estado, os
fuzileiros navais procuravam por artefatos químicos, biológicos, radiológicos e
nucleares e os policiais federais por explosivos. De acordo com o Correio, o esquema de segurança
individual preparado para o papa Francisco foi o maior do gênero já montado no
país, e contou ao todo com o envolvimento de cerca de 17 mil homens. Além
disso, de acordo com O Estado, o
preço final das operações de segurança para a visita do pontífice foi menor que
a estimativa inicial. O governo, que previa gasto de R$ 74 milhões, pagou
apenas R$ 27,5 milhões em treinamento, combustível, transporte, alimentação e
infraestrutura. Segundo Amorim, "os principais investimentos visam a
modernizar as Forças Armadas e não apenas atender às demandas dos grandes
eventos”. (Correio Braziliense – 20/07/13; Correio Braziliense
– 21/07/13; Correio Braziliense – Política – 22/07/13; Correio
Braziliense – 23/07/13; Correio Braziliense - 24/07/13; Folha de S.
Paulo – Poder – 22/07/13; Folha de S. Paulo – Poder – 23/07/13; O Estado de S.
Paulo – Metrópole – 20/07/13; O Estado de S. Paulo – Metrópole – 21/07/13; O Estado
de S. Paulo – Metrópole – 23/07/13; O Estado de S. Paulo – Metrópole –
24/07/13; O Estado de S. Paulo – Metrópole – 25/07/13; O Estado de S. Paulo –
Metrópole – 26/07/13)
Uso de aviões da Força Aérea Brasileira gera repercussões
De acordo com o jornal Correio
Braziliense, a Força Aérea Brasileira (FAB) cancelou o voo que levaria a
comitiva de imprensa internacional que acompanharia o papa Francisco à
Aparecida do Norte, cidade do estado de São Paulo, durante a Jornada Mundial da
Juventude. Em 2007, durante a visita do Papa Bento XVI, foi fornecida uma
aeronave da FAB para o mesmo trajeto. Entretanto, este ano o Vaticano foi
informado de que o avião não estaria disponível. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o vice-presidente
da República, Michel Temer, classificou o uso indevido de aeronaves da FAB por
autoridades como “cochilos”. Temer afirmou que os episódios envolvendo os
parlamentares Renan Calheiros, Henrique Eduardo Alves e Garibaldi Alves não
foram deliberados no sentido de se aproveitar do bem público e justificou que o
uso de um avião comercial para uma autoridade sozinha tem alto custo. O vice-presidente
ressaltou que os cofres públicos foram ressarcidos. Já o colunista do Estado, Fábio Porchat, ironizou a
atitude de Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves e comparou a FAB à uma
companhia aérea de aviação civil. Ainda sobre o tema, os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo informaram que o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, utilizou um avião da FAB para
ir à Cuba no feriado de Carnaval, em fevereiro de 2013, com o objetivo de
“fechar intercâmbio de atletas entre os dois países para os jogos de 2016”. Os
jornais ressaltaram que o ministro foi acompanhado pela mulher e pelo filho; e,
como resposta, o Mistério do Esporte informou em nota que os familiares do
ministro o “acompanharam na viagem a Cuba como convidados do governo daquele
país”, e não causaram acréscimo ao custo da viagem. O ministério afirmou à Folha que os dois convidados
"cumpriram programação definida pelo protocolo cubano", enquanto o
ministro justificou seus compromissos em Havana, tendo sido recebido por
autoridades do país. Líderes de partidos da oposição cobraram que Rebelo se
explique à Comissão de Ética da Presidência da República e devolva do dinheiro
do voo. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, as regras para o
uso de aeronaves da FAB por autoridades foram criadas em 2002, a partir do
Decreto 4.244, no contexto de escândalos de viagens envolvendo ministros no
governo de Fernando Henrique Cardoso. As regras, apesar de não serem claras
quanto a “caronas dadas por autoridades”, definem os critérios para uso de jatos
da FAB: "segurança ou emergência médica", "serviço" e
"deslocamento para o local de domicílio". (Correio Braziliense –
20/07/13; Folha de S. Paulo – Poder – 24/07/13; Folha de S. Paulo – Poder –
25/07/13; O Estado de S. Paulo – Política – 21/07/13; O Estado de S. Paulo –
Caderno2 – 21/07/13; O Estado de S. Paulo – Política – 25/07/13)
Evo Morales pede desculpas ao Brasil por vistoria em avião da Força Aérea Brasileira
Segundo o jornal Correio
Braziliense, no dia 19/07/13, o presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu
desculpas públicas ao governo e ao povo brasileiro pela vistoria no avião da
Força Aérea Brasileira (FAB) que transportava o Ministro da Defesa, Celso
Amorim, à capital do país, La Paz. O ocorrido foi em outubro de 2011. Morales
afirmou que a inspeção não recebeu ordem oficial do governo boliviano, e
atribuiu a ação à polícia boliviana. Segundo o jornal, o governo brasileiro
classificou o procedimento como uma violação das aeronaves da FAB e emitiu uma
nota afirmando que uma reclamação teria sido feita na época ao governo da
Bolívia, na qual informava que a repetição de tal procedimento seria respondida
com o princípio da reciprocidade. Desde então não foram registrados novos
episódios. (Correio Braziliense – 20/07/13)
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