quarta-feira, 4 de julho de 2012

Família de Herzog manifesta indignação diante a postura do Brasil na OEA

Segundo os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, a família do jornalista Vladimir Herzog, que morreu sob tortura em 1975 após comparecer ao Destacamento de Operações de Informações-Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) do estado de São Paulo, criticou o Brasil após este afirmar à Organização dos Estados Americanos (OEA), em sua defesa, que é impossível abrir ação criminal para apurar a morte do jornalista, uma vez que a Lei de Anistia (1979) impede um novo processo. Além disso, o Brasil alegou perante a OEA que o Estado já reconheceu por duas vezes sua responsabilidade pelo fato e que mantem um diálogo com o Instituto Vladimir Herzog, para o qual foi concedido o Prêmio Nacional de Direitos Humanos, em 2011. O filho do jornalista e diretor do instituto, Ivo Herzog, classificou a argumentação brasileira como inaceitável, inclusive as afirmações a respeito do instituto, e pediu uma retratação por parte do Estado. De acordo com a Folha, Ivo disse que a análise do caso pela Comissão da Verdade não é suficiente. A diretora do Centro pela Justiça e o Direito Internacional (Cejil), Beatriz Affonso, afirmou que o argumento do Estado brasileiro "não é coerente com o que se faz internamente sobre a dívida histórica". O Brasil foi denunciado, em março, à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA pelo Instituto Vladimir Herzog e por organizações não governamentais de direitos humanos, para que investigasse o assassinato do jornalista e reconhecesse em novo atestado de óbito que Herzog não se suicidou. (Correio Braziliense – Política - 22/06/12; Folha de S. Paulo – Poder – 22/06/12; O Estado de S. Paulo – Nacional – 22/06/12)

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