terça-feira, 24 de julho de 2012

Documentos apontam atividades terroristas na região da Tríplice Fronteira

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, documentos inéditos do serviço de inteligência do governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) revelaram que o Brasil desconfiou da existência de atividades terroristas na região da Tríplice Fronteira com a Argentina e o Paraguai no período, ressaltando ainda o risco do terrorista Osama bin Laden atacar em território nacional, três anos antes dos atentados de 11 de setembro de 2001. Os relatórios, abertos à consulta no Arquivo Nacional, devido a Lei de Acesso à Informação no dia 02/07/12, contradizem a posição oficial do Brasil, que sempre negou possuir indícios de atuação terrorista na região. O relatório, criado em 1999 por agentes da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), vinculada à Presidência, afirmou também uma suposta reestruturação na atuação do Hizbollah, grupo xiita libanês. De acordo com o documento, "Brasil e Paraguai assumiram especial relevância, passaram a servir de base para combatentes que elegeriam alvos, especialmente na Argentina e no Uruguai", sendo as atividades centralizadas na Ciudad del Este (Paraguai) e em São Paulo (Brasil), o que possibilitaria, assim, uma ação entre grupos radicais egípcios presentes na fronteira. Em 1998, a inteligência argentina informou à brasileira que estaria investigando, em conjunto com os norte-americanos, a possibilidade de planejamento (a partir de uma base no Brasil) do atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina, em 1994, que matou 85 pessoas e foi estimado o pior do gênero no Cone Sul. Promotores argentinos acusaram o Irã de ter planejado tal atentado, empregando o Hizbollah como o executor. Porém, o governo do Irá e o grupo negam as alegações. Em 1998, um documento referiu-se a Bin Laden e à atuação de integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia no Brasil, onde realizariam tráfico de drogas. Os documentos, segundo o jornal, apontariam a um cenário propício a ocorrência de ataques terroristas em território nacional e pela América no Sul. (Folha de S. Paulo – Poder – 03/07/12)

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