quarta-feira, 4 de julho de 2012

Comissão da Verdade colhe testemunho do legista Harry Shibata

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a Comissão da Verdade colheu, sob sigilo, o testemunho do médico legista Harry Shibata, que atuou no Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo durante os anos 1970, período do regime militar (1964-1985). Shibata foi convidado a dar informações sobre os laudos e atestados de óbito que assinava para os militares, mascarando assassinatos e torturas que ocorriam nos porões do regime, alegações estas que são negadas por ele. De acordo com o jornal, Shibata foi responsável pelo exame necroscópico realizado no jornalista Vladmir Herzog, no qual atestou suicídio, quando na verdade ele foi morto sob tortura, no Destacamento de Operações de Informações-Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), do estado de São Paulo. Contudo, o depoimento do médico legista frustrou o colegiado, pois no mês de maio, em entrevista ao jornal “O Globo”, ele havia se comprometido a fazer revelações à Comissão. Em sua defesa, Shibata negou sua responsabilidade nos fatos, afirmando que apenas cumpria ordens e que muitas vezes atuou como segundo perito, sem a responsabilidade de atestar a causa morte. Alguns membros da Comissão alegaram que o sigilo é fundamental para o trabalho, pois muitos agentes só aceitam falar nessas condições. A Folha questionou o andamento das apurações após um mês de instalação da Comissão da Verdade e, segundo o coordenador Gilson Dipp, eles estão trabalhando no ritmo adequado e sem formalismos.  (Folha de S. Paulo – Poder – 22/06/12)

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