Segundo
o periódico O Estado de S. Paulo, no contexto do julgamento do coronel
reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra pelo Superior Tribunal de Justiça
(STJ), a ministra Nancy Andrighi defendeu a Lei da Anistia (1979) como
mecanismo de pacificação do país, considerando-a “uma benção”. A ministra
afirmou que as ações destinadas a responsabilizar agentes de Estado por
possíveis violações ocorridas no regime militar (1964-1985) não têm procedência
legal. Segundo Andrighi, as vítimas da violações de direitos humanos do período
podem apresentar “demandas contra o Estado, mas não contra os seus agentes, uma
vez que foram beneficiados pela Anistia”. O processo refere-se a um recurso
especial apresentado por Ustra contra uma decisão do Tribunal de Justiça de São
Paulo, que atribui a ele responsabilidade por violações ocorridas no
Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa
Interna (DOI-CODI), no período em que comandava a instituição. De acordo com o
advogado da família, Joelson Dias, “trata-se de uma ação na área cível, que não
envolve diretamente acusações de tortura que teriam sido cometidas por Ustra,
mas sim a sua responsabilidade como agente de Estado por violações de direitos
humanos ocorridas em áreas sob seu comando”. (Estado de S. Paulo – Política –
22/08/2014)
terça-feira, 26 de agosto de 2014
Jornalista Míriam Leitão relata ter sofrido tortura durante o regime militar
Reprodução. Relato. A jornalista Míriam
Leitão, vítima da ditadura militar
O
Estado de S. Paulo, São Paulo, 20 agosto, 2014, P. 11.
Arquivos confidenciais sobre opositor do regime militar são liberados
De
acordo com o periódico Folha de S. Paulo, a Comissão Estadual da Verdade do Rio
de Janeiro entregou à filha do cineasta Glauber Rocha, Paloma Rocha, documentos
confidenciais do Serviço Nacional de Informações sobre o diretor produzidos
durante o regime militar (1964-1985). Os documentos relatam prisões, as
relações de Rocha no mundo artístico, entrevistas à imprensa internacional e a
característica "esquerdista" do cinema novo. Segundo a Folha, na
primeira página de um dos documentos, a palavra “morto” aparece escrita à
caneta, podendo ser um código para assassinar o opositor, como mencionado pelo
ex-paraquedista Valdemar Martins de Oliveira em seu depoimento. Porém, o jornal
destacou que apenas o código não comprova o que de fato ocorreu. (Folha de S.
Paulo – Ilustrada – 18/08/14)
Aeronáutica investiga queda da aeronave que transportava o candidato à presidência da República Eduardo Campos
Segundo os periódicos
Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, a Força Aérea
Brasileira (FAB) informou, no dia 15/08/14, que os registros de áudio da
caixa-preta da aeronave que transportava o candidato à presidência da República
Eduardo Campos não correspondem ao voo que caiu no dia 13/08/14. A Agência
Nacional da Aviação Civil (Anac) afirmou que o equipamento é considerado
fundamental para apuração de acidentes aéreos e é obrigatório, sendo o
comandante responsável por averiguar o funcionamento do aparelho antes de cada
voo. A Aeronáutica informou que irá apurar a possibilidade de uma falha ter
parado o funcionamento da gravação, mas que apesar de serem importantes, os
dados da caixa-preta são apenas mais um elemento de investigação, não sendo
imprescindíveis para a análise e identificação das causas do acidente. O Estado
informou que FAB irá averiguar quando foi a última vez que o funcionamento do
gravador foi checado, quem fazia a manutenção e se houve pane anterior, além de
apurar se os pilotos do voo tinham o hábito de verificar o equipamento antes da
decolagem e se levantaram informações sobre as condições de tempo e de pista da
cidade de Santos no dia do voo. Em entrevista ao periódico Folha de S. Paulo, o
comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, informou que o órgão está
realizando consultas ao fabricante da aeronave e à empresa de manutenção para
averiguar o motivo do equipamento não ter realizado gravações durante o voo, o
que não é usual. Saito lembrou que o órgão utiliza outros meios de análise além
da caixa-preta, como as condições das turbinas e dos flaps e as gravações dos
radares, e que apesar do estado danificado das turbinas, essas ainda permitem
boas condições de análise. O comandante informou que apesar de ainda não ser
possível descartar a possibilidade de falha mecânica, pode-se constatar que o
trem de pouso e os flaps funcionaram. A hipótese de colisão com drones ou
pássaros foi descartada por Saito, pois nas condições climáticas tais elementos
não se encontrariam no caminho da aeronave. Segundo Saito, na última
comunicação com a Base do Guarujá, o piloto informou que estava esperando
melhora nas condições climáticas para poder aterrissar. De acordo com a Folha,
apesar dos dois motores da aeronave terem sido recuperados, o fato do avião ter
se fragmentado devido ao impacto com o solo dificulta as investigações, assim
como a ausência no jato de um gravador de dados de voo, o qual monitora o
comportamento dos equipamentos do avião. De acordo com O Estado, todos os
diálogos do piloto com os centros de controle do tráfego aéreo, das cidades do
Rio de Janeiro, São Paulo e Santos estão gravados e serão utilizados pelo
Cenipa nas investigações. Segundo o periódico, dados já coletados permitem
afirmar que a aeronave se encontrava em movimento vertical no momento da
colisão com o solo e que os destroços estavam soterrados a quatro metros da
superfície e concentrados no local da queda, além de informar que a explosão da
aeronave ocorreu no solo. O Estado informou que na manhã do dia 15/08/14 a
Polícia Federal cercou a área do acidente e iniciou, com apoio de oficiais da
Aeronáutica, um trabalho que objetiva reconstruir a cena da tragédia, buscando
apontar o traçado exato realizado pelo jato quando colidiu com o solo. De acordo
com Correio, o órgão não descartou até o momento nenhum motivo para a queda da
aeronave, incluindo falha mecânica, já que o avião apresentou pane elétrica
recente. De acordo com os jornais Folha e O Estado, o manual da aeronave
alertava para o risco
de mergulho abrupto caso os flaps (dispositivos que aumentam a área das asas
para aumentar a estabilidade do avião durante subidas e arremetidas) fossem
recolhidos enquanto a aeronave estivesse em velocidade superior a 370km/h.
Segundo a Folha, o comandante da Aeronáutica afirmou que “os flaps estavam
recolhidos”. O Estado informou que
militares envolvidos na investigação destacaram que existem técnicas que
possibilitam averiguar dados importantes no momento do impacto, mas não durante
a arremetida. (Correio Braziliense –
16/08/14; Folha de S. Paulo – Poder – 16/08/14; Folha de S. Paulo – Poder –
19/08/14; O Estado de S. Paulo – Política – 16/08/14; O Estado de S. Paulo –
Política – 19/08/14)
terça-feira, 19 de agosto de 2014
Aeronáutica investiga acidente envolvendo avião de Eduardo Campos
De
acordo com o periódico O Estado de S. Paulo, o Centro de Investigação e
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Força Aérea Brasileira
(FAB) responsável por investigar acidentes aéreos, pretende fazer a
reconstituição da queda do jato que transportava Eduardo Campos, ex-governador
do estado de Pernambuco e candidato às eleições presidenciais de 2014, que
viajava com uma equipe de seis pessoas. Segundo o jornal, os peritos da
Aeronáutica pretendem realizar um mapa da trajetória da aeronave e não
descartam a possibilidade do acidente ter sido causado por um Veículo Aéreo Não
Tripulado (VANT), que operava no momento do acidente. A FAB confirmou ter
emitido um alerta aos pilotos sobre a existência de uma área reservada para
voos de VANTs nas proximidades da Base Aérea de Santos. De acordo com o jornal
Folha de S. Paulo, a FAB deve executar um procedimento de rotina com o objetivo
de avaliar se os pilotos do jato voaram mais horas seguidas do que o permitido
nas últimas semanas. (Folha de S. Paulo – Poder – 15/08/14; O Estado de S.
Paulo – Política – 15/08/14)
Depoimento revelou que presos políticos foram executados na Guerrilha do Araguaia
De
acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o testemunho prestado em novembro de
2013 pelo general reformado Nilton Cerqueira à Comissão Nacional da Verdade
(CNV), divulgado recentemente em audiência pública, prova que o Exército
executou presos políticos na Guerrilha do Araguaia (1972-1974). Cerqueira, que
chefiou a operação que matou o guerrilheiro Carlos Lamarca em 1971, atuou na
fase final do conflito do Araguaia e afirmou que “prender terroristas não era
uma opção”. Segundo a Folha, Cerqueira foi chamado novamente para depoimento em
julho de 2014 sobre o atentado no Riocentro, porém se recusou a falar. O jornal
destacou que, em outro depoimento, o sargento João Sacramento relatou ter visto
três homens considerados desaparecidos do Araguaia ainda com vida após serem
capturados: Divino Ferreira de Souza, Daniel Callado e Antônio de Pádua. O
coronel reformado Sebastião Curió, que também atuou na guerrilha, revelou que
não pretende comparecer à audiência pública, porém aceitou ser ouvido no
Hospital das Forças Armadas, na capital federal Brasília. (Folha de S. Paulo –
Painel – 12/08/14)
Documento comprovou tortura em hospital militar durante o regime
De
acordo com os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, uma análise
pericial apresentada à Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro comprovou
que o engenheiro Raul Amaro Nin, apontado como membro do Movimento
Revolucionário Oito de Outubro (MR-8), foi torturado e morto nas dependências
do Hospital Central do Exército (HCE). Segundo O Estado, Ferreira foi preso
durante o regime militar (1964-1985) e levado pela polícia do Exército no dia
01/08/1971 ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops), sendo transferido
para o Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de
Defesa Interna (DOI-Codi) no dia seguinte. Em 04/08/1971, o engenheiro, ferido,
foi encaminhado ao HCE, onde morreu oito dias depois. A análise pericial, feita
pelo médico-legista Nelson Massini, provou que Ferreira foi torturado em pelo
menos duas ocasiões durante sua permanência no hospital: entre os dias 06 e 07
e novamente no dia 11/08. O médico ressaltou que este caso poderá dar início à
investigação de outros casos ocorridos no hospital. A presidente da Comissão
Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, Nadine Borges, afirmou que “na pior das
guerras ninguém é torturado e morto dentro de um hospital. E isso aconteceu na
ditadura brasileira. O caso de Raul Amaro é o primeiro que tomamos
conhecimento”. (Folha de S. Paulo – Poder – 12/08/14; O Estado de S. Paulo –
Política – 12/08/14)
Comissão Nacional da Verdade busca reconhecimento das Forças Armadas quanto a casos de violações aos direitos humanos
De
acordo com o periódico O Estado de S. Paulo, a Comissão Nacional da Verdade
(CNV) decidiu encaminhar ao Ministério da Defesa um novo pedido de
esclarecimento a respeito das violações aos direitos humanos cometidas nas
dependências das Forças Armadas durante o regime militar (1964-1985). O novo
pedido contesta as respostas fornecidas pelos chefes das três armas em
requisição anterior. Segundo o atual coordenador da CNV, o advogado Pedro
Dallari, nas respostas dadas foram ignorados casos documentados que haviam sido
oficialmente reconhecidos durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso. Além do pedido, a CNV promoverá debates, notas públicas e entrevistas
para pressionar os comandantes militares a reconhecerem publicamente os crimes
cometidos pelas Forças Armadas no período do regime. Segundo o jornal, o
intuito das iniciativas é obter dos militares uma retratação pública, como um
pedido de desculpas, para finalizar a reconciliação nacional. Dallari afirmou
que “é importante que reconheçam as violações, que se diga que foram fatos
lamentáveis e que não deveriam ter ocorrido”, para que a transição para a
democracia seja concluída. De acordo com o coordenador da CNV, as respostas
foram, até agora, decepcionantes e, para ele, a resistência aos pedidos
realizados deve-se, em maior parte, às ações de militares da reserva, uma vez
que "quem está na ativa hoje não tem relação com esse passado
tenebroso". (O Estado de S. Paulo – Política – 11/08/14)
terça-feira, 12 de agosto de 2014
Navio anfíbio estadunidense participa de atividades combinadas com a Marinha brasileira no Rio de Janeiro
DIVULGAÇÃO. Anfíbio.
O USS America, na preparação da viagem, que inclui escalas no
Peru e Chile. O Estado de S. Paulo,
São Paulo, 06 agosto 2014, p14.
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro concluiu o inventário do acervo do ex-presidente da República Emílio Garrastazu Médici
Segundo
o periódico Folha de S. Paulo, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
(IHGB) concluiu o inventário do arquivo do ex-presidente da República, general
Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), coordenado pela professora Regina
Wanderley. O acervo, que contém 475 itens documentais e centenas de
fotografias, foi doado em 2004 ao Instituto pelo filho e assessor especial do
general, Roberto Nogueira Médici. Dentre os documentos, há uma cópia de uma
lista apreendida na casa de um dirigente da Vanguarda Popular Revolucionária
(VPR), que contém os nomes de 28 presos da cidade de São Paulo que seriam
libertados em troca do então embaixador alemão, Ehrenfried von Holleben, que
planejavam sequestrar. O nome da presidenta da República, Dilma Rousseff,
estava nesta lista. Esse sequestro era de conhecimento do Destacamento de
Operações e Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), que
não o impediram de ocorrer. O embaixador foi trocado por 40 presos políticos,
mas da lista, somente 6 entraram, deixando a presidenta de fora. Há também dois
telegramas de senadores do partido governista expedidos depois da edição do Ato
Institucional nº 5, sendo que no primeiro, 20 senadores protestavam contra a
implantação do Ato, e no segundo, 34 apoiavam, mas 7 dos senadores assinaram os
dois. O general também possuía uma representação do ministro da Justiça e
ex-reitor da Universidade de São Paulo (USP), Luís Antônio da Gama e Silva
propondo a cassação dos 20 signatários do primeiro telegrama. Se Gama e Silva
tivesse prevalecido, o regime militar (1964-1985) tomaria um rumo mais radical.
Médici guardou, também, pelo menos três lotes de documentos denunciando o que
acontecia nas prisões, o que demonstra o seu conhecimento a respeito das
torturas praticadas durante a sua gestão. (Folha de S. Paulo – Poder –
06/08/14)
Complexo de favelas registrou aumento de taxa de criminalidade após ocupação
De
acordo com o periódico O Estado de S. Paulo, a taxa de criminalidade nos
Complexos das favelas do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, aumentou após
novembro de 2010, período que marca o início da ocupação das comunidades
cariocas pelas forças de segurança. O total de ocorrências no primeiro semestre
de 2014 foi 30,1% maior do que o registrado no primeiro semestre de 2010, antes
da ocupação. Segundo os dados fornecidos pelo jornal, os crimes prejudicaram
tanto policiais e militares presentes nas Unidades de Polícia Pacificadora
(UPPs) quanto civis. O comandante das UPPs afirmou que o aumento dos tiroteios
pode estar relacionado a questões políticas, tendo em vista que a pacificação
causou prejuízo ao crime organizado. A Secretaria de Segurança (Seseg)
ressaltou que, após a ocupação, os moradores têm maior liberdade para registrar
crimes ocorridos na região. O jornal informou ainda que houve aumento nas taxas
de apreensão de drogas e diminuição da incidência de roubos e furtos. (O Estado
de S. Paulo – Metrópole – 05/08/14)
Festa literária promoveu debate sobre o regime militar
De
acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a Festa Literária Internacional de
Paraty (Flip) promoveu, no dia 02/08/14, debates sobre assuntos como a
repressão e a resistência no regime militar (1964-1985). O jornalista Bernardo
Kucinski, Marcelo Rubens Paiva, filho do ex-deputado federal Rubens Paiva,
morto em 1971, e o economista e ex-preso político Persio Arida participaram da
mesa “Memórias do Cárcere: 50 anos do golpe”, na qual expuseram suas
experiências e opiniões sobre o tema. Paiva mencionou o papel histórico da
Comissão Nacional da Verdade ao contar a história do pai, e declarou esperar
justiça do Ministério Público. Kucinski ressaltou a questão dos desaparecidos
políticos e do julgamento e punição dos envolvidos, reafirmando a necessidade
de “uma política pública de educação para as novas gerações sobre o que é a
violência e a ditadura”. (Folha de S. Paulo – Política – 03/08/14; O Estado de
S. Paulo – Caderno 2 – 02/08/14; O Estado de S. Paulo – Política – 03/08/14)
Justiça aprovou alteração na certidão de óbito do guerrilheiro Ruy Carlos Berbert morto durante o regime militar
De
acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a certidão de óbito do guerrilheiro
Ruy Carlos Berbert terá a causa da morte alterada de suicídio para “asfixia
mecânica por enforcamento, decorrente de maus tratos e torturas”. A decisão foi
tomada pela Justiça após ação movida por Rodrigo Berbert Pereira, sobrinho do
guerrilheiro. A versão oficial da morte de Berbert foi questionada pelo jornal,
em 2012, com a publicação de fotos e relatórios até então inéditos. Segundo O
Estado, o guerrilheiro foi morto na cadeia pública de Natividade, atual estado
de Tocantins, em 1972, durante o regime militar (1964-1985). Berbert foi
enterrado no dia 02/11/1972 sem avaliação de um médico legista, tendo o
atestado de morte dado por dois farmacêuticos. Segundo o jornal, após relato do
fotógrafo Antônio Rodrigues de França, que foi chamado pela delegacia de
Natividade para registrar a morte do guerrilheiro preso na cadeia pública, O
Estado revelou que o Centro de Informações do Exército (CIE) organizou uma
força-tarefa envolvendo homens da 3.ª Brigada de Infantaria, da Polícia
Federal, da Aeronáutica e do Destacamento de Operações de Informações - Centro
de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) para combater militantes do Movimento
de Libertação Popular (Molipo), grupo
que Berbert integrava, na região. O desembargador que avaliou a ação,
André Nabarrete, afirmou que “o regime militar matou e torturou ‘inúmeros’
militantes oposicionistas, que foram considerados suicidas ou vítimas de
acidentes” e, portanto, decidiu ser razoável entender que Berbert não cometera
suicídio. O jornal relembrou que já alteraram as certidões de óbitos de Alexandre
Vannuchi Leme, morto em 1973; Vladimir Herzog, morto em 1975; e João Batista
Drummond, morto em 1976. (O Estado de S. Paulo – Política – 02/08/14)
Membro da Comissão Nacional da Verdade afirmou que tortura ainda é comum no Brasil
De
acordo com o jornal Folha de S. Paulo, Pedro Dallari, coordenador da Comissão
Nacional da Verdade (CNV), comparou o atual período vivido pelo Brasil com o
regime militar (1964-1985), ao declarar que "a tortura persiste como uma
política sistemática na segurança do país”. Dallari afirmou que a tortura ainda
é vista como algo corriqueiro e declarou que o caso de Amarildo de Souza,
pedreiro que foi torturado e morto por policiais militares de uma Unidade de
Polícia Pacificadora do Rio de Janeiro, remete ao caso do ex-deputado federal
Rubens Paiva, desaparecido durante o regime. Rosa Cardoso, integrante da CNV,
informou que o país ainda "usa mecanismos criados desde a época de Getúlio
Vargas” e defendeu que tais “aparelhos de terror” sejam desmontados. (Folha de
S. Paulo – Poder – 02/08/14)
terça-feira, 5 de agosto de 2014
Exército cria órgão para levantar informações e monitorar movimentos sociais em manifestações
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o Exército criou um órgão para captar informações e monitorar quaisquer movimentos sociais que tenham o “potencial” para prejudicar a execução de uma missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Segundo O Estado, o órgão constituirá a 4ª subchefia do Comando de Operações Terrestres (Coter) que reunirá, além de informações de inteligência, dados de guerra eletrônica, comunicação social, operações psicológicas e defesa cibernética, e receberá dados de todos os órgãos que integram o Sistema de Inteligência do Brasil (Sisbin), como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o Centro de Inteligência do Exército (CIE), a Polícia Federal, órgãos de informações estaduais, entre outros. De acordo com o Exército, o órgão possui caráter preventivo e permite que a Força inicie uma ação munida de dados que permitam o completo “levantamento de consciência situacional” para que atue de forma proporcional à necessidade, evitando qualquer dano colateral. De acordo com o jornal, em caso de operação de GLO envolvendo um movimento social, os dados permitiriam ao Exército conhecer o líder para assim isolá-lo, além do material usado nas táticas de atuação. Segundo O Estado, oficiais teriam afirmado que não haverá infiltração de militares nos movimentos sociais. (O Estado de S. Paulo – Metrópole – 31/07/14)
Ocupação dos militares no complexo da Maré é prorrogada
Segundo os periódicos Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, o governador do estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, o secretário de Segurança do estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, o general José Carlos de Nardi, o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o ministro da Defesa, Celso Amorim, se reuniram no dia 29/07/14 na cidade do Rio de Janeiro e decidiram pela prorrogação da presença das Forças Armadas na ocupação do complexo da Maré. Cerca de 2.400 membros do Exército e da Marinha participam da operação desde 05/04/14, e a saída estava marcada para o dia 31/07/14. Porém, eles permanecerão no local até a data marcada para o segundo turno das eleições, dia 26/10/14, quando se iniciará o processo de transição para a implantação de uma Unidade de Política Pacificadora no complexo. Para que a prorrogação da presença dos militares na Maré se concretize, a presidenta da República, Dilma Rousseff, deve assinar uma nova Garantia da Lei e da Ordem, instrumento que dá poder de polícia ao Exército e regulamenta o local e o período da ocupação. (Folha de S. Paulo – Cotidiano – 30/07/14; O Estado de S. Paulo – Metrópole – 30/07/14)
Empresário questiona contratos federais envolvendo membros regime militar
De acordo com o periódico O Estado de S. Paulo, em depoimento à Comissão Nacional da Verdade (CNV) no dia 29/07/14, o empresário Humberto Costa Pinto fez declarações a respeito do enriquecimento ilícito de militares durante o regime militar (1964-1985). Ele declarou que, em 1982, sua empresa teve contrato com o Instituto do Açúcar e do Álcool rescindido unilateralmente, sendo substituída por empresa comandada por pessoas ligadas ao regime. Para o membro da CNV José Carlos Dias, esse depoimento é relevante, pois contraria a narrativa de que os militares não tinham interesse de enriquecer através do regime. (O Estado de S. Paulo – Política – 30/07/14)
Ex-sargento do Exército recusou-se a responder perguntas à Comissão Nacional da Verdade
De acordo com o periódico Correio Braziliense, o ex-sargento do Exército Ubirajara Ribeiro de Souza, ouvido pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) no dia 28/07/14, recusou-se a responder perguntas sobre participação em torturas e assassinatos durante o regime militar (1964-1985). Segundo a CNV, Inês Etienne Romeu, ex-presa política e sobrevivente do centro de tortura conhecido como “Casa da Morte de Petrópolis”, denunciou a participação de Souza. O jornal ainda informou que, no dia 25/07/14, o militar Euler Moreira Moraes prestou depoimento sobre casos de tortura e morte relatados na I Companhia da Polícia do Exército da Vila Militar do Rio de Janeiro. Segundo O Estado de S. Paulo, o general reformado Nilton Cerqueira e os capitães Jacy e Jurandyr Oschendorf e Souza, em audiência na CNV dia 29/07/14, também não responderam às perguntas sobre atos que os ligariam a violações de direitos humanos durante o regime. O advogado dos militares, Rodrigo Roca, os orientou a manter silêncio sobre o atentado do Riocentro, as denúncias sobre a “Casa da Morte de Petrópolis” e a morte do deputado Rubens Paiva. (Correio Braziliense – Brasil – 29/07/14; O Estado de S. Paulo – Política – 30/07/14)
Imagem que aponta participação de membros do regime militar na morte de Zuzu Angel foi apresentada à Comissão Nacional da Verdade
Arquivo O Globo, 14/04/76. O ex-delegado Cláudio Guerra afirma que a pessoa indicada na fotografia acima, com o veículo em que estava Zuzu Angel, é o coronel Cláudio Perdigão. Correio Braziliense, 26 jul 2014.
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