terça-feira, 25 de novembro de 2014

Almirante Mario Cesar Flores discorreu sobre a ausência dos temas política externa e defesa nacional nos programas eleitorais de 2014

Em coluna opinativa para o jornal O Estado de S. Paulo, Mario Cesar Flores, almirante-de-esquadra do Brasil e ex-ministro da Marinha no governo do presidente Fernando Collor de Mello, discorreu sobre a ausência nos programas eleitorais de todos os candidatos à presidência da República de temas que “frequentam o cotidiano da mídia mundial”: as relações internacionais e a defesa nacional. Flores relatou que nas campanhas  dos então candidatos Dilma Rousseff, Aécio Neves e Marina Silva, o Brasil era apresentado como um país que não afetava ou era afetado pela conjuntura do mundo na economia, na “(des)ordem política e social e no meio ambiente”, mostrando ser um país seguro, imune a ameaças e sem motivos para uma preocupação com a defesa nacional. O almirante relatou que o Brasil, sendo a 7ª economia global, não poderia ser indiferente aos “destemperos desumanos”, como os massacres africanos, a atuação do Estado Islâmico e o sofrimento dos povos “pela desordem político-social” e catástrofes naturais. Para o almirante, “a pretensão à cadeira permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) pressupõe a aceitação da responsabilidade correlata”. Flores também descreveu que atualmente não existem de fato ameaças clássicas ao Brasil, mas que a dinâmica da História não sugere a “continuidade indefinida” da atual situação e, portanto, Forças Armadas modernas não podem ser improvisadas quando uma ameaça surgir repentinamente. Neste sentido, o almirante afirmou que não se deve cultivar perspectivas radicais para a defesa nacional, mas que isto não significa ignorar sua responsabilidade do “alto nível político”. Em conclusão, Flores argumentou que a propaganda eleitoral de 2014 praticamente ignorou a política externa e a defesa nacional, pois esses temas “não rendem votos, por ignorância, indiferença mental e porque se trata de temas que – tanto quanto a grande massa pode entender – não afetam seu cotidiano comumente sofrido”. (O Estado de S. Paulo – Espaço Aberto – 19/11/14)

Militares aguardam uma mudança nos comandos das Forças Armadas

De acordo com o periódico Correio Braziliense, há uma grande expectativa entre os militares sobre a escolha dos comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica para o segundo mandato da presidenta da República, Dilma Rousseff. Segundo o Correio, a expectativa se deve ao fato de que a manutenção dos atuais comandantes, no poder desde 2007, estaciona “a fila de promoções nos escalões subsequentes”. Apesar de não haver algum impedimento explícito sobre o limite de tempo para permanência de um comandante no cargo, o general Castelo Branco instituiu, em 1960, um princípio que estabelece o rodízio de militares nos cargos superiores para evitar o acúmulo de poder e promover a entrada de novas ideias nos comandos. Sem a rotação dos militares no poder, aqueles que poderiam ocupar um cargo de comando não conseguem tal posição antes de entrarem na reserva. Rousseff poderia escolher um militar da reserva, mas essa decisão prolongaria a estagnação das promoções, uma vez que os militares da reserva não fazem mais parte do quadro. De acordo com o Correio, Rousseff ainda não se manifestou em relação à possibilidade de mudanças no Ministério da Defesa e nos comandos das Forças Armadas. (Correio Braziliense – Política – 17/11/14)

Comissão Nacional da Verdade aponta responsabilidade institucional dos cinco ex-presidentes militares

De acordo com o periódico O Estado de S. Paulo, o relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV) apresentará os cinco militares que ocuparam a Presidência da República durante o regime militar (1964-1985) como responsáveis institucionais pelas violações de direitos humanos ocorridas no período. Além dos presidentes, os três comandantes das Forças Armadas integrantes da junta que governou o país entre agosto e outubro de 1969 também serão responsabilizados por estas violações, que consistiam em  prisões ilegais, torturas, execuções sumárias e desaparecimentos forçados de opositores políticos. Segundo os advogados José Carlos Dias e Rosa Maria Cardoso, integrantes da CNV e responsáveis pela redação do capítulo do relatório final que tratará das responsabilizações, “os presidentes militares desenvolveram em seus governos políticas baseadas na Doutrina da Segurança Nacional, que viabilizavam e davam aval às ações violentas dos órgãos de repressão política”. De acordo com Cardoso, a cúpula militar, até a Presidência da República, sabia das violações aos direitos humanos. Em relação ao papel da CNV, a advogada afirmou que “uma das obrigações da comissão, de acordo com a lei a que a criou, é apontar essas responsabilidades. O que nós vamos fazer é uma declaração pública de responsabilidade institucional das pessoas que governaram o país”. No entanto, o relatório final não possui valor jurídico, uma vez que não significa a punição aos ex-presidentes do ponto de vista criminal ou cível. Das recomendações acerca das mudanças políticas, administrativas e institucionais presentes no relatório final, José Carlos Dias considerou como primordial o tratamento da anistia aos agentes de Estado acusados de violações dos direitos humanos: “no nosso entendimento, crimes contra a humanidade, como a tortura, não são suscetíveis de anistia e não têm prazo para prescrever”. Segundo O Estado, o relatório final será entregue à presidente da República, Dilma Rousseff, no dia 10 de dezembro de 2014, data comemorativa do Dia Internacional dos Direitos Humanos. (O Estado de S. Paulo – Política – 16/11/14) 

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Ministro da Defesa deve prestar esclarecimentos sobre a compra dos caças do programa FX-2 na Câmara dos Deputados

Evaristo Sá - AFP. 11/03/2014. Compra negociada por Amorim foi fechada dois dias antes das eleições. Correio Braziliense, Brasília. 13 nov 2014.

De acordo com o jornal Correio Braziliense, o ministro da Defesa, Celso Amorim, foi convidado pela Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos acerca do aumento de US$ 1 bilhão no valor do contrato da compra dos caças suecos Gripen NG, fechado no mês de outubro de 2014. O autor do pedido, deputado Vanderlei Macris, afirmou que Amorim “precisa manifestar-se sobre os pormenores da operação e esclarecer a razão pela qual a operação não foi oficialmente divulgada na sua concretização, foi somente após a eleição presidencial”. No mês de dezembro de 2013, o governo brasileiro anunciou a escolha de 36 caças Gripen NG em um contrato no valor de US$ 4,5 bilhões. No entanto, o valor contrato final, fechado em outubro de 2014, foi de US$ 5,5 bilhões. De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), o reajuste no valor do contrato deve-se aos impactos relacionados à oferta de 2009, da empresa sueca Saab, com adequações tecnológicas, visando atender à exigência de maior participação do Brasil na produção da aeronave. (Correio Braziliense – Política – 13/11/14)

Ex-militar que atuou na Casa da Morte de Petrópolis foi detido e interrogado pela Polícia Federal

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o ex-agente militar Antonio Wainer Pinheiro Lima foi identificado por procuradores federais como o homem que atuava como carcereiro no Centro de Informações do Exército, órgão que centralizava o combate às guerrilhas urbanas e rurais, localizado na cidade de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, conhecido como a Casa da Morte de Petrópolis. Sua localidade foi revelada pela ativista de direitos humanos e ex-militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) Inês Etienne Romeu, em depoimento à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em 1979, no qual relatou que ficou em cárcere privado e passou por sessões de tortura na residência, em 1971. A ativista apresentou uma lista de 19 militares que torturaram prisioneiros no local, sendo um deles, que a estuprou duas vezes, o carcereiro da casa que atendia pelo codinome “Camarão”. De acordo com o jornal, Pinheiro Lima, o “Camarão”, foi localizado no interior do estado do Ceará, sendo detido e interrogado pela Polícia Federal. No interrogatório, Lima admitiu que atuou como “vigia” da casa de Petrópolis, mas não respondeu sobre o que se passava no interior da residência. A Comissão Nacional da Verdade (CNV) e a Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro decidiram fazer uma convocação conjunta do ex-agente militar, que será ouvido até o final de novembro de 2014. A CNV não aprofundou as investigações sobre os casos da Casa de Petrópolis, e entidades de direitos humanos dizem não ter perspectivas em relação ao relatório final que será apresentado no dia 10/12/14. A CNV ouviu o ex-agente Marival Dias Chaves do Canto em maio de 2013, e o coronel da reserva Paulo Malhães em março de 2014. Segundo o periódico, em 1992, Chaves do Canto relatou à revista “Veja” que presos políticos, como David Capistrano, José Roman, Rosa Kucinski e Wilson Silva, teriam sido mortos e esquartejados na Casa da Morte de Petrópolis. Na ocasião, divulgou os nomes dos oficiais Paulo Malhães e Fred Perdigão que atuaram na residência. (O Estado de S. Paulo – Política – 12/11/14)

Presidente da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos defendeu a criação de uma secretaria nacional para a continuação dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, um relatório encaminhado à Comissão Nacional da Verdade (CNV) pela procuradora regional da República e presidente da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, Eugenia Gonzaga, descreveu que a CNV pode ser apenas o primeiro passo na direção da responsabilidade criminal e cível dos agentes de Estado indicados como autores de violações dos direitos humanos. Para Gonzaga, a comissão deve também representar uma primeira parte no esforço de localização dos corpos de prisioneiros políticos desaparecidos durante o regime militar (1964-1985). A Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos é vinculada à Secretaria Especial de Direitos Humanos, sendo uma de suas atividades a coordenação da busca dos restos mortais dos desaparecidos na Guerrilha do Araguaia (1972-1974). De acordo com o jornal, o relatório final da CNV, que será entregue à Presidência da República no dia 10/12/14, “dá início a uma nova fase de trabalho, visando a implementação da justiça de transição do País.” Gonzaga defendeu a criação de uma secretária nacional vinculada diretamente à Presidência da República, cujas atribuições seriam o encaminhamento da fase de transição, discutindo a questão da anistia; encaminhamento das buscas dos mortos e desaparecidos; a análise do caso do ex-presidente da República João Goulart, entre outros assuntos. (O Estado de S. Paulo – Política – 12/11/14)

Comissões estaduais se manifestaram sobre o relatório final da Comissão Nacional da Verdade

MARCOS DE PAULA/ESTADÃO. 22/7/2014. Pela revisão. Wadih Damous, presidente da comissão do Rio. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 12 de novembro 2014, P.9.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, as comissões estaduais da verdade, mesmo apoiando a responsabilização legal dos agentes do Estado que cometeram crimes durante o regime militar (1964-1985), como indicado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), defendem que seja mencionada no texto do relatório final a necessidade de revisão ou a reinterpretação da Lei da Anistia (1979). A recomendação acerca da revisão da norma está citada de maneira explícita nos relatórios das comissões estaduais do Rio de Janeiro e de São Paulo.  A Comissão Estadual da Verdade do Rio Grande do Sul, que está em fase de conclusão de seu relatório, também deve propor o debate da lei. De acordo com o jornal, o coordenador da Comissão Estadual da Verdade de São Paulo, o deputado estadual Adriano Diogo, considera equivocada a decisão interna da CNV de não fazer referência direta à Lei da Anistia. (O Estado de S. Paulo – Política – 12/11/14) 

Relatório que investigou violência cometida contra 50 jornalistas no período militar é finalizado

De acordo com o periódico Folha de S. Paulo, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça finalizou e entregou à Comissão da Verdade dos Jornalistas Brasileiros um relatório contendo as investigações a respeito de 50 jornalistas que sofreram violência e perseguição durante o regime militar (1964-1985). Os casos analisados indicam a prática de tortura, prisões, cassação de direitos políticos e monitoramento por parte dos órgãos do Estado na época. (Folha de S. Paulo – Poder – 10/11/14)

Relatório final da Comissão Nacional da Verdade recomendará responsabilização de agentes do regime militar

Segundo os periódicos Folha de S. Paulo e Correio Braziliense, o relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), que está em fase de revisão, recomendará a responsabilização dos agentes públicos que cometeram crimes durante o regime militar (1964-1985). Entretanto, segundo a Folha, a comissão ainda não decidiu se apresentará uma recomendação expressa sobre a revisão da Lei da Anistia (1979). Entre os membros que assinarão o documento, José Paulo Cavalcanti é o único contra a proposta de revisão da lei, pois afirma que a questão já foi decidida pelo Supremo Tribunal Federal e que “a pauta do país é outra, não tem mais a ver com a ditadura”. De acordo com uma das principais defensoras da revisão, Rosa Cardoso, é preciso que o grupo se posicione sobre o assunto. Segundo o Correio, o coordenador da CNV, Pedro Dallari, afirmou que a CNV não possui poderes persecutório e jurisdicional e que “tem que fazer uma apuração muito criteriosa dos fatos, das circunstâncias, dos locais onde houve tortura, execução e graves violações dos direitos humanos”. A Folha lembrou que o posicionamento da CNV acerca do tema não irá apresentar efeito prático imediato na legislação brasileira, mas que a pressão política da ação pode colaborar para o reexame do assunto e até abrir espaço para que sejam realizadas punições sem a necessidade de anulação da Lei da Anistia. Segundo o jornal, outro ponto do relatório final que pode suscitar polêmicas refere-se ao aumento do número de mortos e desaparecidos durante o regime militar. O Estado reconheceu 356 casos de mortos ou desaparecidos, mas a comissão irá apontar 420 casos. Os assessores da CNV afirmaram que a divergência é resultado de diferentes metodologias de pesquisas e novas fontes descobertas. O periódico afirmou que as mortes de agricultores e indígenas não serão contabilizadas, mas que alguns desses casos foram investigados pela comissão e serão apresentados pelo grupo no segundo volume do relatório. Segundo a Pastoral da Terra, durante regime militar houve mais de 1100 mortes no campo relacionadas ao governo. De acordo com o Correio e O Estado de S. Paulo, um dos nomes incluídos pela CNV na lista de desaparecidos políticos é o do despachante Odair José Brunocilla, que embora não fosse vinculado a grupo político, ajudava “com a documentação de militantes contrários ao regime, que desejavam fugir para o Chile e Argentina”. De acordo com a comissão, Brunocilla foi preso e torturado em 1978. A Folha lembrou que a maior parte do material de análise da CNV não constará no documento final, mas que a previsão é de que sejam disponibilizados ao público posteriormente. De acordo com o periódico, o relatório será dividido em três volumes. O primeiro detalhará violências praticadas pelo regime militar, locais onde foram presos opositores e depoimento das vítimas, além de recomendar a responsabilização dos perpetradores de crimes no período e outras 30 recomendações. No segundo, serão apresentados textos e investigações dos 14 grupos temáticos da CNV nos últimos dois anos, além de literatura historiográfica sobre o período. O terceiro irá apresentar o perfil dos mortos e desaparecidos. De acordo com o Correio, o relatório final da CNV apresentará os resultados dos grupos de trabalho da comissão, entre eles a Guerrilha do Araguaia; a Operação Condor; o funcionamento da estrutura da repressão; o papel da Igreja; as violações contra camponeses e indígenas e mortos e desaparecidos políticos. (Correio Braziliense – Política – 09/11/14; Correio Braziliense – Política – 14/11/14; Folha de S. Paulo – Poder – 08/11/14; O Estado de S. Paulo – Política – 14/11/14)
  

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Relatório da Comissão Nacional da Verdade dos jornalistas

Segundo o periódico O Estado de S. Paulo, a Comissão Nacional da Verdade dos Jornalistas, criada pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), declarou que apresentará em dezembro de 2014 um relatório contendo o nome de 22 profissionais de comunicação assassinados durante o regime militar (1964-1985), além de jornalistas que sobreviveram à tortura e meios de comunicação que foram censurados no período. De acordo com o jornal, dois nomes que estarão presentes no documento são os de Luiz Eduardo da Rocha Merlino e Jayme Amorim de Miranda. Segundo a versão oficial divulgada, Merlino, morto aos 22 anos, teria cometido suicídio, mas o relatório, por outro lado, apontou que o jornalista foi levado à sede do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), na cidade de São Paulo, onde passou por sessões de tortura com choques elétricos e afogamento. Miranda, preso na cidade do Rio de Janeiro em 1975, foi assassinado aos 49 anos. O jornalista Elio Gaspari afirmou em seu livro “A Ditadura Encurralada” que o militante foi visto nas dependências do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), na cidade de São Paulo. Ademais, o presidente da Comissão, Audálio Dantas, e o secretário geral,  Sérgio Murillo de Andrade, afirmaram que as informações contidas nos documentos foram obtidas através de 18 sindicatos ligados à Fenaj. Segundo Andrade, a ideia é sistematizar as informações e disponibilizá-las na internet em forma de livro. Para Dantas a divulgação do relatório contribuirá para se debater sobre a liberdade de expressão, principalmente num momento em que pequenos grupos estão indo as ruas pedindo o retorno dos militares ao poder no Brasil. (O Estado de S. Paulo – Política – 07/11/14)

Relatório final da Comissão Nacional da Verdade

De acordo com o periódico O Estado de S. Paulo, Pedro Dallari, coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV), declarou que o relatório final da CNV, que será entregue à presidenta da República, Dilma Rousseff, no dia 10/12/14, contará com uma lista de nomes dos agentes de Estado que violaram os direitos humanos durante o regime militar brasileiro (1964-1985), e uma recomendação explícita de que haja a responsabilização penal dos mesmos. Em relação à lista, Dallari afirmou que consiste no cumprimento da lei que deu origem à Comissão, segundo a qual além da apuração da verdade sobre os crimes cometidos, deve-se apontar os responsáveis. A recomendação de responsabilização penal daqueles que perpetraram violações aos direitos humanos foi votada pelos membros da Comissão, tendo apenas um voto contrário, o do advogado Paulo Cavalcanti. Segundo o jornal, a discussão acerca da revisão da Lei da Anistia (1979) não estará contida no documento. Dallari afirmou que a questão central apresentada pela Comissão é a necessidade de responsabilização dos agentes que violaram os direitos humanos, e “se isso envolve mudar ou reinterpretar a Lei da Anistia trata-se de um debate jurídico que não nos compete”. O coordenador da CNV afirmou que existem interpretações divergentes em relação às implicações da Lei de Anistia, como a do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Gilson Dipp, segundo a qual é possível haver a responsabilização dos violadores dos direitos humanos sem a revisão da norma. (O Estado de S. Paulo – Política – 07/11/14)

Adolescente morreu em tiroteio contra militares no Complexo de Favelas da Maré

De acordo com o periódico O Estado de S. Paulo, um confronto entre meliantes e soldados do Exército que atuam na Força de Pacificação do Complexo de Favelas da Maré, na cidade do Rio de Janeiro, resultou na morte de um adolescente de 17 anos. Segundo a Força , dois homens dispararam contra os militares que acabaram por atingir um dos suspeitos na troca de tiros. Segundo o periódico nenhum soldado foi ferido. (O Estado de S. Paulo – Metrópole – 04/11/14)

Colunista criticou papel das comissões da verdade brasileiras

Em coluna opinativa para jornal Folha de S. Paulo, o jornalista Demétrio Magnoli afirmou que a lista de perseguidos pelo regime militar (1964-1985), realizada pela Comissão da Verdade da Universidade de São Paulo (USP), revelou os equívocos das comissões da verdade brasileiras que buscam fabricar “uma verdade estatal sobre nosso passado recente”. O jornalista relatou que sua foto aparece na lista dos perseguidos e, portanto, teria recebido o “selo oficial de herói da resistência”, mas que não foi um desaparecido, preso, torturado ou exilado. Magnoli questionou qual seria o sentido histórico de uma lista que apresenta de maneira indiferenciada 664 membros da USP com o mesmo rótulo de “perseguidos”. Entre as fotos selecionadas pela Folha estão a de Magnoli e do também colunista Eduardo Giannetti, o que, segundo Magnoli, revela “as armadilhas da recepção midiática de uma ‘verdade’ não filtrada pelas técnicas historiográficas”. O jornalista defendeu que as comissões da verdade brasileiras exercem a função política de emitir a falsa percepção de que o Estado democrático atual estaria ajustando as contas com o regime militar. Magnoli afirmou que tal atitude oculta a verdade de que o país desistiu de punir os crimes cometidos no período contra os direitos humanos e que, ao contrário do que ocorreu em outros países da América Latina, a Lei da Anistia (1979) foi sedimentada “na forma de um pacto político sagrado”, que protege as autoridades militares que comandaram a repressão, assim como seus aliados e financiadores civis.  (Folha de S. Paulo – Poder – 01/11/14) 

Jornalista publicou livro sobre o regime militar

Segundo o periódico Folha de S. Paulo, o jornalista Paulo Markun publicou o livro “Brado Retumbante”, resultado de um projeto lançado há três anos que reuniu memórias de personagens que viveram durante o regime militar (1964-1985) em um site homônimo ao livro. De acordo com a Folha, apesar de não contribuírem com uma nova perspectiva sobre o período, os depoimentos “emprestam frescor à narrativa”. O periódico afirmou que a maior qualidade da obra foi uma “reunião criteriosa da melhor produção” sobre o regime militar até o momento, com diversas reportagens, teses acadêmicas e biografias. Entretanto, o jornal criticou certos pontos do livro pelo excesso de detalhes com que apresenta determinados fatos: temas como a luta armada e a campanha pelas eleições diretas são apresentados em suas minúcias, o que parece excedente “num livro que pretende captar o todo”. Outro ponto negativo apresentado pelo periódico foi o fato de o livro ter privilegiado a apresentação factual dos dados em detrimento da análise, pois apesar da justaposição de fatos indicar uma visão dos acontecimentos, “ela não chega a substituir a interpretação”. Entretanto, a Folha afirmou que tais questões não diminuem a importância da obra. Segundo o jornal, em um dos depoimentos mais reveladores referentes à campanha pelas eleições diretas, o então deputado federal e militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Alberto Goldman, negou a importância do movimento ao afirmar que as eleições diretas seriam realizadas de qualquer forma. A Folha relatou que Markun, preso em 1975 junto com Vladmir Herzog – que é tema do capítulo “Meu Querido Vlado” – apresentou de maneira discreta sua própria participação na oposição ao regime militar. Segundo o jornal, o fato de o jornalista conhecer internamente o PCB garante boas páginas sobre o assunto. De acordo com autor, o partido perdeu influência sobre a juventude de esquerda da época na medida em que essa passou a preferir a luta armada, ao mesmo tempo em que assumiu uma atitude conciliadora, acreditando numa solução negociada para por fim ao regime militar, o que afastou o partido das campanhas pelas eleições diretas. (Folha de S. Paulo – Ilustrada – 01/11/14)

Força Aérea Brasileira resgatou sobreviventes de acidente aéreo em Roraima

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, um helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB) resgatou, no dia 31/10/14, cinco pessoas que estavam desaparecidas depois da queda da aeronave Cessna PP-FFR no dia 26/10/14. A FAB afirmou que a aeronave foi encontrada no dia 30/10/14 no estado de Roraima, acerca de 200 km da capital, Boa Vista. Segundo a FAB, os sobreviventes do acidente foram encontrados aproximadamente a 3,5 quilômetros da aeronave. O grupo foi encaminhado para o hospital de Boa Vista e não apresentava ferimentos graves. Segundo o periódico, as causas do acidente serão investigadas. (Folha de S. Paulo – Poder – 01/11/14) 

domingo, 9 de novembro de 2014

Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas: a abordagem da imprensa brasileira sobre o Programa FX-2 (IV Congreso Internacional – XI Simposio – De América Latina Y El Caribe - 24/10/2014)


Bruce Scheidl Campos 
Cristal de Moraes Siqueira
Giulia Botossi Gomes


Resumo:
Este trabalho sintetiza as principais informações publicadas por periódicos brasileiros a respeito do Programa FX-2, durante o governo da presidente Dilma Rousseff. Tomando como base o Informe Brasil, produzido pelo Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas, foram destacadas as propostas para o reaparelhamento da Força Aérea Brasileira. O objetivo deste trabalho é expor a forma como as negociações foram abordadas pela imprensa brasileira.
Palavras-chave: Defesa, Programa FX-2, Brasil.

Resumen:
Este artículo resume las principales informaciones publicadas por los diarios  brasileños de gran circulación sobre el programa FX-2, durante el gobierno de la presidenta Dilma Rousseff. Con base en el Informe Brasil, producido por el Observatorio Sudamericano de Defensa y  Fuerzas Armadas, se señalaron las propuestas para la modernización de la Fuerza Aérea Brasileña. El objetivo es exponer cómo las negociaciones fueron planteadas por la prensa brasileña
Palabras clave: Defensa, Programa FX-2, Brasil.

Introdução
            O presente trabalho tem por objetivo expor as principais informações veiculadas em jornais brasileiros acerca do Programa FX-2 durante o governo da presidente da República, Dilma Rousseff, utilizando como base o Informe Brasil produzido pelo Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas .
         Primeiramente, introduziremos o Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas e a metodologia utilizada na produção do Informe Brasil, a fim de esclarecer a principal fonte de pesquisa consultada para este trabalho. A seguir apresentaremos o Programa FX-2, o contexto em que foi estabelecido, os principais pontos das negociações e as opiniões divulgadas nos periódicos a respeito do cunho político e técnico da decisão. Por fim, destacaremos a trajetória das negociações dos modelos concorrentes.

O Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas

          O Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas é um projeto conjunto de grupos acadêmicos do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai e Venezuela que se dedicam ao estudo da temática de Defesa e Forças Armadas. Informes semanais são produzidos a partir da seleção e resumo de notícias acerca dos temas de interesse em jornais de ampla circulação em cada um dos países. Estes informes são distribuídos eletronicamente para mais de 3000 assinantes – dentre eles faculdades, professores, pesquisadores, estudantes, instituições governamentais e políticos – e constituem uma rica fonte de pesquisa para trabalhos acadêmicos ao redor do mundo. 
           No Brasil, o Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas, desenvolvido pelo Grupo de Estudos de Defesa e Segurança Internacional (GEDES), iniciou suas atividades em 2001 e desde então é responsável pela distribuição eletrônica de todos os informes e pela produção do Informe Brasil. A metodologia utilizada consiste na formação de uma escala semanal, na qual um membro é responsável pela coleta e resumo de notícias pertinentes ao tema a cada dia semana. A coleta de notícias é feita utilizando como fonte os periódicos Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo. As notícias, posteriormente, são agrupadas em resumos divididos por temas, uma vez que certos assuntos são recorrentes ao longo da semana. É importante ressaltar que, em cada resumo, preza-se pela imparcialidade na transmissão dos fatos e das colunas de opinião, o que garante a linguagem acadêmica, livre de preferências políticas. Ao final de sete dias, é realizada uma reunião entre os membros para a discussão das notícias e correção parcial do informe, que passa ainda por correção final realizada por supervisoras – mestrandas e doutorandas – com experiência no tema.

O Programa FX-2

         O programa FX, projeto de reaparelhamento e modernização da Força Aérea Brasileira (FAB), foi criado pelo governo brasileiro com o objetivo de encontrar um substituto para os aviões de caça obsoletos Mirage 2000. O projeto teve início em 1998, no governo de Fernando Henrique Cardoso, quando se iniciaram as negociações para a compra de novos caças, e foi retomado no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, com a denominação FX-2 . No âmbito do projeto, a concorrência deu-se entre a empresa estudunidense Boeing, que oferecia o caça F/A18 E/F “Super Hornet” (doravante F-18); a sueca SAAB, com o modelo Gripen NG; e a francesa Dassault, com o Rafale. Em dezembro de 2013, foi decidido pela aquisição do caça Gripen NG, firmando um contrato de US$ 4,5 bilhões. Teriam sido considerados no processo de tomada da decisão final os custos de aquisição e manutenção e as condições de transferência de tecnologia como os requisitos fundamentais. Porém, conforme representantes governamentais e analistas, a decisão pelas aeronaves suecas teve cunho político relevante.

1. Antecedentes

         Após o resultado das eleições presidenciais de 2010, no qual vencia a candidata Dilma Rousseff, o periódico Folha de S. Paulo noticiou a permanência de Nelson Jobim à frente do Ministério da Defesa, após convite feito no dia 26/11/10, com apoio do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que considerava satisfatória a reforma da política de defesa levada a cabo por Jobim enquanto ministro da Defesa em seu governo. Segundo os jornais Folha e O Estado de S. Paulo, além da indicação de Lula da Silva, o programa FX-2 foi considerado um fator determinante para a permanência de Jobim na pasta .
            A jornalista Eliane Cantanhêde declarou, em coluna opinativa à Folha em novembro de 2010, que um dos motivos de o novo governo manter Jobim como ministro seria a capacidade de justificar a possível compra do caça Rafale, da empresa francesa Dassault Aviation, uma vez que o modelo era considerado o último na preferência da Aeronáutica, devido ao seu custo de manutenção ser o mais alto . Na primeira semana de dezembro de 2010 os periódicos Folha e O Estado noticiaram que Lula da Silva não decidiria sobre a compra dos caças, alegando não poder assumir, no final de seu mandato, uma dívida de mais de US$ 6 bilhões. Com essa declaração, a decisão ficou para Rousseff .

2. Decisão política versus decisão técnica

               Durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, as questões políticas e técnicas no âmbito do programa FX-2 já estavam em pauta, apesar de prevalecer, à época, o aspecto político da decisão de compra das aeronaves. Conforme noticiaram os jornais Folha e O Estado, no dia 09/11/09, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, destacou que o desenvolvimento da tecnologia deveria ser priorizado na decisão final, acima da questão do preço. Jobim afirmou, naquele momento, que não havia recebido as avaliações técnicas dos três modelos de caça que disputavam a licitação, mas ressaltou que, caso não houvesse restrições técnicas, a decisão seria política .
              Conforme publicado na Folha, a oferta sueca era considerada a melhor por grupos militares e pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). Contudo, havia o fato da aeronave ser ainda um projeto e possuir peças advindas dos EUA. De acordo com o periódico do dia 27/11/09, Jobim pediu à FAB que não indicasse um vencedor ao final de sua avaliação técnica, afirmando que "o que vale é a avaliação final feita pelo presidente da República" e por isso o relatório só deveria constar os prós e contras de cada aeronave, avaliando itens como preço e transferência tecnológica, o que gerou desconforto junto a alguns militares. A FAB elaborou relatórios minuciosos de cada aeronave e suas respectivas propostas, totalizando mais de 25 mil páginas . Porém, a posição adotada pela Aeronáutica em seu relatório foi a recomendação de que o governo adquirisse o modelo Gripen NG, da empresa sueca Saab, enquanto o governo havia demonstrado publicamente preferência pelo modelo francês Rafale .
         Em seguida, já no âmbito da sucessão presidencial no final de 2010, após a confirmação de Jobim como ministro da Defesa no governo de Rousseff, a Folha e O Estado noticiaram a preferência de Jobim pelos caças Rafale F3 e afirmaram que esta decisão era vista mais como uma estratégia política do que técnica, tendo em vista a intenção de estabelecer uma parceria estratégica, política e militar com a França. Jobim havia sido até então, o condutor do processo de licitação do programa FX-2. No entanto, considerando o relatório técnico da Aeronáutica em que o modelo da fabricante Dassault ficou em último lugar, Rousseff afirmou que exigiria novas informações técnicas sobre o processo de escolha e analisaria o parecer de Jobim e, talvez, o da FAB .
              Logo no início de seu governo, no entanto, Rousseff anunciou um corte de R$ 4,38 bilhões no orçamento do Ministério da Defesa para despesas com investimentos e custeio no ano de 2011 . De acordo com Catanhêde, em coluna opinativa para a Folha, a situação orçamentária, aliada à instauração da Comissão Nacional da Verdade, gerou conflitos entre Jobim e Rousseff , levado a seu pedido de demissão do cargo de ministro. Após acatar o pedido de Jobim, Rousseff nomeou o embaixador Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores do governo Lula da Silva, para o cargo de ministro da Defesa .
              Segundo o jornal Correio Braziliense, no processo de licitação do programa FX-2, a empresa mais incisiva era a Saab, da Suécia, que oferecia transferência irrestrita de tecnologia ao Brasil, questão primordial para a escolha da empresa fornecedora dos caças. A proposta da concorrente Dassault era semelhante, pois pretendia vender os caças Rafale ao Brasil com a transferência tecnológica integral. Já a Boeing, com o F-18, ressaltou que a parceria EUA-Brasil, na esfera militar, resultaria em benefícios nas áreas de energias alternativas e biocombustíveis .
         De acordo com a Folha, no entanto, o governo federal, representado pela Aeronáutica, enviou uma carta aos EUA, à França e à Suécia, pedindo a extensão das propostas da venda dos caças ao programa FX-2 até o dia 31/12/12. Conforme opinião da Folha, a postergação “ocorre por ser inoportuno anunciar um gasto que pode chegar a ficar entre US$ 6 bilhões e US$ 8 bilhões em um cenário de crise internacional e baixo crescimento econômico” .
            No dia 12/07/12, o historiador britânico Kenneth Maxwell evidenciou, em coluna opinativa para a Folha, o caráter político de decisão, comentando sobre o adiamento da compra das aeronaves. Maxwell apontou para um favoritismo francês, por conta da eleição do presidente socialista, François Hollande, uma vez que o assessor de relações internacionais do governo de Rousseff, Marco Aurélio Garcia, vinha expandindo suas conexões com os socialistas da França e, ainda, porque Amorim teria apresentado desconfiança para com os estadunidenses. O historiador previa que o adiamento da compra dos caças podia ter relação com a espera para saber quem seria o próximo presidente da República dos EUA .         
           Por outro lado, em coluna opinativa para a Folha, no dia 06/06/13, Catanhêde apontou para a predominância técnica da decisão. O fato da saída definitiva de operação dos antigos caças Mirage 2000, somado ao fato de que o novo prazo que o governo pediu às empresas expirava no dia 30/09/13, eram fatores que pressionavam para maior rapidez no anúncio da compra das aeronaves. A jornalista declarou, no entanto, que o ambiente político naquele momento era diferente em relação ao governo Lula da Silva, no qual o peso político, que tendia para a escolha dos caças Rafale franceses, superava a análise do relatório técnico da FAB. Rousseff, segundo Cantanhêde, tinha preferência para a opção mais técnica e menos política e estaria inclinada a optar pela aeronave F-18 estadunidense. A jornalista evidenciou que Rousseff iria realizar uma visita oficial aos EUA no dia 23/10/13, dia próximo ao de vencimento do prazo determinado pelo governo para tomar a decisão .
         Após a eclosão dos casos de espionagem estadunidense, a posição favorável de Rousseff em relação à Boeing havia sido abalada. Segundo a Folha, o vice-presidente estadunidense, Joe Biden, teria tranquilizado Rousseff quanto ao caso e a decisão era de que o F-18 seria anunciado como o vencedor da concorrência na visita de Estado de Rousseff em outubro. Porém, a revelação posterior de que a própria presidente Rousseff fora alvo da espionagem estadunidense acabou por anular as possibilidades de escolha pelos caças da Boeing , além de influenciar no cancelamento de Rousseff aos EUA .
          De acordo com o Correio, Rousseff finalizaria seu mandato sem que a decisão de compra dos caças fosse tomada, pois o Orçamento de 2014 previsto para o Ministério da Defesa não corresponderia ao valor do negócio, que poderia custar mais R$ 10 bilhões. Segundo Miguel Corrêa, relator-geral do Orçamento de 2014, a compra não estava prevista para o próximo ano porque “não é prioridade para o governo” .
           No dia 18/12/13, porém, o governo brasileiro anunciou a escolha do Gripen NG, da Saab, encerrando a concorrência do programa FX-2. Segundo a Folha, não haveria gastos com a compra no mandato de Dilma Rousseff, pois o Comandante da Força Aérea Brasileira, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito, afirmou que o primeiro desembolso real só ocorreria após a última aeronave ser entregue. Segundo a Folha, a escolha do caça sueco deveu-se a “tropeços políticos” de seus concorrentes, além de seu preço mais baixo .

3. A proposta francesa

            As negociações do governo brasileiro com a empresa francesa Dassault Aviation e o governo da França foram particularmente intensas no período do governo Lula da Silva. De acordo com O Estado, o então presidente brasileiro relatou à imprensa, em novembro de 2009, que enfatizou, durante sua visita ao presidente francês Nicolas Sarkozy a importância da Parceria Estratégica com a França. Além disso, Lula da Silva mencionou que os caças Rafale também fizeram parte da parceria firmada entre os dois países .
            Já durante o governo de Rousseff, em notícia veiculada pelo Jornal do Brasil, no dia 12/04/11, o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Forças Armadas da França, embaixador Josselin de Rohan, reuniu-se com o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado brasileiro, Fernando Collor de Mello, para discutir sobre a aproximação dos países no âmbito estratégico, tendo como principal pauta a aquisição dos Rafale .
             Conforme noticiado pela Folha, o primeiro-ministro francês, François Fillon, visitou o Brasil para tratar da possível venda de 36 unidades do Rafale. O ministro da Defesa brasileiro, Celso Amorim, destacou na ocasião que a atmosfera econômica sinalizava para que não houvesse nenhum tipo de certeza na compra dos caças, principalmente pelo fato do alto custo da operação, estimado entre US$ 4 a US$ 8 bilhões .
        Em coluna opinativa publicada na Folha, no dia 09/02/12, Cantanhêde afirmou acreditar que o fato de a Índia ter assinado contrato para a compra de 126 Rafale favoreceria a decisão a decisão brasileira pelo modelo francês, visto que este teria preço e custo de manutenção reduzidos.  Amorim, em visita à Índia, afirmou que dos 126 aviões comprados pelo país, 108 iriam ser produzidos em território indiano, através de um processo de transferência tecnológica . Por sua vez, O Estado afirmou que a Índia ofereceu uma parceria de projeto conjunto de transferência tecnológica ao Brasil, caso o país escolhesse a aeronave Rafale, mas o governo brasileiro não respondeu a proposta e afirmou que não discutiria a compra dos caças até o mês de maio (o que não ocorreu, pois o governo brasileiro adiaria novamente a decisão para o dia 31/12/12 .
         Durante o período de congelamento das ofertas, a Dassault buscou adquirir vantagem técnica em relação aos concorrentes. Segundo O Estado, a empresa francesa declarou, no dia 05/10/12, que incorporaria aos seus caças Rafale radares RBE2 AESA. De acordo com a agência de armamento da França, a DGA, os radares AESA trariam uma grande melhora operacional ao Rafale, uma vez que seriam compatíveis com a nova geração de mísseis, como o Meteor de alcance de 110 quilômetros. À época, em resposta, as empresas Boeing e Saab declararam que suas propostas já incluíam esse tipo de radar .
A decisão, porém, não seria tomada em 2012. Conforme noticiado no dia 14/08/13 pelos periódicos Correio, Folha e O Estado, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, afirmara que a compra ainda não havia sido realizada por “questões orçamentárias” .
        Os jornais Correio e Folha afirmaram que a visita de Hollande, acompanhado do principal executivo da Dassault, Éric Trappier, ao Brasil nos dias 12/12/13 e 13/12/13 teve grande importância nas negociações do FX-2. Apesar de a proposta de orçamento do governo federal para 2014 não incluir recursos para a compra dos aviões, a expectativa acerca da finalização das negociações era grande. De acordo com a Folha, as chances do Rafale ser escolhido aumentariam por fatores como a boa relação que Hollande mantinha com Rousseff, além da garantia de transferência de tecnologia e com uma perspectiva de nacionalização de 50%, através da Embraer. Apesar dos pontos positivos, a Folha afirmou que o Rafale não era o mais bem visto pelo Comando da Aeronáutica, além de ser 40% mais caro que o F-18 estadunidense. Segundo o Correio do dia 13/12/13, alguns dos franceses que acompanhavam o processo consideravam que a decisão da compra dos caças dificilmente ocorreria antes de 2016. Estavam, porém, otimistas com a possibilidade do Rafale ganhar força na concorrência diante o esfriamento das relações entre o Brasil e os EUA .

4. A proposta estadunidense

            O caça modelo F-18, da empresa estadunidense Boeing era um dos três finalistas na disputa pela licitação do programa FX-2. O F-18 era preterido por Lula da Silva e por Rousseff até o início de seu mandato, em que a preferência tendia para o caça Rafale. Segundo noticiou O Estado, um dos principais objetivos da visita do presidente estadunidense Barack Obama ao Brasil, em março de 2011, seria o lobby em favor dos caças F-18 no programa FX-2 .Após a visita de Obama, O Estado afirmou que o governo estadunidense acreditava na reversibilidade da preferência do governo brasileiro pelo Rafale. No dia 18/03/11, os principais representantes dos partidos democrata e republicano dos EUA emitiram ao governo brasileiro um documento para reforçar o apoio à aquisição dos F-18. No conteúdo da carta, constava o comprometimento de manter um contrato vantajoso para o Brasil, com transferência de tecnologia .
           Em entrevista publicada na Folha, a ex-embaixadora dos EUA no Brasil e presidente da Boeing Brasil, Donna Hrinak, abordou o rompimento do contrato entre a Força Aérea estadunidense e a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) para o fornecimento de aviões Super Tucanos, afirmando não acreditar que tal fato influenciasse nas negociações entre o governo brasileiro e a Boeing no âmbito do programa FX-2. Segundo Hrinak, havia a pretensão de que o país participasse ativamente da produção dos F-18. O processo de compra e transferência tecnológica envolveria mais de 25 empresas brasileiras. De acordo com O Estado, Hrinak ressaltou que os planos da Boeing para o Brasil iriam além do âmbito comercial, pois o país teria condições de atuar como parceiro e centro de tecnologia e pesquisa .
         Segundo O Estado, a Boeing via a escolha de seu caça F-18 enfraquecida com a incerteza da transferência de tecnologia ao Brasil. Mesmo assim, de acordo com a Folha, Rousseff aproveitou a visita aos EUA na semana do dia 09/04/12 para tratar da ampliação das relações bilaterais entre os dois países com a assinatura de um memorando pela então secretária de Estado estadunidense, Hillary Clinton, e o então ministro das Relações Exteriores brasileiro, Antonio Patriota, com a intenção de “estreitarem laços” na cooperação em aviação .
        Conforme publicado em O Estado, o vice-presidente do Programa Boeing F/A-18, Mike Gibbons, afirmou que “o Brasil e os EUA precisam um do outro. Os EUA precisam do Brasil para estar seguros. Por isso, se o Brasil comprar os F-18 e se tornar um aliado do EUA, a parceria e a confiança mútuas vão se expandir e a transferência tecnológica será estendida para um potencial adicional”. Em contrapartida, o jornal avaliou que essa promessa de transferência tecnológica ampliada não se traduzia na palavra “irrestrita”, presente na oferta da empresa francesa Dassault. O Estado destacou que, apesar das promessas de transferência tecnológica anunciadas inclusive pelo secretário da Defesa dos EUA, Leon Panetta, essa decisão caberia ao Senado estadunidense. Gibbons, por sua vez, acreditava que o Senado não teria como recuar diante dessas propostas .
         Segundo o Correio, haveria indícios de que a Boeing teria vantagem na disputa, com a negativa de Rousseff em 2012 para concluir a compra com a Dassault. Além disso, a Boeing abriu escritórios em 2011 e 2013, contratou Hrinak para a presidência da empresa no Brasil, estabeleceu parcerias com o Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e universidades brasileiras para desenvolver projetos industriais e promover intercâmbios, além de ter fechado acordos com a Embraer para o aperfeiçoamento do caça modelo A-29 Super Tucano e a venda do modelo cargueiro KC-390 .
        Porém, com as denúncias de espionagem da Agência Nacional de Segurança (NSA, sigla em inglês) estadunidense sobre o governo brasileiro, o que gerou uma situação de crise entre o Brasil e os EUA , reverteu a ascenção do F-18 na concorrência.
Em nova entrevista em setembro de 2013 ao Correio, Hrinak, que estava há um ano e meio no comando das negociações entre a Boeing e o governo brasileiro, na tentativa de atenuar a crise entre Brasil e EUA, informou que não pretendia apenas fornecer 36 caças F-18 à FAB, mas também tinha a intenção de redimensionar a relação entre a empresa e o país, buscando uma parceria para desenvolver produtos e tecnologias .
        Todavia, o Correio noticiou no mesmo mês a desistência de compra dos aviões de caça F-18, atribuído à crise gerada pelos casos de espionagem. Contudo, o Centro de Comunicação Social do Comando da Aeronáutica declarou que a transação de compra continuava em andamento, uma vez que sua avaliação técnica não permitiu “preferencias pessoais” .
       Sob essa perspectiva, o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, em entrevista à Folha, reforçou a desistência, afirmando que as ações de espionagem dos EUA afetaram alguns pontos de análise para a compra de equipamentos militares pelo governo brasileiro .

5. A proposta sueca

       Durante o governo Lula da Silva, a Folha noticiou que, no relatório de análises técnicas realizado pela Aeronáutica, o Gripen foi considerado a melhor proposta, especialmente em quatro quesitos: técnico, transferência de tecnologia, geração de empregos e preço. Além disso, seria a proposta que melhor contemplaria o desenvolvimento da indústria nacional. Desse modo, a Folha destacou que possivelmente Jobim justificaria a escolha dos franceses Rafale pelo fato do Gripen NG ser “só um projeto" e possuir componentes fabricados em diferentes países, o que poderia exigir múltiplas negociações para revenda internacional .
         No início de 2012, já na gestão de Rousseff, em coluna opinativa para a Folha (cuja ideia principal era a crença de que os caça franceses Rafale venceriam a licitação do programa FX-2), Catanhêde chegou a afirmar que o modelo sueco Gripen teria sido descartado graças ao baixo peso político da Suécia e baixa confiabilidade na sua efetiva possibilidade de produção .
            O Correio, porém, avaliou que, das três empresas finalistas, a que apresentava uma ação mais incisiva era a Saab, que oferecia transferência de tecnologia completa. O projeto sueco era tornar o Brasil responsável por 40% do desenvolvimento das aeronaves, por 80% da fabricação das estruturas, com a completa integração dos dados, conforme declaração do presidente da Saab, Hakan Buskhe . Mas somente em julho de 2013 o Correio publicou um parecer dos suecos em que o diretor da Saab, Andrew Wilkinson, afirmava que o Gripen NG já estava em produção e que “estamos bastante confiantes de que fizemos uma proposta de custo bastante efetiva e, ao mesmo tempo, consistente com a intenção do governo de proporcionar um salto tecnológico à indústria aeroespacial brasileira” .
            Com o anúncio feito no dia 18/12/13 de que o caça escolhido foi o Gripen NG, a Folha noticiou que, apesar da escolha ter sido definida ainda no mês de novembro, aquele anúncio surpreendeu membros do governo e os executivos da empresa sueca. O contrato assinado foi de US$ 4,5 bilhões para a aquisição de 36 aeronaves, sendo 28 monopostos e 8 bipostos a serem entregues entre 2016 e 2023, se o contrato final fosse assinado ainda em 2014 .
          No mês de janeiro de 2014, o presidente da divisão de Aeronáutica da empresa sueca Saab, Lennart Sindahl, concedeu entrevista ao jornal O Estado e explicou como será a produção dos Gripen e o processo de transferência de tecnologia para o Brasil. No que se refere à transferência tecnológica, uma das possibilidades seria manter a linha de produção de partes e montagem das aeronaves no Brasil, em uma instalação disposta na cidade de São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo. De acordo com Sindahl, a expectativa é de que a indústria brasileira seja parte de uma cadeia mundial de produção da Saab. No entanto, Sindahl admitiu que a Saab pode estar ajudando o Brasil a se tornar um futuro concorrente da empresa, mas ressaltou que isso aconteceria com ou sem a participação da Saab. No que se refere ao pagamento das aeronaves, uma instituição sueca de apoio a exportadores financiaria primeiro o valor das aeronaves e, posteriormente, o Brasil efetuaria o pagamento à Saab quando recebesse as primeiras unidades do Gripen. O Estado noticiou, no dia 31/01/14, que a Saab confirmou, oficialmente, um investimento de US$ 150 milhões na instalação de uma fábrica em São Bernardo do Campo, destinada à produção dos 36 Gripen .

Conclusão

       Procuramos demonstrar a capacidade do Observatório de Defesa e Forças Armadas como fonte de dados para pesquisa. Neste sentido, evidenciamos o caráter expositivo do presente trabalho, que servirá como base para análises futuras.
        Ressaltamos que as notícias foram expostas de maneira neutra, pois buscamos retirar dos jornais apenas os fatos e manter claras opiniões, quando expostas. A elaboração deste trabalho, contemplando a trajetória do programa FX-2, possibilita melhor compreensão do tema a partir do Informe Brasil e oferece um rico panorama para análise, além de compor material de apoio para estudiosos do tema.

Periódicos:
Correio Braziliense
Folha de S. Paulo
Jornal do Brasil
O Estado de S. Paulo

[1] Graduando em Relações Internacionais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Redator do Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas. Bolsista PIBITI (CNPq).
[2] Graduanda em Relações Internacionais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Redatora do Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas.
[3] Graduanda em Relações Internacionais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Redatora do Observatório Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas. Bolsista PIBIC (CNPq).
                                                                                                                          
[4] O Informe Brasil encontra-se disponível para ser acessado no site do GEDES: <http://www.gedes.org.br/produtos.php>
[5] INFORME BRASIL 406-2010. Presidente eleita mantém Jobim no comando do Ministério da Defesa.
[6] INFORME BRASIL 405-2010. Novo governo anuncia diretrizes para Ministério da Defesa e Forças Armadas.
[7] INFORME BRASIL 405-2010. Novo governo anuncia diretrizes para Ministério da Defesa e Forças
Armadas.
[8] INFORME BRASIL 406-2010. Decisão sobre a compra dos caças é adiada para o próximo governo.
[9] INFORME BRASIL 356-2009. Jobim analisa processo de escolha dos caças do projeto FX-2.
[10] INFORME BRASIL 358-2009.  Projeto FX-2 aproxima-se da decisão final.
[11] INFORME BRASIL 362-2010. Programa FX-2 I: governo já teria optado por aeronave francesa.
[12] INFORME BRASIL 406-2010. Decisão sobre a compra dos caças é adiada para o próximo governo.
[13] INFORME BRASIL 411-2011. Processo de modernização das Forças Armadas sofrerá revisões em 2011.
[14] OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS. Permanência de Jobim no comando do Ministério da Defesa ainda é incerta. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2011/07/permanencia-de-jobim-no-comando-do.html
[15] IdemMinistério da Defesa I: declarações do ministro da Defesa Nelson Jobim culminam em seu pedido de demissão. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2011/08/ministerio-da-defesa-i-declaracoes-do.html
[16] IdemGoverno brasileiro pretende anunciar empresa vencedora do Projeto FX-2,
para modernização da FAB, até maio. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2012/03/governo-brasileiro-pretende-anunciar.html
[17] OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADASGoverno adia novamente decisão sobre compra de caças para a
Aeronáutica. Disponível emhttp://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2012/07/governo-adia-novamente-decisao-sobre.html
[18] Idem. Coluna opinativa aponta que adiamento da compra de caças para a FAB deve-se a questões políticas. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2012/07/coluna-opinativa-aponta-que-adiamento.html
[19] IdemJornalista acredita em decisão mais “técnica” em relação aos caças do programa FX-2. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/06/jornalista-acredita-em-decisao-mais.html
[20] Folha de S. Paulo, Poder,  19 dez. 2013.
[21] BRASIL. Nota Oficial. Adiamento da visita de Estado da presidenta Dilma Rousseff aos EUA em virtude da falta de explicações do governo norte-americano às denúncias de espionagem ao governo e a empresas brasileiras. Brasília, DF, 17 set. 2013. Disponível em: http://www2.planalto.gov.br/acompanhe-o-planalto/notas-oficiais/notas-oficiais/comunicado-oficial
[22] OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADASDilma Rousseff não decidiu a compra dos caças do programa FX-2. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/12/dilma-rousseff-nao-decidiu-compra-dos.html
[23] Folha de S. Paulo, Poder, 19 dez. 2013.
[24] INFORME BRASIL 357-2009. Lula afirma que Parceria Estratégica com a França inclui caças Rafale.
[25]  OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS. França reitera as vantagens dos caças Rafale e pressiona Brasil para
aquisição das aeronaves. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2011/07/franca-reitera-as-vantagens-dos-cacas.html
[26] IdemJornais abordam a questão do reaparelhamento das Forças Armadas. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2012/03/jornais-abordam-questao-do.html
[27] Idem. Jornalista acredita na compra de caças Rafale pela Força Aérea Brasileira. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2012/03/jornalista-acredita-na-compra-de-cacas.html
[28] Idem. Governo adia novamente decisão sobre compra de caças para a Aeronáutica. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2012/07/governo-adia-novamente-decisao-sobre.html
[29] OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS. Boeing e Saab reagem ao anúncio da Dassault sobre incorporação de radares nos caças Rafale. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2012/10/boeing-e-saab-reagem-ao-anuncio-da.html.
[30] IdemNovos caças devem ser comprados ainda em 2013. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/08/novos-cacas-devem-ser-comprados-ainda.html
[31] Idem. Dilma Rousseff não decidiu a compra dos caças do programa FX-2. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/12/dilma-rousseff-nao-decidiu-compra-dos.html
[32] IdemObama no Brasil II: presidente deve fortalecer lobby em favor dos caças F-18 da Boeing. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2011/07/obama-no-brasil-ii-presidente-deve.html
[33] OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS. Visita de Obama fortalece lobby para venda de caça norte-americano ao Brasil. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2011/07/visita-de-obama-fortalece-lobby-para.html
[34] Idem. Negociações sobre escolha do caça previsto no projeto FX-2. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2012/04/negociacoes-sobre-escolha-do-caca.html
[35] IdemRelações entre Brasil e Estados Unidos no setor de aviação. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2012/04/relacoes-entre-brasil-e-estados-unidos.html
[36] OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS. Transferência tecnológica para a compra dos caças F-18 Super Hornet pode ser ampliada. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2012/08/transferencia-tecnologica-para-compra.html
[37] IdemO programa FX-2 e a defesa aérea do Brasil. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/07/o-programa-fx-2-e-defesa-aerea-do-brasil.html
[38] IdemBrasil não comprará aviões estadunidenses. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/09/brasil-nao-comprara-avioes_26.html
[39] IdemNegociadora da Boeing avalia possível parceria com o Brasil. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/09/negociadora-da-boeing-avalia-possivel.html
[40]Idem.  Brasil não comprará aviões estadunidenses. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/09/brasil-nao-comprara-avioes_26.html
[41] OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS. Marco Aurélio Garcia comentou sobre espionagem e o reequipamento das Forças Armadas. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/10/marco-aurelio-garcia-comentou-sobre.html
[42] INFORME BRASIL 362-2010. Programa FX-2 I: governo já teria optado por aeronave francesa.
[43] OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS. Jornalista acredita na compra de caças Rafale pela Força Aérea Brasileira. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2012/03/jornalista-acredita-na-compra-de-cacas.html
[44] IdemGoverno brasileiro pretende anunciar empresa vencedora do Projeto FX-2,
para modernização da FAB, até maio. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2012/03/governo-brasileiro-pretende-anunciar.html 
[45] OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS. O programa FX-2 e a defesa aérea do Brasil. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2013/07/o-programa-fx-2-e-defesa-aerea-do-brasil.html
[46] Folha de S. Paulo, Poder, 19 dez. 2013.
[47] OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE DEFESA E FORÇAS ARMADAS  Questões políticas e técnicas da compra dos caças Gripen são discutidas. Disponível em: http://observatoriodedefesa.blogspot.com.br/2014/02/questoes-politicas-e-tecnicas-da-compra.html