terça-feira, 29 de julho de 2014

Licitação internacional para reconstrução de base brasileira na Antártida

De acordo com os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, a Marinha lançou, no dia 23/07/14, uma licitação internacional para a reconstrução da Estação Comandante Ferraz, base brasileira na Antártida, que pegou fogo em fevereiro de 2012. Segundo O Estado, após o incêndio foi realizada uma operação de desmonte da estrutura, sendo retiradas 9,5 toneladas de partes metálicas. Após a operação, foi estabelecido um módulo emergencial, ocupado por 15 militares, para resguardar o território brasileiro, uma vez que a desocupação implicaria na perda do direito de exploração e pesquisa no local. A atual licitação envolverá um consórcio entre empresas brasileiras e estrangeiras e a estrutura terá como valor previsto cerca de R$ 245 milhões. De acordo com o jornal, ao final de 2012 o governo lançou uma licitação nacional, estimada em R$ 147,4 milhões, que não obteve sucesso devido à falta de interesse. As principais diferenças entre a atual licitação e a anterior seriam a realização de um estudo do terreno, já concluído, e a instalação de um novo modelo de geração de energia que trabalhará com geração eólica, solar e diesel. Segundo o contra-almirante Marcos Silva Rodrigues, secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, que reúne 17 ministérios e o comando da Marinha, empresas chinesas, sul-coreanas e chilenas já manifestaram interesse na obra. Rodrigues destacou que “o objetivo do programa antártico brasileiro é a presença do governo brasileiro e a permanência do Brasil como membro do Conselho Antártico”. (Folha de S. Paulo – Cotidiano – 22/07/14; O Estado de S. Paulo – Metrópole – 22/07/14)

Estrutura de segurança da Copa do Mundo será mantida para segurança nas fronteiras do país e suas divisas estaduais

De acordo com o periódico O Estado de S. Paulo, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que as estruturas criadas para integrar a comunicação da segurança pública nas 12 cidades-sedes da Copa do Mundo de 2014, auxiliarão a vigilância das fronteiras do Brasil e suas divisas estaduais com o termino do evento. Essas estruturas são chamadas de centros de monitoramento e controle. Oito estados brasileiros possuem fronteiras, mas apenas Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso e Amazonas têm um centro integrado de controle. Segundo Cardozo, será desenvolvido um plano de uso dos centros de controle no monitoramento das fronteiras, em parceria com as Forças Armadas, visando à unificação dos serviços de inteligência e integração de operação, o que garantirá “planejamento, integração da inteligência e integração de operação e apontará para que os outros Estados que ainda não têm centros de controle também passem a ter, em parceria com o governo federal”. O ministro afirmou que existem, atualmente, um centro de comando nacional, em Brasília e outro no Rio de Janeiro, um centro da Polícia Federal e outros de comando do Ministério da Defesa, além dos 12 centros de comando integrado, nas cidades sede dos jogos. (O Estado de S. Paulo – Metrópole – 19/07/14) 

Comissão Nacional da Verdade iniciou a oitiva de cerca de 40 militares a respeito das violações de direitos humanas ocorridas durante o regime militar

Correio Braziliense. Dallari: "Há muita resistência por parte dos oficiais da reserva". Correio Braziliense, Brasília. 19 jul 2014.

Segundo o periódico Correio Braziliense, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) iniciou os depoimentos de cerca de 40 militares da reserva a respeito das violações aos direitos humanos cometidas durante o regime militar (1964-1985). O Correio afirmou que a ação da CNV é uma das últimas antes de se consolidar o relatório final da comissão, que será apresentado em dezembro de 2014. As oitivas tiveram início no dia 21/07/14, na cidade de Brasília, no Distrito Federal, e continuaram na semana seguinte, na cidade do Rio de Janeiro. De acordo com o coordenador da comissão, Pedro Dallari, devido à má vontade e resistência por parte dos oficiais da reserva em concederem os depoimentos, o uso de uma condução coercitiva dos oficiais, com suporte da Polícia Federal, até os locais das oitivas não foi descartado. Dallari declarou que apesar do grande número de depoimentos, esses não estão encerrados, sendo que a partir dos próprios pode-se haver novas convocações. De acordo com o periódico, uma das oitivas mais aguardadas é o do general reformado e ex-comandante do Destacamento de Operações de Informações (DOI), José Antônio Belham. O general comandou o órgão na época em que o deputado federal Rubens Paiva foi assassinado. Outro assunto de destaque e no qual podem surgir novas informações refere-se à Guerrilha do Araguaia (1979), pois sete dos convocados a depor atuaram na repressão ao grupo guerrilheiro. O periódico lembrou que o comandante da repressão no Araguaia, Sebastião Curió, não está entre os que serão interrogados, mas que os depoimentos atuais subsidiarão a audiência pública prevista para agosto de 2014, na qual Curió será ouvido. O Correio lembrou que dos convocados, 11 receberam a Medalha do Pacificador com Palma, uma das maiores honrarias do Exército, a qual foi destinada a um grande número de militares acusados de violações aos direitos humanos. (Correio Braziliense – Política – 19/07/14)

terça-feira, 22 de julho de 2014

Brasil negocia compra de sistema de defesa antiaérea russo

Breno Fortes/CB/D.A Press. Vladimir Putin e Dilma Rousseff, cercados por intérpretes, em almoço no Palácio do Itamaraty: avanço para a compra de sistema antiaéreo russo e o fornecimento de foguetes e peças. Correio Braziliense, Brasília, 15 jul. 2014.

De acordo com os jornais Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, a presidenta da República, Dilma Rousseff, reafirmou o interesse brasileiro na compra de sistemas de defesa antiaérea russos. De acordo com o Correio, foram firmados oito acordos e memorandos para ampliar a cooperação entre Rússia e Brasil nas áreas de Defesa, Ciência e Tecnologia e Energia. Dentre estes, o jornal destacou o ato que dará continuidade às negociações para a compra do sistema de defesa antiaérea. O Brasil foi convidado a participar de exercícios militares com o sistema Pantsir-S1 em agosto deste ano e, segundo especialistas, os contratos de manutenção e fornecimento dos foguetes são de grande interesse aos russos, pois criarão um vínculo de, no mínimo, dez anos. O periódico ainda afirmou que “Moscou tem interesse em substituir a Ucrânia como parceiro na empresa binacional na base de Alcântara, mas terá de ser paciente até que o contrato caduque por falta de investimentos de Kiev”. (Correio Braziliense – Economia – 15/07/14; Folha de S. Paulo – Mundo – 15/07/14; O Estado de S. Paulo – Internacional – 15/07/14)

Embraer e Saab firmam parceria para execução do programa FX-2

Segundo o periódico O Estado de S. Paulo, a Empresa Brasileira de Aeronáutica S/A (Embraer) e a empresa sueca Saab AB atuarão em conjunto no programa brasileiro FX-2, que prevê o fornecimento de 36 caças Gripen NG para a renovação da frota de combate da Força Aérea Brasileira (FAB). O acordo foi anunciado no dia 11/07/14 e faz referência ao estabelecimento de uma parceria entre as empresas, além de ressaltar que “a Embraer exercerá um papel de liderança na condução geral do trabalho de produção e entrega das versões monoposto e biposto do caça”, com um e dois lugares respectivamente. De acordo com O Estado, a empresa brasileira será responsável por coordenar todas as atividades de desenvolvimento e produção no Brasil, em nome da Saab. O periódico afirmou que a cooperação entre as duas empresas é abrangente e representará o aperfeiçoamento de sistemas, integração, testes em voo, montagem final e entregas. Segundo O Estado, a parte mais sensível do projeto refere-se a uma nova aeronave, na versão com dois lugares do Gripen NG, que objetiva superar os limites do anterior como aeronave de treinamento e seja absolutamente operacional, o que representa uma tendência na indústria mundial do setor. Outro projeto previsto no acordo é o estabelecimento de uma equipe para a criação de um modelo bilateral com objetivo comercial. O Estado lembrou que há 30 anos a Embraer realizou uma parceria semelhante, na qual pretendia colocar no mercado um bombardeiro leve ítalo-brasileiro. Na conjuntura, o consórcio não foi bem sucedido e apenas Brasil e Itália adquiriram o jato. Entretanto, o periódico afirmou que a nova situação é diferente. O diretor executivo da Embraer, Jackson Shneider, afirmou que as empresas “irão trabalhar para entregar soluções competitivas à FAB e aos clientes do Gripen”. O Estado relatou que o lote inicial do projeto ficará pronto em 2018 e que o processamento industrial do caça ocorrerá na fábrica da Embraer no município de Gavião Peixoto, em São Paulo. (O Estado de S. Paulo – Economia – 12/07/14)

Segurança foi reforçada na final da Copa do Mundo

Segundo os periódicos Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, durante a final  da Copa do Mundo de 2014, na cidade do Rio de Janeiro, foi utilizado o maior contingente de segurança em um evento no país, totalizando 26 mil policiais e militares. De acordo com a Folha, as maiores preocupações com a segurança referiam-se à presença de autoridades, como a presidenta da República, Dilma Rousseff, e outros oito chefes de Estado; e também com torcedores violentos. Enquanto na abertura do evento, em 12/06/14, foram disponibilizados 4500 militares para cuidar da segurança das autoridades, no encerramento, ocorrido no dia 13/07/14, o número aumentou para 9500. A Folha afirmou que as manifestações e protestos previstos para o dia do jogo da final não eram motivo de grande preocupação, tendo em vista a baixa adesão em atos recentes. Segundo O Estado, o Ministério da Defesa desistiu do plano de posicionar mísseis em prédios residenciais no entorno do estádio do Maracanã, onde foi realizada a final, mas afirmou que, segundo um representante do Ministério, os militares posicionaram-se em locais estratégicos, como a Linha Vermelha.  De acordo com o jornal Correio Braziliense, o ministro da Defesa, Celso Amorim, ressaltou a integração –nos níveis federal, estadual e municipal– das forças de defesa e segurança como legado do evento. (Correio Braziliense – Política – 15/07/14; Folha de S. Paulo – Esporte – 12/07/14; O Estado de S. Paulo – Metrópole – 12/07/14)

Historiadora homenageará Vladimir Herzog com obra sobre sua vida

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a historiadora Marcia Camargos homenageará o jornalista Vladimir Herzog em razão dos 40 anos de sua morte, ocorrida em 25/09/1975, com a publicação do livro “Um Menino Chamado Vlado”. A obra se utilizará de ficção e realidade para recontar a infância, juventude e atuação política de Herzog durante o regime militar (1964-1985). (Folha de S. Paulo – Ilustrada – 12/07/14)

terça-feira, 15 de julho de 2014

Site relacionou Marin ao governo militar

De acordo com o periódico Folha de S. Paulo, o site da campanha  para a reeleição da atual presidenta da República, Dilma Rousseff, criticou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), alegando que nela “impera (...) um sistema que em nada lembra uma instituição democrática e transparente", e recordou a atuação do presidente da instituição, José Maria Marin, no regime militar (1964-1985). (Folha de S. Paulo – Poder – 11/07/14)   

Governo reforça segurança após a derrota do Brasil na Copa do Mundo

Segundo os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, após a derrota do Brasil para a Alemanha nos jogos da semifinais da Copa do Mundo, o governo reforçou o controle na área de segurança. A presidenta da República, Dilma Rousseff, expôs sua preocupação ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e determinou a manutenção do reforço na segurança, principalmente, na cidade do Rio de Janeiro. Por isso, as Forças Armadas permaneceram de prontidão durante os jogos finais da Copa do Mundo. (Folha de S. Paulo – Esporte – 09/07/14; O Estado de S. Paulo – Metrópole – 09/07/14)

Monumento em homenagem aos mortos e desaparecidos do regime militar será construído na cidade de São Paulo

Segundo o periódico Folha de S. Paulo, um monumento em homenagem aos mortos e desaparecidos políticos do regime militar (1964-1985) será construído no parque do Ibirapuera, na cidade de São Paulo. O projeto desenhado pelo arquiteto e artista plástico Ricardo Ohtake, prevê a instalação de chapas brancas e uniformes de aço com o nome dos mortos e desaparecidos políticos  durante o regime, como forma “de dar transparência, de prestar contas e registrar a história e as tentativas de identificação [dos mortos] em cada local". A intenção era de que o monumento estivesse pronto em março, mês em que o regime militar completou 50 anos mas, como o parque é tombado pelo patrimônio histórico,  precisou-se  de um parecer dos conselhos que deliberam  sobre as modificações no local, fazendo com que  sua construção fosse aprovada somente em 30/06/14. A inauguração do monumento, discutida pela Comissão Municipal da Verdade da cidade de São Paulo desde 2013, está programada para dezembro de 2014. A obra ficará entre o Obelisco (mausoléu dos mortos da Revolução Constitucionalista de 1932) e o Monumento às Bandeiras. (Folha de S. Paulo – Poder – 09/07/14)

terça-feira, 8 de julho de 2014

Comissão Nacional da Verdade manifestou-se sobre os relatórios das Forças Armadas que tratam de abusos no regime militar

Segundo o periódico O Estado de S. Paulo, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) afirmou que a conclusão dos relatórios das Forças Armadas sobre a ocorrência de abusos em sete instalações militares durante o regime militar (1964-1985) é “deplorável”. Os relatórios, solicitados pela CNV, negaram ter tido torturas e outras violações de direitos humanos nessas instalações e declararam que os “presos tinham boas condições para o cumprimento das penas que lhes foram imputadas”. O colegiado, em nota, afirmou que está elaborando um pedido de esclarecimentos sobre o resultado das sindicâncias “diante da completa incorreção dessa conclusão”, e o enviará ao Ministério da Defesa nos próximos dias. A CNV lembrou ainda que, ao pedir os relatórios, enviou informações detalhadas sobre fatos que o próprio Estado brasileiro já reconheceu e assumiu a responsabilidade por “condutas criminosas de militares e policiais” ocorridos durante o regime, ocorrendo até mesmo o pagamento de indenizações por conta de atos “agora surpreendentemente negados”. (O Estado de S. Paulo – Política – 03/07/14)

Habeas Corpus encerra processo contra acusados pelo atentado do Riocentro

Conforme publicado nos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, no dia 02/07/14, o Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2), na cidade do Rio de Janeiro, concedeu habeas corpus trancando a ação penal contra os seis agentes do regime militar (1964-1985) acusados de participarem do atentado do Riocentro, no dia 30/04/1981, no Rio de Janeiro. Na prática, a decisão encerra o processo que tramitava na 6.ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro antes de seu julgamento. Segundo os periódicos, os generais reformados Newton Cruz, Nilton Cerqueira e Edson Sá Rocha, o coronel reformado Wilson Machado, o major reformado Divany Carvalho Barros e o ex-delegado Claudio Guerra haviam sido acusados pelo Ministério Público Federal por tentativa de homicídio doloso, associação em organização criminosa, favorecimento pessoal, transporte de explosivos e fraude processual. O habeas corpus foi impetrado por Rodrigo Henrique Roca Pires, advogado de quatro dos réus. Os desembargadores, da 1.ª Turma Especializada do TRF-2, Ivan Athié e Abel Gomes votaram pelo trancamento do processo, enquanto Paulo Espírito Santo votou contra a decisão. Pires alegou que o julgamento não compete à Justiça Federal, mas sim à Justiça Militar – onde o processo já foi arquivado –, que os réus foram amparados pela Lei da Anistia (1979) e que o crime prescreveu. Segundo O Estado, Athié, que era relator do habeas corpus, acatou as alegações, enquanto que Gomes discordou da aplicação da Lei da Anistia, pois sua abrangência beneficia somente a quem praticou crimes políticos entre 02/09/1961 e 15/08/1979 e o atentado ocorreu em 1981. Apesar disso, Gomes concordou que o crime prescreveu, portanto votou a favor do habeas corpus e recusou o argumento de que o atentado era considerado crime contra a humanidade e, por isso, não prescreveria. Já o desembargador Santo votou contra o habeas corpus por considerar que o crime não tinha amparo da Lei da Anistia e sua prescrição não se aplicava. Segundo a Folha, o procurador regional da República, Rogério Nascimento, declarou durante sua sustentação oral que "nesse caso, temos a oportunidade de dizer se a sociedade brasileira tolera ou não genocídios, massacres e outros crimes contra a humanidade". De acordo com Pires, seus clientes comemoraram a decisão e a consideram importante não apenas para esse caso, mas para interpretar outros semelhantes, como os de Rubens Paiva, de Zuzu Angel e de Stuart Edgar Angel Jones. Além disso, o advogado afirmou que seu objetivo era evitar que o processo chegasse a ser julgado "para evitar um desgaste" às famílias dos acusados. Segundo O Estado, Nascimento declarou que recorrerá da decisão, o que levará a discussão para o Superior Tribunal de Justiça e para o Supremo Tribunal Federal. (Folha de S. Paulo – Poder – 03/07/14; O Estado de S. Paulo – Política – 03/07/14)

Documentos enviados pelos Estados Unidos da América não trouxeram revelações sobre o regime militar

De acordo com os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, o primeiro lote de documentos entregues pelo vice-presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, em visita ao Brasil no mês de junho, sobre o regime militar brasileiro (1964-1985) não trouxe revelações sobre o período. Segundo Biden, o “projeto especial” – a desclassificação dos documentos – visava “jogar luz” aos fatos ocorridos no país durante o regime militar. O vice-presidente estadunidense entregou 43 relatórios ao Ministério das Relações Exteriores (MRE) que foram repassados à Comissão Nacional da Verdade (CNV). De acordo com o colegiado, 25 dos documentos já estavam na internet desde 2009 e os 18 restantes foram desclassificados em maio de 2014, datando do período entre 1967 e 1974. Segundo os periódicos, a maioria dos documentos foram elaborados por diplomatas estadunidenses que serviam no Brasil à época, sendo enviados ao Departamento de Estado, na capital Washington, nos EUA. Em um aerograma do Consulado-Geral dos EUA na cidade do Rio de Janeiro, o então cônsul Clarence Boonstra relatou o aumento repentino de prisões de pessoas acusadas de subversão e que os presos estavam sendo levados a unidades militares. Além disso, o relato menciona que os agente brasileiros estavam usando novos método de “extração de informações”, como choques elétricos e pau de arara. Tais informações contradizem a versão das Forças Armadas brasileiras de que não houve torturas ou abusos nas instalações militares durante o período. O documento, porém, teve os nomes dos responsáveis por tais atos apagados. De acordo com O Estado, a embaixada estadunidense, apesar de ter ciência do que acontecia nessas instalações militares em detalhes, recomendou, no documento, “cautela” quando tratar do assunto com o governo brasileiro. Segundo a Folha, espera-se que o governo estadunidense enviem outros lotes de documentos. O coordenador da CNV, Pedro Dallari, afirmou que “os documentos de um país estrangeiro atestam a ocorrência de tortura, coisa que as Forças Armadas, ainda hoje, têm dificuldade de reconhecer”. (Folha de S. Paulo – Poder – 03/07/14; O Estado de S. Paulo – Política – 03/07/14)

Exército atuou em aparato de segurança para visita da presidenta da República ao Rio de Janeiro

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, um forte aparato de segurança, composto pelo Exército e pela Polícia Militar, foi montado para a visita da presidenta da República Dilma Rousseff à cidade de Saquarema, no Rio de Janeiro, onde inaugurou o Hospital Estadual dos Lagos. (O Estado de S. Paulo – Política – 01/07/14)

Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte do coronel Malhães

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, no dia 30/06/14, a Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu o inquérito sobre a morte do coronel reformado do Exército Paulo Malhães. Conforme o documento, a morte do militar não foi premeditada e não teve relação com sua atuação como torturador durante o regime militar (1964-1985). De acordo com o jornal o caseiro do sítio de Malhães, Rogério Teles, e seus irmãos Rodrigo Teles e Anderson Pires Teles, acusados de ter invadido a propriedade do coronel reformado, estão presos. No mesmo dia em que o inquérito foi concluído, a Polícia Civil prendeu Maicon José Candido e Alex Sandro de Lima, cunhados dos irmãos Pires, por envolvimento com o crime. Segundo o delegado Pedro Medina, o caso foi tipificado como latrocínio, pois o grupo pretendia revender as armas que Malhães guardava em sua residência. (Folha de S. Paulo – Poder – 01/07/14)

terça-feira, 1 de julho de 2014

Iraque pretende modernizar armamento brasileiro adquirido por Saddam Hussein

De acordo com o periódico O Estado e S. Paulo, o Exército iraquiano pretende modernizar os blindados Cascavel e lançadores de foguetes Astros II adquiridos entre os anos de 1970 e 1990 pelo então presidente do Iraque Saddam Hussein através das empresas brasileiras Engesa, já extinta, e Avibras Aeroespacial. Apesar de documentos da antiga Carteira de Comércio Exterior revelarem que foram exportadas para o Iraque 363 unidades do blindado Cascavel, um inventário estadunidense destacou que restam apenas 35 no país e somente alguns desses estão em condições de uso. A modernização dos blindados será feita pelo mesmo consórcio dos Estado Unidos que revitalizou o veículo para a Colômbia. Segundo o Estado, a modernização dos lançadores múltiplos de foguetes de saturação Astro II depende da conservação do material e portanto será um trabalho mais complexo. (O Estado de S. Paulo – Internacional – 23/06/14)

Forças Armadas e a segurança durante a Copa do Mundo de Futebol

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, as Forças Armadas devem apoiar a segurança no último jogo da Copa do Mundo, que ocorrerá no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, em 13/07/14, mas não devem controlar ingressos e fazer revistas. O Estado afirmou que o anúncio veio depois de duas invasões ao estádio do Maracanã, durante outros jogos mundial. Segundo o periódico, os resultados do campeonato até o momento tornaram possível uma final entre países Sul-Americanos, o que pode gerar um aumento no número de torcedores no dia do jogo. De acordo com o Estado, o Exército não será responsável pela segurança no estádio no dia da final, mas irá acompanhar os chefes de Estado que se encontrarem no local, além de se posicionarem em locais estratégicos. O plano é de que exista um reforço de prontidão na cidade do Rio de Janeiro. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que “As Forças Armadas têm função muito clara na legislação brasileira, permanecem na função que estão exercendo, no ponto de vista meramente preventivo”. Ainda segundo O Estado, a partida de futebol entre Argentina e Nigéria, ocorrida em 25/06/14, foi classificada por autoridades como evento de “alerta máximo” em questão de risco para a segurança pública. Segundo o jornal, o Ministério da Justiça estimou que 120 mil argentinos cruzaram a fronteira do país no estado do Rio Grande do Sul por vias terrestres e aéreas. Para garantir a ordem, as Polícias Militar, Civil e Rodoviária Federal e o Exército foram envolvidos em um esquema de segurança, cuja principal preocupação era torcedores sem ingressos, transtornos causados pelo grande número de turistas e a presença de torcedores violentos. (O Estado de S. Paulo – Esportes – 21/06/14; O Estado de S. Paulo – Copa 2014 – 24/06/14)

Autobiografia José Serra narra episódios do regime militar

De acordo com o periódico Folha de S. Paulo, o ex-governador do estado de São Paulo, José Serra, lançou sua autobiografia, “Cinquenta Anos Esta Noite”, referente ao período do regime militar (1964-1985). Ao relatar episódios ocorridos entre 1963 e 1977, Serra recordou que, enquanto presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), convocou a população brasileira a formar uma resistência à tomada de poder pelos militares em 1964, quando estava escondido na Baixada Fluminense, na cidade do Rio de Janeiro. Segundo a Folha, o relato é significativo, pois foi “quase um milagre” que Serra tenha sobrevivido, visto que ocupava um papel de destaque na luta contra o regime militar, como presidente da UNE, quando essa possuía um grande peso político. A Folha afirmou que a obra pode ser vista também como uma importante contribuição na medida em que conta com interpretações referentes aos eventos que marcaram o início do regime militar no Brasil. Entretanto, de acordo com o periódico, a autobiografia peca ao apresentar seu autor como possuidor de “uma infalível capacidade de antevisão”, na medida em que Serra afirmou que em 1963 já não acreditava no dispositivo militar do então presidente João Goulart, o qual se mostrou inexistente em 1964 e que não era crente na possibilidade de uma saída negociada para a situação. Ainda segundo o jornal, a obra abrange o exílio de Serra no Chile e, posteriormente, nos Estados Unidos. (Folha de S. Paulo – Poder – 21/06/14; Folha de S. Paulo – Poder – 24/06/14) 

Violações de direitos humanos contra indígenas necessitam de melhor apuração por parte da Comissão da Verdade

Em coluna para o periódico Folha de S. Paulo, o advogado e ex-presidente da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, Luís Francisco Carvalho Filho, ao referir-se à questão do indígena no Brasil e ao preconceito contra esse, relembrou que a Comissão Nacional da Verdade foi formada com objetivo de esclarecer violações aos direitos humanos praticadas a partir de 1946 e, portanto, não somente durante o regime militar (1964-1985). Segundo Filho, há motivos para que sejam apuradas as violações praticadas contra os indígenas brasileiros desde 1946, entre elas os deslocamentos forçados, para que sejam relembradas e reparadas, assim como é necessária uma análise dos arquivos da Fundação Nacional do Índio (Funai) durante o regime militar. Carvalho Filho lembrou que durante o período em que os militares governaram o país, o Centro de Reeducação Indígena Krenak, no estado de Minas Gerais, reuniu índios considerados infratores, desajustados e resistentes em locais em que foram confiados e sofreram trabalhos forçados, vigilância e castigos. O advogado argumentou que a investigação de tais fatos é essencial para se preservar o que sobrou das culturas indígenas do Brasil. (Folha de S. Paulo – Cotidiano – 21/06/14) 

Colunas opinativas analisam relação entre a Copa do Mundo e o contexto político do Brasil

Em coluna opinativa ao jornal Folha de S. Paulo, o professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Ronaldo George Helal, recordou que na Copa do Mundo de 1970 o regime militar brasileiro (1964-1985) buscou “imprimir otimismo ao povo brasileiro”. No período, a música escolhida pelos patrocinadores das transmissões dos jogos era de caráter ufanista e buscava incentivar a união nacional, cantando “Todos juntos, vamos pra frente, Brasil”. Helal argumentou que em 1968 havia sido instituído no país o Ato Institucional 5, proibindo a população de se manifestar politicamente, mas que foi o chamado “milagre econômico” o responsável por manter a população “sob controle”. Ao criticar a ideia difundida na atualidade de que a vitória ou derrota do Brasil na Copa do Mundo influenciará na situação política e eleitoral do governo, Helal afirmou que em 1970 a censura, tortura e mortes não foram influenciadas pela conquista do Brasil no futebol. O jornalista Ruy Castro, em coluna para o mesmo jornal, argumentou que sua geração presenciou a degradação dos símbolos nacionais pelo regime militar, como por exemplo na época do ex-presidente Emílio Garrastazu Médici, quando a bandeira, o hino e o brasão nacionais foram utilizados como símbolos que davam aval aos crimes cometidos pelo governo no período. Segundo Castro, tal associação fez com que esses símbolos fossem vistos com repulsa pelos brasileiros. Para o jornalista, apenas com o fim do regime militar e a redemocratização do país, ocorreu a reabilitação dos símbolos e cores nacionais, que passaram a ter um caráter positivo. (Folha de S. Paulo – Opinião – 21/06/14)