Conforme publicado no
periódico O Estado de S. Paulo, o novo ministro da Defesa, Aldo Rebelo, tomou
posse na sede do Clube Naval, na capital federal Brasília. Durante seu
discurso, Rebelo elogiou as Forças Armadas e defendeu um orçamento permanente
para a Defesa. Segundo o novo ministro, “o Brasil tem que ter Forças Armadas
compatíveis com seu tamanho e expectativas do mundo”. Ademais, Rebelo declarou
que lutará para preservar os projetos estratégicos das três forças, como o do
submarino de propulsão nuclear, a compra dos aviões de caça e o sistema de
proteção das fronteiras, para que não sejam comprometidos em sua essência, e
que trabalhará com a adaptação em relação à escassez de recursos. (O Estado de
S. Paulo – Política – 09/10/15)
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
Aeronáutica alterou limite de altura para construções ao redor de aeroportos
Segundo o periódico O
Estado de S. Paulo, a Portaria 957 do Comando da Aeronáutica diminuiu o limite
de altura para construção de novos edifícios ao redor de aeroportos
brasileiros. A portaria entrará em vigor a partir do dia 15/10/15 e exigirá
mudanças na Lei de Zoneamento para melhor adequação à norma. O jornal enfatizou
que a portaria está de acordo com a recomendação de segurança da Organização
Internacional da Aviação Civil, da qual o Brasil é membro, e passa a
estabelecer um limite de altura de 45 metros a partir do nível da pista, em um
raio de até 4 quilômetros do aeroporto, visando aumentar a segurança nos
aeroportos. Segundo o engenheiro aeronáutico Claudio Borges, da Dumont
Engenharia e Consultoria Aeroportuária, a nova norma irá afetar o entorno de
todas as pistas do país e terá um “impacto violento nos grandes centros
urbanos”. A norma afetará principalmente 32 aeroportos brasileiros, que até
então possuíam normas especificas e em alguns casos limites acima dos 45 metros,
como por exemplo na cidade de São Paulo. (O Estado de S. Paulo - Metrópole -
05/10/15)
Programa de Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas apresenta oportunidades no esporte brasileiro
De acordo com o
periódico Correio Brasiliense, o Programa de Atletas de Alto Rendimento (PAAR)
das Forças Armadas, que desde 2008 garante toda a estrutura necessária para
formar competidores de alto rendimento, é uma importante opção para aqueles que
almejam seguir carreira nos esportes. O programa conta com um investimento de
cerca de R$ 15 milhões provenientes do Ministério da Defesa e R$ 25 milhões do
Ministério do Esporte. Os atletas contam com benefícios como salário; plano de
saúde; atendimento médico, fisioterápico e odontológico; alimentação e
alojamento para poderem se dedicar à preparação paras competições. O jornal
afirmou que com os Jogos Militares de 2011, na cidade do Rio de Janeiro, o
projeto foi expandido e hoje conta com atletas de expressão, como os judocas
Luciano Corrêa e Sarah Menzes, os nadadores Leonardo de Deus, Nicholas Santos e
Poliana Okimoto, a atleta de pentatlo Yane Marques e o atirador Julio Almeida.
O periódico recordou que nos jogos Pan-Americanos realizados em julho de 2015
na cidade de Toronto, no Canadá, atletas brasileiros membros do programa
geraram polêmica ao fazerem o gesto de continência nos pódios da competição.
Segundo o periódico, os atletas que realizaram tal ação afirmaram que “não
houve obrigação ou compromisso em fazê-lo”, embora os atletas parecessem “estar
em comum acordo, pelo número de repetições”. O periódico afirmou que enquanto
nos jogos de 2011 os atletas patrocinados pelas Forças Armadas representavam
apenas 13% da delegação brasileira, em 2015 eles passaram a representar 21%,
sendo que 13 das medalhas conquistadas pelo judô brasileiro, 12 foram de
atletas do PAAR. (Correio Braziliense - Super Esportes - 05/10/15)
Brasileiros competem nos Jogos Olímpicos Militares
De acordo com o
periódico Correio Braziliense, 283 brasileiros estão atualmente disputando 24
modalidades nos Jogos Mundiais Militares, na Coreia do Sul. O jornal lembrou
que 33 desses atletas disputaram os jogos Pan-Americanos em julho de 2015, na
cidade de Toronto, no Canadá. Segundo o Correio, os jogos valem pontos para
classificação no ranking olímpico em alguns esportes, como o tae kwon do, o que
acentua o interesse dos atletas em participar das competições. O periódico
afirmou que o Brasil “tem lugar de destaque [nos jogos] pelo legado que
carrega” e que o país tem como objetivo se manter no pódio, sendo que em 2011
conquistou o primeiro lugar no ranking das medalhas. (Correio Braziliense -
Super Esportes - 05/10/15)
Livro sobre o regime militar serviu como base para documentário
Segundo o jornal O
Estado de S. Paulo, o livro “Brasil: Nunca Mais”, lançado há mais de 30 anos,
que denunciou atrocidades ocorridas em prisões políticas durante o regime
militar (1964-1985), foi base para um documentário dirigido pelos jornalistas
Ana Castro e Gabriel Mitani. Segundo o periódico, o resgate de memórias da
ditadura visa alertar contra a continuidade de práticas como a violência
policial e a situação precária nas prisões. Além disso, auxilia na divulgação
da importância do projeto Brasil: Nunca Mais. O documentário, nomeado de
Coratio, junção das palavras latinas para coração e razão, contém entrevistas
de vítimas da repressão, redatores do livro, coordenadores do projeto e de Eny
Raimundo Moreira, advogada que usou arquivos dos processos judiciais do
Superior Tribunal Militar para revelar os abusos do regime na década de 1970.
(O Estado de S. Paulo – Política – 04/10/15)
Antigo avião presidencial é vendido em leilão
Segundo o periódico
Folha de S. Paulo, o Boeing 707 KC-137 nº 2401, utilizado por vários
presidentes brasileiros, cujo apelido é Sucatão desde o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso, foi vendido em leilão na cidade do Rio de Janeiro por R$ 13,5
mil. A Força Aérea Brasileira impediu que o comprador, Paulo Renato Pires
Fernandez, empresário e ex-funcionário da Transbrasil, expusesse o avião no
Museu da Tam. Sendo assim, a aeronave foi desmantelada para preservar segredos
militares e impedir a reutilização de equipamentos aeronáuticos. O alumínio
aeronáutico foi fundido e Fernandez visa Espanha, Estados Unidos e China como
compradores. As quatro turbinas do Boeing foram preservadas e serão doadas para
uma escola de aviação. Segundo o jornal, apesar do Boeing ter sido criticado
pelos últimos presidentes, o avião era venerado pelos militares da Aeronáutica
por sua capacidade de reabastecer jatos em pleno voo. (Folha de S. Paulo –
Poder – 04/10/15)
General lamentou a extinção do Gabinete de Segurança Institucional em reforma ministerial
Segundo o periódico
Folha de S. Paulo, no dia 02/10/2015, o general José Elito lamentou a extinção
do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), instituição da qual era ministro-chefe,
e declarou que espera uma retificação do ato. A decisão foi tomada pela
Presidenta da República, Dilma Rousseff, em seu último pacote de reformas
ministeriais. De acordo com o jornal, as responsabilidades do gabinete passaram
a integrar a Secretaria de Governo, comandada pelo político Ricardo Berzoini,
filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT). O periódico afirmou que, em conversa
com Rousseff, Elito argumentou ser imprescindível a manutenção do GSI como
ministério, devido a suas “competências” e a sua existência há 77 anos. O
general declarou ainda que, durante a conversa, a Presidenta afirmou “ainda não
havia tomado uma decisão” quanto à existência do gabinete, remetendo a
resolução a Aloizio Mercadante, então ministro da Casa Civil. Segundo Elito,
Mercadante assegurou que retomaria a questão com a Presidenta, o que
proporcionou uma sensação de expectativa “que a decisão a ser tomada pudesse
ser favorável ao GSI”, como reiterou Elito. (Folha de S. Paulo – Poder –
03/10/15)
Coluna opinativa analisa possibilidade do Brasil conseguir um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas
Em coluna opinativa
para o jornal Correio Braziliense, o empresário José Horta Manzano analisou a
aspiração brasileira de tornar-se membro permanente do Conselho de Segurança da
Organização das Nações Unidas (ONU). Além do Brasil, Manzano mencionou a
Alemanha, a Índia e o Japão, constituintes do G4, um grupo de países que
reivindica uma reforma na ONU, incluindo o aumento do número de assentos
permanentes no Conselho. A motivação comum desses países é, segundo Manzano, a
recuperação do prestígio perdido ou “nunca havido”. Em relação às motivações
individuais, a justificativa para a reivindicação da Alemanha e do Japão seria
alcançar o reconhecimento perdido na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). No
caso da Índia, o argumento seria sua grande população, aliado ao fato do país
ter armamento nuclear. Já no caso brasileiro, Manzano afirmou que a justificativa
é menos aparente, dado que a visão dos outros países em relação ao Brasil
sofreu poucas mudanças desde que a criação da ONU. Segundo ele, a posição do
país no sistema internacional alterou-se de modo limitado nas últimas décadas,
fato que decorre do desenvolvimento e aumento de influência de outras nações.
Ao analisar as chances que o Brasil teria para ingressar no Conselho, o
empresário julgou que estas “são próximas de zero”, levando em conta que um
novo membro tem que ser aceito por todas as nações que já tem uma cadeira
cativa. Além disso, Manzano argumentou que o Brasil tem assuntos internos mais
importantes a tratar e aconselhou o país a “assumir postura diplomática séria e
coerente”. (Correio Braziliense - Opinião - 03/10/15)
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
Ministro da Defesa foi substituído em meio à reforma ministerial
De acordo com os
jornais Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, o
ministro da Defesa, Jaques Wagner, foi substituído pelo anteriormente ministro
de Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo. A substituição faz parte da reforma
ministerial do governo da presidenta da República, Dilma Rousseff. Segundo o
Correio, Wagner, que foi cogitado para ocupar a Casa Civil, negou ter recebido,
até 30/09/15, qualquer convite oficial para troca de ministério, porém afirmou
que estava “à disposição no que puder ajudar”. Segundo o periódico, Rebelo
assumiu a pasta da Defesa em um momento delicado, tendo em vista a recente
declaração do general Eduardo Villas-Boas, comandante do Exército, de que “a
falta de recursos para ações definidas ainda durante o governo Lula colocam
empreendimentos em risco de ‘retroceder 30, 40 anos em meio a um cenário de
ajuste fiscal”. Segundo O Estado, Rebelo “tem ótimo relacionamento com os
militares’”. (Correio Braziliense – Política – 01/10/2015; Folha de S. Paulo –
Política – 01/10/2015; O Estado de S. Paulo – Política – 01/10/2015)
Comandante do Exército concedeu entrevista a periódico
Em entrevista ao
periódico Correio Braziliense, o Comandante do Exército, general Eduardo Dias
da Costa Villas Bôas, afirmou que, se essa situação
permanecer, as empresas envolvidas em projetos estratégicos, como o do blindado
Guarani, não terão condições de mantê-los. O risco imediato é que com o ritmo
dos cortes do orçamento, o ciclo de implantação já estará obsoleto antes de ser
concluído. O Comandante atribui a dificuldade no corte orçamentário à crise
econômica no país, pois o Exército tem consciência da realidade das pessoas,
tendo a Força passado um tempo no conjunto de favelas da Maré, na cidade do Rio
de Janeiro. Porém, considerou Villas Bôas que o Ministério da Defesa fez um bom
trabalho no processo de negociação do orçamento, pois foi um trabalho intenso e
consistente que conseguiu preservar programas, apesar dos problemas econômicos.
O general declarou ainda que o Exército atravessou 30 anos de penúria
orçamentária e, com isso, adaptou-se, mas que perdeu capacidade de pensar
estrategicamente, em longo prazo. Essa série orçamentária declinante, de acordo
com Villas Bôas, reverteu-se com o governo do ex-presidente da República Luiz
Inácio Lula da Silva e o marco foi quando pediu ao então ministro da Defesa,
Nelson Jobim, que colocasse a defesa na pauta de discussão nacional. Jobim,
juntamente com o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira
Unger, elaborou uma Estratégia Nacional de Defesa (END), pois “pela primeira
vez, o poder político disse aos militares qual era a concepção de Forças
Armadas, o que entendiam como necessário para o Brasil”. O Comandante ressaltou
que os recursos das Forças Armadas devem ter previsibilidade e regularidade e
outra mudança importante diz respeito aos projetos estratégicos. Ademais, com a
END foi possível fazer uma reestruturação interna do Exército para gerenciar
sete projetos estratégicos. Essa reestruturação, segundo Villas Bôas,
iniciou-se quando, após a Organização das Nações Unidas (ONU) solicitar ao
Brasil que dobrasse seu efetivo na Missão das Nações Unidas para a
Estabilização no Haiti (Minustah), no ano de 2010, por ocasião do terremoto
naquele país, custou três semanas para o Exército conseguir reunir um batalhão
para enviar àquele país. O general considerou tal fato inaceitável, pois a
capacidade de mobilização deveria ser de 24 ou 48 horas. Com respeito à
presença do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, Villas Bôas afirmou que um
país que pretende atingir o patamar de liderança regional e de membro
permanente do conselho, precisa “ter capacidade de fazer o que se chama de
projeção de poder”, ou seja, é preciso ter presença política, econômica e
diplomática, capacidade de influência, tendo o respaldo de uma capacidade de
presença militar, o que pressupõe projeções de força. Para o Comandante, com as
projeções que se tem no cenário atual, tudo o que foi concebido estará obsoleto
antes de 2035. Declarou ainda que o Brasil, em pleno século 21, possui metade
de seu território não ocupado, integrado ou articulado, com a população não
tendo infraestrutura social e econômica para atender suas necessidades e a
única capacidade para tal está nas Forças Armadas, exigindo sua presença
espalhada pelo território. Assim, há dificuldades em adquirir qualidade, mas
manter a quantidade. Com relação ao emprego das Forças Armadas em funções
sociais, Villas Bôas declarou que existe um polo que defende que o Exército e
as Forças Armadas devem destinar-se apenas à defesa do país e outro que defende
que “o Exército virou uma empresa de prestação de serviços”. Porém, de acordo
com o general, “o que se vê na tendência mundial é que as Forças Armadas têm de
estar em condições de atender às demandas da população”. Sobre a questão dos
salários no Exército, Villas Bôas considerou este um problema grave, pois a
redução dos recursos para pagamento de pessoal nas Forças Armadas foi maior do
que em outros setores, e isso aumenta a frustração interna, intensificando a
evasão para os setores de mercado, como as áreas técnicas, de engenharia e
saúde. Em relação ao problema do narcotráfico, Villas Bôas afirmou que o
considera como a maior ameaça à segurança do país, pois o Brasil possui uma
fronteira de quase 17 mil quilômetros e um país vizinho que é produtor de
cocaína e maconha. O comandante declarou ainda que o Exército está muito
preocupado pela iminência de que o Brasil se torne também produtor de cocaína,
“porque isso altera nossa posição, juridicamente, no ambiente internacional”.
Sobre o narcotráfico na Amazônia, o general afirmou que este ainda é pouco
organizado, mas que as grandes organizações criminosas de São Paulo e Rio de
Janeiro estão chegando à região, uma vez que na fronteira com os países
vizinhos já se detectou a presença de cartéis internacionais, com caráter
violento e grande capacidade de contaminação de instituições. Além disso,
afirmou que junto ao problema das drogas há o das armas, considerando-o uma
questão que está se agravando, estando o crime organizado em poder de armas
cada vez mais sofisticadas e potentes. Quando questionado a respeito da
preocupação do Exército com a crise política no Brasil, o general declarou que
há uma atenção da corporação, mas que a instituição cumprirá o que a
Constituição estabelece, pois o Brasil possui instituições muito bem
estruturadas e sólidas, que cumprem suas tarefas, dispensando a sociedade de
ser tutelada. Sobre as manifestações que defendem a intervenção militar, afirmou
que “estamos preocupados em definirmos para nós a manutenção da estabilidade,
mantendo equidistância de todos os atores”. Segundo Villas Bôas, o Exército é
uma instituição de Estado e não pode se permitir a um descuido e provocar
instabilidade. O segundo fator é a legalidade, ou o respaldo pelas normas em
todos os níveis, e o terceiro, a legitimidade, que o Exército possui por atuar
apenas na legalidade e dessa legitimidade vem da coesão do Exército que, com
isso, cumpre bem seu papel. Ademais, o Comandante afirmou que não há nenhuma
possibilidade de os militares virem a tomar o poder novamente no Brasil, pois o
que os baliza é o que está na Constituição, e declarou que não há ameaça de
ruptura institucional no país. Com relação à defesa cibernética, Villas Bôas
considera esta uma área extremamente preocupante e “é um processo que tem de
estar em permanente evolução”. Por fim, o general considerou que corre-se o
risco de uma nova Guerra Fria, porém numa confrontação de caráter econômico,
cuja ferramenta é a questão ambiental,
onde deixa-se tomar por um pensamento politicamente correto que impede que
aflorem soluções concretas para os problemas do país. Assim, para o Comandante,
é preciso ter o mínimo de pragmatismo para voltar a construir o país, pois além
de não haver um sentido de projeto, deixou-se dominar pelo pensamento
politicamente correto que dificulta, por exemplo, o combate à criminalidade no
Brasil. Deste modo, considera que o erro do politicamente correto é, por um
lado, a presunção de que o criminoso é, de alguma forma, sempre uma vítima da
sociedade, e por outro, é que se perdeu muito a disciplina social, ou seja, o
conceito de autoridade presumida que tem um professor quando entra na sala de
aula, por exemplo. Segundo Villas Bôas, “a presença do professor deveria
estabelecer, automaticamente, regras de comportamento para que o funcionamento
da sala de aula se viabilizasse” e a isso atribui o fato das pessoas pedirem a
volta do Exército ao poder. (Correio Braziliense – Política – 27/09/2015)
Supremo Tribunal Federal retomou o processo sobre a morte de Rubens Paiva
Segundo o jornal
Correio Braziliense, o Supremo Tribunal Federal (STF) retomou o caso sobre a
morte do ex-deputado Rubens Paiva durante o regime militar (1964-1985). O
ministro Teori Zavaski autorizou o pedido feito pelo Ministério Público (MP) de
antecipação de depoimentos para a produção de provas contra militares suspeitos
de envolvimento na morte do ex-deputado, sob a acusação de homicídio e
ocultação de cadáver. De acordo com o Correio, o MP fez o pedido para
resguardar provas, temendo que alguns depoentes falecessem por possuírem idade
avançada, como é o caso de Inês Etienne Romeu, falecida no mês de abril de
2015, que era a única sobrevivente da chamada “Casa da Morte”, localizada na
cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro. A oitiva antecipada das testemunhas
foi solicitada após militares denunciados em 2014 pela procuradoria, como o
general Antônio Nogueira Belham, entrarem com uma reclamação no STF distribuída
a Zavaski, alegando não poder ser denunciados pelo MP por conta da Lei da
Anistia (1979). Segundo o periódico, na ocasião, o magistrado suspendeu o
processo na Justiça Federal do Rio de Janeiro. Uma das testemunhas a ser ouvida
é Marilene Corona Franco, à época estudante de psicologia e exilada no Chile
quando, em 1971, encarregada de entregar cartas a Paiva na prisão, foi presa
antes de desembarcar do avião. Outra testemunha é o major da Polícia Militar
Riscala Corbage. (Correio Braziliense – Brasil – 27/09/15)
Colunista comentou obra sobre a Guerrilha do Araguaia
Em coluna opinativa
para o jornal O Estado de S. Paulo, o jornalista e ex-professor da Universidade
de São Paulo (USP), Bernardo Kucinski, fez uma análise sobre a obra de ficção
“Palavras Cruzadas", da autora Guiomar de Grammont. O enredo tem como
principal cenário a Guerrilha do Araguaia (1967-1974) e, como afirmou Kucinski,
contém diversas metáforas e reflexões críticas. Segundo o jornalista, dois
temas considerados “tabus” são abordados pela história: o primeiro é o
“justiçamento” dos guerrilheiros por companheiros sob a alegação de traição, o
que é utilizado por Grammont para “alavancar a crítica à guerrilha, cujos
dirigentes são retratados como coercitivos e militaristas”. O segundo tema se
refere ao sequestro de bebês feito por militares para a adoção. De acordo com
Kucinski, apesar de não haver provas dessa atividade no relatório final da
Comissão Nacional da Verdade (CNV), a Comissão da Verdade do estado de São
Paulo mencionou a possibilidade do sequestro de bebês nascidos durante o
movimento guerrilheiro. O jornalista afirmou que a obra comparou criticamente
tanto guerrilheiros quanto repressores, explicando porque “por tantos anos as
Forças Armadas se recusaram sequer a admitir que existiu uma guerrilha no
Araguaia, atribuindo eles próprios ao seu cerco e aniquilamento o estatuto
macabro do indizível”. (O Estado de S. Paulo – Caderno 2 – 26/09/15)
Força Aérea Brasileira lançou revista em quadrinhos infantil para conscientizar crianças sobre riscos aéreos
Segundo o periódico O
Estado de S. Paulo, a Força Aérea Brasileira (FAB) lançou, no dia 26/09/15, em parceria com o
autor Mauricio de Sousa, uma revista em quadrinhos infantil da “Turma da
Mônica” com o objetivo de conscientizar as crianças a não alimentar aves nas
imediações dos aeroportos, visto que estes animais podem ser puxados para as
turbinas do avião e causar acidentes. O jornal informou que o convite para
formar a parceria foi feito ao autor no ano de 2013, período de publicação do
primeiro volume da revista, que terá uma nova tiragem. Ambas as edições serão
distribuídas em aeroportos, escolas e eventos da FAB. O coronel Alexandre
Prado, chefe da Divisão Operacional do Centro de Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), afirmou que “a educação e a conscientização
sobre a importância da segurança de voo é eficaz quando iniciada ainda na
infância”. Sousa concordou com a afirmação, reiterando a capacidade das
crianças em influenciar nas ações e costumes de seus familiares. O lançamento,
que ocorreu no hangar da FAB no Campo de Marte, na cidade de São Paulo, foi um
evento exclusivo para crianças de baixa renda e contou com a presença de Sousa
e da Turma da Mônica. (O Estado de S. Paulo – Metrópole – 26/09/15)
General do Exército criticou cortes orçamentários na Defesa
Segundo os jornais
Correio Braziliense e O Estado de S. Paulo, o general do Exército Eduardo Dias
da Costa Villas Bôas afirmou em audiência pública no Senado, no dia 25/09/15,
que a indústria de Defesa do país pode retroceder devido aos cortes na área. De acordo com o
periódico, o general, convidado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa
Nacional para participar da audiência, citou projetos estratégicos que estão
sendo adiados pela falta de dinheiro, como o projeto na área de defesa
cibernética, cuja conclusão estava prevista para o ano de 2014, mas foi adiada
para o ano de 2017, e o do sistema Astros, relativo ao desenvolvimento de
lançadores de foguetes, prorrogado do ano de 2018 para o ano de 2023. Para
Villas Bôas, “essas tecnologias se tornam obsoletas com muita rapidez” e por
isso os projetos poderão estar ultrapassados já na data de entrega. Segundo O
Estado, durante a audiência, o senador Ricardo Ferraço e o general criticaram o
então ministro da Defesa, Jaques Wagner, pois, segundo eles, Wagner estaria
mais preocupado com as questões políticas que com os problemas atuais da
Defesa. Entretanto, segundo o ministro, os cortes foram negociados
conjuntamente com as Forças Armadas e o governo federal, e os projetos
estratégicos foram desacelerados, mas não paralisados. De acordo com o Correio,
Ferraço afirmou que a situação econômica atual não deve ser apontada como a
única causa dos cortes, pois desde o ano 2012 já existiam problemas na área de
desenvolvimento de projetos de Defesa. O jornal afirmou que o senador planeja
concluir até o mês de novembro de 2015 um diagnóstico sobre a crise financeira
das Forças Armadas, com o qual seria possível indicar ao Ministério da Defesa
os projetos que devem ser paralisados para que outros possam ser concluídos.
(Correio Braziliense – Política – 28/09/15; O Estado de S. Paulo – Política –
26/09/15)
Jaques Wagner nomeia o segundo-tenente do Exército Jeferson da Silva Figueiredo para cargo na Junta Interamericana de Defesa e gera polêmica
De acordo com os
periódicos Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, o então ministro da
Defesa, Jaques Wagner, designou o segundo-tenente do Exército Jeferson da Silva
Figueiredo para o cargo de ajudante da Subsecretaria de Serviços
Administrativos e de Conferência na Junta Interamericana de Defesa, na cidade
de Washington, nos Estados Unidos.De acordo com os jornais, Figueiredo é marido
da ex-ministra da Secretaria dos Direitos Humanos Ideli Salvatti, o que causou
críticas da oposição do governo, que considerou a decisão um caso de
“nepotismo”. Por outro lado, os periódicos trouxeram que o Ministério da Defesa
defendeu a nomeação de Figueiredo, afirmando que o militar dispõe de todas as
qualidades para o cargo, visto que possui experiência em funções administrativas
no Ministério e ocupa um cargo militar. Além disso, a decisão possibilita que o
segundo-tenente do Exército fique junto da família - visto que em junho de 2015
Salvatti foi indicada à função de assessora de Direitos e Equidade da
Organização dos Estados Americanos (OEA), também em Washington - o que foi
levado em consideração pelo Ministério. (Folha de S. Paulo – Poder –
26/09/2015; O Estado de S. Paulo – Política – 26/09/15)
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
Brasil adquirirá sistema russo de defesa antiaérea em 2016
De acordo com o
periódico O Estado de S. Paulo, o Brasil assinará um contrato para adquirir
três unidades do sistema russo de defesa antiaérea Pantsir-S1, em 2016, para
uso das Forças Armadas. A informação foi confirmada pelo embaixador do Brasil
na Rússia, José Antonio Vallim Guerreiro, pelo Serviço Federal para Cooperação
Técnica-Militar da Rússia, pela agência de publicidade russa Ria Novosti e por
diversos empresários brasileiros da área de Defesa. Segundo o jornal, o acordo
foi discutido pela presidenta da República, Dilma Rousseff, e pelo presidente
russo, Vladimir Putin, em julho de 2015. Os detalhes do acordo foram divulgados
devido à visita do vice-presidente da República, Michel Temer, à Moscou,
ocorrida na semana anterior, em que Temer participou da 9.ª Reunião da Comissão
Intergovernamental de Cooperação (CIC) Brasil-Rússia. De acordo com o jornal,
Guerreiro afirmou que o contrato será de US$ 500 milhões. Segundo um empresário
brasileiro, presente em Moscou, o valor final do contrato pode chegar a US$ 700
milhões dependendo dos requisitos tecnológicos exigidos pelo Ministério da
Defesa. O jornal informou que haverá uma carência de 8 anos prevista no
contrato, “o que reduziria o impacto orçamentário de curto prazo, sem
comprometer o momento de ajuste fiscal no Brasil”. Inicialmente, a expectativa
era de que o acordo fosse concluído a tempo de os equipamentos serem utilizados
para reforçar a segurança durante a Copa do Mundo de 2014, visto que o Brasil
demonstrava interesse pelo sistema desde 2013. A previsão atual é de que o
equipamento seja incorporado à segurança de médio alcance durante as Olímpiadas
de 2016 na cidade do Rio de Janeiro, cobrindo uma área de 15 a 20 quilômetros.
O Pantsir é composto por lançadores de mísseis e canhões de controle eletrônico,
além de “carro de comando-controle, radar secundário, remuniciadores e unidade
meteorológica”. O periódico afirmou que “o radar de detecção localiza os alvos
na cadência de 10 deles por minuto em uma área de 36,5 quilômetros. O tempo de
reação é estimado em 20 segundos”.
Ainda, possuem “dois canhões de 30 mm de tiro rápido”, disparadores com
10 mísseis 57E6 cada e pode voar até uma altitude de 15 mil metros. De acordo
com o jornal, as primeiras unidades do sistema russo serão entregues “18 meses após
assinatura do termo definitivo”. A Rússia, por sua vez, tem interesse em
utilizar a base aeroespacial de Alcântara, no estado do Maranhão, para explorar
o lançamento dos lança-foguetes Angara, criados pelo Centro Khrunichev de
Pesquisas Espaciais, visto que a base é considerada “um dos melhores pontos do
mundo para lançamento de foguetes”. Os Estados Unidos e a França também estão
interessados em firmar acordos visando o uso da base aeroespacial. Segundo
empresário do setor de Defesa, "a Rússia chegou a abrir conversas
primárias de um acordo para o lançamento de foguetes de até 64 toneladas, mas
os americanos estão adiantados. O acordo foi encaminhado durante a visita de
Dilma Rousseff a Washington”, que ocorreu em junho de 2015. (O Estado de S.
Paulo – Política – 19/09/15)
quarta-feira, 23 de setembro de 2015
Construção da Usina Nuclear Angra 3 é alvo de investigação pela Operação Lava Jato
Segundo o periódico O
Estado de S. Paulo, após “acordo de leniência” da empresa Camargo Corrêa com o
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Adolfo Aguiar Braid,
Capitão de Mar e Guerra da reserva, passou a ser investigado pela Operação Lava
Jato, por irregularidades na construção da Usina Nuclear Angra 3. O militar,
que foi diretor da Eletrobrás Equipamentos Pesados, atualmente é responsável
pela área de Defesa da empresa Odebrecht. O jornal relembrou que o almirante
Othon Luiz Pinheiros da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, também está
sendo investigado. (O Estado S. Paulo – Política – 13/09/15)
Fuzileiro matou jovem que furou bloqueio militar
De acordo com o
jornal Folha de S. Paulo, no dia 11/09/15, um militar da Marinha disparou um
tiro de fuzil contra um carro que furou um bloqueio militar na Ilha do
Governador, na cidade do Rio de Janeiro. O disparo atingiu e matou Felipe
Jordão da Silva Ferreira, de 21 anos. Segundo a Marinha, o militar reagiu
quando o motorista rompeu o bloqueio e atropelou um sargento. (Folha de S.
Paulo – Cotidiano – 13/09/15)
Comissão da Verdade do Rio de Janeiro apontou sargento do Exército como responsável por atentado à Ordem dos Advogados do Brasil em 1980
De acordo com o
periódico O Estado de S. Paulo, a Comissão Estadual da Verdade do Rio de
Janeiro (CEV-Rio) identificou, no dia 11/09/15, após dois anos de investigação,
o sargento do Exército, Magno Cantarino Mota, conhecido pelo codinome de agente
Guarany, como emissário da carta-bomba responsável por matar a secretária Lyda
Monteiro da Silva. O atentado ocorreu em 27/08/1980 na cidade do Rio de
Janeiro, atingindo a sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entidade que,
segundo o jornal, exerceu um papel de destaque na redemocratização do país. De
acordo com O Estado, o alvo, na verdade, era o então presidente da OAB, Eduardo
Seabra Fagundes. A identificação do sargento foi feita através do depoimento de
uma testemunha que conversou com Fagundes no dia do atentado, afirmou Denise
Assis, jornalista e pesquisadora da CEV-Rio. Segundo outros três testemunhos, a
ordem para o ataque à sede partiu do já falecido coronel Freddie Perdigão
Pereira, apontado pelo Ministério Público Federal como um dos arquitetos do
atentado no centro de convenções Riocentro e pela prisão de Rubens Paiva,
assassinado no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações
de Defesa Interna (DOI-Codi). O responsável por montar o explosivo foi o
sargento Guilherme Pereira do Rosário, morto após uma bomba explodir no
Riocentro, em 1981. Por meio da análise de dados e de depoimentos, a Comissão
concluiu que o grupo que atacou tanto o Riocentro quanto a sede da OAB foi o
mesmo. Wadih Damous, deputado federal e ex-presidente da CEV-Rio, precursor das
investigações, afirmou que “os mesmos elementos que estiveram no Riocentro
também estiveram aqui em 27 de agosto de 1980. Todo o perfil desses agentes
comprova que eram homens treinados para tortura e atentados à bomba”. Luiz
Felippe Monteiro, advogado e filho Lyda Monteiro da Silva, exigiu que “o
Ministério da Defesa apresente desculpas formais a ele e à família”, como
afirmou o periódico. Marcus Vinicius Coelho, presidente do Conselho Federal da
OAB, afirmou que entregaria a resolução da investigação a Rodrigo Janot,
procurador-geral da República, na semana seguinte. Segundo o jornal, os
integrantes da CEV-Rio acreditam na possibilidade de Mota ser processado pela
morte da secretária, visto que a Lei da Anistia (1979) compreende crimes
políticos cometidos até o ano de 1979. (O Estado de S. Paulo – Política –
12/09/15)
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
Documentos revelaram atuação de Centro de Informações do Exterior durante o regime militar brasileiro
Segundo o periódico O
Estado de S. Paulo, documentos secretos do antigo Centro de Informações do
Exterior (CIEx) demonstraram como o regime militar brasileiro (1964-1985)
vigiou exilados no Chile no período anterior à tomada de poder pelos militares
naquele país, no ano de 1973. Nos documentos encontram-se dados referentes a
viagens e reuniões de ativistas, análises da política chilena, bastidores da
crise no país e lista de pessoas presas após a instauração do regime militar
chileno, assim como detalhes sobre reuniões políticas, culturais ou sociais dos
exilados brasileiros e informações sobre um suposto financiamento de
organizações brasileiras no Chile. De acordo com o jornal, um dos grupos mais
vigiados pelo órgão foi a Associação Chileno-Brasileira de Solidariedade, e
entre os exilados no país que foram vigiados estavam o ex-presidente da União
Nacional dos Estudantes (UNE) e atual senador José Serra, além do poeta Thiago
de Mello e o ex-ministro do Trabalho Almino Affonso. O periódico afirmou que o
órgão era vinculado ao Ministério das Relações Exteriores e, como “não existia”
oficialmente, apesar de ter atuado de 1966 até 1980, possuiu diversos nomes no
período, sendo chamado de Assessoria de Documentação de Política Exterior e
Secretaria de Documentação de Política Exterior. (O Estado de S. Paulo –
Internacional – 08/09/15)
Dilma Rousseff solicitou a anulação de decreto que transferiu poderes dos comandantes militares para o ministro da Defesa
De acordo com o
periódico O Estado de S. Paulo, a presidenta da República, Dilma Rousseff,
assinou, no dia 03/09/15, um decreto que transferiu poderes dos comandantes
militares para o ministro da Defesa, que passa a ser responsável por “assinar
atos relativos a pessoal militar, como transferência para a reserva remunerada
de oficiais superiores, intermediários e subalternos; reforma de oficiais da
ativa e da reserva; promoção aos postos de oficiais superiores; nomeação de
capelães militares, entre outros”. Segundo o jornal, o decreto estava arquivado
há mais de três anos e a Casa Civil afirmou que o envio do mesmo para ser
assinado por Rousseff respondeu à solicitação da secretaria-geral do Ministério
da Defesa. De acordo com o jornal, a assinatura foi recebida com “‘surpresa’,
‘estranheza’ e desconfiança’” pelos militares, os quais afirmaram não terem
sido informados previamente.O comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar
Leal Ferreira, que ocupava o cargo de ministro interino da Defesa no dia da
assinatura, afirmou que não tinha conhecimento sobre a existência de tal
documento, assim como o ministro da Defesa, Jaques Wagner, que estava em viagem
à China naquele momento. Wagner assegurou que “não há nenhum interesse da
presidente Dilma em tirar poderes naturais e originais dos comandantes”, e que
o documento visava apenas normatizar “prerrogativas de cada instância com a
criação do Ministério da Defesa e não tirar o que é da instância dos
comandantes”, além de informar que por ainda não ter entrado em vigor, o
decreto poderia ser alterado. Posteriormente, os periódicos Folha de S. Paulo e
O Estado afirmaram, no dia 09/09/15, que Wagner declarou que iria editar uma
portaria para restituir a competência da edição de atos relativos a pessoal
militar aos comandantes das Forças Armadas, uma vez que o texto do decreto
afirma que aquela poderia ser subdelegada a esses pelo ministro da Defesa.
Segundo O Estado, Wagner assinou a portaria a pedido da presidenta, e sugeriu,
em nota, que os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica teriam
conhecimento da aprovação do decreto antes que essa ocorresse, mas os
comandantes negaram qualquer conhecimento prévio sobre o assunto. Os periódicos
afirmaram que o decreto entraria em vigor em quatorze dias a partir de sua
assinatura, o que resultou, portanto, na inexistência de efeitos práticos. De
acordo com a Folha e O Estado, Wagner solicitou à Casa Civil, em 09/09/15, a
publicação de uma errata para esclarecer que a gestão pessoal militar será
subdelegada aos comandantes das três Forças. Segundo a Folha, em nota datada
08/09/15 a pasta da Defesa procurou esclarecer que o decreto “visava apenas
atualizar um anterior, de 1999, que ainda considerava como existentes os
ministérios da Marinha, Exército e Aeronáutica”. Segundo O Estado, em reunião
com os comandantes das três Forças, no dia 09/09/15, Wagner reconheceu o erro
por parte do governo, a fim de diminuir a tensão instalada entre os militares.
Segundo o periódico, o decreto, “que é apenas um ajuste técnico, só foi objeto
de insatisfação pelos militares, porque foi publicado sem o conhecimento
deles”. De acordo com um dos auxiliares diretos da presidenta da República, o
qual considerou que o processo foi conduzido de forma “inábil”, a
secretária-geral do Ministério da Defesa, Eva Chiavon, ao ser questionada se os
comandantes tinham conhecimento do documento e estavam de acordo, afirmou que
sim. Segundo O Estado, oficiais-generais consultados pelo jornal asseguraram
que os comandantes não tiveram conhecimento do texto. (O Estado de S. Paulo –
Política – 08/09/15; Folha de S. Paulo – Poder – 09/09/15; O Estado de S. Paulo
– Política – 09/09/15; Folha de S. Paulo – Poder – 10/09/15;;; O Estado de S.
Paulo – Política – 10/09/15)
Desfile de 7 de setembro em Brasília teve a participação de 3 mil militares
Segundo o periódico
Correio Braziliense, o tradicional desfile de 7 de setembro, que celebra o dia
da Independência do Brasil, contou com a participação de 3 mil militares nas
festividades da capital federal, Brasília. O jornal afirmou que “os aplausos
mais vibrantes” foram destinados aos veteranos do Exército e para os chamados
Dragões da Independência, unidade do Exército Brasileiro responsável pela
guarda das instalações presidenciais. O
evento contou ainda com a apresentação da Esquadrilha da Fumaça, que utilizou
29 unidades do Super Tucano. O jornal lembrou que as novas aeronaves tem o
dobro da potência das antigas e equipamentos modernos. (Correio Braziliense –
Cidades – 08/09/15)
Navio da Marinha resgatou imigrantes naufragados
De acordo com os
periódicos Correio Braziliense e O Estado de S. Paulo, a corveta V-34 Barroso
da Marinha brasileira resgatou, na noite de 04/09/15, 220 imigrantes que
viajavam clandestinamente nas proximidadesdo litoral da Itália. Segundo os
periódicos, a corveta comandada pelo capitão de fragata Alexandre Nunes
navegava pelo Mar Mediterrâneo a caminho de Beirute, no Líbano, quando foi
contatada pelo Centro de Busca e Salvamento da Itália, que solicitou que o
navio brasileiro procurasse a embarcação ilegal detectada próximo à Grécia. A
equipe da corveta Barroso respondeu ao pedido de socorro e, após navegar por
uma hora, localizou o transportador ilegal, embarcou os imigrantes e ofereceu
serviço médico a bordo para os casos mais graves de desidratação e queimaduras.
De acordo com o periódico, os imigrantes foram levados à Catânia, no litoral
sul da Itália. A operação contou com a participação de duas embarcações
menores, pertencentes à guarda costeira italiana. Os periódicos informaram que
a corveta V-34 seguiu para o Líbano a fim de substituir a fragata União,
integrante da Força-Tarefa Marítima (FTM) da Força Interina das Nações Unidas
no Líbano (UNIFIL), da Organização das Nações Unidas. Segundo o jornal O
Estado, a corveta possui 103 metros de extensão, tem capacidade de deslocar
2400 toneladas com autonomia de 30 dias, e teve o sistema de armas de bordo
configurado para atender à força tarefa com disparadores de mísseis Exocet,
canhões e de lançadores de torpedos. (O Estado de S. Paulo – Internacional –
05/09/15; Correio Braziliense – Mundo – 06/09/15;)
Convidados opinaram sobre mudanças de logradouros na cidade de São Paulo
Em colunas opinativas
para o jornal Folha de S. Paulo, o deputado estadual coronel Alvaro Batista
Camilo e a vereadora Juliana Cardoso discorreram sobre a mudança dos nomes de
logradouros na cidade de São Paulo que homenageiam pessoas ligadas ao regime
militar (1964-1985). Segundo Camilo, a nomeação dos lugares faz parte da
história da cidade e reescrever essa história é um erro. O coronel declarou
respeitar a “memória dos que sofreram na ditadura militar”, porém questionou a
legitimidade de alterar algo que foi nomeado conforme a legislação municipal e
indagou se as mudanças seriam restritas apenas a nomes vinculados ao regime
militar. Em seguida, argumentou que “reinterpretar fatos do passado de maneira
simplista, sob a ótica e os valores do presente, é uma falta grave.” O militar
concluiu sua opinião afirmando que este tipo de medida abrirá espaço para que
futuras gerações tentem remodelar o passado para adaptá-lo à sua conveniência,
destruindo, desta forma, a história de um país. Cardoso, por sua vez,
argumentou de forma contrária, afirmando a importância de discutir com as
comunidades a respeito das mudanças, de forma a trazer para o cotidiano o
debate relativo aos direitos humanos. De acordo com Cardoso, a alteração de
nomes de ruas em São Paulo não é um fenômeno novo e está relacionada a
transformações que fizeram parte da história da cidade. Segundo a vereadora, a
simples alteração dos nomes não é suficiente, sendo necessário haver
consciência dos cidadãos a respeito das mudanças. (Folha de S. Paulo – Opinião
– 05/09/15)
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
Projéteis utilizados em chacina de São Paulo pertenciam ao Exército e a forças de segurança pública
Segundo o periódico O
Estado de S. Paulo, uma parte da munição utilizada na chacina ocorrida no dia
13/08/15 nas cidades de Osasco e Barueri, na região metropolitana de São Paulo,
pertencia ao Exército, à Polícia Militar e à Polícia Federal. Os dados foram
confirmados pela Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) à Corregedoria da
Polícia Militar. O órgão público constatou no relatório do dia 28/08/15,
entregue pela CBC, que as cápsulas apreendidas possuem calibre 9mm e condizem
com o lote BIZ91, adquirido pelo Exército e concedido a “diferentes
organizações militares”, e com os lotes AAY69, BAY18, UZZ18 e BNT84, obtidos
respectivamente pela Polícia Militar do estado de São Paulo e pela Polícia
Federal e remetidos a diversas localidades. De acordo com o jornal, todos os
projéteis foram obtidos entre 2006 e 2008 e a principal suspeita é de que eles
tenham sido desviados ou roubados, acabando na posse de criminosos. A Polícia
Federal declarou não ter sido “comunicada oficialmente sobre o fato” e que
ainda não há informações suficientes para uma pesquisa mais detalhada e
eventuais providências por parte da instituição. O Exército e a Secretaria de
Segurança Pública de São Paulo não se manifestaram. (O Estado de S. Paulo –
Metrópole – 03/09/15)
General brasileiro que comanda a Minustah faleceu após se sentir mal
De acordo com os
jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, o Exército informou que o
comandante da Missão das Nações Unidas de Estabilização no Haiti (Minustah),
general José Luiz Jaborandy Junior, de 57 anos, faleceu no dia 30/08/15 após se
sentir um mal súbito durante um voo comercial entre a cidade de Miami, nos
Estados Unidos, e Manaus, no estado do Amazonas. Segundo os periódicos, o
general retornava ao Brasil para um período de descanso com a família, quando
sofre um infarto fulminante. O avião retornou à Miami e Jaborandy foi levado a
um hospital da cidade, mas não resistiu. Jaborandy assumiu o comando da
Minustah em março de 2014, substituindo o general Edson Leal Pujol. Segundo a
Folha, a presidenta da República, Dilma Rousseff, lamentou a morte do militar e
destacou sua “dedicação, profissionalismo e espírito de liderança” no comando
da Minustah. Já o ministro da Defesa, Jaques Wagner, em nota, manifestou
“surpresa” com o “falecimento prematuro” do general. (Folha de S. Paulo – Poder
– 01/09/15; O Estado de S. Paulo – Política – 01/09/15)
Programa Clínica de Testemunho expandirá
Segundo o periódico O
Estado de S. Paulo, as Clínicas de Testemunho, programa criado pelo governo
federal, e ligado ao Mistério da Justiça, com o objetivo de fornecer
acompanhamento psicológico às vítimas de tortura durante o regime militar
(1964-1985), se expandir tornando-se uma política pública. Atualmente, existem
quatro unidades em funcionamento, duas na cidade de São Paulo, uma na cidade do
Rio de Janeiro e uma na cidade de Porto Alegre, juntas realizaram quatro mil
atendimento entre 2013 e 2015. De acordo com o jornal, com a expansão o
programa deve pelo menos dobrar seus recursos iniciais. (Estado de S. Paulo –
Política – 30/08/15)
Força Aérea Brasileira incluirá analise de voz nas investigações de acidentes aéreos
Segundo o periódico
Folha de S. Paulo, a Força Aérea Brasileira (FAB) declarou que considerará em
suas investigações de acidentes aéreos a voz da tripulação da aeronave. O
emprego deste novo método se iniciará a partir de 2017 ou 2018, quando o Centro
de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) tiver
estabelecido um protocolo para orientar o investigador. Segundo a
tenente-coronel Laura Marcolino, chefe de assessoria de fatores humanos do
Cenipa, o cansaço pode ser identificado através da frequência de bocejos,
pausas durante a fala, e entre outros. Segundo Marcolino, a partir do novo
instrumento de investigação também será possível “propor recomendações de
segurança mais efetivas”. (Folha de S. Paulo – Cotidiano – 30/08/15)
Almirante foi indiciado pela Polícia Federal por recebimento de propina
Segundo os jornais
Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, o almirante da
reserva Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear,
foi indiciado, juntamente com oito outras pessoas, pela Polícia Federal. O
militar foi acusado de “corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de
organização criminosa” por, supostamente, receber propina pela obra de
construção da usina nuclear Angra 3. Ana Cristina Toniolo, filha do almirante e
administradora da Aratec Engenharia, também foi indiciada por utilizar a
empresa da família para receber propina. Outro indiciado foi Flávio David
Barra, executivo da Andrade Gutierrez Energia. De acordo com a Polícia Federal,
a Aratec possui, no mínimo, R$ 4,5 milhões transferidos de empreiteiras e
consultorias sem que houvesse serviços prestados. Toniolo afirmou que esses
pagamentos eram referentes a traduções e Silva negou o recebimento de propina.
De acordo com os periódicos Folha e O Estado de S. Paulo, a Procuradoria da
República denunciou formalmente, no dia 01/09/15, o almirante da reserva pelos
crimes pelos quais foi indiciado, enquanto presidente da Eletronuclear. Segundo
os jornais, Silva recebeu a propina por meio das empreiteiras Andrade Gutierrez
e Engevix. De acordo com os periódicos, a força-tarefa da Operação Lava Jato
afirmou que essas repassavam o dinheiro para a Aratec, em troca de concessões
na construção de Angra 3. Segundo O Estado, a acusação exigiu, ainda, o
confisco do valor repassado ao almirante da reserva. De acordo com os
periódicos, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações decorrentes da
Operação Lava Jato, aceitou, no dia 03/09/15, a denúncia do Ministério Público
Federal contra Silva e Toniolo, além de outras pessoas envolvidas nos esquemas
de propinas. O Estado afirmou que o militar está preso desde o dia 28/07/15 e
que o processo “é o primeiro fora da Petrobrás após delação de executivos na
Lava Jato”, mas que existe uma conexão “obvia”, de acordo com o jornal, entre
ambos, “já que o mesmo cartel de empreiteiras que teria atuado na Petrobrás
estaria atuando na Eletronuclear praticando crimes similares”. O jornal lembrou
que o almirante negou ter-se beneficiado do esquema e afirmou que os pagamentos
recebidos pela Aratec referiam-se a serviços prestados pela empresa. O Correio
afirmou que até o momento a Polícia Federal comprovou que pelo menos metade do
valor de R$ 4,5 milhões recebidos por Silva seriam referentes à propina e que a
Procuradoria da República atestou que “a Andrade Gutierrez obteve um contrato
em Angra 3 e conseguiu um aditivo de R$ 1,4 bilhão em 2009 graças ao pagamento
de suborno”. (Correio Braziliense - Política - 04/09/15; Folha de S. Paulo -
Poder - 29/08/15; Folha de S. Paulo - Poder - 02/09/15; Folha de S. Paulo -
Poder - 04/09/15; O Estado de S. Paulo - Política - 02/09/15; O Estado de S.
Paulo - Política - 04/09/15)
Distrito Federal alterou nome de ponte que homenageava ex-presidente do regime militar
De acordo com o
periódico Correio Braziliense, no dia 28/08/15, alterou-se o nome da ponte que
liga o Lago Sul à Asa Sul, na capital federal Brasília, de Ponte Costa e Silva,
em referência a um dos presidentes da República durante o regime militar (1964-1985),
para Ponte Honestino Guimarães, em homenagem ao líder estudantil opositor ao
regime. A substituição do nome ocorreu um dia após Rodrigo Rollemberg,
governador do Distrito Federal, ratificar a lei reintitulando a construção
projetada por Oscar Niemeyer que, segundo o periódico, era o último monumento
de Brasília a fazer alusão ao regime militar. De acordo com o jornal, a
Comissão Anísio Teixeira de Memória e Verdade da Universidade de Brasília (UnB)
elaborou um relatório reivindicando, entre outras solicitações, a renomeação da
ponte. O deputado Ricardo Vale, idealizador do projeto de lei, declarou que
“colocar o nome do maior líder estudantil da época representa a justiça da
história. Honestino foi um símbolo da resistência contra o golpe militar”. Mateus
Guimarães, sobrinho do líder estudantil, afirmou que “não basta apenas trocar o
nome”, pois com parcela da população reivindicando a intervenção militar no
governo, é necessário “fazer desses atos propulsores de um grande movimento”.
(Correio Braziliense – Cidades – 29/08/15)
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
Ministério Público Federal apresentou nova denúncia contra Ustra
De acordo com o
periódico Correio Brasilienze, o Ministério Público Federal apresentou nova
denúncia contra o coronel reformado, Carlos Alberto Brilhante Ustra, pela
tortura e assassinato do militante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB),
Carlos Nicolau Danielli, durante o regime militar (1964-1985). O delegado da
Polícia Civil de São Paulo, Dirceu Gravina, e o servidor público aposentado,
Aparecido Laertes Calandra, subordinados de Ustra no período em que o coronel
comandava o Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de
Defesa Interna (DOI-Codi), também foram denúnciados pela morte de Danielli.
Segundo o jornal, testemunhas afirmaram que “Danielli estava, já no segundo
dia, próximo da morte, com o abdômen inchado, olhar estático, sangrando pelos
ouvidos e pela boca, sem condições de se manter de pé”. De acordo com o
procurador da República responsável pela denúncia, Anderson Vagner Gois, os
crimes denunciados “não são passíveis de prescrição ou anistia, uma vez que
foram cometidos em contexto de ataque sistemático e generalizado à população”,
do qual “o Estado brasileiro tinha pleno conhecimento”, deste modo são
qualificados como crimes contra a humanidade. Segundo o periódico, os acusados
negaram a morte de Danielli e a prática de tortura. (Correio Braziliense –
Política – 28/08/15)
Cinco soldados foram expulsos do Exército por ato indisciplinar
Segundo o periódico
Correio Braziliense, cinco soldados do 1º Regimento de Cavalaria de Guarda,
responsável pela segurança presidencial, foram expulsos do Exército. A expulsão
ocorreu em razão de um vídeo gravado em 2014 no Palácio do Alvorada, residência
oficial da presidência da República, na capital federal Brasília. Na gravação,
os cinco militares, fardados e com armas alto calibre, aparecem dançando música
de “conteúdo pornográfico e violento”. (Correio Braziliense – Cidades –
28/06/15).
Coluna opinativa analisou corrupção durante o regime militar
Em coluna opinativa
para o periódico Folha de S. Paulo, o advogado e integrante da Comissão
Nacional da Verdade (CNV), José Paulo Cavalcanti Filho, declarou que durante o
regime militar (1964-1985) também havia corrupção, invalidando a afirmação
recorrente de que esta não ocorreria naquele período. De acordo com Cavalcanti
Filho, a recente prisão do almirante da reserva Othon Luiz Pinheiro da Silva,
sob a acusação de receber propina enquanto presidente da Eletronuclear,
comprova sua afirmação. Para dar maior sustentação a sua declaração, o advogado
mencionou a criação da segunda Comissão Geral de Investigações (CGI), no ano de
1968, que tinha como objetivo confiscar os “bens adquiridos de maneira ilícita,
no exercício da função pública”. A Operação Bandeirante (Oban), realizada no
ano de 1969, também seria evidência da existência de corrupção no período, de
acordo com Cavalcanti Filho, pois realizava a função clandestina dos órgãos de
segurança, sendo responsável por parte dos atos de torturas e desaparecimentos.
Por fim, o autor afirmou que a corrupção nos dias atuais se diferenciou daquela
ocorrida durante o regime militar devido à impunidade da qual os militares e
empreiteiros dispunham naquele período, uma vez que a punição se limitava
àqueles que recebiam a propina. Segundo o autor, a corrupção seria, portanto,
“um desvio da natureza humana, praticado indistintamente por civis e
militares”. (Folha de S. Paulo – Opinião – 26/08/15)
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
Governo brasileiro concluiu acordo com a Suécia para compra de caças
Segundo o jornal
Correio Braziliense, o governo brasileiro concluiu, no ano de 2015, o contrato
de financiamento com a Suécia para a obtenção de 35 caças Gripen NG. De acordo
com o periódico, o acordo de US$ 5,4 bilhões foi concluído após 14 anos de
negociações, com uma taxa de juros de 2,19%, abaixo dos 2,54% propostos
inicialmente pelo banco de desenvolvimento da Suécia, Swedish Export Credit
Corporation (SEK). O Ministério da Defesa afirmou que a operação de crédito
externo no valor de US$ 245,3 milhões foi autorizada pelo Senado Federal e pelo
Ministério da Fazenda. O acordo prevê que 21 caças serão fabricados na Europa e
15 no Brasil, como parte do processo de transferência de tecnologia. Ainda de
acordo com o jornal, o caça Gripen NG com dois lugares é um modelo exclusivo,
requisitado pela Força Aérea Brasileira (FAB), e sua montagem será realizada
por engenheiros brasileiros da Embraer, na fábrica localizada na cidade de São
José dos Campos, no estado de São Paulo. Segundo o Correio, o governo
brasileiro pretende exportar o Gripen NG, uma vez que se finalize a fabricação
dos caças, em 2024. (Correio Braziliense – Mundo – 26/08/15)
Coluna opinativa analisou atuação do Exército brasileiro
No dia 25/08/2015, em
coluna opinativa para o periódico O Estado de S. Paulo, Eduardo Dias Da Costa
Villas Boas, general do Exército, relembrou as figuras de Duque de Caxias e de
marechal Rondon para discorrer sobre a
atuação do Exército brasileiro. O militar afirmou que a ação das Forças Terrestres
“foi, é e sempre será orientada para a defesa de nossa soberania e da sociedade
a que servimos”, garantindo a integridade territorial e a estabilidade social.
O general citou o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron),
afirmando que o mesmo deve possibilitar maior eficiência na vigilância das
fronteiras nacionais “para o combate aos delitos transfronteiriços, a par de
importantes benefícios sociais, como controle ambiental, informações
climáticas, alerta e atuação em desastres naturais, educação, saúde e
vigilância sanitária”. Ademais, Villas Boas afirmou que o Exército está
constantemente presente no cotidiano da população e citou as atuações dos
militares na ocupação dos complexos do Alemão e da Maré, na cidade do Rio de
Janeiro, no combate à dengue, na segurança de eventos internacionais, no
auxilio às vítimas de desestres naturais e nas operações de paz da Organização
das Nações Unidas. (Estado de S. Paulo – Espaço Aberto – 25/08/15)
Concurso público para ingresso nas Forças Armadas registrou aumento de candidatos
De acordo com o
jornal Correio Braziliense, a procura por integrar as Forças Armadas
Brasileiras através de concurso público aumentou, inclusive entre as mulheres,
que, segundo o Ministério da Defesa, representam atualmente 6,34% do total de
militares. Uma das explicações dada pelo jornal para o aumento do desejo de
integrar as Forças Armadas é a estabilidade no trabalho, fator decisivo em
período de crise econômica, mesmo que o salário seja mais baixo. O periódico
ressaltou que o Senado aprovou o primeiro aumento de vagas para as Forças
Armadas após 30 anos, autorizando a Marinha a criar mais 20.900 vagas e
Aeronáutica, 13.500 vagas. (Correio Braziliense – Economia – 24/08/15)
Escritor lançou livro sobre suas memórias do período em que atuou pelo Exército brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial
Segundo o jornal O
Estado de S. Paulo, Boris Schnaiderman, escritor, tradutor e professor da
Universidade de São Paulo (USP), publicou, aos 98 anos de idade, suas memórias
sobre o período em que serviu à Força Expedicionária Brasileira durante a
Segunda Guerra Mundial. Schnaiderman nasceu na Ucrânia, em 1917, e emigrou com
a família para o Brasil em 1924, onde viria a atuar juntamente com a equipe
responsável por calcular o primeiro disparo da artilharia brasileira. Seu livro
autobiográfico, intitulado “Caderno Italiano”, reúne relatos sobre o tempo do
em que serviu na Itália na Segunda Guerra e contos enviados em 1965 para Décio
de Almeida Prado, editor do Suplemento Literário dO Estado. Destacam-se as
memórias da época em que ele visitou a cidade italiana de Montese, cenário de um
combate entre brasileiros e alemães, que deixou a cidade destruída.
Schnaiderman afirmou que a organização de suas memórias em um livro demorou,
pois “Levou tempo para superar obstáculos. Havia impedimentos, problemas
pessoais. Agora, que muita gente morreu, já não há necessidade de guardar
segredo sobre certas coisas”. (O Estado de S. Paulo – Caderno 2 – 22/08/15)
Exército reforçou a segurança em evento que contou com a presença de Rousseff em Pernambuco
De acordo com o
periódico Correio Braziliense, o Exército reforçou o policiamento, juntamente
com as Polícias Federal e Militar, na sede da Federação das Indústrias de
Pernambuco (Fiep), onde a presidenta da República Dilma Rousseff reuniu-se com
ministros, empresários e parlamentares no dia 21/08/15. O motivo que levou os
policiais e militares a intensificarem a segurança da região foi a presença de
manifestantes vinculados ao Sindicato de Policiais Civis (Sinpol), que criticavam os cortes no orçamento e a
possibilidade de ter havido superfaturamento nas obras da Arena Pernambuco,
construída pela empreiteira Odebrecht em 2014, para a Copa do Mundo no Brasil.
(Correio Braziliense – Política – 22/08/15)
Investigações apontaram que fiscalização de material explosivo utilizado por criminosos é de responsabilidade do Exército
Segundo o periódico
Correio Braziliense, investigações conduzidas pelas Polícias Civil e Militar
indicaram que os explosivos utilizados por infratores para explodir caixas
eletrônicos na região de Brasília são os mesmos usados por empreiteiras para
extrair rochas no Distrito Federal (DF). De acordo com o delegado encarregado
do caso, Fernando César Costa, o controle e a fiscalização do material são de
responsabilidade do Exército, por meio do Departamento de Fiscalização de
Produtos Controlados (DFPC). Costa levantou a possibilidade de haver ausência
de fiscalização nas zonas de extração, o que facilitaria o desvio dos
explosivos. Anderson Diniz, cabo do Esquadrão de Bombas do Batalhão de
Operações Especiais (Bope), reiterou a afirmação de Costa sobre a falta de
vigilância, ao indicar que “pessoas de dentro podem ser os fornecedores”.
Segundo Flávio Rassi, presidente do Sindicato da Indústria Extrativa de
Pedreiras dos Estados de Goiás, Tocantins e DF (Sindibrita), os explosivos
utilizados pelas empresas especializadas têm “consistência pastosa”, enquanto
os criminosos empregam “bananas de dinamite”, o que invalidaria as conclusões
das investigações. A polícia refutou essa versão, afirmou o jornal. De acordo
com a lei ordenada pelo Decreto nº 3.665, de 20 de novembro de 2000, na
Portaria nº 3 do Comando Logístico (Colog), de 10 de maio de 2012, o Exército
encarrega-se do controle administrativo dos explosivos, atribuindo aos órgãos
de segurança pública a responsabilidade de
“coibir e investigar os ilícitos com esse produto”. (Correio Braziliense
– Cidades – 22/08/2015)
quarta-feira, 26 de agosto de 2015
Jornalista criticou ação de Fernando Haddad de retirar nomes de pessoas ligadas ao regime militar das ruas de São Paulo
Em coluna opinativa
do periódico Folha de S. Paulo, o jornalista Rogério Gentile afirmou que o
prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad, colocou-se em uma situação
contraditória ao optar por alterar os nomes de ruas com pessoas relacionadas ao
regime militar (1964-1985) e manter aquelas referentes a outros regimes
também considerados ditatoriais. O
colunista afirmou que Haddad irá retirar nomes como o do ex-presidente da
República Arthur da Costa e Silva, afirmando que a iniciativa “é um resgate
importante, uma reafirmação do compromisso de São Paulo com os valores
democráticos”, mas deixará nomes como o do ministro da Justiça durante o Estado
Novo (1937-1945), Francisco Campos, ao qual atribui-se a frase “governar é
prender”; ou o do chefe do departamento de censura do mesmo período, Lourival
Fontes, e o ex-presidente da República Getúlio Vargas, em cujo governo a
tortura era uma constante. Segundo Gentile, apesar de possivelmente “ser desagradável
morar num lugar que faz deferência a alguém como o delegado Sérgio Fleury [no
bairro Vila Leopoldina], símbolo da tortura e do Esquadrão da Morte”, o que vem
sendo praticado por Haddad consiste em um “revisionismo seletivo”. Gentile
finalizou seu artigo afirmando que não existem ditaduras boas ou más, “ditadura
é sempre ditadura”. (Folha de S. Paulo - Opinião - 20/08/15)
Projéteis de uso exclusivo das Forças Armadas foram encontrados em lago no Distrito Federal
Segundo o periódico
Correio Braziliense, a Polícia Militar retirou, no dia 16/08/15, ao menos 30
pentes com oito balas de calibre .7mm” do Ribeirão do Gama, afluente do Lago
Paranoá, na região do Lago Sul no Distrito Federal. De acordo com o jornal, na
semana do dia 09/08/15 houve um caso semelhante em que “um pescador encontrou
uma caixa cheia de projéteis de diferentes calibres embaixo da mesma ponte”. Os
projéteis encontrados em ambas as ocasiões, utilizados em fuzis, são de uso
específico das Forças Armadas e, segundo Régis Morais, soldado do 5º Batalhão
de Polícia Militar (BPM), a munição não é fabricada no Brasil. O periódico
afirmou que, ao todo, foram mais de 1,2 mil projéteis de fuzil encontrados no
local. A ocorrência é investigada pela 10ª Delegacia de Polícia do Lago Sul e
suspeita-se que os objetos tenham sido deixados no lago por criminosos
responsáveis por explodir caixas eletrônicos na região. (Correio Braziliense –
Cidades – 17/08/15)
quarta-feira, 19 de agosto de 2015
Colunistas defendem importância de programa que busca alterar nome de pessoas relacionadas ao regime militar das ruas de São Paulo
Em coluna opinativa
ao jornal Folha de S. Paulo, Eduardo Suplicy, secretário municipal de Direitos
Humanos e Cidadania de São Paulo, Carla Borges, coordenadora de política de
Direito à Memória e à Verdade da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e
Cidadania e Marília Jahnel, coordenadora de Promoção do Direito à Cidade da
Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, lembraram que em 2015
completaram-se 51 anos da tomada do poder pelos militares em 1964 e recordaram
que o “cenário de atrocidades” do regime militar (1964-1985) exigiu do poder
público ações para “elucidar a verdade e resgatar a memória desse período”.
Segundo os colunistas, o município de São Paulo possui quase um quarto dos
mortos e desaparecidos do Brasil, sendo que o autoritarismo do período deixou
marcas na região, expressadas na forma como seus habitantes se relacionam com
os espaços públicos, sendo que a “cultura do medo” diminuiu o papel da rua de
local de “expressão do exercício da cidadania”. Os colunistas apontam que, de
acordo com levantamento da Coordenação de Direito à Memória e à Verdade da
Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, existem 17 ruas no
município de São Paulo com nomes de pessoas relacionadas diretamente com
violações aos direitos humanos e 20 ruas com nomes de pessoas responsáveis por
sustentar o regime militar, o que “não faz sentido em uma cidade que se
pretende democrática”. De acordo com os colunistas “combater legados do
autoritarismo, retirando essas denominações e não permitindo que novas
equivalentes sejam feitas, é imprescindível para construir a memória histórica
do país a partir da valorização da cultura democrática”. Além disso, segundo os
periódicos Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, no dia 13/08/15, Fernando
Haddad, prefeito da cidade de São Paulo, enviou dois projetos de lei para a
Câmara Municipal da cidade concernentes à alteração de nomes de ruas, pontes,
praças e viadutos relacionados ao regime militar. O primeiro projeto prevê a
alteração do nome do Viaduto 31 de Março – referente à data em que ocorreu a
tomada de poder pelos militares em 1964 –, no bairro da Liberdade, para Viaduto
Theresinha Zerbini – ativista e referência feminina que lutou pela anistia. Já
o segundo propõe a proibição de “novas nomeações em homenagem a repressores”.
Tal iniciativa faz parte do projeto Ruas de Memória, o qual, segundo Haddad,
“visa celebrar a vida daqueles que se dedicaram à democracia, que lutaram pelas
liberdades individuais no nosso país. Substituindo os nomes daquelas ruas
associadas ao período de arbítrio, período da violência, que reinou em nosso
país por mais de 20 anos". Dentre os locais que terão seu nome alterado
está, também, o elevado Presidente Arthur da Costa e Silva, conhecido como
“Minhocão”. O prefeito afirmou que, nos casos das vias residenciais, a
alteração dos nomes será discutida com os moradores. Segundo o presidente da
Câmara Municipal, vereador Antônio Donato “o debate já existia com iniciativas
de vereadores, mas, quando o Executivo pauta esse debate, ele ganha outra
qualidade”. De acordo com O Estado, Pepe Vargas, ministro da Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República, declarou que o projeto é uma
“reparação histórica às vítimas da ditadura” e mostrou-se também contrário à
prescrição de crimes políticos. Já o ex-deputado estadual Adriano Diogo, que presidiu
a Comissão Estadual da Verdade de São Paulo, apesar de considerar importante,
afirmou que “o projeto nasceu de cima para baixo”, pois uma melhor articulação
com vítimas, familiares, especialistas e vereadores deveria ter sido
empreendida. Para Diogo, um dos riscos é a interrupção do trâmite da proposta
na Câmara. (Folha de S. Paulo - Opinião
- 13/08/15; Folha de S. Paulo – Cotidiano – 14/08/15; O Estado de S. Paulo –
Metrópole – 14/08/15)
Projeto de lei que cria o crime de terrorismo no Brasil foi votado na Câmera dos Deputados
Segundo os periódicos
Correio Braziliense e O Estado de S. Paulo, a Câmera dos Deputados aprovou, no
dia 12/08/15, o texto base do projeto de lei que cria do crime de terrorismo no
Brasil. No mesmo dia aprovou-se uma emenda que estabelece motivação para
tipificação de terrorismo em razão de “xenofobia, discriminação ou preconceito
de raça, cor, etnia e religião” com “finalidade de provocar terror social ou
generalizado”. O Estado afirmou que ainda há itens para serem votados e que,
posteriormente, a lei seguirá para o Senado Federal. Segundo a Folha, a lei tem
como objetivo garantir que os ministérios da Defesa e da Justiça tenham acesso
a mecanismos para prevenção e controle de “atos de terror nas Olimpíadas de
2016” na cidade do Rio de Janeiro. A lei “pune com até 30 anos de cadeia quem
usar ou ameaçar usar e transportar produtos como explosivos e gases tóxicos,
danificar ou saquear bens, interferir em sistemas de informática ou, ainda,
sabotar equipamentos públicos”. Os jornais afirmaram que deputados federais do
Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
manifestaram preocupação com a possibilidade de utilização da lei para
criminalizar movimentos sociais e manifestações populares. O relator do
projeto, o deputado federal Arthur Maia, afirmou que “a medida garante a
proteção da população, sem extremismos”. (Correio Braziliense - Política -
13/08/15; O Estado de S. Paulo - Política - 13/08/15)
Empreiteiras desistem de contrato para montagem da usina nuclear de Angra 3
De acordo com os
periódicos Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, cinco das empreiteiras que
estão sendo investigadas pela Operação Lava Jato: Odebrecht, Camargo Corrêa,
Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Techint, afirmaram que desistiram do
contrato de montagem da usina nuclear Angra 3, pois a Eletronuclear não estaria
realizando os pagamentos há 135 dias. Segundo os jornais somente a UTC, líder
do consórcio, e a Empresa Brasileira de Engenharia (EBE), afirmaram continuar
atuando na obra, ambas assumirão sozinhas o projeto. A Folha afirmou que os
pagamentos atrasados são no valor de R$ 54 milhões, sendo que o contrato de
montagem é de R$ 2,9 bilhões e a obra completa gastará em torno de R$ 15
bilhões. De acordo com os jornais as empreiteiras estão sendo investigadas por
suspeita de pagarem R$ 4,7 milhões ao almirante Othon Pinheiro da Silva, que
foi presidente da Eletronuclear de 2007 a 2014. O presidente afastado da UTC,
Ricardo Pessoa, delatou à Polícia Federal que o dinheiro tinha como objetivo
que o almirante “não colocasse empecilhos à composição dos dois consórcios que
venceram a licitação”. O ex-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini,
afirmou em delação premiada que havia “uma promessa” para pagamento de suborno
ao almirante, mas relatou não saber se realizara. (Folha de S. Paulo - Poder -
13/08/15; O Estado de S. Paulo - Política - 13/08/15)
Armamento foi encontrado no Lago Paranoá em Brasília
Segundo o periódico
Correio Braziliense, foi encontrado no Lago Paranoá, no dia 10/08/15, na cidade
de Brasília, munição que seria de uso exclusivo das Forças Armadas e das forças
policiais especiais brasileiras. Polícias Militares recolheram do local 947
projéteis de armas de calibres 45, 5.56, 6.35, 7mm e 9mm em “boas condições de
uso”. De acordo com o jornal, a polícia afirmou não descartar a possibilidade
de o armamento pertencer a uma quadrilha especializada em roubo a caixas
eletrônicos. A 10ª Delegacia de Polícia de Brasília está investigando o caso e
afirmou que entrará em contato com o Exército, a Marinha e a Aeronáutica para
averiguação de um possível furto. (Correio Braziliense - Cidades - 11/08/15)
Colunista analisou questões relacionadas às fronteiras brasileiras
Em coluna opinativa
para o jornal O Estado de S. Paulo, Denis Lerrer Rosenfield, professor de
filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), discorreu sobre
o exercício legítimo da soberania nacional, levando em conta as delimitações
impostas pelas fronteiras de um país, como o caso da Amazônia, o que pode ser
considerado como sinônimo “de uma política nacional de defesa”. Como posição
brasileira em defesa de seu patrimônio nacional, Rosenfield citou o caso
recente relacionado à Operação Ágata, cuja função é proteger a região
fronteiriça, que flagrou barcos paraguaios contrabandeando produtos para dentro
do território brasileiro. O Paraguai parece acreditar, segundo Rosenfield, que
“teria o direito de contrabandear produtos para o Brasil”, e que, segundo
divulgado em nota, essa operação seria uma suposta intervenção brasileira em
seu território. Apesar da posição paraguaia, o professor de filosofia afirmou
que, caso o Brasil fosse complacente com esta ocorrência, estaria legitimando
uma prática que prejudicaria a indústria nacional e causaria danos tanto sociais
quanto econômicos em seu território. Rosenfield referiu-se, ainda, à questão do
Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), projeto eletrônico
de defesa, elaborado pelo Exército, que tem como objetivo monitorar toda a
região fronteiriça nacional, o que limitaria o contrabando e o tráfico e,
ainda, monitoraria o meio-ambiente. Entretanto, esse projeto sofreu cortes em
seu orçamento, o que Rosenfield considerou uma “visão imediatista”, ponderando
sobre a relevância do projeto e os fundos que este obteria, promovendo empregos
e diminuindo a criminalidade na região. (O Estado de S. Paulo – Espaço Aberto –
10/08/15)
Acidente de Eduardo Campos terá causa “indeterminada” em relatório final da Aeronáutica
Segundo o periódico
Folha de S. Paulo, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos (Cenipa), responsável por investigar acidentes aéreos, determinará
a causa do acidente que ocorreu com a aeronave Cessna 560XL, em que viajava o
então presidenciável Eduardo Campos, como “indeterminada”. De acordo com o
periódico, o órgão somente pressuporá o comportamento do avião e da tripulação,
analisando os destroços do acidente e desconsiderando certas possibilidades,
devido ao fato de não haver informações relevantes nas caixas-pretas da
aeronave, o Cockpit Voice Recorder (CVR) não ter gravado as conversas ocorridas
minutos antes da queda e o avião não possuir um Flight Data Recorder (FDR),
usado para registrar informações sobre o voo. Raul de Souza, responsável da Aeronáutica
pela investigação, já havia informado, em janeiro de 2015, que os pilotos não
possuíam instrução apropriada para controlar a aeronave, necessitando de um
treinamento mais aprofundado. A Aeronáutica informou, ainda, que a investigação
está em seu estágio final, embora não tenha sido estabelecido um prazo para sua
finalização. (Folha de S. Paulo – Poder – 10/08/15)
Tribunal apontou sobrepreço em obras de base naval
De acordo com o
jornal O Estado de S. Paulo, o Tribunal de Contas da União (TCU) constatou, por
meio de auditoria sigilosa, sobrepreço no valor de R$ 406 milhões na construção
da Base Naval e do Estaleiro da Marinha na cidade de Itaguaí, no estado do Rio
de Janeiro. As obras, delegadas à empreiteira Odebrecht, fazem parte do
programa que prevê a construção de quatro submarinos convencionais e um
submarino de propulsão nuclear até 2025. O periódico apontou que o almirante
Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear acusado de receber
propina em licitação da Usina Angra 3, foi uma espécie de supervisor do
projeto. A Marinha, por sua vez, informou que Silva não participou das decisões
e do gerenciamento do programa dos submarinos. Segundo o jornal, o valor
original das obras fora estipulado em R$ 4,9 bilhões, porém, alterações no
projeto forçaram a elevação do preço para R$ 7,8 bilhões. O jornal lembrou que
o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) originou-se em 2008 a
partir de um tratado assinado entre Brasil e França, o qual previa, além da
construção dos submarinos, a transferência de tecnologia. A empresa francesa
DCNS, responsável pela transferência de tecnologia, estabeleceu um consórcio
com a empreiteira brasileira Odebrecht, que também foi contratada para a
construção do estaleiro e da base naval. A Marinha alegou que o motivo de não
haver licitação para a escolha da empreiteira se deve ao caráter sigiloso do
projeto e informou que a escolha da Odebrecht partiu da própria DCNS, não
havendo participação do governo brasileiro na seleção. A Marinha afirmou,
ainda, ter encaminhado ao TCU um posicionamento sobre o “possível excedente de
preço”, e justificou o aumento pelo fato de a obra ser complexa e de natureza
“especialíssima”. Ademais, afirmou que “à época [do orçamento inicial], diz a
Marinha, não havia como considerar o “redimensionamento necessário para
atender” exigências de segurança, como o reposicionamento da “ilha nuclear””.
(O Estado S. Paulo – Política – 08/08/15)
Livro abordou o desaparecimento do ex-deputado federal Rubens Beyrodt Paiva durante o regime militar
De acordo com o
jornal Folha de S. Paulo, o novo livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva,
intitulado Ainda Estou Aqui, aborda o desaparecimento do seu pai, o ex-deputado
federal Rubens Beyrodt Paiva, durante o regime militar (1964-1985). Segundo o
jornal, em 20/01/71, Paiva foi retirado de sua casa e levado ao Destacamento de
Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi)
onde foi torturado e morto na madrugada do dia seguinte e, posteriormente,
esquartejado e enterrado em área pertencente à Marinha. A esposa e a filha do
ex-deputado foram levadas encapuzadas ao DOI-Codi, para responder perguntas. A
esposa ficou presa por 12 dias, durante os quais era chamada para ver fotos. O
autor especulou, no livro, se a mãe e a irmã foram levadas para pressionar o
pai a falar ou se apenas foram usadas para reconhecer fotos de procurados com o
intuito de identificar contatos do ex-deputado. Ele afirmou que a morte do pai
parece não ter fim e lembrou que a Lei da Anistia (1979) perdoou crimes
cometidos durante o período. Segundo o periódico, o livro “é uma resposta para
quem pede pela volta dos militares nas ruas de hoje: ‘vocês não sabem o que é
ditadura’”. (Folha de S. Paulo – Ilustrada – 08/08/15)
Militar foi acusado de receber indevidamente R$ 765 mil
De acordo com os
jornais Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, o
almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear,
foi acusado de receber indevidamente R$ 765 mil. Segundo os periódicos, o
delator Victor Colavitti, dono da empresa Link Projetos e Participações,
afirmou que sua empresa foi utilizada para intermediar repasses entre a
empreiteira Engevix e a firma Aratec, pertencente à família de Silva. De acordo
com os jornais, a acusação, feita a partir da obtenção de novas provas do
recebimento da propina por parte de Silva, foi usada como argumento para
converter a prisão temporária do militar em prisão preventiva. Segundo a Folha,
dados da investigação asseguraram que a firma de Colavitti prestava serviços de
engenharia para a Engevix, porém, apesar de haver contratos e notas fiscais,
não houve prestação de serviços entre a firma do delator e a Aratec. O militar
negou as acusações e sua filha, encarregada da Aratec, Ana Cristina Toniolo,
afirmou que prestou serviços de tradução que justificam o pagamento. De acordo
com o Correio, a Polícia Federal afirmou que parte do montante pago a empresa,
incluindo a quantia obtida por Toniolo, foi legal. Ainda, segundo o periódico,
a propina, cuja origem é desconhecida, foi repassada entre os anos de 2009 e
2014. Em relação a um possível suborno de R$ 2,7 milhões na Aratec, Toniolo
afirmou que os pagamentos eram referentes a estudos realizados para empresa CG
Consultoria. Toniolo afirmou ainda que parte do dinheiro recebido pela empresa
era proveniente de investimentos feitos em razão de uma turbina desenvolvida
por seu pai e que “os pagamentos aos desenvolvedores da turbina, disse, não
foram documentados em contrato. Muitas vezes, o dinheiro era sacado das contas
da Aratec e depositado aos prestadores de serviço. Faziam assim, afirmou, para
evitar a caracterização de relação trabalhista”. (Correio Braziliense -
Política - 12/08/15; Folha de S. Paulo – Poder – 08/08/15; Folha de S. Paulo -
Poder - 13/08/15; O Estado de S. Paulo - Política – 13/08/15)
quarta-feira, 12 de agosto de 2015
Pesquisadores poderão utilizar bases do Exército para estudos na Amazônia
Segundo o periódico
Folha de S. Paulo, uma iniciativa que integra o programa Pró-Amazônia, do
Comando Militar da Amazônia (CMA), na cidade de Manaus, no estado do Amazonas,
irá permitir que cientistas utilizem os quartéis e pelotões do Exército
localizados na região para realizarem estudos no local. O jornal afirmou que os
estudos irão priorizar temas que possam beneficiar as comunidades locais, como
maneiras para obtenção de água potável e energia renovável. De acordo com a
Folha, os soldados do CMA fornecerão apoio logístico aos pesquisadores, sendo
que mais de 30 unidades militares serão mobilizadas para o projeto. O programa,
que deve ser efetivado no ano de 2015, terá como foco as regiões de fronteira,
onde estão presentes 24 pelotões do Exército, e instituições de ensino, como a
Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) já demonstraram interesse. O
periódico informou que o CMA almeja “montar um laboratório permanente de
pesquisas em cada PEF (Pelotão Especial de Fronteira)” e que os gastos do
projeto serão custeados principalmente pelo Ministério da Defesa, mas outras
fontes de subsídio estão sendo procuradas. (Folha de S. Paulo – Ciência e Saúde
– 06/08/15)
Ministro da Defesa esteve em apresentação de artilharia antiaérea
Segundo o periódico
Correio Braziliense, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, esteve presente, no
dia 05/08/15, na cidade de Formosa, no estado de Goiás, para a exposição da
artilharia antiaérea designada para ser usada contra drones, veículos aéreos não
tripulados (VANT) e mísseis de cruzeiro. (Correio Braziliense – Política –
05/08/15)
Ministério da Defesa negou invasão da soberania paraguaia
De acordo com o
periódico Folha de S. Paulo, o Ministério da Defesa negou o protesto formal
feito pelo Paraguai contra o Brasil, no qual alega invasão de sua soberania.
Segundo o jornal, as reclamações paraguaias referem-se a dois episódios. O
primeiro, ocorrido no dia 28/07/15, envolve uma troca de tiros entre
contrabandistas e militares brasileiros; o segundo, ocorrido no dia 29/07/15,
refere-se a “um confronto entre os militares dos dois países”. De acordo com a
Folha, o Ministério da Defesa afirmou que não houve invasão do território
paraguaio, e que nenhum “militar brasileiro participou de atividade contra o
Exército vizinho”. (Folha de S. Paulo – Mundo – 02/08/15)
Colunista apontou envolvimento de Kissinger com regimes militares no Cone Sul
Em coluna opinativa
para o jornal O Estado de S. Paulo, o escritor Marcelo Rubens Paiva afirmou que
o governo dos Estados Unidos disponibilizou ao governo brasileiro 538
documentos relacionados ao regime militar no Brasil (1964-1985). Dentre os
documentos, porém, não foram entregues arquivos relacionados a Henry Kissinger,
que na época ocupou cargos como conselheiro de Segurança Nacional e secretário
de Estado dos Estados Unidos. Segundo o colunista, Kissinger apoiou regimes
autoritários da época e impulsionou golpes no Chile, no Uruguai e na Argentina,
além de colaborar com uma rede de “espiões e assassinos” responsáveis pela
morte de líderes democratas. Paiva ressaltou que, por volta do ano de 1976,
quando Jimmy Carter foi eleito para a presidência dos Estados Unidos e passou a
reformular a política externa do país ao pressionar os regimes
latino-americanos que cometiam violações aos direitos humanos, morreram de
forma suspeita diversos políticos brasileiros. Dentre estes, destacou os
ex-presidentes da República Juscelino Kubitschek e João Goulart, além do
político Carlos Lacerda. O colunista destacou ainda as mortes do ex-presidente
boliviano Juan José Torres, do ex-ministro chileno Orlando Letelier, do
ex-presidente da Câmara dos Deputados do Uruguai Héctor Ruiz, do ex-senador
uruguaio Zelmar Michelini e do ex-comandante do exército chileno Carlos Prats.
A respeito da morte de Kubitschek, o colunista lembrou que o ex-presidente
morreu em estrada próxima à Academia Militar das Agulhas Negras, após refeição
no hotel-fazenda do então brigadeiro Newton Villa-Forte – o qual era amigo
próximo do general Golbery do Couto e Silva. O veículo no qual viajava
Kubitschek atravessou um canteiro na estrada e colidiu com outro veículo. Um
motorista que presenciou o acidente afirmou que o motorista do carro que
transportava o ex-presidente, Geraldo Ribeiro, já estava morto antes da
colisão. Segundo o colunista, Ribeiro havia notado, ainda no hotel, que a
suspensão do carro fora alterada. De acordo com Rubens Paiva, testemunhas do
acidente afirmaram que o carro passou por um ônibus da Viação Cometa já com a
roda dianteira e a suspensão quebradas. Em relação à morte de Goulart, o
colunista relatou que o ex-presidente sofria de problemas cardíacos e morreu na
Argentina, apesar de ter sido examinado meses antes para constatar que estava
em boas condições de saúde. Existe a hipótese de que João Goulart tenha sido
envenenado de forma semelhante ao poeta Pablo Neruda, intoxicado durante o
regime militar chileno, cuja morte é atribuída ao agente da Agência Central de
Inteligência estadunidense (CIA) Michael Townley, o qual serviu a diretoria de
inteligência do Chile. Segundo Rubens Paiva, um ex-agente do serviço de
inteligência uruguaio, Mario Neira Barreiro, que seguiu Goulart durante quatro
anos, afirmou que o ex-presidente brasileiro foi vítima de uma operação
financiada pela CIA para que fosse envenenado através dos remédios que tomava
regularmente. Contudo, a informação não foi provada. Por fim, Paiva afirmou que
a morte de Lacerda deu-se por septicemia generalizada e havia a suspeita de que
o político havia se infectado ao cuidar de rosas. Há, porém, a suspeita de que
tenha sido envenenado por potássio. O colunista destacou que Carlos Heitor Cony
e Anna Lee escreveram um livro, intitulado O Beijo da Morte, no qual relatam o
encontro entre Goulart e Lacerda, em 1967, no Uruguai, com procuração de
Kubitschek, no qual discutiram a formação de uma Frente Ampla. Segundo Paiva,
“a vitória do MDB (partido de oposição), o movimento social pela
redemocratização e anistia, pressões da Igreja e de Jimmy Carter eram uma
ameaça ao projeto militar brasileiro. Uma carta encontrada casualmente de 25 de
agosto de 1976 confirma as suspeitas”. Segundo o colunista, na carta
mencionada, o coronel da inteligência chilena Manuel Contreras respondia ao
general brasileiro João Figueiredo que compartilhava a preocupação de que
Kubitschek e Letelier poderiam causar instabilidade nos planos para a região, e
informava que apoiaria o plano “contra certas autoridades”. Ademais, o
colunista afirmou que estava em andamento um plano, revelado pelo jornalista
Richard Gott, para eliminar personalidades que apoiavam a volta da democracia:
“a Operação Condor lembrava a Operação Fênix, programa de assassinatos de
lideranças financiado pela CIA contra aqueles ‘capazes de agrupar o povo numa
campanha de resistência contra militares no poder’”. Segundo Paiva, Kissinger
foi responsabilizado pelas operações e mereceria ser convocado. (O Estado de S.
Paulo – Caderno 2 – 01/08/15)
Conjuntos habitacionais receberam nomes de opositores do regime militar
De acordo com o
jornal O Estado de S. Paulo, dois conjuntos habitacionais do programa
governamental Minha Casa Minha Vida receberam nomes de opositores do regime
militar (1964-1985). Segundo o periódico, a inauguração dos residenciais,
batizados de “Carlos Marighella” e “Carlos Alberto Soares de Freitas”, ocorreu
no dia 31/07/15 em Maricá, na cidade do Rio de Janeiro. Durante a cerimônia de inauguração, a
presidenta da República, Dilma Rousseff, mostrou-se emocionada e afirmou que
"Carlos Alberto foi um irmão que tive durante a minha juventude. Nós
lutamos juntos, nós queríamos um país mais democrático. Um país em que as
pessoas tivessem voz, tivessem vez e, sobretudo, tivessem sua casa
própria". (O Estado de S. Paulo – Política – 01/08/15)
Militar reformado foi acusado de receber propina em licitação de usina nuclear
Os periódicos Correio Braziliense e Folha de S. Paulo evidenciaram envolvimento do almirante reformado Othon Luiz Pinheiro da Silva em fraudes na licitação da usina nuclear Angra 3. Segundo os periódicos, o militar, presidente licenciado da empresa Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, foi acusado de receber o valor de R$ 4,5 milhões em propina. De acordo com a Folha, a construtora Camargo Corrêa forneceu indícios de que “sete empresas –Andrade Gutierrez, Odebrecht, Queiroz Galvão, EBE, Techint, UTC, além da própria Camargo– fizeram um conluio para ‘fixar preços’ e ‘dividir o mercado’”. De acordo com o jornal, para o Ministério Público o militar teve “papel fundamental” no crime, visto que exerceu a função de diretor presidente da empresa estatal por um longo período. Segundo o Correio, o valor de R$ 4,5 milhões, pagos pelas empreiteiras Andrade Gutierrez e Engevix, que prestavam serviços à usina, foi encontrado nas contas da empresa de Silva, a Aratec. O militar negou que a Aratec seja uma empresa de fachada e afirmou que ao ingressar na Eletronuclear, emprestou a firma para a filha. Os jornais noticiaram que, no dia 31/07/15, o juiz federal Sérgio Moro prorrogou por cinco dias a prisão preventiva de Silva. Segundo a Folha, a prorrogação do prazo para a prisão preventiva justificou-se em razão de necessidade de um maior prazo para que sejam apresentadas provas de que o valor encontrado nas contas da Aratec provém de serviços prestados às empreiteiras. Segundo o jornal, o militar alegou que os serviços prestados foram traduções feitas por sua filha e serviços de engenharia oferecidos pelo genro. No dia 02/08/15, a Folha afirmou que a prisão de Silva lançou suspeitas sobre sua trajetória no programa nuclear secreto da Marinha. De acordo com o jornal, o almirante dirigiu o programa entre os anos de 1979 e 1994, e ficou “frustrado com a redução dos recursos destinados ao programa”. Silva abriu então uma consultoria a fim de desenvolver projetos no setor privado. Em 2005, porém, “à frente da Eletronuclear, Othon retomou as obras da usina de Angra 3”. Ademais, o periódico afirmou que o almirante teria em arquivo pessoal um grande número de documentos confidenciais sobre o programa brasileiro de enriquecimento de urânio. (Correio Braziliense – Política – 01/08/15; Folha de S. Paulo – Poder – 01/08/15; Folha de S. Paulo – 02/08/15 – Poder)
quinta-feira, 6 de agosto de 2015
Procuradoria entrou com ação na Justiça para que o Exército implemente cotas
De acordo com o
jornal Folha de S. Paulo, a Procuradoria da República entrou com uma ação na
Justiça para que o Exército reserve 20% das vagas de seu concurso público para
formação de cadetes para negros e pardos, como prevista pela Lei de Cotas.
Segundo o periódico, o Exército afirmou que essa lei prevê “tratamento diverso”
dos demais servidores civis, motivo pelo qual a medida não foi implementada. A
Marinha, porém, já adotou esta norma. (Folha de S. Paulo – Poder – 30/07/15)
Polícia Federal iniciou investigação do programa de submarinos da Marinha
Segundo o periódico
Folha de S. Paulo, a Polícia Federal iniciou uma investigação do programa de
submarinos da Marinha, realizando a apreensão de diversos documentos no dia
28/07/15. O programa, instituído no ano de 2009 como parte do acordo militar
entre Brasil e França, prevê o fornecimento de tecnologia francesa para a
construção de quatro submarinos convencionais e um nuclear. De acordo com a
Folha, a suspeita de irregularidades no programa originou-se quando a
empreiteira Odebrecht, contratada pelo estaleiro francês DCNS para a construção
de uma nova base naval, tornou-se alvo da Operação Lava Jato. Não houve
licitação para que a empreiteira assumisse as obras, uma vez que, ao envolver
segurança nacional, estas são sigilosas, ocorrendo sem regulação da Lei de
Licitações. Segundo o jornal, a Odebrecht negou as acusações. (Folha de S.
Paulo – Poder – 29/07/15)
Assinar:
Postagens (Atom)