Segundo o jornal Correio Braziliense, um dos
documentos mais importantes produzido pelo Estado brasileiro entre 1967 e 1968,
o chamado Relatório Figueiredo, foi encontrado intacto no Museu do Índio, no
Rio de Janeiro, pelo vice-presidente do grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo e
coordenador do Projeto Armazém Memória, Marcelo Zelic. O Relatório Figueiredo
foi uma investigação realizada pelo procurador Jader Figueiredo Correia e sua
equipe, a pedido do ministro do Interior, Albuquerque Lima, que resultou numa
expedição que percorreu mais de 16 mil quilômetros, entrevistou dezenas de agentes
do extinto Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e visitou mais de 130 postos
indígenas. Figueiredo apurou a aniquilação de tribos, torturas e todo tipo de
crueldade praticada contra indígenas por latifundiários e funcionários SPI,
tais como caçadas humanas promovidas com metralhadoras e dinamites arremessadas
de aviões, inoculações propositais de varíola em povoados isolados e doações de
açúcar misturado com estricnina, um tipo de veneno. Ao final da expedição, o
ministro Lima recomendou a demissão de 33 agentes do SPI e a suspensão de 17
deles, entretanto, a maioria foi inocentada pela Justiça, enquanto aqueles que
trabalharam na apuração das graves violações direitos humanos foram exonerados
ou trocados de função para esconder o que havia acontecido. Isso ocorreu devido
à repercussão internacional que o Relatório Figueiredo causou juntamente com a
entrevista do ministro Lima. Por fim, em 13/12/1968 o presidente Artur da Costa
e Silva (1967-1969) baixou o Ato Institucional nº 5, que restringiu as liberdades
civis e endureceu o regime. De acordo com Zelic, o Relatório Figueiredo “já
havia se tornado motivo de preocupação para setores que estão possivelmente
envolvidos nas denúncias”, mesmo antes de ser achado, pois se acreditava que
estes documentos haviam sido destruídos em um incêndio no Ministério de
Interior. De acordo com o Correio, que teve acesso exclusivo aos
documentos junto com o jornal Estado de
Minas, há “inúmeras passagens brutais e revoltantes”. Para o jornal, a
descoberta destes documentos podem ressuscitar incontáveis fantasmas e se
tornar um trunfo para a Comissão Nacional da Verdade. (Correio Braziliense –
19/04/13)
terça-feira, 23 de abril de 2013
Explosão de bombas em Boston coloca Exército brasileiro em alerta
Conforme
publicado pelo jornal Folha de S. Paulo, agentes dos setores antiterror da
Polícia Federal e do Exército brasileiro estão em busca de informações sobre a
explosão de bombas ocorrida na cidade de Boston, nos Estados Unidos da América
(EUA), no dia 15/04/13. De acordo com a Folha, os militares aguardam os
relatórios da área de inteligência para averiguar se serão necessárias mudanças
nos preparativos para a Copa das Confederações, que ocorrerá no Brasil em
junho, e a Jornada Mundial da Juventude, em julho. Segundo o jornal O Estado de
S. Paulo, a embaixadora estadunidense na Organização das Nações Unidas (ONU),
Susan Rice, declarou que os EUA ofereceram-se para cooperar com o Brasil
compartilhando lições aprendidas no recente atentado. Rice deverá se reunir com
o ministro da Defesa brasileiro, Celso Amorim. Em coluna opinativa para a Folha
no dia 18/04/13, a jornalista Paula Cesarino Costa afirmou que, com a
aproximação da Copa das Confederações e da Jornada Mundial da Juventude, órgãos
como o Exército, Polícia Militar e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
entraram em estado de alerta para garantir que a característica de país
pacífico, aberto e democrático não se transforme em um defeito para o Brasil. O
periódico ainda mencionou que, por consequência dos atentados em Boston, o
inimigo externo ganhou relevância no planejamento de segurança dos grandes
eventos. (Folha de S. Paulo – Mundo - 17/04/13; Folha de S. Paulo – Opinião -
18/04/13; O Estado de S. Paulo – Internacional - 18/04/13)
Jornal aponta utilização irregular de jatinhos da FAB
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, membros do alto
escalão do governo da presidenta da República, Dilma Rousseff, utilizam
jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB) para viagens particulares ou que não
se encaixam nas prioridades oficiais, como o retorno para suas respectivas
residências nos finais de semana. A pedido do jornal, o professor Fernando
Martini Catalano, chefe do Departamento de Engenharia Aeronáutica da
Universidade de São Paulo, estimou que os 5,8 mil voos realizados nos dois anos
do governo Rousseff tiveram custo de R$ 44,8 milhões. O procurador do
Ministério Público no Tribunal de Contas da União (TCU) Marinus de Vries
Marsico disse que práticas desse tipo são despropositadas e que não lhe
custaria nada solicitar investigações sobre tal situação, pois consiste em
utilização da máquina pública para privilegiar determinado partido, e que
apesar de não ser um ato ilegal, consiste em ato contra o princípio da
moralidade. Segundo O Estado, o
Ministério Público no TCU irá pedir a abertura de uma auditoria sobre o caso.
Marsico pretende analisar os dados e propor medidas que visem coibir voos
relacionados a compromissos político-partidários os quais, no seu entender,
devem ser custeados pelos partidos políticos. De acordo com o jornal, o
procurador irá oficiar ao TCU a fiscalização, em relação às movimentações dos
jatos, no processo que apura a regularidade das contas do Comando da
Aeronáutica, a fim de avaliar o tipo de controle que a FAB possui sobre tais
despesas. Em nota oficial publicada no dia 15/04/13, a FAB informou que o
julgamento da finalidade da solicitação de voos não é de sua responsabilidade.
Para o procurador, a hipótese de que há uma inversão da lógica das prioridades
– se o uso da frota da FAB para fins particulares se tornou regra – deve ser
apurada. (O Estado de S. Paulo – Nacional – 15/04/13; O Estado de S. Paulo –
Nacional – 16/04/13)
Superior Tribunal Militar tem sua relevância questionada
Em
coluna opinativa para o jornal O Estado de S. Paulo, a professora e cientista política
Maria Celina D’Araujo apontou
que atualmente o principal crime julgado pelo Superior Tribunal Militar (STM) é
o consumo de maconha dentro dos quartéis e, o segundo, deserção. O STM possui
15 ministros para julgar meio milhão de pessoas – os militares –, enquanto o
Superior Tribunal Federal (STF) possui 11 para julgar 200 milhões. Os gastos do
STM são de cerca de R$ 322
milhões ao ano, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A cientista política questiona se esse aparato é
necessário em tempos de paz. Em declaração, o
ministro do STF, Joaquim Barbosa, afirmou que está na hora de rever essa
situação. Os militares alegam que sua instituição é muito importante
para o país e por isso precisa de justiça rápida.
Outra questão levantada por D’Araujo é que a justiça militar em toda América do
Sul está se
extinguindo, enquanto no Brasil ela tende a crescer, com a construção de uma
nova sede em Brasília. Em posição contrária à apresentada pela cientista
política, a coluna opinativa do advogado Ives Gandra da Silva Martins,
publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, apontou
que existe no Brasil uma campanha pelo fim da
Justiça Militar da União, baseada no desconhecimento sobre a sua importância.
Martins afirmou que o STM existe há 205 anos no país para julgar exclusivamente
crimes cometidos por oficiais das Forças Armadas, razão pela qual é formado em
grande parte por oficiais de longa carreira, os quais possuem maior
conhecimento prático das exigências militares. Para o advogado, é importante
ressaltar que durante o período do regime militar (1964-1985) o STM foi
responsável por salvar muitas vidas, mantendo assim uma tradição de respeito
aos direitos humanos. Martins acredita que seria também infundada a crítica de
que o número de julgamentos seja relativamente pequeno, pois esse chega ao
dobro de julgamentos realizados pela Suprema Corte dos Estados Unidos. (Folha
de S. Paulo – Opinião – 15/04/13; O
Estado de S. Paulo – 14/04/13)
Comissão Nacional da Verdade II: período de trabalho pode ser prorrogado por seis meses
Segundo o periódico Folha de S. Paulo, a integrante da
Comissão Nacional da Verdade (CNV), Rosa Cardoso, informou no dia 15/04/13
sobre a possibilidade da prorrogação dos trabalhos da CNV por seis meses após a
data inicialmente prevista para o encerramento, que seria dois anos após sua
instituição, ocorrida em 16/05/12. De acordo com Cardoso, as comissões
estaduais da verdade pediram mais tempo para apresentar os resultados das
investigações, as quais a CNV precisaria analisar posteriormente. Segundo a Folha, o pedido de prorrogação deve
ocorrer durante a reunião da CNV com a presidenta da República, Dilma Rousseff,
que será feita para discutir o balanço do primeiro ano de trabalho da Comissão,
com data ainda indefinida. Cardoso afirmou que no mês de maio será feita a
divulgação parcial dos resultados, apesar da maioria dos integrantes da CNV
defender a apresentação dos resultados somente no relatório final. O intuito da
divulgação parcial seria atualizar o número de mortos e desaparecidos durante o
regime militar (1964-1985). Por sua vez, José Paulo Cavalcanti, membro da CNV,
declarou à Folha a necessidade de se
ter “enorme cautela” na redação do relatório final da Comissão que será
entregue no mês de maio de 2014, especialmente no que se refere à citação dos
nomes de pessoas envolvidas em mortes, desaparecimentos e torturas ocorridas durante
o regime militar. Segundo Cavalcanti, existem questões, como a identificação
das pessoas, que deverão ser discutidas com calma; e destacou que “quando houver nome para além de qualquer
suspeita, tudo bem. Agora, nome por funções, é preciso ter cuidado". De
acordo com a Folha, alguns
especialistas consideram que a maior contribuição que a CNV pode fornecer à
narrativa do período do regime é a identificação dos responsáveis pelos atos
investigados, considerando que já é conhecida boa parte das circunstâncias dos
delitos ocorridos. (Folha de S. Paulo – Poder – 16/04/13)
Comissão Nacional da Verdade I: colegiado recebe críticas
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, ao
aproximar-se da metade do seu período de funcionamento, em 16/05/13, a Comissão
Nacional da Verdade (CNV) ainda não apresentou nenhum resultado relevante sobre
as violações de direitos humanos ocorridas durante o regime militar
(1964-1985). Fontes internas dizem que a busca por resultados mais sólidos e
reveladores foi dificultada por erros conceituais e de gestão; um deles seria a
rotatividade da coordenação, o que impede um trabalho contínuo. Outro ponto
polêmico seria a divulgação dos resultados, pois uma parte acredita que devem
ser levados a público apenas as conclusões finais, enquanto outra defende que
devem existir discussões sobre o assunto com a sociedade brasileiro. Além
disso, o jornal afirmou que o colegiado pouco aproveitou os documentos
produzidos pelo próprio governo a respeito do regime militar, como os da
Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Contudo, segundo a Folha, alguns
casos geraram frutos, como o reconhecimento da responsabilidade do Estado
brasileiro na morte do deputado Rubens Paiva. Mas outros grandes casos como a
Guerrilha do Araguaia e o atentado no Riocentro não tiverem avanços nas
investigações. Em entrevista à Folha, o atual coordenador da CNV, Paulo Sérgio
Pinheiro, ressaltou que a Comissão ainda possui um ano para apresentar
resultados e que irá cumprir suas metas iniciais. Pinheiro revelou que há 50
investigações em curso, 350 nomes de violadores de direitos humanos identificados,
59 testemunhas ouvidas e que 44 supostos casos de suicídio durante o regime
poderão ser revistos. O coordenador ressaltou a importância da digitalização de
16 milhões de páginas do Arquivo Nacional. Além de demonstrar seu empenho,
desmentiu informações sobre uma possível divisão interna e lembrou resultados
importantes já obtidos, como a revisão da certidão de óbito de Vladimir Herzog,
jornalista morto durante o regime. Em análise publicada pela Folha de S. Paulo,
Inês Virginia Prado Soares, doutora em Direito das Relações Sociais, afirmou
que as comissões da verdade são criadas para lidar com o legado de regimes
autoritários e guerras civis após a transição para regimes democráticos que
prezem pela paz, contudo são ineficazes se existe impunidade. Para Soares, o
Brasil demorou a tomar essa iniciativa, mas pode se espelhar em exemplos
espalhados pelo mundo, além de encontrar disponível um grande acervo documental
e iniciativas anteriores, oficiais e não oficiais. A CNV brasileira, por ter
sido criada por lei aprovada no Congresso Nacional, garante a ela maiores
possibilidades de obter resultados e aumenta as chances de responsabilização
dos culpados após o término das investigações. Entretanto, para Soares,
restando um ano para seu fim, a Comissão sofre com diversos problemas que
dificultam seu trabalho, como a questão da transparência, da participação da
sociedade e da divulgação e sistematização de dados. Em coluna opinativa para a
Folha, o filósofo e professor Vladimir Safatle afirmou que as críticas iniciais
feitas à CNV não estavam erradas, principalmente no que se refere ao reduzido
número de membros, escassez de tempo e falta de foco. Segundo Safatle, amplos
setores da sociedade civil estão esperando informações capazes de fornecer “uma
história mais honesta” dos fatos passíveis de investigação ocorridos durante o
regime militar. O filósofo apontou a importância da apuração da CNV quanto à
presença constante de empresários em locais de tortura e enfatizou que a
sociedade brasileira anseia obter uma visão clara em relação ao funcionamento
do aparato civil-militar durante o regime. Outra questão a que faltam
esclarecimentos refere-se à possibilidade das mortes dos ex-presidentes da
República João Goulart e Juscelino Kubitschek estarem ligadas a ações da Operação
Condor. Safatle afirmou que o trabalho da CNV seria fundamental para que o
Brasil fosse levado para as cortes internacionais, pelos grupos de direitos
humanos, para “forçar o Estado brasileiro a fazer um verdadeiro dever de
memória”. O filósofo defendeu ainda a revelação constante dos fatos
investigados pela Comissão, em detrimento da divulgação de um relatório final,
pois alimentaria a mobilização e aumentaria a pressão social contra a omissão
do Estado em “respeitar a própria história”. (Folha de S. Paulo – Poder –
14/04/13; Folha de S. Paulo – Poder – 14/04/13; Folha de S. Paulo – Opinião –
16/04/13)
Governo Federal está utilizando jato da FAB em campanha por uma vaga na diretoria da OMC
De acordo com o jornal
O Estado de S. Paulo, o governo brasileiro está usando todos os recursos
possíveis para tentar eleger Roberto Azevedo para a diretoria geral da
Organização Mundial do Comércio (OMC). Dentre estes, fez uso de um jato da
Força Aérea Brasileira (FAB) para que Azevedo viajasse à África e à América Central.
Procurado pelo Estado, o Itamaraty confirmou as viagens, entretanto não
disponibilizou o número exato de países visitados; já o Ministério da Defesa e
a FAB não se manifestaram. Sobre os gastos com a candidatura, o Itamaraty
informou que os dados estão sob sigilo, por fazerem parte de uma estratégia de
campanha, mas que serão revelados posteriormente. (O Estado de S. Paulo -
12/04/13)
Brasil negocia compra de 34 tanques Gepard 1A2 do Exército Alemão
Segundo o jornal Correio
Braziliense, o Brasil está adquirindo do Exército alemão 34 tanques usados,
modelo Gepard 1A2, para garantir a segurança dos grandes eventos sediados pelo
país até 2016. Os tanques Gepard 1A2 foram modernizados com novos sistemas de
radar e informática, o que prolongou sua vida útil até 2030, segundo o general
Marcio Roland Heise, que pretende estar com toda tropa preparada e treinada
para os eventos que começarão em junho de 2013. De acordo com o Ministério da
Defesa, o acordo será finalizado nos próximos dias, e, portanto, os valores da aquisição ainda se
encontram em aberto. (Correios Braziliense – 12/04/13)
Pacote de incentivos econômicos beneficiará setor de defesa
Segundo o jornal O
Estado de S. Paulo, o governo brasileiro lançou no dia 10/04/13 um pacote
de incentivos econômicos que, entre outros setores, incluirá defesa,
aeronáutica e a área espacial. Está prevista a criação de uma empresa mista,
com participação privada e controle do Ministério da Defesa, para servir de trading nas compras e vendas externas do
setor. De acordo com O Estado, o
intuito do governo é dinamizar o segmento melhorando a mediação dos negócios. (O
Estado de S. Paulo – Economia - 10/04/13; O Estado de S. Paulo – Economia – 11/04/13)
Exumação de restos mortais de militante da ALN pode gerar ação criminal contra militares
De acordo com o jornal Folha de
S. Paulo, no dia 09/04/13 foram exumados os restos mortais de Alex de Paula
Xavier Pereira, militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), supostamente
morto por agentes do Destacamento de Operações de Informações - Centro de
Operações de Defesa Interna (DOI-Codi),
em 1972. O objetivo da exumação é coletar o DNA de sua ossada para comprovar
sua identidade. Segundo o procurador da República Sérgio Suiama, a confirmação
de que os restos mortais pertencem à Pereira poderá gerar uma ação criminal
contra os responsáveis por sua morte. (Folha de S. Paulo – Poder – 10/04/13)
STJ analisará ação do Ministério Público Federal contra coronel Ustra
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o Supremo Tribunal
de Justiça (STJ) analisará, pela primeira vez, uma denúncia contra agentes do
regime militar (1964-1985). O caso será levado à corte pelo Ministério Público
Federal, que acusa o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra e o
delegado Dirceu Gravina pelo desaparecimento do líder sindical Aluízio Palhano,
em 1971. O argumento da Procuradoria é de que o desaparecimento de Palhano é um
sequestro que ainda não terminou, pois seu corpo nunca foi encontrado. Deste
modo, o crime ultrapassa o período protegido pela Lei de Anistia (1979) e é
passível de julgamento. (Folha de S. Paulo – Poder – 10/04/13)
Embraer vendeu aviões de ataque leve para Guatemala e Senegal
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer)
vendeu seis unidades do avião de ataque leve Super Tucano para a Guatemala e
três para o Senegal. Deste modo, o número de países que possuem o avião
brasileiro na América Latina subiu para seis. Segundo o presidente da Embraer
Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar, a vitória na licitação para a venda dos
Super Tucanos à Força Aérea estadunidense impulsionou o aumento das vendas.
(Folha de S. Paulo – Mercado – 10/04/13)
Agentes de Inteligência apontam “militarização” da ABIN
Conforme
publicado no periódico O Estado de S.
Paulo, oficiais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) afirmaram
haver uma “militarização” da Agência, que está sob o comando do
general-de-exército José Elito Carvalho Siqueira. Essa afirmação se deve à
característica e à prioridade atribuída a uma ação da Abin, mobilizada pelo
Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR),
revelada após a divulgação de um documento sigiloso no qual o órgão tinha como
objetivo monitorar agentes portuários e sindicatos que se opuseram à Medida
Provisória 595, comumente chamada de MP dos Portos. Em tal medida, o governo
permite a concessão dos portos brasileiros à iniciativa privada. Segundo os
agentes, tal fato constitui um “sintoma” dessa “militarização”. Além disso,
grande parte das superintendências da Agência é atualmente chefiada por R-2 –
jargão interno utilizado pelos oficiais de inteligência para designar militares
que exerceram funções nos serviços de informação das Forças Armadas antes de
serem incorporados à Abin – o que daria prioridade a uma “pauta ideológica”,
devido ao acompanhamento prioritário de movimentos sociais e sindicais. No dia
11/04/13, O Estado destacou que o
ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho,
afirmou que o monitoramento dos trabalhadores portuários foi motivado por
razões econômicas e não políticas, e que não é correto considerar o governo
como uma ditadura que desfavorece movimentos sindicais. O periódico ainda
afirmou que Siqueira deverá comparecer à Comissão de Controle das Atividades de
Inteligência do Congresso Nacional para prestar esclarecimentos sobre os
monitoramentos da Abin. (O Estado de S. Paulo – Nacional – 09/04/13; O Estado
de S. Paulo – Nacional – 11/04/13)
Após acusações, FIFA quer destituição de Marin do comando do COL
Segundo o jornal Folha de S. Paulo,
a Federação Internacional de Futebol (FIFA) revelou a intenção de destituir
José Maria Marin da presidência do Comitê Organizador Local (COL), órgão
responsável por organizar a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Segundo o
presidente da FIFA, Joseph Blatter, o motivo seria o desgaste na imagem de
Marin, que também é presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF),
diante da oposição do deputado federal Romário de Souza Faria, que entregou um
documento com milhares de assinaturas pedindo a saída do atual presidente do
COL e da CBF. O documento evidencia a ligação entre Marin e o regime militar
(1964-1985). De acordo com a Folha, a
mudança agradaria ao governo pelo fato da presidenta da República, Dilma
Rousseff, não tolerar que um dirigente acusado de ter se envolvido com o regime
militar trabalhe com o governo atual na organização da Copa do Mundo de 2014. O
jornal informou que a decisão de destituir Marin do COL já estaria tomada pela
FIFA e o governo já foi informado sobre o fato há duas semanas. (Folha de S.
Paulo – Esporte – 09/04/13)
Cientista Político defende que a Comissão Nacional da Verdade investigue delitos de militares e opositores do regime
Conforme publicado em coluna opinativa do periódico O Estado de S. Paulo, o Professor Doutor Eliézer Rizzo de Oliveira,
cientista político, afirmou que a Comissão Nacional da Verdade (CNV) afastou-se
de sua obrigação legal ao adotar a Resolução n.° 2, de 20/08/12, a qual
concentra suas investigações de modo exclusivo em "graves violações de
direitos humanos praticadas [...] por agentes públicos, pessoas a seu serviço,
com apoio ou no interesse do Estado". Para o cientista político, a
consequência disso é a sobreposição da vontade política da CNV em relação à
vontade política do governo federal e do Poder Legislativo, sendo tal autonomia
questionável uma vez que a recente ampliação do número de assessores da
Comissão só foi possível através de decreto presidencial. Segundo Oliveira,
essa obrigação legal na qual a Comissão deve se pautar reside na finalidade
geral da Lei n.° 12.528, de 18/11/11, em que não se restringem os sujeitos e as
organizações a serem investigados, havendo restrição somente no âmbito temporal
– entre as datas de promulgação das Constituições de 1946 e 1988. Desse modo,
Oliveira defendeu que a CNV é obrigada a investigar os delitos contra os
direitos humanos cometidos tanto por agentes públicos quanto por atores da
sociedade que combateram o regime militar (1964-1985) e, somente dessa maneira,
será possível elaborar um "relatório circunstanciado contendo as
atividades realizadas, os fatos examinados, as conclusões e
recomendações", conforme disposto no artigo n.° 11 da Lei n° 12.528, sendo
para isso “indispensável abrir todos os arquivos, convocar pessoas de todos os
espectros a fim de contribuírem para o esclarecimento da violência política.”
De acordo com Oliveira, a inflexão exposta pela Resolução n.° 2, em relação à
finalidade da CNV, é justificada por dois argumentos frágeis: 1) nenhuma
comissão de semelhante natureza teria investigado os dois lados – fato
contestado pelo professor ao citar o Relatório Rettig, formulado pela comissão
chilena, além de citar casos semelhantes na África do Sul, no Peme e na
Guatemala; 2) delitos cometidos pelas esquerdas são conhecidos e seus autores
já foram punidos não sendo passíveis, portanto, de investigação – algo
parcialmente verdadeiro, segundo o cientista político, pelo fato de que “muitos
foram julgados, punidos e anistiados”, não sendo, todavia, os seus atos “do
domínio histórico e público”. Segundo Oliveira, a CNV adota uma investigação de
caráter unidirecional e ilegal, atribuindo este fato à motivação política que
consiste na “perspectiva de revisão da anistia, objetivo estratégico do III
Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), com o propósito de julgar e
punir agentes públicos da repressão.” Desse modo, a Lei da Anistia (1979) seria
invalidada nos termos da Justiça de Transição e de sentenças judiciais
internacionais. De acordo com Oliveira, isso se trata de “refundar o Estado
Democrático de Direito”. (O Estado de S. Paulo – Espaço Aberto – 08/04/13)
Migração de oficiais das Forças Armadas para o setor privado preocupa
De acordo com o jornal Correio
Braziliense, as Forças Armadas estão enfrentando um êxodo sem precedentes
em seus quadros. Em busca de oportunidades de crescimento profissional e de
melhores salários na iniciativa privada e no funcionalismo público civil, a
elite dos oficiais formados nas escolas das três forças – Marinha, Exército e
Aeronáutica – tem abandonado a carreira militar em quantidades preocupantes, em
um momento no qual o Brasil começa a priorizar a questão da defesa de
fronteiras e dos recursos naturais. Segundo o Correio, a evasão de militares para a iniciativa privada causa
prejuízo financeiro para o Estado e, por essa razão, o oficial que se retira da
carreira militar tem a obrigação de pagar uma indenização inversamente
proporcional ao tempo em que permaneceu no exercício da função. Existem
empresas privadas que, no entanto, assumem o valor da multa para contratar
esses especialistas. De acordo com o jornal, a defasagem salarial em relação à
iniciativa privada é a principal causa da renúncia. Outro motivo é a lentidão
ao galgar as patentes na carreira militar, desmotivando os militares mais
jovens. Tal fato se agrava entre os militares das chamadas áreas-meio –
pilotos, médicos e engenheiros – no que tange à ascensão aos postos de
oficiais-generais e à falta de valorização do especialista. O engenheiro
formado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) André Gustavo de Albuquerque
abandonou o posto de primeiro-tenente para buscar melhores oportunidades no
setor privado logo que se formou, alegando não ser valorizado pelas Forças
Armadas. Albuquerque afirmou que “além de
enfrentar a pressão de ser obrigado a mudar para outras cidades à revelia, o
salário baixo era uma realidade que afugenta. Sem falar que a chance de se
chegar a general é praticamente nula para um engenheiro". De acordo com o
jornal, o governo federal tenta conter a evasão de militares formados em
centros de excelência através da realização de estudos de melhoria no plano de
carreira das Forças Armadas, além do reajuste de 30% concedido em 2012,
dividido em três parcelas até 2015, aos militares das três Forças. A estratégia
principal do governo, porém, estaria no investimento em centros de excelência
das Forças Armadas. Sobre o assunto, em coluna opinativa, o jornalista Carlos
Alexandre afirmou que a evasão de oficiais dos quadros de militares revela um
grave problema do funcionalismo público e demonstra “a fragilidade das ambições do
governo brasileiro em exercer um papel relevante na comunidade internacional”.
Além disso, Alexandre destacou que outra preocupação dos oficiais relaciona-se
à influência política como fator determinante na escolha das patentes mais
altas das Forças Armadas, muitas vezes acima do mérito dos servidores. Segundo
o jornalista, “nas distorções da administração pública federal”, os militares
estão entre as categorias mais penalizadas e os problemas se estendem ao tratar
o maquinário obsoleto. Alexandre defendeu que para alcançar a almejada ascensão
do país na comunidade internacional, são necessários grandes investimentos na
formação e na retenção de oficiais nos postos das Forças Armadas, além da
modernização de seus equipamentos. (Correio Braziliense – Política – 07/04/13;
Correio Braziliense – Opinião – 09/04/13)
Comissão Nacional da Verdade reconstituirá mortes de opositores do regime militar
Segundo o periódico Folha de S. Paulo, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) irá
reconstituir pelo menos oito mortes de opositores do regime militar (1964-1985)
ocorridas durante o período, com o intuito de desmontar versões oficiais de
suicídio ou resistência armada. Para isso, serão utilizadas técnicas atuais de
perícia, operadas por especialistas contratados pela CNV, que testarão as
versões contidas nos laudos produzidos na época pelos militares. Se forem
comprovadas as discrepâncias, a CNV poderá pedir à Justiça a alteração das
certidões de óbito, a exemplo do que ocorreu com as certidões de João Batista
Drummond e Vladimir Herzog. De acordo com a Folha,
um dos casos a ser reconstituído será o do integrante da Ação Libertadora
Nacional (ALN), Arnaldo Cardoso Rocha, morto em 1973. A versão
oficial é que Rocha teria reagido com tiros quando policiais lhe deram voz de
prisão na cidade de São Paulo, afirmação contestada com base no relato de uma
testemunha e na interpretação do laudo necroscópico. Outra investigação em
curso relaciona-se à morte do ex-presidente da República Juscelino Kubitschek
em agosto de 1976. A versão oficial foi a de acidente automobilístico, porém
houve suspeitas de que o motorista de Kubitschek foi alvejado com o carro em
movimento, o que causou o acidente. (Folha de S. Paulo – Poder – 06/04/13)
Paulo Sergio Pinheiro se manifesta sobre a Lei da Anistia
Segundo
o jornal O Estado de S. Paulo, o
atual coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Paulo Sergio Pinheiro,
disse “que o Brasil deveria seguir as regras dos tribunais internacionais, para
os quais a autoanistia não é aceitável” e que o país deveria cumprir a sentença
da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CDIH) da Organização dos Estados
Americanos (OEA), que recomenda a revisão da Lei da Anistia (1979), promulgada
durante o regime militar (1964-1985). De acordo com Pinheiro, as “autoanistias
não são aceitas em cortes internacionais”. Pinheiro ainda fez questão de dizer
que esta se trata de uma posição pessoal e não da CNV, e que à CNV não cabe
tomar decisões ou fazer manifestações sobre o assunto. Para Pinheiro, a forma
em que se interpreta a Lei da Anistia não interfere nos trabalhos da CNV, pois
sua função é esclarecer as graves violações de direitos humanos que ocorreram
durante o regime, sem o caráter punitivo. (O Estado de S. Paulo – Nacional –
03/04/13)
Senador se refere ao golpe de 1964 como “revolução” e causa polêmica
Segundo o jornal Folha de S.
Paulo, o senador Aécio Neves, em discurso no Congresso Estadual de Municípios
paulistas, que ocorreu na cidade de Santos, estado de São Paulo, chamou o golpe
de 1964, responsável pelos 21 anos de regime militar no país, de “revolução de
64”. O termo costuma ser utilizado pelos defensores do regime. A referência foi
feita durante um discurso em que o senador recapitulava historicamente a
concentração de poder no governo federal, a qual crítica. Após o discurso,
Neves foi questionado a respeito do uso do termo e respondeu “ditadura,
revolução, como quiserem [chamar]. É um regime autoritário que lutamos muito
para que fosse vencido. Eu tenho muito orgulho de pelo menos participar do
finalzinho da luta para a reconquista da democracia no Brasil. Uma ditadura que
nós não queremos que se repita". Neves é neto do primeiro presidente
eleito indiretamente pós-regime militar, Tancredo Neves, que morreu antes de
assumir o cargo. (Folha de S. Paulo – Poder - 05/04/13)
Filme sobre João Goulart é relembrado em festival de cinema
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o filme
"Jango", que conta a história do ex-presidente da República João
Goulart, foi destaque na retrospectiva do 18º festival É Tudo Verdade. O filme
marca o início das discussões sobre os 50 anos da tomada do poder pelos
militares em 1964, que derrubou Goulart da presidência e instaurou o regime
militar no Brasil (1964-1985). O documentário, de Silvio Tendler, foi um
sucesso quando estreou em 1984, pois, segundo a Folha, o governo militar estava
enfraquecido e a campanha pelas Diretas-Já ganhava destaque. Segundo o jornal,
a Comissão Nacional da Verdade irá investigar a morte do ex-presidente e a
família já permitiu a exumação de seus restos mortais. De acordo com Tendler,
na época, o filme pode ser produzido graças ao apoio financeiro de Denize
Goulart, filha de Jango, e Antônio Balbino, ex-governador da Bahia e
ex-ministro nos governos Getúlio Vargas e Goulart. Em entrevista à Folha,
Tendler afirmou que o “Jango” é a maior bilheteria do cinema político
brasileiro, com estimativa de um milhão de espectadores. O cineasta relembrou
que o filme foi barrado na censura do regime, mas que a realização de uma
sessão a portas fechadas para toda a imprensa fez com que ela “comprasse a
briga”. Durante o Festival de Cinema de Gramado de 1984, o filme ganhou o
prêmio especial do júri e o de melhor filme pelo júri popular, apesar de
esforços de setores aliados do regime para que isso não ocorresse. Tendler
contou que está produzindo uma trilogia para discutir o pós-64: o primeiro será
sobre os advogados que lutaram contra a ditadura; o segundo fala a respeito da
resistência dos militares pela democracia; e o terceiro será "Há Muitas
Noites na Noite", sobre o exílio, baseado no "Poema Sujo", de
Ferreira Gullar. (Folha de S. Paulo – Ilustrada – 03/04/13)
Deputado requisitará que Comissão Nacional da Verdade apure o envolvimento do presidente da CBF com o regime militar
De acordo com o periódico O Estado de S. Paulo, o
deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro e presidente da Comissão de
Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados, Romário de Souza Faria, irá pedir à Comissão Nacional da Verdade (CNV) que
ajude a elucidar as denúncias sobre a participação do atual presidente da
Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, com o regime
militar (1964-1985). Entretanto, segundo Rosa Maria da Cunha, integrante da
CNV, o colegiado não tem uma posição formada sobre o assunto, e para ela, Marin
não foi figura de destaque entre os apoiadores do regime militar. Além desse
pedido, Romário acompanhou uma petição pública que pede a saída de Marin do
comando da CBF. A petição foi organizada por Ivo Herzog, filho do jornalista
Vladimir Herzog, que acredita que o presidente da CBF participou indiretamente
da morte de seu pai em 1975, quando solicitou investigação sobre a infiltração
de comunistas na TV Cultura de São Paulo, onde Vladimir Herzog trabalhava. (O
Estado de S. Paulo – 03/04/13)
Manifestantes protestam contra o golpe de Estado de 1964
Segundo os jornais Correio Braziliense e Folha de S. Paulo, um grupo de
manifestantes se reuniu na praça da Cinelândia, na cidade do Rio de Janeiro,
para protestar contra a tomada do poder que deu origem ao regime militar
(1964-1985), que completou 49 anos no dia 31/03/13. Estudantes, índios e
parentes de perseguidos políticos vítimas do regime gritaram palavras de ordem
e pediram a abertura dos arquivos da época. Também estavam presentes grupos de
direitos humanos, representantes de partidos políticos e de sindicatos, que se
reuniram em frente ao prédio do Clube Militar. Um dos integrantes do grupo
Tortura Nunca Mais, Sérgio Moura, defendeu que sejam identificados os
representantes do governo militar responsáveis por crimes cometidos durante o
regime. (Correio Braziliense – 02/04/13; Folha de S. Paulo – Poder – 02/04/13)
Esquadrilha da fumaça faz última apresentação com T-27
De acordo com o periódico Correio Braziliense, a Esquadrilha da
Fumaça, ou Esquadrão de Demonstração Aérea, realizou no dia 31/03/13 a última
apresentação com os aviões modelo T-27 Tucano. Segundo o jornal, a apresentação
durou cerca de 30 minutos e teve a demonstração de algumas manobras
tradicionais da equipe. Para a adaptação ao novo modelo de aeronave, o A-29
Super Tucano, os oficiais ficarão cerca de nove meses sem se apresentarem. Os
aviadores treinarão com o A-29 na Academia da Força Aérea, na cidade de
Pirassununga, no interior do estado de São Paulo. A equipe já foi certificada
pelo Livro dos Recordes, o Guinness Book, sendo que o próprio recorde, de voo
invertido simultaneamente, foi superado nos anos de 2002 e 2006. O Correio acrescentou que, segundo o
capitão João Pivovar, o Super Tucano possui itens que proporcionam maior
conforto ao piloto e um computador de bordo mais moderno. Segundo o
tenente-coronel aviador Marcelo Gobett, comandante do Esquadrão, a troca de
modelo é necessária, uma vez que os Tucanos sofreram um desgaste considerável
ao longo dos 30 anos de apresentação, com aproximadamente 2,5 mil exibições em
20 países. Dessa forma, os T-27 passam a servir somente para instrução de novos
aviadores. O periódico ainda informou que as apresentações da Esquadrilha darão
projeção aos A-29, assim como ocorreu com o T-27, que foi vendido para mais de
10 países, além do Brasil. Ambos os modelos são produzidos pela Empresa Brasileira
de Aeronáutica (Embraer) que foi escolhida pela Força Aérea dos Estados Unidos
para fornecer 20 unidades do Super Tucano, que serão utilizadas no Afeganistão,
a partir de 2014. (Correio Braziliense – 31/03/13; Correio Braziliense –
01/04/13)
Coluna destaca críticas aos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade
Segundo a colunista Tereza
Cruvinel, do jornal Correio Braziliense,
os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade (CNV) tem produzido tímidos
resultados, gerando insatisfação até mesmo por parte da presidenta da
República, Dilma Rousseff. Entretanto, para a colunista, as justificativas para
tal ocorrência encontram-se nas escolhas feitas pela própria presidenta, entre
elas destaca-se a falta de hierarquia no colegiado, diferentemente das
comissões da verdade em outros países latino-americanos, que contavam com presidente
e relator. Além disso, Crunivel apontou que os integrantes da CNV se queixam
das constantes ausências de alguns de seus sete membros, como o advogado José
Paulo Cavalcante Filho e o ministro do Superior Tribunal de Justiça, Gilson
Dipp, por problemas de saúde. Cruvinel comentou que Rousseff, alegando
pluralidade e imparcialidade no momento da composição do colegiado, deixou de
incluir “representantes das famílias e das entidades que lutam pela verdade,
dos advogados que tiveram coragem de defender as vítimas e dos outros poderes,
que poderiam estar dando sua contribuição”. Com relação à transparência e
divulgação dos trabalhos, a colunista apontou que Rousseff gostaria que a CNV
“estivesse contribuindo de forma mais efetiva para o envolvimento da sociedade
com este resgate da História”, almejando que os depoimentos fossem abertos, com
um maior número de sessões públicas e que mais documentos estivessem à
disposição da população. Cruvinel ainda ressaltou que os clubes militares
consideram a Comissão uma afronta “criada por lei para inventariar os crimes e
as violações ocorridas durante a ditadura, embora não tenha qualquer poder
jurídico para denunciar ou punir”. Além disso, a colunista informou que por
ordem de Rousseff e do ministro da Defesa, Celso Amorim, pela primeira vez foi
proibida a divulgação da Ordem do Dia em 31/03/13, evitando qualquer tipo de comemoração
do aniversário do golpe de 1964. (Correio Braziliense – 31/03/13; Correio
Braziliense – 02/04/13)
Declarações do novo secretário particular do governador de São Paulo geram polêmica
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a cerimônia que
inaugurou a disponibilização na web de parte dos arquivos do regime militar
(1964-1985) também foi marcada por uma polêmica envolvendo o advogado Ricardo
Salles, novo secretário particular do governador do estado de São Paulo,
Geraldo Alckmin. Salles é um forte crítico da Comissão Nacional da Verdade
(CNV) e defensor do regime militar, ademais é fundador do Movimento Endireita
Brasil (MEB). Segundo o jornal, o novo secretário já apoiou publicamente o
regime militar e questionou existência de crimes cometidos por seus integrantes.
A presença de Salles na cerimônia gerou mal estar entre os integrantes do
Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), como o senador Aloysio Nunes
Ferreira, que argumentou que Salles vê a história do Brasil sob outra ótica e
afirmou que discorda da posição do advogado em negar as graves violações de
direitos humanos ocorridas durante o regime. Já o ex-governador de São Paulo,
Alberto Goldman, declarou que Salles desconhece a história do país. Outros
políticos não só criticaram as posições do secretário, como também defenderam
sua saída do cargo. Em coluna opinativa
para o Estado, Marcelo Rubens Paiva, filho do deputado Rubens Paiva, morto por
agentes do regime militar, fez forte críticas a Salles e pediu para que Alckmin
se retratasse publicamente diante as declarações feitas pelo assessor.
Procurado pelo jornal, o governador preferiu não comentar as declarações de
Salles, uma vez que se trata de opiniões pessoais e não refletem a posição do
governo. Em entrevista ao Estado,
Salles alegou que foi mal interpretado e que nunca negou a existência de crimes
durante o regime militar, assim como nunca se opôs à busca pela verdade. Em sua
opinião, nem todos os militares cometeram crimes. Argumentou ainda que sempre
incentivou que os militares fossem voluntariamente à CNV relatar tudo o que
vivenciaram durante o período, mesmo porque eventuais crimes que tenham
cometido estariam prescritos e, portanto, ninguém seria punido. No caso de
Rubens Paiva, Salles afirmou que nunca duvidou que este tivesse sido
assassinado por agentes do regime. Entretanto, de acordo com a Folha de S. Paulo, do dia 05/04/13,
integrantes do PSDB pediram ao governador que demitisse Salles, pois este pode
prejudicar a imagem de Alckmin em decorrência de manifestações públicas sobre
suas posições políticas. (Folha de S. Paulo – Poder – 05/04/13; O Estado de S.
Paulo – Nacional – 02/04/13; O Estado de S. Paulo – Nacional – 04/04/13)
Documentos do regime militar estão disponíveis na web
De
acordo com os jornais Correio Braziliense
e Folha de S. Paulo, documentos do
regime militar (1964-1985) estão disponíveis no endereço eletrônico do Arquivo
Público do Estado de São Paulo (www.arquivoestado.sp.gov.br) desde o dia 01/04/13. Documentos do
então Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops), um
dos principais órgãos de repressão durante o regime, e do Departamento de
Comunicação Social (DCS), órgão criado para substituí-lo e abrigar seus
funcionários, já podem ser acessados por pesquisadores e interessados pelo
tema. Apenas 10% dos documentos desses dois órgãos foram digitalizados até o
momento. Segundo o Correio, o acesso
físico aos documentos era possível, porém, com o sistema eletrônico, este será
facilitado. O jornal destacou que o trabalho foi resultado dos esforços da
Associação dos Amigos do Arquivo Público de São Paulo, do projeto Marcas da
Memória, da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, e também contou com o
apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). De
acordo com o Correio, o projeto levou
dois anos para ser concluído, ao custo de aproximadamente R$ 800 mil. O jornal
avaliou que a iniciativa possibilitará às vítimas do regime comprovarem a
violência que sofreram, o que permitirá uma melhor condução dos processos de
reparação pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça e também irá
auxiliar nos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade (CNV). Conforme os
jornais Correio e O Estado de S. Paulo, a cerimônia de
abertura dos documentos foi precedida por um encontro entre autoridades e
integrantes da CNV. Segundo o coordenador do Arquivo Público do Estado de São
Paulo, Carlos Bacellar, a disponibilização dos documentos é parte do
cumprimento da Lei de Acesso à Informação. Para o governador do estado de São
Paulo, Geraldo Alckmin, a divulgação dos documentos é extremamente importante e
a política de direitos humanos deve, acima de qualquer partido, ser uma
política de Estado. Por sua vez, o novo secretário particular do governador, e
fundador do Movimento Endireita Brasil, o advogado Ricardo Salles, que
frequentemente defende o governo militar e é crítico da CNV, limitou-se a
declarar que “estamos no século 21, temos que dar transparência aos documentos”. Segundo a Folha, o coordenador da CNV, Paulo Sérgio Pinheiro, anunciou
durante o evento que serão digitalizados e disponibilizados na internet até
junho de 2013 cerca de 16 milhões de documentos produzidos durante o regime
militar que estão no acervo do Arquivo Nacional. Pinheiro respondeu também às cobranças
por mais transparência por parte da CNV e às críticas de que a Comissão
Estadual da Verdade da Assembleia Legislativa de São Paulo, coordenada por Ivan
Seixas, estivesse avançando com mais rapidez que a CNV, afirmando que “cada um
tem seu estilo”. "Eu não vou me
mudar aos 70 anos para ser igual ao Ivan Seixas" afirmou Pinheiro,
após protesto feito pelo movimento Levante Popular pedindo a divulgação de
relatórios parciais e a prorrogação da Comissão por mais dois anos. Segundo O Estado, Pinheiro declarou que os
resultados dos trabalhos da CNV serão apresentados apenas no relatório final. (Correio
Braziliense – 30/03/13; Correio Braziliense – 31/03/13; Correio Braziliense –
02/04/13; Folha de S. Paulo – Poder – 30/03/13; Folha de S. Paulo – Poder – 02/04/13;
O Estado de S. Paulo – 02/04/13)
terça-feira, 2 de abril de 2013
Artigo - A Comissão Nacional da Verdade: os primeiros passos do Brasil
Heed Mariano Silva Pereira[1]
Juliana de Paula Bigatão[2]
Um
forte debate tem tomado as páginas dos jornais e interferido constantemente na relação
do Poder Executivo com os membros das Forças Armadas, tanto da ativa quanto da
reserva no Brasil: a criação da Comissão Nacional da Verdade (CNV). A função
desta comissão, estabelecida pela Lei 12.528, de 18 de novembro de 2011, é
apurar as graves violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, com
a finalidade de promover o direito à memória e à verdade histórica e a
reconciliação nacional.[3]
A
CNV começou a ser desenhada em 2004, quando o então presidente da República,
Luiz Inácio Lula da Silva, propôs a organização do “Arquivo da Intolerância”,
cuja função era tornar público o acesso a todo e qualquer documento que
estivesse sob a tutela do Estado a respeito do regime militar no Brasil
(1964-1985). Entretanto, uma lei assinada pelo governo anterior, de Fernando
Henrique Cardoso, restringia severamente o acesso a esses documentos e,
juntamente ao debate público que surgiu sobre o tema, o projeto do presidente
Lula acabou por não vingar.
Em
2007, começou-se a discutir a possibilidade de uma Justiça de Transição, que
dependeria do esclarecimento dos atos de violação aos direitos humanos
praticados durante os “anos de chumbo”, para que as decisões tomadas pela
Justiça entre o período de transição do regime militar para o regime
democrático fossem revistas e as vítimas e seus familiares tivessem direito à
reparação. Foi neste momento que a ideia da criação de uma CNV começou a ganhar
força, o que se confirmaria a partir da reformulação do Programa Nacional de
Direito Humanos (PNDH-3), ao final de 2009 e cujas ideias surgiram na 11ª
Conferência Nacional de Direitos Humanos.
A
partir daquele momento, um intenso embate entre o Ministério da Defesa e a Secretaria
Especial de Direitos Humanos foi travado nos bastidores do governo e na
imprensa nacional. O primeiro apresentava muitas ressalvas quanto a criação de
uma comissão da verdade; já o segundo a entendia como necessária à consolidação
da democracia no Brasil. O presidente Lula determinou, por decreto, a criação
de um grupo de trabalho interministerial para a elaboração do projeto de lei
que criaria a CNV e em seguida o remeteria para votação no Congresso Nacional. Entretanto,
foi sua sucessora, a presidenta Dilma Rousseff, que sancionou o projeto de lei
em 18 de novembro de 2011, após muita negociação envolvendo os ministros da
Defesa e dos Direitos Humanos, os militares, além de deputados e senadores que
tiveram que se posicionar quanto ao conteúdo e viabilidade do projeto.
No
mesmo período em que se discutiu a criação da CNV, a Lei de Acesso à Informação
também foi amplamente debatida, negociada e aprovada, pois seria essencial para
garantir o acesso irrestrito aos arquivos do período militar e a todos os
demais documentos de natureza pública ao longo dos anos, desde que respeitados
os prazos mínimos e máximos para divulgação, dependendo do grau de sigilo.
Neste
momento o Brasil seguia os passos de outros países que já haviam passado pela
experiência de criar comissões da verdade, como: a Argentina (1983), o Paraguai
(2004), o Chile (1986 e 2003), o Uruguai (1985 e 2000), o Peru (2001), o
Equador (1996 e 2008), a Bolívia (1982), a Guatemala (1999), El Salvador
(1992), o Panamá (2001), o Haiti (1995), o Canadá (2009), o estado da Carolina
do Norte nos Estados Unidos (2004), o Timor Leste (2002 e 2005), a Indonésia
(2005), a Coréia do Sul (2000 e 2005), o Nepal (1990), a África do Sul (1995),
Uganda (1974 e 1986), o Sri Lanka (1994), as Ilhas Maurício (2009), as Ilhas
Salomão (2009), o Togo (2009), o Quênia (2009), o Zimbabué (1985), o Chade (1991),
a Nigéria (1999), Gana (2002), Serra Leoa (2002), o Marrocos (2004), a
República Democrática do Congo (2004), a Libéria (2006), a Alemanha (1992) e a
República Federal da Iugoslávia (2001).[4] Cada país teve seus motivos
para criar tais comissões; porém, a finalidade de conhecer a verdade e fazer
justiça àqueles que lutaram pela democracia em seus países esteve presente na
maioria dos casos.
Apesar
desse intenso debate, muitos se perguntaram, por que criar uma comissão verdade?
Em que momento criá-la? Para que serve? Em primeiro lugar, conforme já
mencionado, o propósito dessas comissões foi realizar uma análise profunda do
que ocorreu nos países que vivenciaram a experiência de um golpe militar ou de
uma guerra civil e, consequentemente, presenciaram episódios de violação dos
direitos humanos. Segundo Heraldo Munõz, subsecretario geral das Nações Unidas
(ONU), diretor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para
a América Latina e Caribe, e um dos maiores especialistas no tema, o elemento
fundamental na criação de todas as comissões da verdade “é fazer justiça, ajudar a justiça”[5]. Embora de acordo com seus
relatos a maioria das comissões já criadas não tenha responsabilidade jurídica,
elas cumprem uma função complementar importante, de garantir a transição entre
o período autoritário para o Estado Democrático de Direito.
Para
Priscilla Hayner, fundadora do Centro Internacional de Justiça de Transição, as
comissões da verdade
(...) também
asseguram que a própria narrativa torne-se o veículo principal para o
reconhecimento do direito de as vítimas contarem a sua própria verdade,
opondo-se à verdade oficial construída durante os anos de arbitrariedade e
violência. Ao fazer isso, restaura-se a dignidade dos que sofreram esses abusos
e violações ao mesmo tempo em que o Estado, mediante o mecanismo institucional
da Comissão da Verdade, passa a legitimar outra versão da História.[6]
Mas,
em que momento? Para Munõz, “os processos
de transição têm seus tempos e seus tempos são ditados pela realidade local. O
importante é que a justiça de transição aconteça e talvez alguns países, como
Brasil, tomam mais tempo por causa da natureza do sistema politico, da
realidade política (...)”[7]. Ou seja, o país deve
passar por um amadurecimento político-institucional, bem com rever algumas de
suas leis, tal como a Lei de Acesso à Informação, para que este momento torne-se
oportuno.
Por
fim, a outra pergunta a ser respondida é sobre sua finalidade. Tanto no Brasil
como nos demais países em que foram criadas, as comissões da verdade tem com
função primordial contar a história do que ocorreu com aqueles que se dispuseram
a enfrentar estes regimes e que sofreram as mais violentas formas de punições,
tais como torturas, desaparecimentos forçados e morte, praticados por agentes
do Estado, em nome de suas crenças e ideologias. No caso do Brasil, muitos
destes casos ainda permanecem sem respostas. Com o funcionamento da CNV,
espera-se que as famílias tenham a possibilidade de saber o que ocorreu com
seus seres queridos, assim como a sociedade em geral conhecer a verdade dos
acontecimentos históricos durante o regime militar.
Além
disso, as comissões tem também o objetivo de proporcionar a reconciliação
nacional, ou seja, o fortalecimento do Estado Democrático de Direito sem
ressentimentos, mágoa e rancor. E, principalmente, ajudar os Estados que as
criaram a impedir a repetição de violações de direitos humanos no futuro.
Como
indica Politi, os objetivos primordiais de uma Comissão da Verdade são: “combater a impunidade, restaurar a dignidade
e facilitar o direito das vítimas à verdade; acentuar a responsabilidade do
Estado e recomendar reformas do aparato institucional, contribuir para justiça
e reparação e reduzir conflito e promover a reconciliação a paz”[8].
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Referências
Comissões da verdade latino-americanas são anteriores à
brasileira. Disponível em <
http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI155976,81042-Comissoes+da+verdade+latinoamericanas+sao+anteriores+a+brasileira>
Acesso em 10/10/2012
LEI Nº 12.528, DE 18
DE NOVEMBRO DE 2011. Disponível em < http://www.cnv.gov.br/sobre-a-comissao-da-verdade/conheca-a-lei-que-criou-a-comissao-nacional-da-verdade/>
Acesso em 26/09/12
LEITÃO, Miriam. Diplomata Heraldo Munõz resgata história da
luta do Chile contra a ditadura de Pinochet. Disponível em
<http://g1.globo.com/globo-news/miriam-leitao/videos/t/todos-os-videos/v/diplomata-heraldo-munoz-resgata-historia-da-luta-do-chile-contra-a-ditadura-de-pinochet/1973206/
Acesso em 26/09/12.
POLITI, Maurice. A Comissão da Verdade no Brasil.
Cartilha do Núcleo de Preservação da Memória Política. Disponível em
<http://www.nucleomemoria.org.br/imagens/banco/files/documentos/cartilha_web_%28capamiolo%29_sd.pdf>
Acesso em 18/03/2012.
WINAND, Érica
Cristina Alexandre; BIGATÃO, Juliana de Paula. A Política Brasileira para os Direitos Humanos e sua inserção nos
jornais: a Comissão Nacional da Verdade. Congresso de 2012 da Associação de
Estudos Latino-Americanos, San Francisco, Califórnia, de 23 a 26 de maio de
2012.
[1] Supervisora do Observatório
Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas, graduada em Relações Internacionais
pela Unesp/Franca.
[2] Supervisora do Observatório
Sul-Americano de Defesa e Forças Armadas, doutoranda em Relações Internacionais
pelo Programa San Tiago Dantas (Unesp/ Unicamp/ Puc-SP).
[3] LEI Nº 12.528, DE 18 DE
NOVEMBRO DE 2011. Disponível
em <
http://www.cnv.gov.br/sobre-a-comissao-da-verdade/conheca-a-lei-que-criou-a-comissao-nacional-da-verdade/>
Acesso em 26/09/12
<http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI155976,81042-Comissoes+da+verdade+latinoamericanas+sao+anteriores+a+brasileira>
Acesso em 10/10/2012
[5]
LEITÃO, Miriam. Diplomata Heraldo Munõz resgata história da
luta do Chile contra a ditadura de Pinochet. Disponível em
<http://g1.globo.com/globo-news/miriam-leitao/videos/t/todos-os-videos/v/diplomata-heraldo-munoz-resgata-historia-da-luta-do-chile-contra-a-ditadura-de-pinochet/1973206/
Acesso em 26/09/12.
[6] POLITI, Maurice. A
Comissão da Verdade no Brasil. Cartilha do Núcleo de Preservação da Memória
Política. Disponível em
<http://www.nucleomemoria.org.br/imagens/banco/files/documentos/cartilha_web_%28capamiolo%29_sd.pdf>
Acesso em 18/03/2012.
[7]
LEITÃO, op. cit.
Documentário relata a participação do governo estadunidense no golpe militar de 1964
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo,
estreou no dia 29/03/13 o documentário “O dia que durou 21 anos”, do cineasta
Camilo Tavares. O documentário relata o envolvimento do governo estadunidense
no golpe de 1964, contra o então presidente brasileiro João Goulart. O filme
conta sobre as participações dos presidentes americanos John Kennedy e Lyndon
Johnson no episódio. A história é narrada a partir dos documentos redigidos e
dos áudios produzidos pelo então embaixador americano no Brasil (1961-1966),
Lincoln Gordon, cujo maior temor era que o país se transformasse “não em outra
Cuba, mas em uma China no Ocidente”. Foi a partir de seus relatos que Johnson
autorizou a Marinha estadunidense a dar suporte ao golpe de 1964, que manteve
os militares no poder durante 21 anos. Outro personagem importante foi o adido
militar Vernon Walters, amigo do primeiro presidente da República durante do
regime militar (1964-1985) o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco. Os
documentos utilizados no documentário foram extraídos dos acervos dos dois
ex-presidentes estadunidenses abertos ao público em 2004. Além disso, o filme
traz entrevistas com o ex-assessor de Gordon na embaixada, Robert Bentley, e
autoridades do governo militar, como o ex-ministro Jarbas Passarinho, todas
feitas pelo pai do diretor, o jornalista Flávio Tavares. (O Estado de S. Paulo
– 29/03/13)
Arquivo Público do Estado de São Paulo disponibiliza online documentos do regime militar
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo,
desde 01/04/13 estão disponíveis na base online do Arquivo Público do Estado de
São Paulo, 274.105 fichas e 12.874 prontuários produzidos pelo Departamento de
Ordem Política e Social (Dops) de São Paulo, num total de 10% de todo o acervo.
O Dops paulista foi um dos principais centros de repressão do regime militar
(1964-1985), responsável por controlar e reprimir qualquer movimento contrário
ao regime. Segundo o coordenador do Arquivo do Estado, Carlos Bacellar, "é
apenas o começo. Continuamos o trabalho de digitalização e, nos próximos anos,
iremos disponibilizar todo o material". A digitalização e publicação dos
documentos foi uma decisão administrativa do Arquivo Estado em consonância com
a Lei de Acesso à Informação (Lei Federal nº 12.527) e o Decreto Estadual nº
58.052, e também um ato de democratização da informação. Isso só foi possível
devido às verbas provenientes da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo (Fapesp), Projeto Marcas da Memória da Comissão de Anistia do Ministério
da Justiça, e do Projeto Memórias Reveladas da Casa Civil da Presidência da
República. A base online será fonte de pesquisa de estudiosos, jornalistas e
público em geral. (O Estado de S. Paulo – 29/03/13)
Militares da reserva criticam membros da Comissão Nacional da Verdade
Segundo os jornais Folha de S. Paulo e O
Estado de S. Paulo, militares da reserva membros dos Clubes Militar, Naval
e Aeronáutico criticaram em nota os membros da Comissão Nacional da Verdade
(CNV), na qual afirmaram "não venham, agora, os democratas arrivistas,
arautos da mentira, pretender dar lições de democracia. Disfarçados de
democratas, continuam a ser os totalitários de sempre (...)". Ainda em
nota, eles afirmaram falar em nome dos militares da ativa, que são proibidos de
se manifestarem sobre política, e os da reserva. De acordo com o Estado
a nota tinha por objetivo prestar uma “homenagem” aos 49 anos do golpe militar
de 31/03/1964. (Folha de S. Paulo – Poder – 29/03/13; O Estado de S. Paulo –
29/03/13)
Aviões da Esquadrilha da Fumaça da Força Aérea Brasileira serão substituídos
De acordo com o periódico Correio Brasiliense, os aviões da
Esquadrilha da Fumaça da Força Aérea Brasileira (FAB), modelo T-27, ou Tucano,
serão substituídos por uma versão mais moderna, o A-29 Super Tucano. Segundo o
jornal, os novos modelos são superiores em desempenho, tecnologia de bordo e
velocidade, além de possuírem o dobro da potência do T-27, podendo chegar aos
590 km/h. Os Tucanos que deixarão a Esquadrilha serão utilizados na base de
operações da equipe para treinamento de novos aviadores. O Correio afirmou que a utilização do T-27 e do A-29 exalta a
qualidade dos projetos da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) no
Brasil, sendo que os T-27 foram os primeiros modelos a integrarem o esquadrão e
foram utilizados em 2,3 mil apresentações da Esquadrilha desde de 1983. A
última apresentação ocorreu no dia 30/03/13, na cidade de Brasília. O periódico
ainda informou que, segundo a FAB, pelo menos 10 países utilizam o T-27 em suas
frotas. (Correio Braziliense - 28/03/13)
Militares proporcionam segurança para a realização de estudos de impacto ambiental
Segundo
o periódico Correio Braziliense, efetivos
da Força Aérea Brasileira compõem, juntamente com membros da Polícia Federal,
Força Nacional de Segurança Pública e Polícia Rodoviária Federal, um grupo de
250 homens que estão na cidade de Itaituba, no estado do Pará, visando manter
um ambiente seguro para a realização de estudos de impacto ambiental no
Complexo Hidrelétrico do Tapajós. (Correio Braziliense – 28/03/13)
General assume comando militar da Minustah
De
acordo com os periódicos Correio
Braziliense e Folha de S. Paulo,
o general de divisão Edson Leal Pujol assumiu, no dia 27/03/13, o comando
militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah,
sigla em francês). Pujol substituiu o general de brigada Fernando Rodrigues
Goulart, que esteve no cargo desde março de 2012. O Correio ressaltou que mais de seis mil militares, oriundos de 19
países, participam da Minustah, e que o contingente brasileiro será reduzido de
1.910 para 1.450 militares. A Folha
evidenciou que, em uma resolução de outubro de 2012, o Conselho de Segurança das
Nações Unidas recomendou a redução do efetivo militar no Haiti e prorrogou a missão
até outubro de 2013, porém é possível a renovação do prazo. (Correio
Braziliense – 28/03/13; Folha de S. Paulo – Mundo – 28/03/13)
Governo admite o emprego do Exército para assistência a produtores rurais
Segundo o jornal Correio Braziliense, a presidenta da
República, Dilma Rousseff, afirmou que o governo empregará o Exército
Brasileiro na operação carro-pipa de abastecimento de água como parte da
ampliação da assistência prestada pelo programa Garantia-Safra, caso o período
de estiagem se estenda. O programa objetiva ajudar os agricultores familiares
de baixa renda em municípios que estejam em situação de emergência ou
calamidade pública. (Correio Braziliense – 26/03/13)
Documentos apontam a relação entre o regime militar e a falência da Panair
Segundo o periódico O Estado de S. Paulo, o empresário Rodolfo da Rocha
Miranda, filho de Celso da Rocha Miranda – sócio da empresa aérea Panair do
Brasil -, reuniu documentos que apontam que a falência da empresa decretada em
1965 pelo governo durante o regime militar (1964-1985) decorreu de perseguição
política. Celso e seu sócio, Mario Wallace Simonsen, na época, eram ligados ao
ex-presidente da República e opositor do regime militar, Juscelino Kubitschek.
De acordo com o jornal, quando a Panair pediu concordata, o governo impediu,
através de um decreto, que empresas aéreas utilizassem esse aparato legal,
ocasionando a falência da empresa. Outro decreto, proibindo que empresas aéreas
que houvessem falido voltassem a operar, foi instituído no momento em que a
Panair conseguiu pagar seus credores e, pelos termos da lei, retomaria os voos.
Relatórios do governo indicam, no entanto, que a empresa não era insolvente e
não possuía irregularidades. Segundo o Estado, Rodolfo teve acesso aos
documentos em 2012, graças à Lei de Acesso à Informação, e, em seguida, os
encaminhou à Comissão Nacional da Verdade (CNV), a qual realizou, no dia
23/03/13, uma audiência pública na cidade do Rio de Janeiro para discutir o
caso. De acordo com o Rodolfo, a intenção da averiguação do caso pela CNV não é
cobrar o prejuízo sofrido pelos empresários, mas obter o reconhecimento do
Estado de que a falência não foi culpa dos sócios da Panair e sim consequência
de uma manobra do governo militar. (O Estado de S. Paulo – Nacional – 25/03/13)
Ex-exilado acredita que Rubens Paiva não foi delatado
Segundo o jornal Folha
de S. Paulo, o ex-exilado político Luiz Rodolfo Viveiros de Castro
afirmou que não acredita que houve um delator no caso da prisão do ex-deputado
Rubens Paiva, em 1971. Nesta hipótese, Rubens Paiva teria sido localizado por
agentes do regime militar (1964-1985) após a mãe e a cunhada de Castro, Cecília
e Marilene, serem presas com uma carta que seria entregue ao então deputado. As
duas retornavam de uma viagem ao Chile, onde tinham ido visitar Castro, ali
exilado, e foram levadas por agentes da Aeronáutica do aeroporto do Rio de
Janeiro por estarem carregando cartas de exilados no Chile endereçadas a suas
famílias no Brasil. Segundo Castro, “era comum exilados pedirem a parentes para
levar e trazer cartas de outros brasileiros”. Quando interrogadas, Cecília e
Marilene teriam fornecido o número de telefone pelo qual contatariam Paiva, o
que permitiu sua localização pelos militares. Entretanto, para Castro,
independentemente da existência de um delator, era possível que os militares
soubessem da visita de sua mãe e cunhada pela lista de passageiros, pois elas
eram as únicas parentes de exilados que estavam no primeiro voo de Santiago
para o Rio de Janeiro logo após a chegada de 70 exilados na capital chilena. (Folha de S. Paulo –
Poder – 25/03/13)
Comissões da Verdade realizam encontro sobre repressão contra mulheres e crianças
De acordo com os jornais Folha de S. Paulo e O Estado
de S. Paulo, no dia 25/03/13 a Comissão Nacional da Verdade (CNV) e a
Comissão da Verdade do estado de São Paulo realizaram um encontro aberto sobre
a repressão sofrida por mulheres durante o regime militar (1964-1985). Segundo
a Folha, o evento contou com a
palestra de Ivone Gebara, teóloga, filósofa e especialista em gênero; e com as
presenças da ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e
ex-presa política, Eleonora Menicucci, da ex-presa política Maria Amélia de
Almeida Teles e das integrantes da CNV Maria Rita Kehl e Rosa Maria Cardoso. No
evento houve uma homenagem a Inês Etienne Romeu, sobrevivente da chamada Casa
da Morte, um centro de tortura instalado na cidade de Petrópolis, no Rio de
Janeiro. De acordo com o Estado, o
encontro visou a discussão da questão das mulheres que participaram da resistência
ao regime e daquelas cujos familiares foram alvos de violências direta e
indireta. Com o evento, as Comissões tentam estimular o depoimento de pessoas
que sofreram violências e que ainda não tiveram oportunidade para falar. Uma
das pesquisadoras do Grupo de Trabalho Ditadura e Gênero, Glenda Mezzaroba,
afirmou ao Estado que as mulheres que
tinham maridos ou filhos reclusos “frequentemente enfrentavam humilhações nas
visitas aos companheiros presos” e citou o exemplo de uma delas que “foi levada
até a prisão para assistir à tortura do marido quando estava grávida”. Sobre a
violência sexual, Mezzaroba disse que “(...) surgem relatos de golpes
destinados a afetar a capacidade de reprodução, casos de indução ao aborto,
estupros repetidos, prostituição forçada, escravidão sexual". De acordo com
o Estado, o grupo também vai
investigar os casos de violências contra crianças, pois há relatos de crianças
que foram levadas à prisão para verem os pais torturados. Além disto, segundo
Mezzaroba, "quando famílias de opositores da ditadura eram banidas do
País, as crianças eram fotografadas vestindo apenas calcinhas ou
cuequinhas". As fotos estão sendo localizadas nos arquivos dos órgãos de
repressão. Segundo a ex-presa política Crimeia Schmidit de Almeida, torturada
durante a gravidez e cujo filho nasceu na prisão, era comum a violência contra
as mulheres se estender também aos seus filhos. (Folha de S. Paulo – Poder –
25/03/13; O Estado de S. Paulo – Nacional – 25/03/13)
Presidenta Dilma Rousseff decreta criação do Comando Militar do Norte
De
acordo com o jornal O Estado de S. Paulo,
no dia 07/03/13 a presidenta da República, Dilma Rousseff, decretou a criação
do Comando Militar do Norte (CMN), sediado na cidade de Belém do Pará, capital
do estado do Pará. O CMN abrangerá os estados do Pará, Maranhão e
Amapá e contará, inicialmente, com dez mil homens. Uma nova vaga de general de Exército foi aberta, e
será ocupada pelo general Osvaldo de Jesus Ferreira. Segundo o Estado, a criação do Comando é
estratégica e faz parte do processo de expansão da presença estatal na
fronteira menos povoada no norte do Brasil. O novo comando nascerá da separação
do já existente Comando Militar da Amazônia (CMA), hoje responsável por toda a
área norte e amazônica do país. Com a nova divisão, alteram-se as áreas e as
tarefas a serem realizadas pelo Exército: na parte ocidental da Amazônia, sob
responsabilidade do CMA, os soldados são empregados no combate de delitos
transfronteiriços (como narcotráfico, contrabando e crimes ambientais, entre
outros), sendo portanto treinados para vigilância das fronteiras terrestres. Ao
lado oriental amazônico, o recém-criado CMN se engajará em ações de garantia da
lei e da ordem, com foco na proteção de infraestruturas estratégicas, combate à
exploração ilegal de recursos naturais e conflitos sociais. Além disso, segundo
o Estado, o novo comando cuidará das
fronteiras com o Suriname, a Guiana e a Guiana Francesa. (O Estado de S. Paulo – Nacional – 23/03/13)
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