quinta-feira, 12 de julho de 2012

Depoimentos sobre casos e tortura e Comissão da Verdade I: Tenente Coronel faz declarações sobre funcionamento de centro de tortura

Segundo notícia publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, o tenente-coronel reformado Paulo Malhães relatou em entrevista para o jornal O Globo, a rotina de uma casa de detenção e tortura localizada na cidade de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, conhecida como a “Casa da Morte”, que era mantida pelo Centro de Informações do Exército. Acredita-se que 22 opositores do regime militar (1964-1985) tenham sido assassinados no local. Malhães, que disse ter sido responsável pela instalação da casa, afirmou, sem falar em tortura, que os presos eram “pressionados a mudar de lado” e ainda, quanto à metodologia empregada, que, para persuadi-los, os militares passavam “sustos, e o susto era sempre a morte. A casa era para isso”. De todos os presos que foram encaminhados para a “Casa da Morte” somente uma saira de lá com vida, Inês Ettiene Romeu, ex-militante da Vanguarda Armada Revolucionária – Palmares (VAR - Palmares). De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, Malhães contou também que mantinham cinco filhotes de jacaré e uma jiboia, capturadas no Araguaia, que eram utilizados para torturar presos políticos do Pelotão de Investigação Criminais do 1º Exército. Para a vice-presidente do grupo Tortura Nunca Mais, Vitória Grabois, esses fatos revelariam que as denúncias “provam que o Brasil cometeu crimes contra a humanidade”. Segundo ela, a Comissão da Verdade deveria auxiliar no avanço da Justiça. Para a diretora do Centro pela Justiça e Direito Internacional Beatriz Affonso, a não reação das autoridades se faz grave. (Folha de S. Paulo – Poder – 25/06/12; O Estado de S. Paulo – Nacional – 26/06/12)

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