quinta-feira, 29 de março de 2012

Documentos divulgados pelo Wikileaks revelam temor de governo argentino sobre as pretensões nucleares brasileiras durante governo Lula

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, documentos divulgados pelo site Wikileaks mostram o temor do governo argentino com as ambições internacionais do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), principalmente que o Brasil a reavaliasse seus compromissos em relação à proliferação nuclear, podendo desenvolver a bomba atômica. Em conversas reservadas entre diplomatas americanos e funcionários argentinos no dia 25/12/09, foram manifestadas preocupações em relação à aproximação do Brasil com o governo iraniano, de Mahmoud Ahmadinejad, e a abertura de uma embaixada do Brasil na Coreia do Norte. O Chefe da direção de assuntos atômicos da Chancelaria de Buenos Aires, Gustavo Ainchil, manifestou temor em relação à política externa adotada e afirmou que o Brasil era o único dos membros do Bric (sigla que se refere ao grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China) que não possui a bomba atômica. Ainchil ainda se manifestou aliviado com o fim do governo Lula, pois nenhum outro presidente manteria uma política externa tão arriscada. Os documentos revelados pelo site Wikileaks foram produzidos dois meses após o então vice-presidente José Alencar ter defendido a construção da arma nuclear brasileira. Ainda de acordo com os documentos, se o Brasil se retirasse da Agência Argentino-Brasileira de Controle Nuclear (ABACC) ou resolvesse produzir a bomba, a Argentina desenvolveria tecnologia nuclear pacífica avançada para mostrar sua capacidade. Procurados pelo Estado, os governos da Argentina, Estado Unidos e Brasil não se pronunciaram sobre o assunto. (O Estado de S. Paulo - Nacional - 23/03/12)

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