quinta-feira, 29 de março de 2012

Grupos organizam-se para influenciar o trabalho da Comissão da Verdade

De acordo com jornal Folha de S. Paulo, com a proximidade do início do funcionamento da Comissão da Verdade, a partir da indicação de seus sete membros pela presidente da República, Dilma Rousseff, grupos da esquerda e da direita buscam reunir documentos para influenciar o trabalho da Comissão. Segundo o jornal, o ex-agente do Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (Dops), Carlos Alberto Augusto, afirmou que, pelo lado dos militares, “nossa bíblia será o livro do Ustra”, referindo-se ao livro "A Verdade Sufocada", escrito pelo coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, que relata diversos crimes cometidos pelos militantes de esquerda no período do regime militar (164-1985). Por outro lado, familiares de vítimas do regime preparam um levantamento de documentos e de testemunhas, com interesse especial nos acontecimentos da Guerrilha do Araguaia (1972-1975). O jornal O Estado de S. Paulo destacou que integrantes do governo estão preocupados em garantir que não haja desmobilização em relação à Comissão da Verdade, tendo previsto que os membros que vão conduzi-la sejam nomeados no mês de abril de 2012. O Estado ainda divulgou que a presidente da organização de direitos humanos argentina “Associação das Avós da Praça de Maio”, Estela de Carlotto, esteve presente em reuniões no Ministério da Justiça e na Secretaria de Direitos Humanos, discursando sobre a necessidade do apoio da população para a presidente da República, Dilma Rousseff. Em coluna opinativa na Folha, Denis Rosenfield mencionou que a Comissão da Verdade deveria ser desprovida de qualquer tipo de viés ideológico, julgando a atitude de Rousseff de condenar os militares que se posicionaram contra a revogação da Lei da Anistia inapropriada. Além disso, Rosenfield destacou que, no âmbito da Comissão da Verdade, os arquivos e documentos do período analisado, 1946 a 1988, devem  ser abertos sem restrição, independente de quais seriam os grupos ou indivíduos que possam ser prejudicados. (Folha de S. Paulo – Poder – 20/03/12; Folha de S. Paulo – Opinião – 22/03/12; O Estado de S. Paulo – Nacional – 22/03/12)

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