quarta-feira, 14 de março de 2012

Comissão da Verdade: oportunidade de transparência e cooperação internacional

Conforme noticiado pelo jornal O Estado de S. Paulo, houve indícios de que o ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro, pedirá ao Brasil os arquivos sobre uruguaios mortos ou desaparecidos durante o período do regime militar brasileiro (1964-1985). A prática, considerada imprescindível aos olhos da pesquisadora e cientista política Glenda Mezarobba, que contribuiu ao periódico, mostra que cooperação interestatal em assuntos como a violação em massa dos direitos humanos não deve ser considerada excessiva, mas pode ser vista como uma maneira de recorrer às múltiplas fontes disponíveis para esclarecer tais episódios. De acordo com Mezarobba, a aliança entre países, se formada, deve abranger não apenas os países que passaram por regimes militares na América do Sul e estiveram envolvidos na Operação Condor, como Brasil, Uruguai, Argentina e Chile, mas também aqueles que guardam documentos da época, como os Estados Unidos e nações da ex-União Soviética e Cuba. Segundo O Estado, desta maneira o Brasil poderia mostrar quão compromissado está com o futuro e com mudanças sociais e institucionais. No âmbito nacional, conforme noticiado pela Folha de S. Paulo, 110 cineastas fizeram um abaixo-assinado declarando apoio aos trabalhos da Comissão da Verdade, sob a alegação de que a Comissão “tenha plenas condições e apoio da sociedade brasileira para realizar essa tarefa histórica”. O documento foi enviado para o ministro da Defesa, Celso Amorim, para a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, e para a ministra da Cultura, Ana de Hollanda. (Folha de S. Paulo – Poder – 06/03/12; O Estado de S. Paulo – Aliás – 04/03/12; O Estado de S. Paulo – Nacional – 06/03/12)

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