O jornal Folha de São Paulo teve acesso a diversos documentos sobre o ex-marinheiro José Anselmo dos Santos, conhecido como cabo Anselmo, um militante de esquerda durante o início do regime militar brasileiro (1964-1985) e que, em 1971, após ser preso pelos militares, tornou-se um espião do regime e ficou conhecido como o maior traidor do movimento militante, repassando aos militares informações sobre a organização do movimento. São relatórios, muitos produzidos pelo próprio cabo Anselmo, que foram reunidos pela Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos através de pesquisas nos arquivos dos órgãos de repressão, tais como o Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS) e nos Centros de informações do Exército (CIE) e da Marinha (CENIMAR), que eram destinados ao delegado do DOPS, Sérgio Paranhos Fleury, conhecido como torturador de presos políticos e responsável pela operação que matou Carlos Marighella, um dos principais ideólogos da luta armada. Nos relatórios José Anselmo fornecia dados, características, habilidades e codinomes dos militantes, bem como listas daqueles que receberam cursos de guerrilha em Cuba, incluindo políticos que, atualmente, estão ativos no cenário político brasileiro, tais como Fernando Gabeira, Carlos Minc, José Dirceu e Franklin Martins. (Folha de S. Paulo – Ilustríssima – 11/12/11)
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