segunda-feira, 18 de julho de 2011

Colunista discorre sobre o regime militar brasileiro

De acordo como jornal O Estado de S. Paulo, em coluna opinativa, João Mellão Neto,  analisou o regime militar brasileiro (1964-1985) a partir de suas lembranças pessoais. Neto afirmou que , no início do período militar, o governo alcançou 80% de aprovação popular, contudo, durante seu período de faculdade, percebeu que, por outro lado, os militares cometiam atos de tortura e assassinatos sem piedade, além disso,a economia agravava as diferenças sociais. Em decorrência destes fatos, Neto ingressou no movimento estudantil, foi preso e interrogado pela polícia. A partir desta análise pessoal, Neto concluiu que “Em termos de História, ninguém é capaz de interpretar os fatos mais recentes com a necessária isenção. Ainda há muita paixão envolvida neles.” Por isso, segundo ele, existem três versões sobre o regime militar: a dos militares, segundo a qual eles interviram devido aos desmandos dos políticos da época e ali permaneceram por não falta de civil que pudesse encaminhar a revolução; a dos civis, que apoiaram o regime e posteriormente se desiludiram, ao perceber que a democracia havia sido eliminada; e, por fim, a dos que se opuseram desde o início, entendendo que o que havia se instalado era uma ditadura de direita com a finalidade de acabar com os movimentos populares e aumentar ainda mais a concentração de renda. Neto recordou que a luta entre os militares e os denominados guerrilheiros levou ao recrudecimento do regime, aos chamados “anos de chumbo”, no entanto, com o passar dos anos, regime foi obrigado a se abrir devido ao autoritarismo à queda dos índices de crescimento econômico. Segundo o jornalista, com a redemocratização, o país sofria com inflação e descontentamento , porém, a Constituição Federal de 1988, possibilitou a reparação financeira àqueles que foram prejudicados pelo regime militar, dando origem à Comissão de Anistia, em 2001, e o mecanismo que seria passageiro, tornou-se permanente. Segundo o autor, isso tem custado anualmente R$ 4 bilhões, o que segundo o autor ocorre devido aos “generosos e seletivos” pareceres da Comissão de Anistia, que contempla militantes de esquerda. Neto questionou as motivações da criação da Comissão, bem como  a finalidade da Comissão da Verdade, argumentando que, em sua percepção, ela foi criada apenas para apurar as violações dos direitos humanos por parte do regime de exceção, não atendendo as centenas famílias daqueles que morreramem decorrência da ação de guerrilheiros. (O Estado de S. Paulo – Espaço Aberto – 15/07/11)

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