Márcia
Foletto. Agência O Globo. Ocupação da Favela da Maré pelas Forças Armadas é o
primeiro passo para a instalação de mais uma UPP. Correio Braziliense,
Brasília, 25 de mar, 2014
De acordo com os periódicos
Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, no dia 21/03/14,
a presidenta da República, Dilma Rousseff autorizou o envio de tropas federais
à cidade do Rio de Janeiro com objetivo de prestar assistência à cidade no
combate aos ataques recorrentes a sedes das Unidades de Polícia Pacificadora
(UPPs). O Estado recordou que os militares participaram da segurança pública da
cidade em outras ocasiões, como a Eco-92 e a Rio+20, ambas situações nas quais
o Rio de Janeiro recepcionou chefes de Estado de outros países. Segundo o
periódico, o pedido de Sérgio Cabral, governador do estado do Rio de Janeiro,
desagradou oficiais das Forças Armadas, que embora já estivessem contando com a
entrada no Rio de Janeiro em maio para permanecer até julho, realizando a
segurança no período pré e pós Copa do Mundo, consideraram a antecipação do
desembarque um problema. As Forças Armadas ocuparão o Complexo de favelas da
Maré, onde permanecerão, no mínimo, até o dia 31/07/14, com objetivo de
reforçar a segurança até o final da Copa. A intervenção das Forças Armadas será
desenvolvida com base no Manual de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) lançado
pelo Ministério da Defesa, e será composta pelo Exército, pela Polícia Federal
(PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as polícias Civil e Militar do
estado. Através do decreto da GLO, foi atribuído ao Exército o poder de polícia
para atuar na região. O Manual, que foi criticado por seu forte caráter
militarista, será aplicado pela primeira vez, decidindo como será seu uso no
futuro. O Coordenador-geral do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança
Pública da Universidade Federal de Minas Gerais, Claudio Beato, argumentou que
o real motivo do encaminhamento do Exército às ruas foi a proximidade da Copa
do Mundo de 2014, sendo os ataques às UPPs apenas “um pretexto”. Segundo o
Correio, a pacificação da cidade do Rio de Janeiro deve acontecer de forma a
atender às necessidades dos moradores por “acesso a serviços públicos de qualidade”,
ao invés de responder às urgências impostas pela realização da Copa do Mundo. O
Correio afirmou que a presença das forças de segurança apenas perpetua um
estado de tensão e que o crime organizado deveria ser combatido pelo serviço de
inteligência do estado. De acordo com O Estado, a Procuradoria de Justiça
Militar do Rio formou, no dia 26/03/14, uma comissão com cinco integrantes com
objetivo de aumentar o controle externo da operação na Maré, estando presentes
no local na hora da ocupação pelo Exército a fim de acompanhar “a lavratura de
autos de prisão em flagrante, visitar constantemente a Delegacia de Polícia
Judiciária Militar que será montada na região e acompanhar as reconstituições
de crimes investigados em inquéritos policiais militares (IPMs)”. A procuradora
Havelize Jordan defendeu a expedição de mandatos de busca e apreensão coletivos
para uma melhor atuação do Exército nas favelas. Segundo a Folha e O Estado, as
Forças Armadas iniciarão a ocupação, batizada de Operação São Francisco, no dia
07/04/14. Com o intuito de preparar o local para a chegada das Forças
Armadas, a Polícia Militar entrou no complexo no dia 30/03/14, com apoio de
veículos blindados e lanchas da Marinha. Segundo O Estado, a primeira etapa da
operação conta com 1,5 mil militares das Forças Armadas para patrulhar as ruas,
efetivo que aumentará para 4 mil na segunda etapa. De acordo com a Folha e O
Estado, o Comando Militar do Leste (CML) determinou, em reunião, que a Brigada
de Paraquedista do Exército ocupará de maneira permanente o conjunto de
favelas, sendo alocados três batalhões da brigada para essa ação. Segundo O
Estado, estava previsto o uso de helicópteros de emprego geral da Força Aérea
Brasileira (FAB) com observadores dotados de recursos eletrônicos avançados,
além de três tipos de blindados da Marinha, sendo eles, o anfíbio Clanf,
armados com metralhadoras duplas e lançadores de granadas, e para o apoio, os
blindados M-113 e o Piranha. O ministro da Defesa, Celso Amorim, autorizou a
ação da Marinha no dia 30/03/14 e determinou que os comandantes do Exército,
general Enzo Martins Peri, e da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito,
"fiquem em condições de alocar recursos logísticos à Marinha do Brasil, se
eventualmente necessários". (Correio Braziliense – Brasil – 22/03/14;
Correio Braziliense – Brasil – 24/03/14; Correio Braziliense - Opinião –
24/03/14; Correio Braziliense – Brasil –
25/03/14; Folha de S. Paulo – Cotidiano – 22/03/14; Folha de S. Paulo –
Cotidiano – 24/03/14; Folha de S. Paulo – Cotidiano – 25/03/14; Folha de S.
Paulo – Opinião – 27/03/14; Folha de S. Paulo – Cotidiano - 27/03/14; O Estado
de S. Paulo – Metrópole – 22/03/14; O Estado de S. Paulo – Cotidiano –
22/03/14; O Estado de S. Paulo – Metrópole – 24/03/14; O Estado de S. Paulo –
Metrópole – 25/03/14; O Estado de S. Paulo – Metrópole – 26/03/14; O Estado de
S. Paulo – Metrópole – 27/03/14)
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