Em
coluna opinativa para o jornal O Estado de S. Paulo, o jornalista Arnaldo Jabor
comparou as ameaças do regime militar (1964-1985) às atuais ameaças à
democracia. Jabor afirmou ter sido espantosa a ingenuidade e o despreparo que
embalaram a tomada de poder pelos militares em 1964. Segundo o jornalista,
“tínhamos horror ao mundo real”, no qual autoridades como Costa e Silva,
Yolanda, Medici, Geisel e Figueiredo estavam presentes. Jabor criticou a
realidade atual na qual não há um ideal pelo qual lutar: se na ditadura o mal
era visto na figura dos militares, atualmente o mal ficou banalizado. Para o
jornalista, o regime militar trouxe desencanto e fez com que a opinião pública
desejasse uma liberdade “fetichizada”, transformada em produto de mercado.
Segundo Jabor, nunca se falou tanto em democracia quanto atualmente, talvez por
medo de que ela se deforme. O autor ressaltou que “a democracia não pode ser
definida apenas por ausência de ditadura“ e que fazemos denúncias do passado
para que não o esqueçamos; contudo, defendeu que não adianta buscar apenas os
inimigos que destruíram o passado, é necessário também perseguir aqueles que
destroem o presente ameaçando a liberdade de expressão e arrasando o país pela
corrupção sistemática. (O Estado de S. Paulo – Caderno2 – 25/02/14)
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