terça-feira, 18 de março de 2014

Cinquentenário da tomada de poder pelos militares será marcado por diversos eventos

José Belem/O Cruzeiro/EM/D.A Press. O marechal Humberto de Alencar Castelo Branco acena diante do parlatório do Palácio do Planalto: marco de uma história triste. Correio Braziliense, Brasília 11 mar. 2014, p.3

De acordo com o jornal Correio Braziliense, para marcar o cinquentenário da tomada de poder pelos militares (1964), instituições de todo o país reunirão acadêmicos, estudantes e políticos para debater as causas e consequências do regime militar (1964-1985). Nas cidades de Recife, Campinas, Rio de Janeiro e Brasília haverá diversas palestras, eventos culturais e artísticos sobre o regime militar. Na capital federal Brasília, além de uma sessão solene no Senado Federal, haverá a 2ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura. Na cidade de Recife, no estado de Pernambuco, integrantes do Ministério Público Federal terão a oportunidade de debater com colegas da Argentina, do Uruguai e da Guatemala as experiências dos regimes militares. Segundo o jornal, o professor e historiador inglês Anthony Pereira defendeu posições polêmicas na abertura de um congresso internacional sobre os 50 anos da tomada de poder pelos militares, na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), em Recife. O acadêmico afirmou que a falta de interesse da população em relação à investigação de crimes da época do regime militar está relacionada à realidade atual de violência no Brasil. Pereira destacou a importância dos trabalhos desenvolvidos pelas Comissões da Verdade, da Memória e da Anistia e ressaltou que, em países vizinhos, o índice de criminalidade diminuiu após o fim dos regimes militares. O historiador argumentou que grande parte dos crimes ocorridos no Brasil durante o regime militar eram comuns antes do golpe, no entanto atingiam apenas a população mais pobre; com o regime militar, tais crimes passaram a preocupar a opinião pública ao atingir também a classe média. O Correio noticiou também que o cinquentenário da tomada de poder pelos militares inspirou o lançamento de novas obras sobre o assunto. O jornal citou o livro de Marco Villa, que apresenta uma releitura da “ditadura”, argumentando que esta durou menos de dez anos, pois em sua interpretação não se pode falar em “ditadura” durante períodos em que o Congresso Nacional não estava fechado. O historiador Daniel Aarão Reis também teve seu livro “Ditadura e democracia no Brasil” comentado pelo jornal, o qual destacou a proposta de explicar as lacunas nas versões para a história do período do regime militar. Outros lançamentos referem-se a contos de ficção e narrativas sobre o período militar. (Correio Braziliense – Diversão&Arte – 11/03/14; Correio Braziliense – Política – 11/03/14)

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