Em
coluna opinativa para o periódico Correio Braziliense, o jornalista André
Gustavo Stumpf argumentou que no momento em que se recorda o movimento de
tomada de poder pelos militares em 1964 não existem novidades, apenas uma
“volta ao passado e a reinterpretação do que ocorreu naquele período”. O
jornalista apontou que o ato foi apoiado pelos jornais da grande imprensa
brasileira e pela classe média do país. Em sua análise, o cenário do período
não era positivo, a inflação estava descontrolada e os partidos políticos
brigavam entre si. Os militares, por sua vez, estavam insatisfeitos desde a
revolução de 1930, a qual pôs fim à República Velha. Após o golpe, a posse dos
generais ocorreu através de uma eleição indireta no Congresso Nacional, na qual
políticos tradicionais do Brasil concordaram com o novo regime que se
instaurava, como o ex-presidente Juscelino Kubitschek, que votou em favor de
Castello Branco, pois “estava de olho nas eleições de 1965, que não foram
realizadas”. Na visão de Stumpf, somente após a instauração do Ato
Institucional nº 5, no dia 13/12/1968, o regime se tornou uma “ditadura”.
(Correio Braziliense – Opinião – 15/03/14)
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