domingo, 9 de março de 2014

Coluna opinativa analisa pontos positivos e negativos do regime militar

Em coluna opinativa para o jornal O Estado de S. Paulo, Ricardo Vélez Rodriguez, professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) e membro do Centro de Pesquisas Estratégicas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, afirmou que o regime militar (1964-1985) “acabou por desgastar as Forças Armadas, em governos de força que se estenderam ao longo das décadas”, e diz que esse período foi suficientemente longo para “imprimir num país diretrizes novas, e também, para cometer erros conjunturais e estratégicos”. Ao analisar as universidades brasileiras, em especial as públicas, retratou o controle pela “esquerda raivosa” fazendo “da memória de 1964 ato indiscriminado de repúdio aos militares” e implantando uma “cortina de fumaça” sobre esse assunto. A respeito da Comissão Nacional da Verdade (CNV), o professor afirmou que esta visa uma “omissão da verdade”, pois não relembra o terrorismo feito por opositores ao regime. Segundo ele o objetivo da CNV é torpedear a Lei de Anistia de 1979, cujo objetivo foi propiciar o retorno dos exilados e viabilizar a abertura democrática. Rodriguez concluiu que, pelo fato de os militares não serem preparados para um cargo de decisões públicas, ocorreram falhas no viés autoritário do regime militar, mas que houve muitos aspectos positivos durante o período, como a intervenção militar no golpe comunista para a instauração de uma “ditadura do proletariado”, diferente da Colômbia com sua “República das Farc”: “ [...] graças à corajosa intervenção das Forças Armadas, notadamente do Exército, que aniquilou a possibilidade de um território controlado pelos terroristas, sendo essa a finalidade perseguida pela guerrilha do Araguaia.” A economia da época consolidou-se pelo desenvolvimento tecnológico das industrias, transformando o Brasil em uma país industrializado. Rodriguez concluiu dizendo que o país na época do regime militar, mesmo com críticas sobre o viés autoritário, era carregado de um projeto estratégico que indicava para onde o país iria, o que é inexistente atualmente. (O Estado de S. Paulo – Espaço Aberto – 26/02/14)

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