Em
coluna opinativa para o jornal O Estado de S. Paulo, Ricardo Vélez Rodriguez,
professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) e
membro do Centro de Pesquisas Estratégicas da Universidade Federal de Juiz de
Fora (UFJF) e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, afirmou que o
regime militar (1964-1985) “acabou por desgastar as Forças Armadas, em governos
de força que se estenderam ao longo das décadas”, e diz que esse período foi
suficientemente longo para “imprimir num país diretrizes novas, e também, para
cometer erros conjunturais e estratégicos”. Ao analisar as universidades
brasileiras, em especial as públicas, retratou o controle pela “esquerda
raivosa” fazendo “da memória de 1964 ato indiscriminado de repúdio aos
militares” e implantando uma “cortina de fumaça” sobre esse assunto. A respeito
da Comissão Nacional da Verdade (CNV), o professor afirmou que esta visa uma
“omissão da verdade”, pois não relembra o terrorismo feito por opositores ao
regime. Segundo ele o objetivo da CNV é torpedear a Lei de Anistia de 1979,
cujo objetivo foi propiciar o retorno dos exilados e viabilizar a abertura
democrática. Rodriguez concluiu que, pelo fato de os militares não serem
preparados para um cargo de decisões públicas, ocorreram falhas no viés
autoritário do regime militar, mas que houve muitos aspectos positivos durante
o período, como a intervenção militar no golpe comunista para a instauração de
uma “ditadura do proletariado”, diferente da Colômbia com sua “República das
Farc”: “ [...] graças à corajosa intervenção das Forças Armadas, notadamente do
Exército, que aniquilou a possibilidade de um território controlado pelos
terroristas, sendo essa a finalidade perseguida pela guerrilha do Araguaia.” A
economia da época consolidou-se pelo desenvolvimento tecnológico das industrias,
transformando o Brasil em uma país industrializado. Rodriguez concluiu dizendo
que o país na época do regime militar, mesmo com críticas sobre o viés
autoritário, era carregado de um projeto estratégico que indicava para onde o
país iria, o que é inexistente atualmente. (O Estado de S. Paulo – Espaço
Aberto – 26/02/14)
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