segunda-feira, 31 de março de 2014

A tortura durante o regime militar

De acordo com o periódico Correio Braziliense, apesar dos relatos imprecisos das vítimas de tortura colhidos pelo projeto Brasil Nunca Mais, foi possível diferenciar pelo menos 246 locais, espalhados por diversos estados, onde foram torturados, pelo menos, 1.843 presos políticos durante o regime militar (1964-1985). O relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV) aponta sete dependências militares usadas para tortura e foi enviado um pedido ao Ministério da Defesa para que investigue essas unidades. A professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e assessora da CNV, Heloísa Starling, coordena um estudo que confirma, até o presente momento, a existência de 36 locais de tortura. Outro estudo, feito pelo historiador Rubim Aquino, lançado em 2010, aponta para um número maior, com 212 endereços. Segundo o Correio, os números estão aquém da realidade, pois muitos presos eram orientados a não denunciar a violência em troca de negociar a liberdade. Uma das 1.843 vítimas contabilizadas pelo projeto Brasil Nunca Mais, a ex-militante Maria Madalena Prata Soares, lembra que foi levada grávida, junto com o filho de três anos, para o Colégio Militar, na cidade de Belo Horizonte, e em seguida para o Departamento de Ordem Política e Social (Dops), em São Paulo. Madalena foi poupada de tortura física enquanto o filho esteve com ela, porém, foi ameaçada diversas vezes em relação à integridade física da criança. Segundo a ex-militante, assim que a criança saiu da prisão e foi entregue aos avós a tortura começou. Devido aos ferimentos e surras, Madalena perdeu o filho que esperava. Foram necessários anos de terapia para superar e esquecer a violência sofrida. (Correio Braziliense – Política – 24/03/14)

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