Segundo o periódico O Estado de S. Paulo, 14
filmes de propaganda do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipes)
contribuíram na doutrinação da população para a tomada de poder pelos
militares, em 1964. Algumas propagandas misturavam imagens de Hitler, Stalin,
Lênin e Mussolini com fotos de Che Guevara, Fidel Castro e Nikita Kruchev e de
greves no Brasil do início dos anos 1960. De acordo com o jornal, o Ipes foi
financiado por companhias brasileiras e estadunidenses e tinha entre seus
dirigentes o general Golbery do Couto e Silva. Embora nenhum dos pequenos
filmes atacasse diretamente o governo do então presidente da República João
Goulart, eles continham críticas à situação de atraso e pobreza em qual o país
se encontrava. O Estado também destacou a influência da doutrina francesa de guerra
revolucionária nas academia e escolas militares brasileiras nas décadas de 1960
e 1970. Tal doutrina provém do livro Guerras Insurrecionais e Revolucionárias,
escrito em 1958 pelo coronel francês Gabriel Bonnet, e foi trazida ao Brasil
pelos oficiais que cursaram a Escola Superior de Guerra (ESG), em Paris. A definição de Bonnet para “guerra
revolucionaria” foi adotada no Brasil pelo Estado-Maior das Forças Armadas, a
qual a via como "uma guerra interna, de concepção marxista-leninista,
adotada por movimentos revolucionários apoiados ou estimulados pelo
exterior". A doutrina francesa de guerra revolucionária considerava que a
tortura deveria ser vista como um “uma arma de guerra” pela sua eficácia, sem
considerações morais. (O Estado de S. Paulo – Especial – 30/03/14)
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