segunda-feira, 7 de abril de 2014

Propagandas contribuíram para a tomada de poder pelos militares

Segundo o periódico O Estado de S. Paulo, 14 filmes de propaganda do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipes) contribuíram na doutrinação da população para a tomada de poder pelos militares, em 1964. Algumas propagandas misturavam imagens de Hitler, Stalin, Lênin e Mussolini com fotos de Che Guevara, Fidel Castro e Nikita Kruchev e de greves no Brasil do início dos anos 1960. De acordo com o jornal, o Ipes foi financiado por companhias brasileiras e estadunidenses e tinha entre seus dirigentes o general Golbery do Couto e Silva. Embora nenhum dos pequenos filmes atacasse diretamente o governo do então presidente da República João Goulart, eles continham críticas à situação de atraso e pobreza em qual o país se encontrava. O Estado também destacou a influência da doutrina francesa de guerra revolucionária nas academia e escolas militares brasileiras nas décadas de 1960 e 1970. Tal doutrina provém do livro Guerras Insurrecionais e Revolucionárias, escrito em 1958 pelo coronel francês Gabriel Bonnet, e foi trazida ao Brasil pelos oficiais que cursaram a Escola Superior de Guerra (ESG), em Paris.  A definição de Bonnet para “guerra revolucionaria” foi adotada no Brasil pelo Estado-Maior das Forças Armadas, a qual a via como "uma guerra interna, de concepção marxista-leninista, adotada por movimentos revolucionários apoiados ou estimulados pelo exterior". A doutrina francesa de guerra revolucionária considerava que a tortura deveria ser vista como um “uma arma de guerra” pela sua eficácia, sem considerações morais. (O Estado de S. Paulo – Especial – 30/03/14)


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