segunda-feira, 7 de abril de 2014

Atos e manifestações marcam os 50 anos da tomada de poder de 1964

Segundo os jornais Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, o dia 31/03/14 foi marcado por diversos atos em referência aos 50 anos da tomada de poder pelos militares. A Subcomissão da Verdade do Senado afirmou que vai apoiar a campanha da Anistia Internacional que pede a revisão da Lei da Anistia (1979). O jornalista e exilado político José Maria Rabelo pediu que o nome do Estádio Punera Bley, na cidade de Vitória, seja alterado. O nome refere-se ao general responsável pela destruição da redação do jornal Binômio durante o regime militar (1964-1985). A Ordem dos Advogados do Brasil, por sua vez, reuniu advogados que foram atuantes na defesa de perseguidos políticos do regime e realizou o ato “Para não repetir”, durante o qual o ex-militante das Ligas Camponesas, Joel Câmera, surpreendeu a plateia ao declarar que “não houve golpe, mas uma revolução”. Na cidade de São Paulo, manifestantes se reuniram em frente ao prédio que abrigou o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), onde exibiram fotos de presos e desaparecidos políticos e encenaram um interrogatório semelhante aos que ocorriam durante o regime. Além disso, os manifestantes pediram a revisão da Lei da Anistia (1979) e entoaram o hino da Internacional Socialista para recordar os comunistas mortos pelo regime. Segundo o Correio, no dia 31/03/14 manifestantes do grupo Levante picharam a residência o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra no distrito federal, Brasília. Faixas e fotos de desaparecidos políticos foram expostas em frente à casa de Ustra e os ativistas encenaram cenas de torturas e entoaram slogans contra o regime militar. Outros manifestantes realizaram o mesmo ato na rua em que vive o delegado Aparecido Laertes Calandra, conhecido como Capitão Ubirajara. No mesmo dia, o ato se repetiu em frente ao Congresso Nacional. Manifestações também foram realizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra em memória aos camponeses mortos durante o regime. Os ativistas marcharam até o Supremo Tribunal Federal e cobraram do presidente da Corte, Joaquim Barbosa, o julgamento dos torturadores.  De acordo com Folha, na cidade de São Paulo houve um protesto de movimentos sociais e sindicais em repúdio à violência policial e ao projeto de lei antiterrorismo. Manifestantes também saíram às ruas na cidade do Rio de Janeiro, organizados por centrais sindicais, movimentos estudantis e partidos de esquerda em uma “descomemoração” aos 50 anos da tomada de poder de 1964. Militares da reserva também se reuniram na cidade do Rio de Janeiro para comemorar os 50 anos do que chamam de “revolução” e manifestaram repúdio ao trabalho das comissões da verdade e à cobertura da impressa relacionada ao cinquentenário. A reunião ocorreu no Clube da Aeronáutica, um local distante do centro da cidade por causa do “medo de hostilidade”, segundo os militares. (Correio Braziliense – Política – 01/04/14; Correio Braziliense – Política – 02/04/14; Folha de S. Paulo – Poder – 02/04/14; O Estado de S. Paulo – Política – 01/04/14)


Carlos Moura. CB. D.A. Press. Manifestantes estenderam faixas na casa do general acusado de tortura. Correio Braziliense, Brasília, 01 de abril, 2014.


Nenhum comentário:

Postar um comentário