Segundo editorial do periódico Correio
Braziliense, o depoimento do tenente-coronel reformado Paulo Malhães à Comissão
Nacional da Verdade (CNV), no dia 25/03/14, rompeu com parte do silêncio dos
militares a respeito ao regime militar (1964-1985) ao admitir as práticas de
tortura, execução e desaparecimento de militantes. A procura pelos
desaparecidos políticos no Brasil, no entanto, não obteve resultados até o
momento e as medidas tomadas são insatisfatórias. Segundo Malhães, a Casa da
Morte, localizada na cidade de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, foi
utilizada pelo Exército entre os anos 1971 e 1978 para a prática de tortura dos
opositores ao regime. Entretanto, o jornal questionou o silêncio de Malhães a
respeito do paradeiro dos desaparecidos políticos. Em coluna opinativa para o periódico Folha de
S. Paulo, o jornalista Ricardo Mello alegou que o depoimento de Malhães redimiu
parcialmente a CNV das acusações que sofre em relação à falta de resultados
alcançados. De acordo com Mello, o depoimento consiste em um resumo, mais
verídico que as análises feitas recentemente, dos acontecimentos do regime
militar a todos que não viveram esse período. Para Mello, muitas análises
pretendem encontrar o "lado bom" no regime militar enquanto o depoimento
de Malhães é “um banho de realidade”, revelando a frieza com que torturas e
mortes são tratadas até hoje por agentes da repressão. (Correio Braziliense –
Opinião – 29/03/14; Folha de S. Paulo – Poder – 31/03/14)
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