quarta-feira, 16 de abril de 2014

João Goulart agiu de acordo com a lei

Em coluna opinativa para o jornal O Estado de S. Paulo, o jornalista Marcelo Rubens Paiva relembrou a tomada de poder pelos militares (1964) e afirmou que o então presidente da República, João Goulart, seguiu a lei durante todo período, apesar das afirmações recorrentes de que o golpe foi resultado da instabilidade e desordem provocadas por ele. Segundo Paiva, na época o país estava ideologicamente polarizado e a conspiração era generalizada. Muitos países passavam por momentos semelhantes, entretanto, no Brasil, a situação levou ao regime militar (1964-1985). Com a renúncia do presidente da República Jânio Quadros, em 1961, o então vice Goulart, que se encontrava na República Popular da China, foi impedido de voltar ao país e o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, foi empossado presidente da República. A “campanha da legalidade” pediu que fosse cumprida a Constituição, mas na recusa dos militares em aceitarem Goulart, a decisão foi mudar o regime político do Brasil para o parlamentarismo e tornar Tancredo Neves primeiro-ministro. Em 1963, uma decisão tomada em plebiscito definiu a volta do presidencialismo ao país. Paiva afirmou que pesquisas encontradas recentemente apontam que, na época, 59% da população era a favor das medidas anunciadas por Goulart no Comício da Central do Brasil e 49,8% votariam nele caso pudesse ser candidato à reeleição. Segundo Paiva, no dia 01/04/1964 o Congresso Nacional declarou vago o cargo de presidente da República e novamente empossou Mazzilli. Posteriormente, uma junta militar tomou o poder, dando início ao regime militar. (O Estado de S. Paulo - Cultura - 05/04/14) 

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