segunda-feira, 7 de abril de 2014

Ex-motorista da presidência da República contou experiências da época do regime militar


Bruno Peres, CB, D.A. Press. Miguel conduz o Rolls-Royce presidencial para FIgueiredo, em 1981. Correio Braziliense, Brasília, 01 de abril, 2014.

Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, o ex-motorista Miguel Soares de Oliveira relatou experiências vividas durante o período em que foi condutor do carro oficial da presidência da República, servindo a João Goulart e aos cinco militares que ocuparam o cargo durante o regime militar (1964-1985). Em 1964, Oliveira levou Goulart à base aérea no distrito federal, de onde o ex-presidente partiu para o exílio, e buscou o primeiro presidente do regime militar, general Castello Branco. Oliveira recordou que a tensão existente no país durante o regime militar fez com que se desfizesse de um retrato autografado de Goulart, assim como outros presentes que tinham relação com a oposição. O ex-motorista declarou que em sua função tinha de ser “cego, surdo e mudo” e foi assim que exerceu a profissão até 1985. Oliveira referiu-se a Arthur da Costa e Silva como alguém de grande curiosidade, “ele queria saber de tudo”; e não escondeu um carinho especial pelo último presidente militar, João Baptista Figueiredo, referindo-se a ele como alguém que “gostava muito de conversar, era muito simpático”.  De Emílio Garrastazu Médici e Ernesto Geisel, Oliveira afirmou ter poucas recordações. Entretanto, recordou que ao deixar a presidência, Geisel lhe deu um “forte abraço”, imagem que foi estampada na imprensa da época. (Correio Braziliense – Política – 01/04/14)


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