segunda-feira, 7 de abril de 2014

Análise do “milagre econômico” durante o regime militar

Em coluna opinativa ao jornal Folha de S. Paulo, o ex-ministro do Planejamento dos governos de Emílio Garrastazu Médici e Ernesto Geisel, João Paulo dos Reis Velloso, afirmou que entre os anos 1964 e 1979 o Brasil passou por um significativo processo de modernização e reformas. Primeiramente houve a reconstrução da economia e preparação das bases essenciais para o crescimento através da correção monetária e da fórmula salarial, além da criação de instituições como o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a reestruturação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um novo modelo institucional de infraestrutura foi aprovado e passou a ser realizado por meio de conglomerados estatais, com financiamento por meio de impostos únicos. No segundo momento veio o crescimento acelerado, chamado de “milagre brasileiro”.  Velloso afirmou que o “segredo” de tal crescimento foi a ênfase dada aos setores de bens de consumo duráveis e matérias-primas. O terceiro momento refere-se à crise do petróleo, produto do qual o Brasil era grande importador, que desmontou o modelo que permitiu o “milagre” econômico.  De acordo com Velloso, o Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (1975-1979) foi marcado pela desaceleração econômica gradual, assim como por um programa de investimentos destinado a energia, matérias primas e determinados segmentos de bens de capital. Segundo a Folha, o crescimento acelerado da economia brasileira durante parte do regime militar (1964-1985) foi baseado em um “método de desenvolvimento econômico injusto”, a partir da exploração dos trabalhadores, da garantia de inúmeros subsídios às empresas privadas e da “socialização” da dívida externa, com seu endividamento “suicida” que persistiu no Brasil até o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Nos 20 anos que sucederam o regime militar o Brasil cresceu pouco. De acordo com a Folha, tal baixa no crescimento é fruto da maneira como os brasileiros foram tratados durante o regime anterior, que perpetuou a ignorância e a desigualdade no país. (Folha de S. Paulo – Mercado – 01/04/14; Folha de S. Paulo – Opinião – 01/04/14)


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