Em coluna opinativa ao jornal Folha de S.
Paulo, o ex-ministro do Planejamento dos governos de Emílio Garrastazu Médici e
Ernesto Geisel, João Paulo dos Reis Velloso, afirmou que entre os anos 1964 e
1979 o Brasil passou por um significativo processo de modernização e reformas.
Primeiramente houve a reconstrução da economia e preparação das bases
essenciais para o crescimento através da correção monetária e da fórmula salarial,
além da criação de instituições como o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea) e a reestruturação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Um novo modelo institucional de infraestrutura foi aprovado e passou a
ser realizado por meio de conglomerados estatais, com financiamento por meio de
impostos únicos. No segundo momento veio o crescimento acelerado, chamado de
“milagre brasileiro”. Velloso afirmou
que o “segredo” de tal crescimento foi a ênfase dada aos setores de bens de consumo
duráveis e matérias-primas. O terceiro momento refere-se à crise do petróleo,
produto do qual o Brasil era grande importador, que desmontou o modelo que
permitiu o “milagre” econômico. De
acordo com Velloso, o Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (1975-1979) foi
marcado pela desaceleração econômica gradual, assim como por um programa de
investimentos destinado a energia, matérias primas e determinados segmentos de
bens de capital. Segundo a Folha, o crescimento acelerado da economia brasileira
durante parte do regime militar (1964-1985) foi baseado em um “método de
desenvolvimento econômico injusto”, a partir da exploração dos trabalhadores,
da garantia de inúmeros subsídios às empresas privadas e da “socialização” da
dívida externa, com seu endividamento “suicida” que persistiu no Brasil até o
governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Nos 20 anos que sucederam o
regime militar o Brasil cresceu pouco. De acordo com a Folha, tal baixa no
crescimento é fruto da maneira como os brasileiros foram tratados durante o
regime anterior, que perpetuou a ignorância e a desigualdade no país. (Folha de
S. Paulo – Mercado – 01/04/14; Folha de S. Paulo – Opinião – 01/04/14)
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