segunda-feira, 7 de abril de 2014

Nova pista sobre o desaparecimento de Honestino Guimarães


Arquivo, CB, D.A. Press. Honestino detido na Universidade de Brasília- ele presidiu a UNE em 1971, ano em que a entidade era clandestina. Correio Braziliense, Brasília, 01 de abril, 2014

De acordo com o periódico Correio Braziliense, uma série de documentos encontrados pela Comissão da Verdade de Pernambuco (CV-PE) e examinados pela Comissão da Verdade do Rio de Janeiro (CV-RJ) revelaram uma pista, a primeira encontrada em 40 anos, para desvendar o desaparecimento do ex-presidente União Nacional dos Estudantes (UNE) Honestino Monteiro Guimarães. Os documentos continham os dados fornecidos pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) ao Ministério da Aeronáutica sobre as prisões de opositores do regime militar (1964-1985). Há quarenta anos, familiares de Guimarães alegam que o líder estudantil foi sequestrado e levado ao Centro de Informações da Marinha (Cenimar) no dia 10/10/1973. No documento encontrado, o enunciado “Preso em 10 Out 73 no Rio de Janeiro” confirma a data. Além da data de prisão, os relatórios enviados pelo SNI à Aeronáutica continham o codinome do militante, “Alexandre”, o histórico policial e o tempo de condenação, 19 anos. Nos mesmos documentos foram encontradas informações sobre o desaparecimento do militante Fernando Santa Cruz, um dos casos investigados pela CV-PE. Segundo o SNI, Cruz foi preso no dia 22/02/1974. Assim como no caso de Guimarães, essa é a primeira pista desde o desaparecimento de Cruz. Enquanto o presidente da Comissão da Verdade da Universidade de Brasília, Cristiano Paixão, e a atual presidente da UNE, Virgínia Barros, acreditam que essas evidências possam levar a novas informações sobre o desaparecimento de Guimarães, o presidente da CV-RJ, Wadih Damous, alega que somente os indícios de prisão não bastam para saber o que aconteceu e que o Estado democrático deve se pronunciar para que a verdade sobre os desaparecimentos seja conhecida. O sobrinho do militante, Mateus Guimarães, declarou que os documentos confirmaram aquilo que a família sabia. Desiludido com o progresso das comissões da verdade, o sobrinho do militante criou um projeto on-line chamado “Trilhas de Honestino” que tenta traçar a história do ex-presidente da UNE de forma colaborativa. Segundo o Correio, diversas entidades relacionadas à vida do militante comemoraram a descoberta dos documentos.  (Correio Braziliense – Política- 31/03/14; Correio Braziliense – Política – 01/04/14)

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