Em
entrevista concedida ao periódico Folha de S. Paulo, o economista e ex-ministro
da Fazendo, Delfim Netto, afirmou que durante o regime militar (1964-1985) a
decisão do ex-presidente da República Ernesto Geisel, então presidente da
Petrobras S/A, no governo do general Emílio Garrastazu Médici, de não abrir a
exploração de petróleo às empresas privadas acabou por levar a economia do
Brasil à falência no final dos anos 1970. No período, o país era dependente da
importação de petróleo e foi fortemente afetado pelas altas dos preços,
derivadas da crise do petróleo. Netto afirmou que em 1972 comunicou ao governo
brasileiro que os países árabes estavam elaborando a formação de um cartel e que
os preços do petróleo seriam elevados. A proposta era abrir a exploração de
petróleo da Petrobras com o objetivo de aumentar a produção nacional, mas
Geisel se opôs à decisão. Durante a entrevista, o ex-ministro afirmou também
que a decisão de romper com a autonomia do Banco Central ocorreu devido à
insistência do órgão em estabelecer uma política restritiva em um momento no
qual o país passava por uma recessão profunda e um alto nível de desemprego.
(Folha de S. Paulo - Poder - 05/04/14)
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