De
acordo com publicação de texto do professor de História do Brasil da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Fico, à Folha de S.
Paulo, foi somente com a criação da Lei de Acesso à Informação, em 2011, que se
resolveu, em tese, o dilema entre a necessidade de acesso aos arquivos do
regime militar (1964-1985) e às cautelas diretamente ligadas ao sigilo de
determinados documentos. Para Fico, a nova lei, que garante pleno acesso aos
documentos do período, seria indicativo de que não se pode alegar sigilo e
privacidade em documentos que registrem violações de direitos humanos. Por
outro lado, o professor apontou que, na prática da lei, há problemas,
principalmente na recusa dos Comandos Militares em disponibilizar ao Arquivo
Nacional todos os seus documentos. O autor declarou que a história do regime
militar não se restringe somente às repressões , mas também inclui as
investigações sobre “obras faraônicas” construídas durante o período, entre
outras questões. Para o acadêmico, a Lei de Acesso à Informação “ficou no
papel”, mas defendeu que cabe ao Executivo “dar o exemplo” e liberar papéis que
já deveriam estar disponíveis. (Folha de S. Paulo – Poder – 05/03/13)
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