Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o livro “Orvil –
Tentativas de Tomada do Poder”, que retrata o regime militar (1964-1985) sob a
ótica dos oficiais do Centro de Informações do Exército (CIE), retornou às
livrarias numa tiragem de 2000 exemplares. O livro é assinado pelo
tenente-coronel reformado Lício Augusto Maciel e pelo tenente reformado José
Conegunde Nascimento, sob coordenação do general Agnado Del Nero Augusto,
falecido em 2009; entretanto, outros oficiais que trabalharam no projeto não
quiseram assinar. Uma versão digital do livro está disponível no site da esposa
do coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do Destacamento
de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi)
do II Exército de São Paulo. De acordo com o Estado, a publicação seria uma contraposição ao livro “Brasil:
Nunca Mais”, escrito por uma equipe ligada ao cardeal Dom Paulo Evaristo Arns,
contendo relatos de violações de direitos humanos que ocorreram durante o
regime militar. O jornal afirmou que a nova tiragem do livro escrito pelos
militares também é uma reação à criação da Comissão Nacional da Verdade (CNV),
fato que pode ser notado no prólogo que contém a informação de que “os
revanchistas da esquerda que estão no poder -- não satisfeitos com as graves
restrições de recursos impostas às Forças Armadas e com o tratamento discriminatório
dados aos militares sob todos os aspectos, especialmente o financeiro - tiveram
a petulância de criar, com o conluio de um inexpressivo Congresso, o que
ousaram chamar de comissão da verdade". Para o advogado e membro da CNV,
José Carlos Dias, o livro "representa a tentativa daqueles que tomaram o
poder em 1964 e nele se perpetuaram durante todo o período da ditadura de
justificar todas as violências praticadas(...) Este livro é um pouco corpo de
delito das violências da ditadura e vai servir também de inspiração para o
nosso trabalho". (O Estado S. Paulo – Nacional – 17/01/13)
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