Conforme noticiado pelos periódicos Correio Braziliense e O Estado de S. Paulo, no dia 15/03/13,
durante cerimônia pública realizada no Instituto de Geociências da Universidade
de São Paulo (USP), a família do jornalista Vladmir Herzog recebeu uma nova
certidão de óbito, que teve substituída a causa da morte do jornalista de
“asfixia mecânica por enforcamento” para “lesões e maus tratos”. A certidão foi
entregue pela advogada e membro da Comissão Nacional da Verdade, Rosa Maria
Cardoso. Herzog foi preso e torturado no ano de 1975 por suspeitas de ligação
com o Partido Comunista Brasileiro, que era oposição ao regime militar
(1964-1985), e morreu nas dependências do Destacamento de Informações e Centro
de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) do 2º Exército em São Paulo. A
família comemorou o reconhecimento por parte do Estado brasileiro; entretanto,
segundo o Estado, para a viúva do
jornalista, Clarice Herzog, ainda falta “desmascarar” aqueles que estiveram
envolvidos com o assassinato, tendo em vista a continuidade do trabalho da
Comissão Nacional da Verdade. Conforme o Correio,
o filho de Herzog, Ivo Herzog, indicou que gostaria que o Supremo Tribunal
Federal revisasse a decisão de anistiar aqueles envolvidos na prática de
tortura e outros crimes durante o regime militar. De acordo com o deputado
federal e ex-secretário de Direitos Humanos da Presidência da República,
Nilmário Miranda, a apuração dos crimes cometidos é essencial para o futuro da
democracia brasileira. Na mesma ocasião, também foi realizado um pedido público
de desculpas por parte da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça para a
família do estudante Alexandre Vannuchi Leme. Vannuchi era estudante de
Geologia na USP e militante do grupo de oposição ao regime Aliança Libertadora
Nacional (ALN), quando foi preso e torturado em 1973, também nas dependências
do DOI-Codi em São Paulo. Segundo depoimento de outros nove presos políticos, o
estudante foi torturado e morreu por conta de “lesões traumáticas
cranioencefálicas”, em contraposição à versão divulgada pelas autoridades da
época, que indicou morte por atropelamento ao tentar fugir da prisão. (Correio
Braziliense – Política - 16/03/13; O Estado de S. Paulo – Nacional - 16/03/13)
Nenhum comentário:
Postar um comentário