quinta-feira, 28 de março de 2013

Estado brasileiro altera certidão de óbito de Vladmir Herzog e se desculpa pela morte de Alexandre Vannuchi

Conforme noticiado pelos periódicos Correio Braziliense e O Estado de S. Paulo, no dia 15/03/13, durante cerimônia pública realizada no Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP), a família do jornalista Vladmir Herzog recebeu uma nova certidão de óbito, que teve substituída a causa da morte do jornalista de “asfixia mecânica por enforcamento” para “lesões e maus tratos”. A certidão foi entregue pela advogada e membro da Comissão Nacional da Verdade, Rosa Maria Cardoso. Herzog foi preso e torturado no ano de 1975 por suspeitas de ligação com o Partido Comunista Brasileiro, que era oposição ao regime militar (1964-1985), e morreu nas dependências do Destacamento de Informações e Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) do 2º Exército em São Paulo. A família comemorou o reconhecimento por parte do Estado brasileiro; entretanto, segundo o Estado, para a viúva do jornalista, Clarice Herzog, ainda falta “desmascarar” aqueles que estiveram envolvidos com o assassinato, tendo em vista a continuidade do trabalho da Comissão Nacional da Verdade. Conforme o Correio, o filho de Herzog, Ivo Herzog, indicou que gostaria que o Supremo Tribunal Federal revisasse a decisão de anistiar aqueles envolvidos na prática de tortura e outros crimes durante o regime militar. De acordo com o deputado federal e ex-secretário de Direitos Humanos da Presidência da República, Nilmário Miranda, a apuração dos crimes cometidos é essencial para o futuro da democracia brasileira. Na mesma ocasião, também foi realizado um pedido público de desculpas por parte da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça para a família do estudante Alexandre Vannuchi Leme. Vannuchi era estudante de Geologia na USP e militante do grupo de oposição ao regime Aliança Libertadora Nacional (ALN), quando foi preso e torturado em 1973, também nas dependências do DOI-Codi em São Paulo. Segundo depoimento de outros nove presos políticos, o estudante foi torturado e morreu por conta de “lesões traumáticas cranioencefálicas”, em contraposição à versão divulgada pelas autoridades da época, que indicou morte por atropelamento ao tentar fugir da prisão. (Correio Braziliense – Política - 16/03/13; O Estado de S. Paulo – Nacional - 16/03/13)

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