sexta-feira, 22 de março de 2013

Beechcraft protesta contra licitação vencida pela Embraer para fornecimento de aviões à Força Aérea estadunidense

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a empresa estadunidense de aviões Beechcraft entrou com um protesto formal junto ao órgão do governo estadunidense que verifica a existência de irregularidades em licitações públicas, o U.S. Government Accountability Office. O protesto questiona a decisão tomada pela Força Aérea dos Estados Unidos (USAF, sigla em inglês), que anunciou em 27/02/13 a escolha da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) para o fornecimento de 20 aviões de ataque leve Super-Tucano, os quais serão utilizados em missões de contrainsurgência no Afeganistão. De acordo com o Estado, o presidente executivo da Beechcraft, Bill Boisture, declarou em comunicado que a empresa está “perplexa” com a decisão. A Beechcraft, que perdeu a disputa, estima que a decisão afete cerca de 1,4 mil empregos nos Estados Unidos. Segundo publicação do periódico, a USAF defendeu no dia 11/03/13 a decisão pelo contrato de US$ 428 milhões com a brasileira Embraer. O porta-voz da USAF, Ed Gulick, afirmou que a decisão foi bem fundamentada e que as propostas foram “total e justamente consideradas dentro do critério de avaliação”. A empresa estadunidense já havia contestado a decisão em novembro de 2012, o que causou a suspensão da licitação de compra dos aviões da Embraer. O U.S. Government Accountability Office tem 100 dias para apurar a questão. Segundo o Estado, no dia 08/03/13, a Embraer declarou que, somente nos Estados Unidos, possui 1,2 mil empregados, além dos 2,5 mil da sócia Sierra Nevada. O Estado noticiou que a USAF emitiu uma ordem de interrupção de trabalhos para Embraer e Sierra Nevada, por consequência do protesto da Beechcraft. Este é um procedimento padrão que ocorre quando um dos concorrentes questiona o resultado da licitação, porém a USAF pedirá às autoridades americanas que autorize a retomada dos trabalhos, para que as empresas possam dar início à produção das aeronaves, uma vez que envolve interesse nacional no programa. Para Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança, a interrupção do contrato com a USAF é temporária, mostrando-se extremamente confiante na manutenção do resultado da licitação. Aguiar contestou os argumentos da Beechcraft, afirmando que a Embraer tem gerado empregos diretos nos EUA desde 2008, enquanto que a concorrente demitiu centenas de trabalhadores e transferiu sua produção dos EUA para o México, descontinuando cinco modelos de aeronaves líderes de mercado. Segundo o Estado, a Embraer Defesa e Segurança deve ter um crescimento de dois dígitos ao longo dos próximos anos e registrar uma expansão média anual de 12% até 2020, conforme afirmado por Aguiar em uma apresentação à imprensa. (O Estado de S. Paulo – Negócios – 09/03/13; O Estado de S. Paulo – Negócios – 14/03/13; O Estado de S. Paulo – Negócios - 15/03/13)

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