Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a empresa estadunidense de aviões Beechcraft
entrou com um protesto formal junto ao órgão do governo estadunidense que verifica
a existência de irregularidades em licitações públicas, o U.S. Government
Accountability Office. O protesto questiona a decisão tomada pela Força Aérea
dos Estados Unidos (USAF, sigla em inglês), que anunciou em 27/02/13 a escolha
da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) para o fornecimento de 20 aviões
de ataque leve Super-Tucano, os quais serão utilizados em missões de
contrainsurgência no Afeganistão. De acordo com o Estado, o presidente executivo da Beechcraft, Bill Boisture,
declarou em comunicado que a empresa está “perplexa” com a decisão. A
Beechcraft, que perdeu a disputa, estima que a decisão afete cerca de 1,4 mil
empregos nos Estados Unidos. Segundo publicação do periódico, a USAF defendeu
no dia 11/03/13 a decisão pelo contrato de US$ 428 milhões com a brasileira
Embraer. O porta-voz da USAF, Ed Gulick, afirmou que a decisão foi bem
fundamentada e que as propostas foram “total e justamente consideradas dentro
do critério de avaliação”. A empresa estadunidense já havia contestado a decisão
em novembro de 2012, o que causou a suspensão da licitação de compra dos aviões
da Embraer. O U.S. Government Accountability Office tem 100 dias para apurar a
questão. Segundo o Estado, no dia
08/03/13, a Embraer declarou que, somente nos Estados Unidos, possui 1,2 mil
empregados, além dos 2,5 mil da sócia Sierra Nevada. O Estado noticiou que a USAF emitiu uma ordem de interrupção de
trabalhos para Embraer e Sierra Nevada, por consequência do protesto da
Beechcraft. Este é um procedimento padrão que ocorre quando um dos concorrentes
questiona o resultado da licitação, porém a USAF pedirá às autoridades
americanas que autorize a retomada dos trabalhos, para que as empresas possam
dar início à produção das aeronaves, uma vez que envolve interesse nacional no
programa. Para Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança, a
interrupção do contrato com a USAF é temporária, mostrando-se extremamente
confiante na manutenção do resultado da licitação. Aguiar contestou os
argumentos da Beechcraft, afirmando que a Embraer tem gerado empregos diretos
nos EUA desde 2008, enquanto que a concorrente demitiu centenas de
trabalhadores e transferiu sua produção dos EUA para o México, descontinuando
cinco modelos de aeronaves líderes de mercado. Segundo o Estado, a Embraer Defesa e Segurança deve ter um
crescimento de dois dígitos ao longo dos próximos anos e registrar uma expansão
média anual de 12% até 2020, conforme afirmado por Aguiar em uma apresentação à
imprensa. (O Estado de S. Paulo – Negócios – 09/03/13; O Estado de S. Paulo –
Negócios – 14/03/13; O Estado de S. Paulo – Negócios - 15/03/13)
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