Conforme noticiado pelo
periódico O Estado de S. Paulo, a
Organização das Nações Unidas (ONU) tem como meta retirar a Missão de
Estabilização das Nações Unidas no Haiti (MInustah) até o final de 2016, com a
condição de que a Polícia Nacional Haitiana aumente seu contingente para 15 mil
membros e possa oferecer segurança à população. A missão, que desde 2004 busca
estabilizar a situação político-social do país, principalmente após o terremoto
de 2010, conta com a ajuda de tropas brasileiras para compor seus mais de 10
mil funcionários, entre civis, militares e policiais. Segundo o jornal, embora
a última resolução do Conselho de Segurança da ONU, de outubro de 2012, tenha
prolongado o mandato da Minustah, está prevista a retirada gradual do
contingente. Para o ano de 2013, o pessoal instalado será reduzido para 8.871,
dos quais 460 devem ser militares brasileiros. O chefe da representação da ONU
no Haiti, Mariano Fernández, apontou que o controle da violência é visto como a
parte final da missão e ressaltou que a força policial local deve ser boa o
suficiente para que a entidade se retire. O Estado
apontou que a meta da ONU é treinar 1,2 mil policiais locais por ano, para
complementar os 10,1 mil agentes que já compõem a Polícia Nacional Haitiana.
Entre os principais problemas de segurança, foram listados a violência
doméstica, o abuso sexual e conflitos entre locais e membros da polícia da ONU.
O jornal ainda evidenciou as intenções do presidente haitiano, Michel Martelly,
de recriar um Exército nacional. Martelly teria contatado diversos países da
região, inclusive o Brasil, com a intenção de obter ajuda financeira para o
projeto, porém o apoio internacional foi restrito por conta de um receio de
“uma espécie de guarda predatória”. O presidente teria se encontrado com a
presidenta da República brasileira, Dilma Rousseff, em fevereiro de 2012 e,
depois, com o ministro da Defesa brasileiro, Celso Amorim, em junho do mesmo
ano, para discutir sobre a reestruturação do Exército haitiano. O Estado afirmou que Rousseff teria dito
que o novo Exército se trataria de um “assunto interno” do Haiti, mas, após a
conversa com Amorim, Martelly deixou o discurso da força armada e conseguiu do
Brasil um acordo. Atualmente a chancelaria e o ministério da Defesa brasileiros
mandaram uma comissão ao Haiti para avaliar a possibilidade de uma “engenharia
militar” no país. (O Estado de S. Paulo – Internacional - 13/01/13)
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