Segundo
o jornal O Estado de S. Paulo, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 2° Região
julgará se os militares Luiz Mario Correia Lima, Roberto Augusto de Mattos
Duque Estrada, Dulene Aleixo Garcez dos Reis e Valter da Costa Jacarandá
poderão ser processados pelo sequestro de Mário Alves, dirigente do Partido
Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), desaparecido desde 1970, durante o
regime militar (1964-1985). Os quatro militares eram integrantes do
Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa
Interna (DOI-Codi) do 1° Exército, que funcionava no quartel do 1° Batalhão de
Polícia do Exército, no bairro da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro. De
acordo com O Estado, os acusados negam participação no caso, porém, segundo
relatos de presos políticos do DOI-Codi à época, Alves “foi brutalmente
torturado” pelos quatro militares e outros integrantes da unidade que já haviam
falecido quando o Ministério Público Federal (MPF) formulou a denúncia. Segundo
o jornal, a 1ª Turma do TRF analisará o recurso apresentado pelo MPF contra a
decisão do juiz federal Alexandre Libonatti de Abreu que rejeitou a denúncia contra
os militares. A decisão teria sido motivada pelo fato dos procuradores da
República não se referirem ao homicídio, mas apenas ao sequestro e sevícias. De
acordo com o magistrado "tal inversão foi deliberada, objetivando adequar
a conduta a um crime de natureza permanente, de forma a evitar o fenômeno da
prescrição e a eficácia da Lei da Anistia [1979]". A morte de Alves foi
reconhecida pelo Poder Judiciário em 1987 e pela União em 1995. Um dos autores
da denúncia, o procurador da República Antônio do Passo Cabra, afirmou não
haver materialidade no crime pelo fato do corpo nunca ter sido encontrado e que
a inversão "não é nenhuma engenharia jurídica. O Supremo Tribunal Federal
já decidiu (da mesma forma) em situações semelhantes". O julgamento, que
ocorreria no dia 23/10/13, foi adiado em duas semanas devido ao pedido do
desembargador federal e relator do processo, Paulo Espírito Santo, de mais
tempo para analisar o caso. Segundo o jornal, os quatro acusados já depuseram
na Comissão Nacional da Verdade, porém responderam a todas as perguntas com
“nada a declarar”. Apenas Jacarandá afirmou a ocorrência de torturas, mas negou
participação no caso. (O Estado de S. Paulo – Política – 23/10/13; O Estado de
S. Paulo – Política – 24/10/13)
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