Segundo
o jornal O Estado de S. Paulo, a Comissão Municipal da Verdade de São Paulo
ouviu, no dia 01/10/13, Josias Nunes de Oliveira, motorista de ônibus acusado
de envolvimento no acidente de trânsito que ocasionou a morte do ex-presidente
da República, Juscelino Kubitschek, em agosto de 1976. De acordo com os
periódicos Correio Braziliense e Folha de S. Paulo, Oliveira afirmou durante o
depoimento que cinco dias após o acidente de Kubitschek, dois homens,
identificando-se como repórteres, foram até sua casa e ofereceram-lhe uma “mala
cheia de dinheiro” para que assumisse a culpa. Mesmo sendo ameaçado, Oliveira
não assumiu a responsabilidade pelo acidente. De acordo com a Folha, o vereador
da cidade de São Paulo, Gilberto Natalini, presidente do colegiado, declarou
que “havia uma articulação forte tentando mostrar que o Juscelino morreu em um
acidente e tentando incriminar o motorista". Segundo Natalini, uma
importante informação revelada por Oliveira em seu depoimento foi a de que não
houve acidente envolvendo o ônibus que dirigia. O motorista ainda lembrou que
no laudo do processo constava haver tinta do carro de Kubitschek na lateral do
ônibus conduzido por Oliveira, o que indicava uma colisão. De acordo com o
vereador, a verificação feita constatou que a tinta encontrada pertencia à
Rodoviária de São Paulo e não ao acidente. Além disso, o laudo não foi
assinado. Segundo O Estado, durante o regime militar (1964-1965), Oliveira foi
processado como responsável pelo acidente e julgado inocente. Apesar de o caso
ter sido tratado na época como um acidente, há a hipótese de que Kubitschek
tenha sido vítima de um atentado articulado por membros do regime militar, por
representar uma ameaça a esse. Segundo o Correio, além de Oliveira, o primo de
Kubitschek e ex-deputado federal Carlos Murilo Felício dos Santos ainda será
ouvido pelo colegiado sobre o caso. (Correio Braziliense – 02/10/13; Folha de
S. Paulo – Poder – 02/10/13; O Estado de S. Paulo – Política – 01/10/13)
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