quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Corpo exumado pertenceria a líder camponês preso durante o regime militar

De acordo com o periódico Correio Brasiliense, no dia 24/09/13, uma operação realizada pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), na capital federal Brasília, encontrou restos mortais que pertenceriam ao líder camponês maranhense, Epaminondas Gomes de Oliveira. O camponês foi morto aos 68 anos de idade, após ser capturado pelo Exército durante o regime militar (1964-1985). Peritos das polícias Civil e Federal, que realizaram a exumação no Cemitério Campo da Esperança, foram acompanhados por dois netos do camponês. A exumação resultou em uma ossada completa além de pedaços de tecido e um dente de prata, o qual Epaminondas de Oliveira Neto afirmou que pertencera a seu avô. O Instituto Médico Legal do Distrito Federal submeterá os elementos exumados a um exame cuidadoso do esqueleto em busca de traumatismos e enfermidades. Farão exames toxicológicos e análise de código genético, caso ainda exista algum DNA nos ossos.A coordenadora do grupo de trabalho de indígenas e camponeses da CNV, Maria Rita Khel, afirmou esperar que a exumação comprove a versão dos familiares sobre a morte, segundo a qual o camponês fora torturado por militares até a morte. Através de estudos e de relatos da família, a comissão chegou à conclusão de que o líder camponês foi preso pelos militares em 07/08/71, na cidade de Ipixuna, no estado do Pará, e então levado para base da Aeronáutica em Brasília. No dia 20/08/71, Avelina Rocha de Oliveira foi notificada pelo Exército sobre a morte do marido, causada por choques resultantes de anemia e desnutrição. Segundo Epaminondas Neto, seu avô apenas liderava causas sociais, porém, nunca se envolveu com guerrilha. Se confirmado que essa ossada pertence ao camponês, será o primeiro corpo encontrado pela CNV desde que foi criada, em maio de 2012. O caso será concluído até o fim de 2013. O gerente Daniel Lerner, que encontrou a possível tumba do líder camponês, recordou que 140 pessoas foram dadas como desaparecidas durante o regime militar. (Correio Brasiliense – 25/09/13)

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