Segundo
o jornal Folha de S. Paulo, o acordo anunciado no início do funcionamento da
Comissão Nacional da Verdade (CNV) entre o Brasil e os Estados Unidos da
América (EUA), para que o colegiado tivesse acesso aos documentos
estadunidenses sobre o regime militar brasileiro (1964-1985), não obteve
sucesso. Conforme o periódico, o maior obstáculo é a ausência de um acordo
entre os dois países que permitiria “a desclassificação de documentos
referentes ao período militar nos arquivos do Departamento de Estado do governo
americano ou da CIA”. A Folha destacou que a CNV esperava que, com a viagem da
presidenta da República, Dilma Rousseff, para os EUA em outubro, uma solução
fosse encontrada. Porém, a viagem foi cancelada devido a problemas diplomáticos
causados pela descoberta da espionagem estadunidense no governo brasileiro e na
empresa Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras). Segundo a Folha, Peter Kornbluh,
historiador da organização Arquivo Nacional de Segurança, ligada à Universidade
de George Washington e especialista na Operação Condor, é o responsável pela
busca dos documentos nos EUA. O jornal destacou que os EUA já divulgaram
documentos que comprovam a cooperação da Agência Central de Inteligência (CIA,
na sigla em inglês) e de seu Departamento de Estado com o regime militar
brasileiro, sendo que um lote de documentos confirma que a Marinha
estadunidense apoiou logisticamente o golpe que depôs o presidente da República
João Goulart em 1964. José Carlos Dias, presidente da CNV, afirmou que o
colegiado aguarda o estabelecimento do acordo para o acesso a novos documentos.
(Folha de S. Paulo - Poder - 28/09/13)
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