De
acordo com o periódico Correio Brasiliense, o massacre de Ipatinga será
investigado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) e pela Comissão Estadual da
Verdade de Minas Gerais. O massacre aconteceu em 1963, na cidade de Ipatinga,
estado de Minas Gerais, quando operários da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais
S.A. (Usiminas) entraram em confronto com a polícia militar, resultando em 120
trabalhadores feridos e um número incerto de mortos. Segundo registro oficial,
seis pessoas morreram durante o confronto e duas no hospital. Porém, Geraldo dos
Reis Ribeiro, então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Coronel
Fabriciano, afirma que contou 30 mortos. Ribeiro relatou que após o massacre
foi comunicar aos órgãos competentes em Belo Horizonte, capital do estado de
Minas Gerais, e quando retornou a Ipatinga os corpos haviam desaparecido. Em
07/10/13, data em que o massacre completa 50 anos, a CNV e a Comissão Estadual
participarão de uma audiência pública para discutir a apuração das mortes.
Jurandir Persichini, jornalista integrante da comissão mineira, trabalhou na
Usiminas em 1963 e relatou que 32 caixões foram comprados por funcionários da
empresa no dia seguinte ao massacre; portanto, o número oficial de oito mortos
é questionável. Raimundo Pereira Chaves, ex-operador da Usiminas, declarou que
o massacre foi uma demonstração da repressão que ocorreria nos anos seguintes
após a tomada de poder pelos militares em 1964. Chaves afirmou ainda que a
Usiminas funcionava como uma extensão do regime militar (1964-1985) e que foi
demitido da empresa por participar de mobilizações em 1963, sendo
posteriormente perseguido pelo regime. (Correio Brasiliense - 29/09/13)
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