quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Comissão Nacional da Verdade III: massacre de Ipatinga será investigado em parceria com a Comissão Estadual de Minas Gerais

De acordo com o periódico Correio Brasiliense, o massacre de Ipatinga será investigado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) e pela Comissão Estadual da Verdade de Minas Gerais. O massacre aconteceu em 1963, na cidade de Ipatinga, estado de Minas Gerais, quando operários da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. (Usiminas) entraram em confronto com a polícia militar, resultando em 120 trabalhadores feridos e um número incerto de mortos. Segundo registro oficial, seis pessoas morreram durante o confronto e duas no hospital. Porém, Geraldo dos Reis Ribeiro, então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Coronel Fabriciano, afirma que contou 30 mortos. Ribeiro relatou que após o massacre foi comunicar aos órgãos competentes em Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, e quando retornou a Ipatinga os corpos haviam desaparecido. Em 07/10/13, data em que o massacre completa 50 anos, a CNV e a Comissão Estadual participarão de uma audiência pública para discutir a apuração das mortes. Jurandir Persichini, jornalista integrante da comissão mineira, trabalhou na Usiminas em 1963 e relatou que 32 caixões foram comprados por funcionários da empresa no dia seguinte ao massacre; portanto, o número oficial de oito mortos é questionável. Raimundo Pereira Chaves, ex-operador da Usiminas, declarou que o massacre foi uma demonstração da repressão que ocorreria nos anos seguintes após a tomada de poder pelos militares em 1964. Chaves afirmou ainda que a Usiminas funcionava como uma extensão do regime militar (1964-1985) e que foi demitido da empresa por participar de mobilizações em 1963, sendo posteriormente perseguido pelo regime. (Correio Brasiliense - 29/09/13)

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