Conforme publicado no periódico Correio Braziliense, quatro crianças
foram raptadas pelo Exército no povoado de Santa Cruz, na zona rural de São
Geraldo do Araguaia, no estado do Pará, durante o regime militar (1964-1985). O
local é situado onde acontecia a Guerrilha do Araguaia (1972-1974), um dos
maiores focos de resistência ao regime. Segundo o Correio, duas das crianças desaparecidas são filhos de Maria
Bezerra de Oliveira, de 83 anos, e foram levados em 1972 pelos militares:
Miraci Bezerra, que na época tinha pouco menos de 1 ano de idade, e Juracir
Bezerra Costa, com 8 anos de idade. O filho mais novo reencontrou a família em
1999 “por conta própria” e o outro continua desaparecido, 41 anos após o
ocorrido. Além de Bezerra, outra criança raptada pelos militares continua
desaparecida. De acordo com o jornal, Oliveira guarda uma pista importante
sobre o possível paradeiro de seu
primogênito, uma folha de caderno, que contém o nome do sargento que levou seu filho:
“João Lima Filho, e 23-B-C sigla do 23º Batalhão de Caçadores”, quartel onde o
militar servia, na cidade de Fortaleza, estado do Ceará. Segundo o Correio, a mãe de Bezerra, depôs, em
2007, a deputados federais na reunião de torturados da guerrilha na Câmara
Municipal de São Domingos do Araguaia, no estado do Pará, para que algum agente
do Estado ajudasse a localizar o paradeiro do sargento Lima Filho, não obtendo,
porém, resultados satisfatórios. De acordo com o periódico, o Exército, através
da assessoria de comunicação, afirmou “que tentará confirmar a existência, em
seus quadros, do sargento João Lima Filho”. A assessoria de comunicação do 23º
Batalhão de Caçadores declarou não poder levantar os dados “sem a autorização
do comando”. (Correio Braziliense – 22/09/13)
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