Segundo o jornal Correio Braziliense, integrantes das forças policiais
lotados em Brasília eram “ameaçados ou levados para um local específico” para
sofrerem interrogatórios e torturas quando suspeitos de subversão ou traição ao
governo durante o regime militar (1964-1985). O local era chamado de “casinha
branca” pelos policiais e está localizado no 1° Batalhão da Polícia Militar, no
Setor Policial, onde atualmente funciona uma diretoria do Departamento de Saúde
e Assistência Social, em Brasília, capital federal. De acordo com João Raimundo
Galdino, que ingressou na Polícia Militar em 1975, havia relatos de que os policiais
levados para esse local sofriam agressões: “eles amarravam, batiam, além de
outras coisas que não sabíamos”. Galdino afirmou, ainda, ter ouvido relatos de
que estudantes da Universidade de Brasília (UnB) e outros considerados
suspeitos também eram levados para esse local para serem torturados. Segundo
Galdino, após chegar para trabalhar no quartel do Gama, onde era lotado, ficou
sob custódia e foi ameaçado de ser levado à “casinha” por portar um jornal
alternativo que continha dizeres como “Abaixo à ditadura!”. De acordo com
Galdino, alguém o viu e o delatou “foi a gota d’água. Falaram que eu era um
terrorista infiltrado dentro do quartel, por estar condenando o militarismo”.
Ele passou a tarde daquele dia sentado numa sala esperando resolverem o que
fariam com ele, então “disseram que na casinha, entre o campo de futebol e o
Bope, eu daria o serviço, depois de levar uns tapas”. Porém, após ser vigiado
constantemente por cerca de quinze dias, acabou escapando de ser levado à
“casinha”. (Correio Braziliense – 23/10/13)
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