quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Policial relata tortura a suspeitos de subversão em quartel durante regime militar

Segundo o jornal Correio Braziliense, integrantes das forças policiais lotados em Brasília eram “ameaçados ou levados para um local específico” para sofrerem interrogatórios e torturas quando suspeitos de subversão ou traição ao governo durante o regime militar (1964-1985). O local era chamado de “casinha branca” pelos policiais e está localizado no 1° Batalhão da Polícia Militar, no Setor Policial, onde atualmente funciona uma diretoria do Departamento de Saúde e Assistência Social, em Brasília, capital federal. De acordo com João Raimundo Galdino, que ingressou na Polícia Militar em 1975, havia relatos de que os policiais levados para esse local sofriam agressões: “eles amarravam, batiam, além de outras coisas que não sabíamos”. Galdino afirmou, ainda, ter ouvido relatos de que estudantes da Universidade de Brasília (UnB) e outros considerados suspeitos também eram levados para esse local para serem torturados. Segundo Galdino, após chegar para trabalhar no quartel do Gama, onde era lotado, ficou sob custódia e foi ameaçado de ser levado à “casinha” por portar um jornal alternativo que continha dizeres como “Abaixo à ditadura!”. De acordo com Galdino, alguém o viu e o delatou “foi a gota d’água. Falaram que eu era um terrorista infiltrado dentro do quartel, por estar condenando o militarismo”. Ele passou a tarde daquele dia sentado numa sala esperando resolverem o que fariam com ele, então “disseram que na casinha, entre o campo de futebol e o Bope, eu daria o serviço, depois de levar uns tapas”. Porém, após ser vigiado constantemente por cerca de quinze dias, acabou escapando de ser levado à “casinha”. (Correio Braziliense – 23/10/13)

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