De
acordo com o periódico Folha de S. Paulo, uma crise instalada no âmbito da
Comissão Nacional da Verdade (CNV) provocou a interrupção das atividades da
equipe que atuava, discretamente, na apuração de crimes e omissões das Forças
Armadas e no levantamento de documentos militares comprobatórios do
financiamento da repressão por empresários durante o regime militar
(1964-1985). Segundo o jornal, o grupo coordenado por Heloísa Starling,
historiadora da Universidade Federal de Minas Gerais e assessora da CNV, contava com a participação de 24 pessoas
entre jornalistas e historiadores e foi desarticulado após a divulgação do
relatório anual da CNV, em maio de 2013. Maria Rita Kehl, integrante da
comissão, declarou que Cláudio Fonteles, ex-membro do colegiado, demitiu-se
após uma discussão sobre os trabalhos da equipe coordenada por Starling.
Fonteles e Rosa Maria Cardoso, integrante da CNV, acusavam Starling de mal uso
do dinheiro público na condução das investigações. De acordo com a Folha,
oficialmente, José Carlos Dias, atual coordenador da CNV, afirmou que nenhum
grupo foi desmobilizado. O jornal ainda destacou que uma parte da pesquisa da
equipe supostamente desmobilizada é mantida sob sigilo, enquanto outra pequena
parte se tornou pública no relatório de maio, comprovando que a “Marinha
reiteradamente omitiu, no pós-ditadura, ter informações sobre alguns presos
políticos que, nos anos 70, foram declarados mortos pela própria instituição”.
(Folha de S. Paulo - Poder - 28/09/13)
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