De
acordo com os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, a Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), com o apoio das entidades de direitos humanos e das
Comissões da Verdade existentes no país, protocolará no Supremo Tribunal
Federal (STF) uma nova ação questionando a validade da Lei da Anistia (1979).
Segundo Marcos Vinícius Furtado Coelho, presidente da OAB, a ação se
formalizará no dia 11/11/13. Segundo a Folha, desde 2010, quando a última ação
da OAB sobre o tema foi julgada pelo STF, surgiram novos fatos favoráveis ao
reexame do tema. Uma das questões ressaltadas pelos jornais é a condenação do
Brasil pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, em dezembro de 2010, pela
execução de 70 guerrilheiros da Guerrilha do Araguaia (1972-1974), ocorrida
durante o regime militar (1964-1985). Outro importante ponto importante é a
troca da composição no STF, possibilitando uma maior flexibilidade quanto à
revisão, uma vez que Joaquim Barbosa, presidente da corte, mencionou que o
julgamento da Lei da Anistia poderá ser revisto. Marco Aurélio de Mello,
ministro do STF, também afirmou que o colegiado, agora com uma nova composição,
já reviu e alterou decisões do grupo anterior. Os periódicos ainda destacaram
que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que os crimes de
lesa humanidade são imprescritíveis, sendo que, pelo novo entendimento do
Ministério Público Federal, os agentes acusados de crimes durante o regime
militar poderão ser punidos. Segundo O Estado, ao comentar o parecer dado pelo
procurador geral da República durante uma palestra na Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), o ministro da Defesa, Celso Amorim, argumentou que no
governo da presidenta Dilma Rousseff a revisão da Lei da Anistia não está em
pauta, cabendo ao Ministério da Defesa cooperar ao máximo com as Comissões da
Verdade. Durval de Andrade Néri, general da reserva e conselheiro da Associação
dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (Adesg), afirmou que em qualquer
tipo de revisão da Lei deve haver a participação dos dois lados envolvidos nos
episódios ocorridos durante o regime militar, uma vez que “todos os que queriam
impor um regime comunista no Brasil e, em nome disso, cometeram crimes [...]
também vão ter responder". (Folha de S. Paulo – Poder – 19/10/13; Folha de
S. Paulo – Poder – 22/10/10; O Estado de S. Paulo – Política – 19/10/13)
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