Em
entrevista para o jornal Folha de S. Paulo, o general Eduardo Villas Bôas,
comandante militar da Amazônia, afirmou que a região não está totalmente
integrada ao país. Grande parte dos 11 mil quilômetros de fronteiras sob
responsabilidade de vigilância do Comando Militar da Amazônia conta apenas com
a presença das Forças Armadas, restrita a um contingente total de 19 mil
homens, e nenhuma participação do governo estadual. Assim, Villas Bôas destacou
que o contingente humano e os recursos financeiros atuais não são suficientes
para monitorar toda a floresta. Segundo o general, isso só será possível com
tecnologia incorporada, cujo sistema de monitoramento está em desenvolvimento,
a um custo total de R$ 10 bilhões até 2020.
Villas Bôas afirmou que desde 1999 o Exército possui poder de polícia
nos 150 quilômetros de largura de fronteira e que isso trouxe uma nova
responsabilidade à Força. Para o general, outro ponto de vulnerabilidade do
país é a ausência de um satélite próprio de transmissão, o que impede autonomia
do Estado brasileiro no controle da região. O general ainda manifestou-se sobre
as questões envolvendo a demarcação de terras indígenas, a presença das
Organizações não-Governamentais (ONGs) na Amazônia e o Programa Mais Médicos do
governo federal, uma vez que até então o atendimento médico à população civil e
indígena da região era prestado quase que exclusivamente pelos militares.
(Folha de S. Paulo – Poder – 20/10/13)
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