De acordo com o jornal Folha de S.
Paulo, um grupo de trabalho da Comissão Nacional da Verdade (CNV),
desativado em maio após divergências entre seus membros, encontrou documentos
que revelam a existência de um arquivo com cerca de 1,2 milhão de fotogramas de
arquivos do regime militar (1964-1985). Os documentos comprovam a existência da
operação Netuno, realizada entre 1972 e 1974 pelo Centro de Informações da
Marinha (Cenimar). O objetivo da operação era preservar a documentação militar
através de cópias em microfilmagem, técnica que prolonga a preservação de
arquivos e facilita seu armazenamento. Segundo relatório do Cenimar, os
microfilmes seriam armazenados nos arquivos do Rio de Janeiro e da capital
federal, Brasília. A Marinha, que segundo relatório teria investido na
aquisição de equipamentos para microfilmagem e enviado militares aos Estados
Unidos da América para um curso na biblioteca do Congresso estadunidense,
informou não ter registros dessa operação. Segundo apuração da Folha, em recente ofício enviado ao
Ministério da Defesa pelos comandantes das Forças Armadas, foi mencionada
legislação em vigor durante o regime militar que previa a destruição de
documentos. O destino de parte da documentação do regime é desconhecido e não
se exclui a possibilidade de que alguns documentos já não existam mais. Segundo
levantamento do Arquivo Nacional, acervos de mais de 200 órgãos de inteligência
do regime militar ainda estão desaparecidos. O jornal ressaltou que a
legislação que vigorou entre 1946 e 1990 previa a elaboração de guias relatando
a destruição de documentos, no entanto havia brechas que permitiram até mesmo a
destruição de tais guias. (Folha de S. Paulo – Poder – 07/10/13)
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