quinta-feira, 6 de junho de 2013

Ustra é alvo de acusações



De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra é alvo de duas acusações na área cível e três denúncias criminais. O ex-coronel é acusado de comandar tortura de presos políticos no período em que foi chefe do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) do 2º Exército de São Paulo. Em 2008, Ustra foi primeiro militar a ser declarado pela Justiça como torturador do regime, em ação civil movida pela família Teles; já em 2012 foi condenado a pagar reparação financeira a familiares do jornalista Luiz Eduardo da Rocha Merlino, morto sob tortura. O ex-coronel é alvo de três acusações criminais e é acusado de ter torturado pessoalmente ex-presos políticos, como o vereador paulista Gilberto Natalini e o deputado estadual por São Paulo Adriano Diogo. Conforme levantamentos realizados pelos projetos “Brasil Nunca Mais” e “Direito à Memória e à Verdade”, 502 pessoas foram torturadas dentro do DOI-Codi sob comando de Ustra e 47 foram sequestradas ou mortas  neste mesmo período. Ustra nega as acusações. Segundo o jornal Correio Braziliense, do dia 31/05/13, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) disponibilizou na internet informações obtidas nos documentos produzidos pelo extinto Serviço Nacional de Informações (SNI), de acordo com as quais é possível confirmar a morte de 51 pessoas nas dependências do DOI-Codi. Tais informações contradizem as afirmações feitas pelo ex-coronel Ustra, em depoimento à CNV, no dia 10/05/13. Durante a sessão, Ustra negou que tenha comandado sessões de torturas, assim como a possibilidade de que tenha havido mortes nas dependências do DOI-Codi, pois segundo ele as mortes ocorreram durante situações de combate. De acordo com Claudio Fonteles, membro da CNV, “os dados mostram que, entre 1970 e 1977, 51 pessoas foram mortas no DOI-Codi de São Paulo, sob o comando do coronel Brilhante Ustra e de seu sucessor, Audir Santos Maciel”. (Correio Braziliense – Política – 29/05/13; Folha de S. Paulo – Poder – 26/05/13)

Nenhum comentário:

Postar um comentário