quarta-feira, 19 de junho de 2013

Operação Ágata 7 expõe problemas nas fronteiras


O jornal Folha de S. Paulo acompanhou a Operação Ágata 7, que conta com cerca de 25 mil militares para patrulhar as fronteiras do Brasil. De acordo com o jornal, os soldados, que patrulham a pé cerca de 25 quilômetros de selva por dia, recebem uma ração comercial contendo pé de moleque, bolacha, macarrão instantâneo, farofa e sardinhas, além de, ocasionalmente, larvas. Os soldados enfrentam, ainda, doenças comuns de algumas regiões, como malária, dengue e leishmaniose. Apesar das condições, o posto na fronteira é cobiçado pelos militares por oferecer um adicional de 20% para compensar o custo de vida elevado em região remota. O jornal apontou dificuldades para o patrulhamento das fronteiras. O tenente André Lima Costa destacou a dificuldade de patrulhar os rios e afirmou que "é uma utopia a vigilância de 100% da fronteira". Desde 2010, as Forças Armadas tem o poder de policiar e executar prisões em flagrante dentro do limite de 150 quilômetros a partir da fronteira. Segundo o antropólogo Fernando Rabossi, a adoção de uma visão integral da faixa da fronteira foi uma mudança significativa no âmbito governamental e o Plano Estratégico de Fronteiras deu ênfase aos delitos transfronteiriços, elevando a importância da questão na agenda política. Rabossi alertou para o perigo de pensar controle fronteiriço apenas como questão de contenção, pois em sua opinião ignorar o caráter singular dos limites internacionais torna a faixa de fronteira uma “periferia” do Brasil. (Folha de S. Paulo – Poder – 02/06/13)

Nenhum comentário:

Postar um comentário