O jornal Folha de S. Paulo acompanhou a Operação
Ágata 7, que conta com cerca de 25 mil militares para patrulhar as fronteiras
do Brasil. De acordo com o jornal, os soldados, que patrulham a pé cerca de 25
quilômetros de selva por dia, recebem uma ração comercial contendo pé de
moleque, bolacha, macarrão instantâneo, farofa e sardinhas, além de,
ocasionalmente, larvas. Os soldados enfrentam, ainda, doenças comuns de algumas
regiões, como malária, dengue e leishmaniose. Apesar das condições, o posto na
fronteira é cobiçado pelos militares por oferecer um adicional de 20% para
compensar o custo de vida elevado em região remota. O jornal apontou
dificuldades para o patrulhamento das fronteiras. O tenente André Lima Costa
destacou a dificuldade de patrulhar os rios e afirmou que "é uma utopia a
vigilância de 100% da fronteira". Desde 2010, as Forças Armadas tem o
poder de policiar e executar prisões em flagrante dentro do limite de 150
quilômetros a partir da fronteira. Segundo o antropólogo Fernando Rabossi, a
adoção de uma visão integral da faixa da fronteira foi uma mudança
significativa no âmbito governamental e o Plano Estratégico de Fronteiras deu
ênfase aos delitos transfronteiriços, elevando a importância da questão na
agenda política. Rabossi alertou para o perigo de pensar controle fronteiriço
apenas como questão de contenção, pois em sua opinião ignorar o caráter
singular dos limites internacionais torna a faixa de fronteira uma “periferia”
do Brasil. (Folha de S. Paulo – Poder – 02/06/13)
Nenhum comentário:
Postar um comentário