Conforme publicado no
jornal O Estado de S. Paulo, o
psicólogo Tales Ab’Sáber criticou a relutância do Estado brasileiro em assumir
a violência histórica cometida durante o regime militar (1964-1985). Segundo
Ab’Sáber, o processo de elaboração democrática da verdade é ameaçado por um
“transe do passado”, consistente da repetição intensa de sintomas, que freia o
desenvolvimento da consciência pública e impede que criminosos sejam
oficialmente reconhecidos. Embasados pela Lei da Anistia (1979), alguns
insistem que o país não deve fazer nada a respeito do passado. O psicólogo
reforçou a necessidade de obedecer às leis internacionais de direitos humanos
que o Brasil assina e condenou leis de anistia estabelecidas em benefício dos
próprios agentes. Para Ab’Sáber, “o torturador e o assassino, agente de
ditaduras, existem por se acreditarem ao abrigo de toda lei. Por isso esses
crimes têm que ser radicalmente imprescritíveis. Só assim a humanidade chegará
um dia a punir e a produzir uma política sem o artifício do terror.” (O Estado
de S. Paulo – Aliás – 16/06/13)
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