quarta-feira, 26 de junho de 2013

“Transe do passado” impede progresso da democracia, segundo psicólogo

Conforme publicado no jornal O Estado de S. Paulo, o psicólogo Tales Ab’Sáber criticou a relutância do Estado brasileiro em assumir a violência histórica cometida durante o regime militar (1964-1985). Segundo Ab’Sáber, o processo de elaboração democrática da verdade é ameaçado por um “transe do passado”, consistente da repetição intensa de sintomas, que freia o desenvolvimento da consciência pública e impede que criminosos sejam oficialmente reconhecidos. Embasados pela Lei da Anistia (1979), alguns insistem que o país não deve fazer nada a respeito do passado. O psicólogo reforçou a necessidade de obedecer às leis internacionais de direitos humanos que o Brasil assina e condenou leis de anistia estabelecidas em benefício dos próprios agentes. Para Ab’Sáber, “o torturador e o assassino, agente de ditaduras, existem por se acreditarem ao abrigo de toda lei. Por isso esses crimes têm que ser radicalmente imprescritíveis. Só assim a humanidade chegará um dia a punir e a produzir uma política sem o artifício do terror.” (O Estado de S. Paulo – Aliás – 16/06/13)

Nenhum comentário:

Postar um comentário