quinta-feira, 6 de junho de 2013

Professora relata que general impediu que fosse torturada


De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, no dia 20/05/13, a professora e militante durante o regime militar (1964-1985), Sarita D’Ávila Mello, relatou perante a Comissão Municipal da Verdade de São Paulo que, em outubro de 1975, o então comandante do 2.º Exército e parente de Sarita D’Ávila Mello, general Ednardo D’Ávila Mello, esteve no Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) da cidade, para impedir que ela fosse torturada. Segundo Sarita, a presença do general no DOI-Codi prova que o Alto Comando das Forças Armadas sabia das violações dos direitos humanos que aconteciam no local, assim como indica a falta de confiança que o general possuía em seus subordinados. "Ele não confiava na máquina da repressão. Podia ter apenas dado uma ordem. Não precisava ir lá para ver uma menina de 23 anos." O jornal ressaltou ainda que Sarita foi solta em 24/10/1975, enquanto que o jornalista Vladmir Herzog, militante do mesmo partido, foi morto nas instalações no dia seguinte, e o operário Manoel Fiel Filho morto pelo mesmo grupo repressor dois meses após sua saída. Segundo O Estado, a Comissão da Verdade de São Paulo ouviu também no dia 20/05/13 na Assembleia Legislativa, a procuradora do Ministério Público Federal, Eugenia Augusta Gonzaga, a qual evidenciou o descaso com a identificação das vítimas do regime militar que estão sepultadas no Cemitério Dom Bosco, localizado na cidade de São Paulo. Na mesma sessão, o secretário Nacional de Justiça, Paulo Abrão, alegou que a falta de grupos de antropologia e arqueologia forense dificulta a identificação, sendo esta "uma lacuna no Estado de Direito brasileiro”. (O Estado de S. Paulo – Política – 21/05/13)

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